Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 9
Provocações.


Notas iniciais do capítulo

Meninas lindas, eu só ia postar segunda, mas como vocês têm sido muito maravilhosas comigo, decidi postar mais um capítulo hoje. Espero que gostem, beijooos :*



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Acordei bem cedo e resolvi me dar ao luxo de ir correr um pouco. Então quando tentei levantar da cama e senti minhas costas protestando de dor após meu pequeno incidente ontem, estava pensando seriamente em desistir. Fui pro closet escolher alguma roupa, passei em frente ao espelho e levantei a camisola, e lá está, uma enorme mancha roxa. Isso dói... Dói pra cacete. Tudo bem Sophie, só uma pequena mudança de planos. No fim acabei desistindo mesmo de qualquer exercício que exigisse meu esforço físico, escolhi uma calça social que era bem confortável, o machucado era bem na parte das costelas, então eu precisava procurar uma blusa decente que não exigisse sutiã. Por fim, encontrei uma blusa confortável o suficiente e larga o suficiente que não marcasse meus seios e separei um blazer branco para tentar parecer mais formal, saltos não tão altos como o de costume, infelizmente. Tomei um banho e pedi pra Luke passar um gel pra dor em mim.

“Meu Deus mulher... Você foi agredida por quem?” Ele disse após ver o estrago em mim.

“Por mim mesma e minha burrice. Agora, por favor, tenha todo carinho do mundo pra passar esse troço.” Deitei vagarosamente de bruços na cama. “Finja que você está massageando o seu namorado fotográfo.”

“Interessante sua escolha de palavras...” Luke passou um pouco do gel nas mãos e esfregou as duas juntas.

“Por que interessante? Aiiiiiiiiiiii!” Gritei de dor quando ele encostou em minhas costas.

“Meu amor, desculpe. Mas, eu mal toquei em você. Você precisa tomar um remédio pra dor e logo. E por acaso, Kenny me ligou ontem à noite, ele está voltando pra Nova Iorque próxima semana!” Ele não iria conseguir esconder a animação na voz, mesmo que tentasse.

“Baby... Fico tão feliz por você. Mas, eu espero que você saiba o tamanho do desperdício que é para nós mulheres um partido igual você torcendo pro outro lado.”

“E eu não acredito que você disse ‘um partido’. Você está realmente ficando velha...”

“Cala a boca idiota. Não estou nada...” Resmunguei. Luke tentou fazer uma massagem leve, mas eu logo pedi pra parar, estava realmente dolorida. Ele me deu uns comprimidos pra dor, tomei, me vesti e levou o triplo de tempo do que o normal e fui trabalhar.

Desci do carro, entreguei as chaves para um dos seguranças e pedi pra estacioná-lo. Coloquei meus óculos de grau e abri meus e-mails no celular enquanto fui para os elevadores. Sim, eu peguei o elevador por puro desespero de dor nas costas, subir todos aqueles andares de escada, seria suicídio. Quando abri a caixa de entrada, quase morri ali mesmo. 548 e-mails não lidos, acompanhados de 86 mensagens de textos, 53 mensagens de voz e 67 ligações perdidas.Você está proibida, permanentemente, de tirar folgas no meio da semana Sophie. Quando sai do elevador, ainda pasma com tudo o que tinha acontecido em apenas 24hrs, vi Emily ao telefone.

“É o fim do mundo acontecendo? Só pode ser!” Parei de frente a ela.

“É o Sr. Trammer na linha.” Ela falou afastando o telefone um pouco.

“Ah não, agora não.” Preferia a morte do que lidar com meu pai agora. Emily fez uma cara de espanto e desligou o telefone. “O que ele disse?”

“Que já que a senhorita não atende as ligações, ele vem aqui mais tarde.” Ela falou receosa.

“Ah, mas é uma merda mesmo. O que falta pra completar esse dia de cão senhor?” Olhei pra cima, pedindo mentalmente piedade.

“Sophie...” Ouvi alguém me chamando.

