The phoenix escrita por estrelinha


Capítulo 4
O mistério continua...


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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A simples pergunta de Liam, fez com que uma confusão de pensamentos se firmassem na minha cabeça. Eu lembrei do meu último aniversário e sobre o quanto eu era amada. Deixei escapar um suspiro denso e demorado.

– Isso realmente não importa! - exclamei em um fio de voz. Todos permaneceram calados por alguns segundos.

– Ouviram isso? - perguntou Lydia quebrando o silêncio. Tentei apurar minha audição, mas não consegui ouvir nada.

– O que você está ouvindo? - questionou Stiles.

Eu não estava entendendo, mas pela expressão da garota ruiva, coisa boa não era.

– Ouço gritos... é uma criança! - afirmou Lydia. Seus olhos estavam fechados e ela tentava se concentrar em algo. - Acho que podemos chegar lá antes que aconteça. - decretou com convicção.

– Antes que aconteça o quê? - perguntei.

– Outro incêndio! - respondeu. Engoli a seco.

– Então vamos! - disse Scott se levantando do sofá.

– Ei! E eu? Vão me deixar aqui? - indaguei sentindo as cordas machucarem meus tornozelos.

– É melhor levarmos ela. - disse Kira. Todos concordaram e Malia veio até mim e cortou as cordas com suas garras. Levantei e fui até eles.

– Talvez seja melhor você ir embora. Não conte a ninguém o que aconteceu aqui, não seria uma atitude inteligente. - ameaçou Scott. Mordi os lábios irritada.

– Não! Eu quero ir com vocês, preciso descobrir o quê ou quem matou meus pais. Vamos! - incentivei caminhando porta à fora. - Espera! Afinal, onde nós estamos indo? - perguntei e todos olharam para a Lydia.

– Apenas sigam-me, só espero não ser tarde demais. - disse Lydia andando em direção ao carro.

Scott e Malia foram com Stiles no Jeep e Kira, Liam e eu fomos com Lydia no carro dela.

– Você sabe pra onde está indo? - perguntou Kira para a ruiva.

– Não, mas estou seguindo a minha intuição. - informou Lydia enquanto dirigia. Stiles nos seguia e eu só conseguia pensar que tudo aquilo parecia um longo pesadelo. Talvez uma hora eu acordasse assustada. Mas é claro que isso não ia acontecer, por mais impossível que a situação possa parecer, é tudo real e eu tenho consciência disso.

– Consigo sentir cheiro de fumaça. - comentou Liam.

– Acho que estamos perto! - murmurou Lydia.

Olhei para o horizonte e notei as chamas intensas.

– Não acredito! acho que chegamos tarde demais. - lamentou Kira.

Descemos do carro e corremos até o local. Lá fora havia uma garota da nossa idade, ela estava ajoelhada no gramado, completamente aos prantos. Scott desceu do Jeep e foi até ela.

– Oi, além de você, tinha mais alguém na casa? - perguntou rapidamente.

– Minha irmãzinha, eu não consegui tirá-la de lá. Eu tentei, juro que tentei... - disse a garota mostrando as queimaduras em sua perna. Fechei os olhos lamentando pela situação. Eu queria poder fazer alguma coisa.

– Ela está viva, consigo ouvi-la chorando dentro da casa. - informou Liam ao meu lado.

– O que vamos fazer? - questionou Lydia.

– Precisamos entrar lá! - decretou Scott chegando perto de nós.

– Como? Isso seria suicídio. - alertou Kira.

Por favor, alguém me ajude, eu... eu não quero morrer...– paralisei quando consegui ouvir a voz da criança que vinha lá de dentro. Ela tossia e respirava com dificuldade.

Eu precisava fazer alguma coisa. Todos ao meu redor discutiam como entrariam na casa. Mas por algum motivo eu fui atraída pelas chamas, era como se fossem parte de mim. Sem pensar duas vezes, corri em direção ao fogo.

– Ivie! - consegui ouvir alguém chamar o meu nome, no entanto, eu fui rápida demais, meus pés tocaram o fogo, mas nada aconteceu, as chamas não me tocavam, era como se elas me respeitassem. Olhei para trás e vi que todos estavam boquiabertos, minha expressão não devia ser diferente. Virei as costas e corri para as escadas, era de lá que vinha um som contido de choro. Abri a porta cor de rosa e percebi que se tratava do quarto de uma criança de aproximadamente cinco anos. O fogo tomava conta de tudo, eu a procurava pelo cômodo, ouvi uma tosse vinda do armário, corri até lá e o abri rapidamente. A menina estava sentada no móvel, seus olhos assustado refletiam o desespero da situação.

– Não se preocupe, eu vou tirar você daqui. - falei enquanto a pegava no colo.

– S-seus olhos... são diferentes! - sussurrou com dificuldade, eu tinha certeza que os meus olhos estavam violetas e isso me fazia enxergar muito bem em meio a quantidade densa de fumaça. Sorri e corri com a menina em direção à saída, era incrível como o fogo se afastava quando eu passava. Saí da casa incendiada e todos me encaravam perplexos. Entreguei a garotinha para a irmã e ela me devolveu um largo sorriso tentando limpar as lágrimas.

