The phoenix escrita por estrelinha


Capítulo 1
Incêndio misterioso


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :D



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Como quase todos os finais de semana, meus pais e eu fomos para a cabana. Meu pai era um chef de cozinha alegre, ele sempre fazia uma fogueira e nós assávamos os marshmallows enquanto inventávamos histórias de terror, quem contasse a história mais assombrosa ganharia marshmallows e quem contasse a pior história lavaria a louça do jantar, quase sempre minha mãe ganhava e meu pai lavava a louça. Havia vezes em que eu levava Sarah e Tyler, meus melhores amigos, mas naquele dia estávamos apenas eu e meus pais. Lembro que eu fui dormir, estava cansada da viagem e a noite fria me fazia querer ficar embaixo do edredom o tempo todo.

Eu não sabia que horas eram, mas acordei com um clarão e um cheiro forte de fumaça, abri os olhos me deparando com as chamas intensas vindas do andar de baixo, eu estava em pânico, o fogo se espalhava rapidamente pelas paredes, eu tentava gritar, chamei meus pais, mas eles não responderam, o desespero tomou conta de mim e tudo o que eu conseguia fazer era chorar. A cabana era feita de madeira e isso facilitava a rápida disseminação do incêndio, não havia para onde correr, não havia como se salvar. Eu tossia em demasia, meus olhos ardiam e minha visão estava turva, o fogo chegava perto de mim cada vez mais, eu estava com falta de ar, não conseguia respirar por causa da fumaça. Uma espécie de tonteira tomou conta do meu corpo. Eu apaguei!

Abri os olhos lentamente tentando me acostumar ao ambiente claro, eu estava deitada sobre a cama do que me pareceu ser um hospital, aos poucos comecei a lembrar do que tinha acontecido, seria impossível sobreviver ao incêndio, não havia como sair de lá, mas o improvável aconteceu. Eu sobrevivi, de alguma maneira eu estava viva. Uma das enfermeiras entrou no quarto quando percebeu que eu estava acordada.

– Como se sente? – ela perguntou de maneira gentil.

– Onde estão os meus pais? – foi a primeira coisa que me veio à cabeça. A enfermeira tentou disfarçar o semblante triste, e naquele momento eu soube que as notícias não seriam boas. Uma lágrima grossa escapou de meus olhos. Eu não queria pensar no pior.

– Eu vou chamar a psicóloga, ela vai conversar com você.

– O que aconteceu com os meus pais? Eu não preciso de psicóloga, nada do que ela me disser vai fazer com que a dor seja menor. Então por favor, me diga! – exclamei entre soluços, as lágrimas não cessavam.

– Sinto muito! Eles não resistiram. – ela comentou. Engoli a seco, eu tentava controlar minha respiração, aquela era a pior dor do mundo. – Você quer um copo d'água? – perguntou. Eu balancei a cabeça negando.

– C-como eu sobrevivi? – perguntei com dificuldade.

– Você foi encontrada fora da casa pelos bombeiros, estava desmaiada. – ela explicou – Você não lembra de como escapou? – perguntou enquanto tocava meus cabelos gentilmente.

– E-eu não sei, foi tudo muito rápido, pensei que eu fosse morrer. O que causou o incêndio? – perguntei em um fio de voz.

– Eu não sei, o xerife está investigando o que houve. – explicou. – Você precisa descansar. Meu nome é Melissa, qualquer coisa me chame. – ela disse.

– Eu não quero descansar, eu quero ir embora daqui, eu... eu quero os meus pais – eu tentava controlar o choro mas era impossível. A enfermeira me lançou um olhar piedoso.

– Sinto muito querida, mas você precisa descansar. Sofreu uma terrível perda hoje, algumas horas de sono lhe farão bem – disse Melissa injetando algo com uma seringa em meu braço. - Vai ficar tudo bem.

– Não eu... – tentei ponderar mas já era tarde, meu corpo foi tomado por um total estado de dormência.

[...]

Acordei me deparando com uma cabeleira ruiva esparramada na poltrona do acompanhante, eu conhecia muito bem aquela pessoa maluca.

– Tia Marjorie? – indaguei com a voz fraca.

– Ah, oh... oi querida! – ela disse em meio a um bocejo, apesar de ser uma pessoa extremamente alegre, naquele momento ela parecia muito abatida, como se tivesse chorado muito, seus olhos demonstravam olheiras profundas.

– Eu ainda não acredito no que aconteceu. Eu não sei o que será de mim agora, eu nunca mais vou ser a mesma pessoa. – sibilei cabisbaixa.

– Ivie, meu bem. Você tem a mim, posso não ser a melhor pessoa do mundo, mas eu nunca deixaria a minha sobrinha preferida desamparada. – ela disse e eu forcei um sorriso.

– Eu sou a sua única sobrinha.

– Ah, é mesmo! por isso que você é a preferida – ponderou Marjorie. Revirei os olhos – Mas acho que mesmo se eu tivesse uma dúzia de sobrinhos, você continuaria sendo a preferida. – confessou com um sorriso terno, eu sorri antes da abraça-la forte. Eu precisava de um abraço, isso foi o bastante para que eu começasse a chorar novamente.

– Obrigada! – agradeci com a voz embargada. – Me diga, quando vão me dar alta?

– O médico disse que assim que você acordasse eu já poderia leva-la para casa.

– Vou morar com você? Aqui em Beacon Hills? – ela assentiu. – Mas e a escola? E os meus amigos? – perguntei lembrando de Sarah e Tyler, seria bom estar com eles nesse momento.

– Sinto muito Ivie, vou pedir a sua transferência, você vai precisar estudar aqui. – ela disse e eu assenti tentando disfarçar a decepção em meu semblante.

[...]

Chegamos na casa de minha tia, ela tinha uma loja de artigos espirituais ao lado da casa. Marjorie dizia ser uma paranormal, uma pessoa que se comunica com os mortos, eu é claro, nunca acreditei, e embora pareça um pouco insensível da minha parte, mas para mim, ela não passa de uma farsa, alguém que ‘’ invoca’’ os espíritos dos mortos e diz às pessoas o que eles falam em troca de um pequeno pagamento. Mas bem... é um meio de sobreviver.

Eu até que gostava daquela loja, era muito aromática por causa das velas perfumadas que ela mantinha acesa. Isso sem falar nas coisas sinistras e legais que eu encontrava por lá, dava pra fazer uma ótima festa de halloween.

Nós entramos na casa e ela me guiou até um quarto, as paredes eram brancas e a mobília simples formada por uma cama de casal, uma estante vazia acompanhada de uma escrivaninha e um armário de guardar roupas.

– Eu sei que é simples, mas podemos mandar buscar as suas coisas e podemos comprar tinta para pintar esse lugar com uma cor mais alegre. – ela disse tentando me agradar.

– Parece bom – foi o que eu disse, mas não, nada mais parecia ser bom.

– Bem, eu vou deixar você descansar, vou até a loja desembalar as mercadorias que chegaram. – ela disse.

– Tudo bem! – concordei. Ela saiu deixando a porta entreaberta. Suspirei pesado e caminhei até o espelho, encarei a garota do reflexo, aquela ainda era eu, mas nunca voltarei a ser a garota alegre de antes. Baixei a cabeça por um momento e quando voltei a encarar o espelho, meus olhos estavam diferentes, aproximei meu rosto do espelho e percebi que se tratava de um violeta intenso, pisquei várias vezes e quando voltei a olhar meu reflexo, meus olhos estavam na cor verde sem graça de sempre. Eu devo estar ficando maluca, só pode!


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