“O que é?” Disse de forma grossa e me virei.

“Eu queria apresentar vocês, de uma forma mais formal.” Matthew disse com o braço em volta da cintura da demônia. “Sophie, essa é Lindsay, minha futura esposa e Lindsay essa é Sophie, minha chefe.”

“É um prazer.” Sorri falsamente.

“Sophie... Sophie rima com sofri. Já reparou?” Ela riu. “Sophia seria mais bonito...” Controle-me senhor, para não arrancar os cabelos dessa vadia um por um.

“Lindsay não é o nome daquela atriz que é drogada e alcoólatra?” Perguntei me virando pra Emily que tentou esconder o riso.

“Eu achei que as duas iriam tentar se entender.” Matt disse sério.

“Claro que sim amor.” A demônia ruiva beijou seu rosto. “Eu sou uma pessoa muito fácil de lidar Sophie, a família do Matt em peso me adora.” Ela falou sorrindo. Ai vadia...

“Que bom pra você!”

“As duas famílias já estão começando a planejar o dia de ação de graças, não é querido?” Ela encostou a cabeça em seu braço. Ele sorriu e assentiu. “Aonde você e sua família vão celebrar?” Matthew ficou completamente sem graça com a pergunta que a demônia havia acabado de fazer, talvez pelo fato de eu não ter uma família, e eu fiquei bem puta.

“Lindsay...” Ele disse calmamente.

“Tudo bem Matt.” Sorri disfarçando a vontade de matá-la. “Eu vou viajar, mas ainda não decidi pra onde... Esse é o lado ruim de ser muito bem sucedida, são tantas opções do que fazer, você sabe. Aliás, ainda vai saber, já que o seu livro não está nem acabado ainda... Mas, se você se esforçar e trabalhar bastante, talvez um dia possa escolher em que hotel de luxo vai passar o feriado, igual a mim.”

“Só que dinheiro não compra tudo...” Ela falou irônica.

“Meu amor, quem disse isso, é por que não sabia o endereço da loja.” Pisquei cinicamente.

“Bom... Então nos vemos no almoço amor.” Matthew disse se virando pra demônia, tentando evitar o clima pesado. “Aproveita a manhã livre para conhecer a cidade e tentar se acostumar.”

“Eu duvido muito me acostumar com esse caos, mas tudo bem.” Ele a beijou brevemente nos lábios e ela andou de volta aos elevadores.

“Ok, amigas já entendi que não vai rolar. Talvez vocês aprendam a se suportar.” Ele disse indo em direção à sua sala.

“Não eleve muito suas expectativas.” Voltei minha atenção para Emily. “Tá bem, vamos por partes...” Comecei a repassar com ela tudo o que tinha acontecido ontem na minha ausência e fiquei sabendo que uma loja nossa tinha sido vandalizada. Assaltos em Nova Iorque eram comuns, já tínhamos passado por situações iguais a essa, mas de atos de vandalismo era a primeira vez. Fui à sala do senhor, excelentíssimo, vice-presidente tratar do assunto.

“Nós não temos interesse em fazer negócios desse tipo no momento...” Ele falou ao telefone, entrei e pensei em sentar, mas desisti por conta da dor nas costas. Fiquei em pé com as mãos encostadas na cadeira. Matt fez uma cara de ‘Só mais um minuto.’ e eu aguardei. “Algum problema?” Ele disse pondo o telefone em cima da mesa.

“Vários problemas.” Respirei fundo. “Eu tenho como que 500 coisas pra resolver, mas eu estou realmente incomodada com o fato de uma loja minha ter sido vandalizada.”

“Nossa.” Ele me corrigiu. O olhei confusa. “Nossa loja.” Ele repetiu como se fosse o óbvio.

“Minha loja.” Falei com ênfase no ‘minha’. “Quero imagens e nomes dos suspeitos.”

“O Black já está cuidando das investigações, acredito que até a tarde nós vamos ter a identificação de quem fez isso.”

