Waited long to seize the day
All things said and plenty done...life is still short

Depois de explicar tudo para a morena como funcionaria a lista, ambas foram tomar sorvete e apenas curtir o tempo que tinham juntas, antes que Cora começasse ligar para Regina exigindo que ela fosse para casa porque precisava dela, as duas sabiam muito bem que não era isso, e sim que Cora apenas não queria que elas passassem muito tempo juntas pelo fato de Emma ser lésbica.

         Isso chateava Regina, apesar de Emma não ligar para o que Cora achava dela ou não, a morena não pensava do mesmo jeito. Depois de se desculpar com Emma algumas vezes pelo jeito da mãe, combinou de Emma ir buscá-la cedo para ambas começarem, Regina estava um pouco ansiosa para saber o que seria o primeiro item, enquanto Emma estava apenas para saber o que Regina ia achar dele.

         O primeiro item era um que a própria morena já havia dito para ela que morria de vontade de ir embora tivesse medo.

         Foi andando até a casa de Regina, enquanto pensava nos itens da lista, a única coisa que queria era que eles fizessem as férias de ambas fosse inesquecível, mas em nenhum momento queria mudar o que sua amiga sentia por ela, porém o último item podia mudar tudo, para pior ou para melhor.

         Quando chegou a frente à porta da morena resolveu não ligar dessa vez e sim apertar a campainha, Cora tinha que simplesmente aceitar que as duas eram amigas e nada naquele mundo ia mudar isso, e sua sexualidade não afetava Regina, não era como se fosse algo contagioso que ao encostar na pessoa ela simplesmente iria pegar como catapora. Amor não era assim, muito menos atração, não se comanda nenhum dos dois, e muito menos se passa. Era pura questão de sentir ou não, e no caso Regina não sentia isso por ela.

         Respirou fundo e esperou até que alguém fosse abrir a porta, na verdade esperava por Cora que parecia que sempre que a via ia arrancar seu coração só para ela ficar longe de sua filha. Mas quem acabou atendendo foi Regina, fazendo a loira soltar a respiração que nem ao menos sabia que havia prendido, sorriu para a melhor amiga a sua frente.

         — Então, vamos!

         Emma acenou positivamente com a cabeça e Regina fechou a porta de casa, antes de mostrar o molho de chaves que tinha entre os dedos.

         — Você pegou a chave do carro da sua mãe? — Emma perguntou perplexa.

         — Sim – respondeu rindo — Eu pedi a ela pra ser mais exata.

         Emma ficou olhando para a amiga surpresa, Cora nunca deixava Regina pegar o carro, definitivamente aquilo era no mínimo chocante.

         Regina estendeu a mão para a loira com as chaves a entregando para ela.

         — Eu não faço ideia pra onde iremos então acho justo você dirigir.

         Emma pegou a chave das mãos da garota e sentiu um leve choque quando elas se tocaram, ignorou a sensação, e segurou forte a chave nas mãos e indo em direção ao carro seguida por Regina.

         Mas antes de entrar no carro resolveu dizer para Regina:

         — Eu realmente queria ver a cara da sua mãe, quando souber que eu dirigi o carro dela. — Regina olhou para a cara da Emma, e começou a rir.

         - T h e l i s t –

         Estavam na estrada há 30 minutos e nesse tempo Regina tentava adivinhar onde Emma a levava, mas sem sucesso. Vendo que não ia adivinhar a morena apenas começou a conversar amenidades com a amiga, de como estava animada para faculdade, e como aquilo seria uma experiência única. Emma sorriu amarelo para a amiga ao lembrar que elas se separariam, suspirou e continuou prestando atenção na estrada enquanto Regina continuava falando.

         Chegaram ao local era exatamente nove horas, ao sair do carro a morena arregalou os olhos surpresa, aquilo não era nem de perto o que imaginou. Sentiu um frio em sua barriga ao pensar que elas iriam realmente fazer aquilo.

         — Nós chegamos — disse Emma saindo do carro e parando ao lado da amiga — Agora você pode decidir se você quer cumprir esse item da lista ou não.

         Regina olhou para a loira receosa, embora quisesse muito fazer aquilo o seu medo era enorme.

         — Você vai junto comigo? — indagou mordendo levemente o lábio.

         Emma sorriu, era impressionante como para todas as pessoas Regina era uma pessoa fria, e que não temia nada, e então quando estava com ela era essa pessoa que demonstrava até seus maiores medos.

         — Claro — ela sorriu o que fez a outra sorrir também.

         A morena respirou fundo e ponderou por mais alguns minutos, quando enfim decidiu olhou para Emma que estava encostada no carro olhando para ela e não conseguiu falar.       

         O olhar que Emma dirigia a ela era algo que simplesmente nunca havia notado antes, não era um olhar normal que se mandava para uma amiga, era intenso, sentiu seu rosto corar com o modo que a garota a fitava. Nunca ninguém tinha a olhado dessa forma antes, nem mesmo seus namorados. Balançou a cabeça com aqueles pensamentos e pigarreou antes de falar:

         — Vamos então! — seu sorriso, tentou ao máximo soar verdadeiro e entusiasmado, mas depois daquela cena, era impossível, algo a estava incomodando.