– Obrigada! - agradeceu com um suspiro aliviado. Eu assenti indo em direção ao grupo de pessoas da escola. Eles me fitavam com um misto de confusão e admiração. Eu estava constrangida com os olhares. A sirene do corpo de bombeiros soou e quando eles chegaram, prestaram atendimento à Anna, a menina que eu salvei, já que ela havia inalado muita fumaça.

Voltamos para a casa da Lydia em silêncio, agradeci mentalmente por eles não fazerem perguntas que eu não saberia como responder. Peguei meu carro na garagem da ruiva e fui para casa.

[...]

No outro dia eu não fui para a escola, pesquisei tudo o que podia sobre os incêndios que vinham aterrorizando a cidade, alguém estava por trás desse mistério. As vítimas se tratavam de um professor do reformatório local, um garoto de dezessete anos, uma psicóloga, minha família e as garotas de ontem. Mas o pior de tudo era que não havia ligação alguma entre essas pessoas. Suspirei derrotada, passei o dia todo pesquisando e me deparei com um monte de nada, nenhuma pista, nenhuma evidência. Me joguei em cima da cama, minha cabeça estava explodindo em pensamentos. Me sentei na cama ouvindo um barulho vindo do lado de fora, a janela estava aberta e a árvore lá fora chacoalhava. Semicerrei os olhos e peguei o meu skate velho, quem quer que estivesse lá, ia se arrepender. Alguém pulou a janela, e eu, sem hesitar, revirei o skate no indivíduo com toda a força que podia.

– Ai! - grunhiu o ser caído no chão. - Por que você fez isso? - foi quando eu o reconheci.

– Liam!? O que faz aqui? Por que pulou a janela? - questionei.

– Eu só quero falar com você. Não esperava por essa recepção tão... calorosa. - devolveu irônico. - Você tem força.

– Aparentemente sim! - concordei olhando o Skate estraçalhado no chão. - Mas nunca se sabe quando alguém pode entrar no meu quarto e me amarrar em uma cadeira. - retruquei com a voz carregada de sarcasmo.

– Me desculpa por aquilo. - disse sincero.

– Não! Foi humilhante! Mas isso não vem ao caso agora. O que eu quero saber é o que você veio fazer aqui e como sabe onde eu moro? - indaguei.

– Bem, o Stiles sabia. - respondeu dando de ombros.

– E como o Stiles soube?

– Ele é filho do xerife, então... acho que deve ter mexido nas coisas do pai.

– Hm... - sibilei desconfiada. - E o que você está fazendo aqui? - questionei pegando um ursinho de pelúcia caso eu precisasse me defender. Liam riu da minha atitude. Taquei o urso nele e sentei na cama cruzando os braços. Ele deu de ombros.

– Você não foi para escola hoje, eu vim ver como estava depois de ontem. - respondeu sentando ao meu lado, me afastei imediatamente.

– Não sei se posso confiar em você.

Ele mordeu os lábios e retirou algo do bolço.

– Precisei terminar o cristal sozinho na aula de ciências, minha parceira de laboratório não foi então... - disse pegando minha mão e colocando o cristal azul nela. Sorri com aquilo.

– Ficou lindo! - falei colocando a pedra em cima da escrivaninha. Liam levantou e foi até mim. Seus olhos estavam cravados nas fotografias que eu tinha pregado no quadro de avisos.

– Seus pais? - perguntou e eu assenti. - Eles pareciam ser muito legais.

– Eles eram incríveis! - falei com um sorriso fraco.

– Você parecia ser mais feliz. - reparou olhando as minhas fotos.

– Eu era muito mais feliz. - comentei.

– Acha que algum dia vai voltar a ser? - perguntou olhando em meus olhos. Pensei um pouco.

– Lembra de ontem, quando eu tirei aquela menina da casa incendiada?

– Claro!

– Aquilo me fez feliz, eu fiquei satisfeita em me arriscar. Foi uma surpresa quando percebi que o fogo não me machucava. Aquela atitude me fez bem, é por isso que eu estou pesquisando tanto. - apontei para as folhas de papel espalhadas pela cama e para o caderno com minhas anotações. - Talvez, quando o culpado de tudo for pego... talvez assim, eu volte a ser feliz. - respondi. Liam sorriu.

– Nós vamos descobrir quem fez isso Ivie. - disse com um sorriso lindo. Não havia ironia, sarcasmo, nem mesmo prepotência naquele sorriso. Isso me fez imitar o gesto dele e tocar a sua mão.

– Obrigada! - falei desviando o olhar em um gesto tímido.

– Lydia quer falar com você. Ela tem um bestiário, um livro antigo com alguns nomes de seres sobrenaturais e suas habilidades. Podemos descobrir o que...

– Que monstro eu sou? - questionei.

– Você não é um monstro. É apenas diferente, isso é bom! Foi isso que te permitiu salvar aquela criança ontem. - disse me fazendo refletir e concordar.

– Você está certo! - afirmei com a cabeça.

– Bem... eu vou indo! E sobre o que você fez ontem... foi incrível! Seus pais ficariam orgulhosos. - disse Liam pulando a janela em seguida


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