“Houve vazamento de informações para a imprensa?”

“Está sendo manchete de vários jornais locais.” Não, não... Tudo menos um escândalo público.

“Então era isso que Richard queria tratar comigo no telefone...” Cobri o rosto com as mãos. Matthew se levantou e ficou na minha frente.

“Ele provavelmente só quer saber sobre informações Sophie, nós não demos nenhum pronunciamento oficial, então o que rola pelos jornais são só as especulações.”

“Ele vai me comer viva... Apenas isso” Minha voz soou mais desesperada do que eu gostaria.

“Calma, senta aqui...” Ele pôs a mão em minha cintura e eu me afastei gemendo de dor. “O que houve? A queda machucou mesmo?”

“Mais do que você imagina.” Curvei-me de dor me apoiando na mesa.

“Eu tenho um spray pra dor aqui nas minhas coisas, ele adormece o local machucado.” Ele saiu procurando nas gavetas. “Onde está doendo?”

“Aqui nas costelas.”

“Você vai precisar levantar a blusa...”.

“Não vou levantar a blusa na sua frente. Me dá esse negócio que eu mesma passo isso em mim.”

“Ah, sério?” Ele debochou. “Quero ver você passar isso nas costas estando toda dura de dor.” Bufei e revirei os olhos.

“Está bem.” Comecei a tentar tirar o blazer, mas estava difícil até fazer isso.

“E quer passar o remédio sozinha... Não consegue nem tirar a própria roupa.” Ele resmungou e me ajudou a tirá-lo.

“Não vem com grosserias ok? Foi culpa sua isso ter acontecido.”

“Culpa minha?!” Ele falou ofendido. “Eu mandei você vir correndo feito uma louca no corredor?”

“Primeiro que você manda porra nenhuma. E segundo, se você não tivesse feito toda uma cena pra fazer um pedido de demissão, eu não teria saído correndo feito uma louca atrás de você.”

“Primeiro, sim eu mando, aprenda a aceitar isso. Segundo, se você não fosse uma mimada de cabeça quente e não tivesse armado todo um circo aqui ontem, eu não iria ter ido pedir demissão.”

“Só passa essa merda logo.” Falei sem paciência já. Levantei a blusa e fiquei de lado em sua frente, onde estava o machucado.

“Nossa.” Ele disse surpreso. “Eu não imaginava que estava assim tão ruim...” Matthew ficou de joelhos e começou a aplicar o spray e passar a mão levemente pra espalhar o produto.

“Cuidado com essa mão. Posso te processar por assédio sexual.”

“Eu que deveria te processar. Não tem alguma lei que proíba mulheres irem trabalhar sem sutiã?”

“Acontece que no meu estado atual, eu não consegui por um. E não é como se eu precisasse... Você sabe, os meninos estão sempre firmes e no devido lugar.”

“Oh Deus...” Ele pôs a mão na cabeça.

“O que foi?”

“Eu estou sendo pago pra ouvir esses comentários que põe à prova o meu autocontrole masculino?”

“Na verdade está. Cala a boca e termina logo de passar esse troço.”

“Argh...” Ele continuou aplicando o produto e então se levantou. “Pronto senhorita. Como está se sentindo?”

“Um pouco irritada, um pouco dolorida, um pouco excitada...” O peguei de surpresa com a última declaração, mas me fiz de inocente e comecei a tentar por meu blazer de volta.

“Deixa que eu faço isso.” Ele ficou atrás de mim o vestindo lentamente pra não me machucar. Ironicamente, por uma peça de roupa nunca foi tão sensual.

“Seu perfume é muito bom. Já disse isso?”

“Já.” Sorri lembrando da nossa noite no elevador. “A Lindsay sabe?”

“Sabe do quê?” Virei ficando de frente pra ele e bem próximo.

“Que rola um clima entre a gente.” Falei o mais natural possível.

“Não rola um clima entre nós.” Ele disse sem tirar os olhos da minha boca.

“Você mente muito, muito mal.” Sorri.

