Sunrise escrita por Marimachan


Capítulo 1
Nosso Sol


Notas iniciais do capítulo

Well... não achei que ficaria legal a tradução da música durante o capítulo, mas pra quem ainda não conhece a música, recomendo que ouça. É perfeita. :3
Tradução aqui: http://letras.mus.br/our-last-night/sunrise/traducao.html
Qualquer erro, POR FAVOR, reportem nos comentários. ^^Boa leitura! ;)



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Cada um de nós carrega demônios que nos perseguem até o fim de nossas vidas. Demônios que por muitas vezes nos fazem cair em grandes buracos que parecem nunca chegar ao fim. Quanto mais caímos, mais longe sentimos que o fim de tudo está.

A escuridão por muitas vezes é nossa única companheira. A tristeza e a solidão nos consomem, e percebemos que estamos sozinhos em nossas angústias; que apenas os demônios nos fazem companhia. Buscamos de todas as formas encontrar a saída para nosso desespero, mas não conseguimos ver o futuro. Não conseguimos enxergar a esperança. Sentimos-nos verdadeiros prisioneiros, tendo a consciência de que jamais alcançaremos a liberdade, de que o quê nos aguarda no final é apenas desespero e, por fim, a morte.

É exatamente nessa situação em que me encontrei durante oito anos. Presa ao fato de Arlong ter a vida das pessoas que eu amo nas mãos. Tentando no meio de tudo aquilo buscar uma alternativa. Buscar uma única fonte de esperança.

Minha fonte era o dinheiro e uma promessa a qual descobri, no fim de tudo, que era fundada em falsas intenções. Uma promessa feita em cima do meu desespero em acreditar que tudo tinha jeito.

Todas as noites eu permanecia naquele quarto, ao som dos gritos de tantas pessoas a quem Bellemere-san amava. Ao som dos meus próprios gritos. Ao som da morte que alcançara minha mãe de forma tão cruelmente requintada de preconceito e ideais estúpidos.

Por oito anos eu me senti encurralada em um buraco escuro e fundo, acreditando que ninguém mais poderia ajudar. Sentindo que não importava o que dissessem, o que pensavam, ninguém mais estava enterrada nessa escuridão. Eu era a única que deveria estar ali, eu era a única que deveria lutar.

Enganei, roubei, traí.

Tudo para conseguir alcançar meu objetivo. Alcançar meu sonho de liberdade. Buscando mudança, buscando dias melhores desesperadamente, sem ter ninguém em quem confiar. Alguém com quem eu pudesse dividir meu fardo, meus demônios.

A mágoa de estar carregando comigo a marca de quem roubou minha esperança e minha liberdade. A mágoa que tinha que suportar de todos aqueles com quem eu me importava, de estar culminada com o inimigo.

Oito anos abandonada. Com medo. Imersa numa profunda fuga.

Sim, eu fugia de todos esses demônios procurando prazer na única coisa em que podia confiar: o dinheiro. Agarrava-me com todas as forças a essa única falsa alegria. Correndo atrás de uma enganosa esperança, enquanto navalhas afiadas e cruéis pareciam destroçar minha felicidade em pequenos pedacinhos de inexistência.

E soterrada nesse poço sem fundo que vivi até que ele aparecesse. Até que enfim, sem perceber, eu encontrei alguém a quem me agarrar e pedir ajuda.

Pedir socorro...

Sorrio ao ouvir as gargalhadas lá fora. Pareciam estar se divertindo. Levanto-me da cadeira onde estava sentada, desenhando o mapa da última ilha em que estivemos.

Enquanto desenhava, as lembranças e os pensamentos apenas foram surgindo sem que eu pudesse impedir. Quando me dei conta de que minha mente já não estava mais ali, já havia parado de desenhar fazia bons minutos.

Caminho até a porta de minha sala e me encosto ao batente da mesma, cruzando os braços e me pondo a observar a algazarra que Luffy fazia com Chopper e Usopp no convés, enquanto Zoro os xingava por não o deixarem dormir em paz. Sanji estava saindo da cozinha com uma pequena bandeja onde carregava cuidadosamente uma xícara do que aparentemente era chá e caminhava em direção a Robin, que conversava tranquilamente com Brook. Franky permanecia debaixo das laranjeiras de Bellemere-san, trabalhando em algum tipo de nova arma pro Sunny.

Observo a todos eles por um momento.

Todos aqueles a quem hoje eu posso chamar de nakamas carregam seus demônios, assim como eu carrego os meus. Todos eles passaram por situações que outras pessoas nunca sonharam em presenciar. Todos feridos, de alguma forma, pela vida e pelo destino que se mostrou cruel e sem piedade com cada um deles.

E então automaticamente olho em direção ao garoto bobo e inocente, com um chapéu de palha na cabeça que ria sem preocupação alguma das histórias de Usopp.

Sorrio.

Todos salvos pelo elo mais forte daquela tripulação.

Com certeza, atualmente, todos pensando da mesma forma que eu: não vamos sucumbir à morte ou ao desânimo antes de deixarmos nossas marcas. Antes de realizarmos nossos sonhos. Antes de fazermos a diferença. E encontraremos toda a determinação e confiança necessária naquele que nos arrastou para o mar e nos mostrou que não precisamos enfrentar o mundo, e as diversas situações da vida, sozinhos.

Seguiremos com o nosso próprio Sol: o nosso capitão.

||De tempos em tempos, surgem entre os seres humanos
Pessoas que parecem transpirar amor, tão naturalmente como o sol.
Dando calor.
||


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Notas finais do capítulo

Até mais! ;)