Havia dois anos desde a coroação de Elsa, de toda a confusão acerca dos poderes da rainha, da ganância de Hans que quase destruiu as irmãs de Arendelle, e de Anna ter se apaixonado por Kristoff. Claro, que o loirinho precisava de uns reparos, mas Anna nunca se importou com os pequenos defeitinhos do seu amado, tanto, que naquele dia, Arendelle estava se preparando novamente para abrir os portões para outra maravilhosa cerimônia. O casamento de Anna e Kristoff não era novidade para ninguém, e daquela vez, nem Elsa teve alguma restrição. Kristoff e Elsa se davam muito bem, pois além de cunhados, eles eram amigos. Vez ou outra haviam algumas discussões acerca de Anna, mas geralmente a dupla sempre se aliava para proteger e ajudar a ruivinha mais otimista e avoada do reino. Ah sim, Elsa e Kristoff certamente eram os maiores aliados a trazer Anna e Olaf à razão.

Estavam todos muito felizes, correndo para organizar a decoração, as flores, o cardápio e a enorme fonte de chocolate que Anna fez questão de incluir na mesa principal. E havia o lindo arco de gelo e o salão de patinação para a primeira valsa do casal, fornecidos pela rainha. Sem falar no vestido branco, que Elsa fez questão de fazer para sua irmã. Tudo estava perfeito, exatamente como a ruivinha sonhara. Olaf e Sven seriam padrinhos, assim como Elsa. Claro que a rainha do gelo exigiu que Olaf se comportasse e que Sven fosse limpo antes da cerimônia. Era exatamente isso o que acontecia naquela manhã, Kristoff tentava convencer Sven a tomar um banho.

- Vamos amigão... não vai ser tão ruim. É só para o casamento.

Sven olhou feio para Kristoff, afinal, que ideia era aquela?

- Ora Sven, só uma vez, não lhe peço mais nada.

Sven estava desconfiado.

- Não é justo abusar da situação para me chantagear. Eu não vou te dar dez cenouras.

A rena balançou a cabeça em negação e virou o rosto para o lado.

- A Elsa não vai deixar você ser meu padrinho se você não tomar banho...

Sven continuava teimando.

- Ah é? Então não quero mais que você seja meu padrinho... – e Kristoff cruzou os braços também virando o rosto.

Anna estava na porta e observava a cena sorrindo pela tolice dos dois amigos. Eram ambos tão cabeça dura! Quando viraram um contra o outro Anna não pôde conter um riso que a entregou. Ela, então, entrou no estábulo, com as mãos na cintura, e ficou entre os amigos.

- Ora, vamos lá os dois, não briguem logo antes do meu casamento! Sven, quero tanto que seja meu padrinho... faça esse sacrificiozinho, por mim... – ela virou a cabeça um pouco, ficando ainda mais fofa, mas Sven não se mexeu – E se eu te der cinco cenouras, você toma o banho?

Ele meneou a cabeça negativamente.

- Eu já disse que não vou te dar dez cenouras! – reclamou Kristoff.

- Que tal oito, e não se fala mais nisso? – negociou Anna.

Sven olhou para Anna e assentiu. A ruivinha sorriu e abraçou os dois, que esqueceram a discussão.

- Viu? Sabia que vocês dois não iam brigar por muito tempo! – Anna os soltou e voltou à porta – Por falar nisso, vocês não viram minha irmã, viram?

- Acho que ela estava em reunião com os conselheiros. Ela quer o melhor grupo de guardas tomando conta do castelo para o nosso casamento. Prevenir, no caso de... “alguém” resolver interferir...

- Sei... Vou falar com ela.

Anna saiu, deixando os dois às sós de novo.

- Por que ELA, você escuta?

Sven respondeu algo que Kristoff entendeu como “ela é mais bonita e cheira melhor que você... preciso falar mais?” e o rapaz bateu de brincadeira no focinho da rena.

Depois que deixou Kristoff e Sven no estábulo, Anna foi ao estúdio de seu pai, onde Elsa costumava se reunir com os conselheiros, mas ela já não estava lá. Decidiu ver no quarto de Elsa e, no caminho, encontrou um Olaf abobalhado e admirado com os preparativos para o casamento.

- Anna! Como o castelo está lindo! Finalmente você e o Kristoff vão casar!!!! Eu não sei bem o que significa, mas acho que vai ser muito legal!

- Olaf, você viu a Elsa?

- Não... Posso te ajudar a encontrar ela também?

- Claro!

Quando chegou na porta do quarto de Elsa, receou um pouco em bater, ainda não havia superado o trauma depois de tanto tempo sem receber resposta.

- Você ainda não aprendeu a bater nas portas? – perguntou o tolo boneco de neve.

Revirando os olhos, Anna bateu na porta de sua irmã, que abriu quase que imediatamente.

- Anna! O que foi? Precisa de alguma ajuda com os preparativos?

- Não exatamente, só queria que você me ajudasse a trançar meu cabelo e a me vestir para o casamento...

- Claro, Anna! Nem era preciso me perguntar. Vamos para o seu quarto.

- Posso ajudar também? – perguntou Olaf.

- Sim, eu adoraria - a ruivinha sorriu.

No quarto de Anna, Elsa tentava trançar os cabelos da irmã para formar um lindo coque. A rainha pediu a Olaf para buscar algumas fitas brancas de um caixa em seu quarto e o boneco, alegre, saiu saltitante.

- Elsa, Kristoff me disse que você se reuniu com os conselheiros hoje. Você acha que “ele” pode aparecer?

- Não acho que teria coragem, ainda mais sabendo dos meus poderes. Mas não custa nada prevenir...

- Eu fico tranquila com você aqui, mas se precisar, eu acabo com ele – as duas sorriram - Ai Elsa, estou tão feliz!!!! Eu vou me casar, como sempre sonhei! Só queria que você também tivesse alguém...

- Anna, sua boba, eu estou muito bem sozinha. Agora que sou eu mesma, eu não preciso de mais ninguém, só de você.

- Mas eu vou formar uma família com Kristoff... ter filhos. E você, minha irmã?

- Eu já tenho meu reino para cuidar e, bom, quando você tiver seus filhos, eu serei uma ótima tia e ajudarei a cuidar deles com toda a neve e as pistas de gelo que eles quiserem. Estarei muito satisfeita assim. Mas não é dia de falar da Elsa... Hoje é seu dia, Anna, e quero que seja o centro das atenções...

- Eu e Kristoff... ah! - ela suspirou, apaixonada.

- Só espero que ele se arrume também, e Sven, já que vocês insistiram que ele fosse padrinho.

Anna deu um risinho, lembrando da discussão dos dois.

- Não se preocupe, Kristoff já está dando um banho em nele e em breve tomará um banho quentinho e perfumado.

- Um banho quentinho! – disse Olaf que já havia voltado com várias fitas da rainha – Eu posso tomar um banho quentinho também?

As irmãs riram da tolice do boneco. Olaf e sua fixação com o calor... Algum dia ele ainda derreteria de vez por causa disso. Claro que Elsa estaria lá para construí-lo de novo.