Vingança de Fogo escrita por mestradefaces


Capítulo 1
Prepare-se pequena rainha de gelo


Notas iniciais do capítulo

Apreciem a leitura.



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Dizer que Hans estava furioso era um eufemismo. Ele estava verdadeiramente irado.

Há malditos 14 meses ele estava naquele buraco de rato. E por culpa de quem? Por causa daquela pirralha ridícula, que se enrabara desvergonhadamente num camponês qualquer, e a vadiazinha do gelo irmã dela, mais conhecida como rainha Elsa. Rainha... Ao pensar nessa palavra ele cuspiu desdenhoso. Rainha porra nenhuma! Ela era um monstro, isso sim!

Ele estremeceu de frio. Naquela merda nunca fazia calor?

Ele riu consigo mesmo. Claro que não. Por isso que a prisão em que estava se chamava "tumba de gelo". A prisão mais ao norte dos reinos, onde o gelo nunca desaparecia e de onde só se podia sair dentro de um caixão. O lugar reservado para os piores criminosos. Pelo menos ele tinha uma cela só para ele. Mas também, quem iria querer dividir a cela com ele? Ele tinha se metido em brigas desde a sua primeira semana. No início, ele praticamente só apanhava, mas lentamente ficou mais rápido e forte e virou um dos presos mais temidos. Até que chegou o dia em que ele matou cinco companheiros de cela numa briga completamente desarmado. Desde então ele vivia separado dos outros presos.

Subitamente, o ex-príncipe se lembrou da primeira vez que ouviu falar da prisão em que estava. Ele tinha oito anos, e o preceptor dele e de seus irmãos lhes falou sobre esse maldito lugar durante a aula. Dois de seus irmão se viraram e o olharam maldosamente.

"Nada mau mandar esse pirralho para lá, não?"

"Com toda certeza, cara"

Os dois falaram rindo dele. Por mais que a raiva fervesse em seu íntimo, ele nada disse. Sabia que se reclamasse levaria uma surra e os dois não seriam punidos. Sua mãe morrera quatro anos atrás, e era da opinião de todos, que a culpa era de Hans. Além de seus adorados irmãos, ninguém mais falava isso abertamente. Mas ele podia sentir isso e ocasionalmente podia captar conversas em que ele podia ouvir: "Pobre rainha!" "Ela era muito boa" "Treze filhos, ela não precisava de mais um" e por ai vai. Até seu pai o olhava com desgosto.

Hans não se lembrava direito de sua mãe. Ela estava sempre fraca e doente. Tudo por causa de seu 14º parto, em que ele nascera. Mas lembrava vagamente de seu olhar doce. Ela sempre o protegia dos seus irmãos. Mas quando ele tinha quatro anos, ela morreu. O desprezo que seus irmãos alimentavam por ele, por conta dele ser o mais novo e o mais protegido, rapidamente virou ódio.

Porém, ele era ingênuo. Tentou mudar isso. Se esforçou, treinou e estudou muito, para conseguir a aceitação de todos e orgulho do pai. Logo ele se tornou forte e astuto. Porém, independentemente do que ele fizesse, sempre um dos irmãos era melhor. E se por algum motivo ele se sobressaísse, os irmãos o botavam naquele que eles achavam que era o seu devido lugar.

Com o tempo, foi crescendo um rancor nele contra tudo e todos. Porém, ele descobriu uma arte: A manipulação.

Era tão fácil manobrar as pessoas. Impressione-as sendo inteligente, porém sem ser arrogante, bom lutador, sem ser metido a agredir os outros ou se gabar, compreensivo, sem se meter na vida dos outros. Com tudo isso, mais gentileza, beleza e carisma, ele conseguia manobrar qualquer um a sua vontade.

Desse jeito, ele controlava a todos no castelo. O mais engraçado era ver como os seus irmãos metidos a brigões se enfureciam por não saberem como ele conseguira fazer eles fazerem o que ele queria, e os inteligentes frustados por não compreenderem seus planos.

Então, ele viu a oportunidade perfeita para vingar-se completamente. Quando foi requisitado um representante para a coroação da rainha Elsa, ele imediatamente se prontificou. Se ele conquistasse a rainha e casasse com ela, viraria rei. E ser o soberano de um país ainda maior e mais rico que o que nascerá seria a vingança final em seus irmãos e seu pai.

Elza, porém era conhecida como "a intocável". Convenientemente, ela tinha uma irmã. Conquistá-la foi facílimo.

Porém, no final tudo dera errado.

E agora, ele estava naquela prisão. Mas ele sairia de lá. E então, se vingaria.

Seus pensamentos foram cortados pela voz de um dos guardas, que anunciou monotonamente: Vossas majestades príncipes Sebastian e Klauss.

Seus irmãos, agasalhados em capas e peles quentes e luxuosas o olharam com desprezo por trás das grades.

-Como vai idiota? - riu Klauss. Hans trincou os dentes. Klauss era um de seus irmãos mais fortes. Ele nunca esquecera as surras épicas que ele lhe dava.

-Francamente, você só nos causa problemas. - falou Sebastian com um sorrisinho irônico nos lábios.

-Calem a porra das bocas! - rugiu Hans, se levantando repentinamente e andando até as barras de ferro que o separava de seus irmãos.

Quem visse o ex-príncipe agora não acreditaria que ele era o jovem bem apessoado de meses atrás. Seus cabelos estavam longos, batendo no final da cintura, e estavam bagunçados e sujos. As suíças que ele usava nos lados do rosto haviam sumido, e em seu lugar uma barba por fazer aparecia nos maxilares. Ele estava magro de um modo doentio, porém seus músculos estavam mais fortes do que nunca. Seus olhos eram como os de uma fera assassina, loucos e cheios de ódio.

Porém seus irmão não se assustaram.

-E o que você vai fazer? Chorar? Correr pro colo da mamãe? A é, você não pode fazer isso, já que a matou - falou Klauss.

-Você sempre foi a desonra da família, um fracote patético - disse Sebastian.

O sangue de Hans fervia. Nem mais frio sentia. A única coisa que havia es seu coração era ódio. Que por sinal, foi aumentando, até sua mente ser obscurecida e sua visão tomada por uma nevoa vermelha, enquanto seu coração gritava por vingança.

Em tão, de repente, tudo estava em chamas.

Hans não tinha certeza, mas sabia que o fogo vinha de si. Uma aura de chamas reluzia em volta dele. Seus irmãos recuaram aterrorizados e gritaram pelos guardas, porém o ex-príncipe derreteu as barras de ferro facilmente. Ao sair da cela, viu que todos os guardas o encaravam com medo. Hans simplesmente sorriu.

Uma hora depois, tudo o que sobrara da prisão foi um monte de tijolos. Havia corpos carbonizados por todos os lados. No meio da carnificina, estava Hans. O mesmo fechou os olhos, saboreando o cheiro de queimado e os gritos de agonia dos que ainda não haviam morrido. O ex-príncipe apesar de apreciar a cena, sabia que não deveria se demorar. Arrumou roupas limpas no meio dos destroços, além de comida e uma boa quantia de ouro, essa última pega dos cadáveres de seus irmãos.

Hans vestiu um fino casaco preto longo de capuz por cima da camisa branca e da calça larga preta, não por sentir frio, mas para passar despercebido. Mas isso era trivial agora, ele tinha uma vingança em mente. Ele mataria seus outros irmãos, claro, mas antes...

-Prepare-se, pequena rainha de gelo – disse ele com um sorriso verdadeiramente demoníaco – vou reduzir você e a sua irmã a pó!


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Notas finais do capítulo

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