“Nós trabalhamos juntos, você é minha chefe e apenas isso. Achei que já tínhamos conversado sobre o assunto e deixado as coisas bem claras.” Dei mais um passo em sua direção.

“Então vai me dizer, que não pensa no que aconteceu aquela noite?” Coloquei as mãos em seus braços e comecei a alisá-los. “Nós dois, sozinhos, naquele elevador...” Ele respirou pesado.

“Você pensa?”

“Talvez... Quem sabe...” Dei de ombros, ele fechou os olhos e balançou a cabeça.

“Você não facilita pra mim não é?”

“Se eu facilitasse, não teria graça.” Aproximei minha boca da sua e nossos lábios encostaram levemente, quando ele abriu um pouco a boca para me beijar, eu me afastei. “Muito obrigada pelo remédio.” Sorri educadamente. “Quando meu pai chegar eu peço pra Emily te avisar e fazemos uma reunião sobre o caso de vandalismo.” Ele me olhava como se não estivesse entendendo nada. Eu apenas me virei e sai da sua sala me sentindo maravilhosamente bem e com meu ego intacto. Ai Lindsay demônia... Se eu fosse você, seria muito boazinha comigo. Por que na hora que eu quiser, eu acabo com esse seu quase casamento.

Richard chegou mais ou menos umas duas horas depois, Black, Matthew e eu nos reunimos com ele afim de descobrir o que todos queríamos: Quem havia invadido a loja. Como estava na presença de Black, Richard tentava pegar leve comigo, os dois eram amigos de muitos anos e ele não queria que Black tivesse uma imagem de que ele era um péssimo pai, mesmo ele sendo.

“Nós já conseguimos fazer o reconhecimento fácil de um elemento, eram três no total. Ele já possui passagens na policia por furto.” Black terminou o breve discurso sobre o caso.

“Devemos fazer um pronunciamento pra imprensa agora?” Matthew perguntou.

“Eu acho melhor esperarmos mais um pouco, até termos certezas das informações que vamos dar. Podemos convocar a imprensa no fim do dia, acredito que até lá já vamos ter mais material sobre o caso.” Falei sem tirar os olhos do relatório que Black nos entregou.

“Muito bem, então no fim do dia vocês dois fazem um pronunciamento oficial.” Richard se levantou. “E Sophie, faça a graça de terminar isso logo. Você adora começar uma coisa e não terminá-la.”

“Concordo totalmente Sr. Trammer.” Matthew disse me olhando irônico. “Ela adora começar coisas e não terminar.” Eu belisquei sua coxa por debaixo da mesa e ele resmungou. Richard e Black se olharam sem entender o que estava acontecendo.

“Pode deixar pai, até o fim do dia estará tudo resolvido.” Sorri.

“Acho bom mesmo.” Ele saiu e eu levantei, vagarosamente, ainda um pouco dolorida e sai da sala também. Matthew passou por mim. “Ow bonitão.” Gritei por ele que se virou em minha direção. “Mais um comentário daqueles na frente do Richard e eu corto sua língua fora.”

“Te deixei constrangida?”

“Um pouco, na verdade.”

“Estamos quites então.” Ele saiu e eu só tive mais certeza de que sim, minha presença mexia com ele, só precisava saber usar isso ao meu favor e eu iria ter certeza de que seria muito divertido.

Luke e eu combinamos de ir almoçar juntos. Desci e o esperei vir me buscar, depois de alguns minutos, ele chegou e fomos para um restaurante tailandês. Chegando lá, Luke foi ao banheiro e eu fiquei o esperando no bar para depois irmos para nossa mesa. Pedi um suco de laranja e morango e fiquei tomando tranquilamente enquanto esperava. Fiquei pensando na vida, no trabalho, no Matt, pra variar... E então tive meus desvaneios interrompidos.

“Sophie?!” Ouvi alguém me chamando, quando me virei, eis a surpresa.

“Connor?!” Ah não... De novo não...


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