         Emma poderia dizer que se orgulhava de saber quando Regina mentia, era algo como se fosse um super poder, percebeu o sorriso dela que não era nem de perto um dos mais verdadeiros, mas resolveu ignorar, se Regina quisesse teria falado.

         Entraram no local e avistaram uma “torre” e o guindaste onde as pessoas fazem os saltos de bungee jumping, as duas olharam para cima e Regina sentiu o frio na barriga se intensificar, Emma engoliu em seco sentindo também um frio na barriga. Nunca tinham feito nada parecido antes.

         Um dos instrutores veio até elas e Emma deu o nome dizendo que já tinha marcado um horário para isso, ele sorriu e disse que se lembrava, e ambas subiram para começar os preparativos para pular.

         Colocaram o equipamento das duas, enquanto diziam as normas de seguranças e como iria acontecer o salto, terminaram de colocar os equipamentos nelas e deram um espaço para elas decidirem quem pularia primeiro.

         Regina pegou a mão de Emma e entrelaçou seus dedos no da loira, a mão de ambas suavam, e o frio na barriga intensificou, o coração acelerado, estavam prestes a fazer uma loucura e não tinha como voltar atrás. A morena soltou da mão da amiga e abraçou-a antes de finalmente decidirem quem iria primeiro.

         — Eu acho melhor eu ir primeiro, certo? — buscou a confirmação no olhar de Regina que estava temerosa mordendo os lábios.  — Então, eu vou primeiro.

         Eles colocaram o resto do equipamento na loira antes de ela saltar, e passaram as últimas informações, quando estava tudo pronto Emma estendeu a mão para Regina e deu um aperto na mão da amiga antes de criar coragem.

         Não sabia mais ao certo qual sensação era pelo salto e qual era pelos seus sentimentos por Regina, mas de qualquer forma ambos pareciam terminar iguais, Emma se jogando de cabeça com probabilidades um pouco alta de se foder quando terminasse. Deu o sinal de positivo que estava pronta e se jogou.

         A sensação era indescritível, e durou no máximo um minuto, a adrenalina ainda corria pelo seu corpo, mal notou quando já estava no chão esperando a vez de Regina que demorou mais alguns minutos para tomar coragem e pulou, a ouviu gritar quando fez e começou a rir, ficou olhando até acabar o salto da garota que não durou muito também. Quando o da morena terminou foram tirar os equipamentos dela que demorou  mais algum tempo e então ela foi até a Emma cambaleando um pouco por causa da tontura que o salto fazia sentir. Emma a abraçou e sentiu Regina rir em seu pescoço durante o abraço.

         — Você está bem? — a loira perguntou sussurrando perto do ouvido da morena que sentiu um arrepio.

         — Estou. — respondeu ignorando a sensação — Só, por favor, não vamos fazer isso de novo.

         Emma começou a rir e se afastou da amiga que estava corada, estavam perto o bastante para sentir a respiração um pouco alterada uma da outra. Emma olhou para Regina e ajeitou o cabelo dela, e lá estava Emma de novo a olhando daquele jeito, a morena desviou o olhar procurando olhar para qualquer outro lugar que não fosse os olhos esverdeados que a fitava de forma intensa.

         Quebraram o contato quando um instrutor foi até elas perguntar o que acharam, elas responderam, e depois foram para o carro.

         No caminho todo conversaram, sobre o dia, e o que Regina havia achado e sentido, a morena respondeu, ocultando as partes que percebeu os olhares de Emma em si, e como era diferente de qualquer pessoa que olhava par ela.

         — Então nada de esportes radicais da próxima vez? – Emma perguntou sorrindo.

         Regina franziu os lábios e olhou para Emma que olhava para a estrada ainda.

         — Não, adorei o salto, mas sem mais adrenalina da próxima vez.

         Ela escutou a risada de Emma ecoar no carro e pensou que talvez a risada da loira fosse uma das coisas preferidas dela, iria sentir falta daquilo.

         — Não se preocupe não terá mais nada do tipo na lista. — disse pegando em uma das mãos da morena e apertando levemente.

         — Você podia me dizer qual será a próxima... — comentou como se não quisesse nada.

         — Nem pensar! — balançou a cabeça — Não tente trapacear comigo, Regina!

         — Certo, então. — concordou cruzando os braços — Pode pelo menos me dizer quando será a próxima?

         Ela balançou a cabeça que sim.

         — Estava pensando em fazer umas duas por semana, três no máximo.

         — Concordo. — sorriu — Mas bem que você...

         — Não! – respondeu cortando a morena que a olhou como se quisesse jogar algo na cabeça de Emma.

         O resto do caminho apenas falava sobre coisas banais, nada que acrescentasse em muita coisa, mas que era de certa forma agradável, a companhia uma da outra muitas das vezes era apenas o suficiente, mesmo que estivessem caladas. Chegaram à casa da Regina e Emma entregou a chave do carro para a morena antes de se despedir e como nas outras vezes a loira a abraçou antes de beijá-la no rosto, como sempre. Mas dessa vez não havia sido igual, não para Regina.