Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 88
Se não fosse amor - Cap. 45: O futuro Trammer-Davis.


Notas iniciais do capítulo

Boa noiteeeeee!!!!

Boa leitura meninas,
Beijão!



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POV Sophie Trammer

Matthew estava dirigindo a caminho do hospital enquanto eu mordia o dedo em uma forma de tentar me manter calma, mas é que poxa vida... Richard tinha enfartado, isso era algo sério, ele poderia ter morrido no fim das contas!

“Eu já te disse, liguei no hospital e ele está bem...” Matt tirou minha mão da boca. “Eu não quero que isso acabe com nossa alegria agora.” Ele falou sério e colocou sua mão em cima da minha barriga a alisando. Esbocei um sorriso e coloquei minha mão sobre a sua.

“Não vai acabar nossa alegria, prometo. Só estou preocupada... Ele não tem mais 17 anos de idade.”

“Ele vai ficar bem, eu tenho certeza.” Ele segurou minha mão e a beijou.

Poucos minutos depois chegamos ao hospital, perguntamos na recepção o quarto que Richard estava e nos encaminhamos até ele. A enfermeira pediu que entrássemos um de cada vez, então Matthew me disse para entrar enquanto ele ligava para Brian para avisar que já estávamos no hospital. Eu o deixei no corredor e entrei no quarto de Richard, receosamente. Ele estava assistindo televisão, enquanto tomava algum medicamento na veia e olhou duas vezes na minha direção, tão surpreso quanto eu fiquei ao vê-lo quando estava internada.

“Olá.” Falei me sentindo um pouco constrangida e ele apenas acenou ainda chocado. “Então...” Cruzei os braços, desejando que um buraco no chão se abrisse para eu entrar. “O que houve?”

“Começo de enfarte.” Ele respondeu e percebi que ele falava com um pouco de dificuldade.

“Eu soube dessa parte...” Me aproximei um pouco da sua cama. “Mas o que levou isso a acontecer?”

“Ah, bom...” Ele limpou a garganta. “Eu tive um encontro muito agradável com minha doce ex mulher.”

“Entendo.” Sentei na poltrona ao lado da cama. “Vocês discutiram?”

“Algo assim.” Ele disse e eu assenti. “Porque veio? Não disseram ao telefone que eu anda não morri?”

“Eu pensei que como você foi me visitar quando eu estava doente...”

“Você não precisa vir aqui por obrigação.” Ele me interrompeu e voltou a olhar para a televisão.

“Não foi por obrigação, foi...” Parei por um momento e ele me olhou com a testa franzida. “Eu fiquei preocupada.” Murmurei e desviei o olhar dele.

Ficamos alguns momentos em um silêncio devastador, até que a enfermeira entrou no quarto para verificar como ele estava.

“O seu marido quer saber se precisa de alguma coisa.” Ela me perguntou gentilmente.

“Eu estou bem, obrigada.” Sorri e ela assentiu saindo.

“Nunca pensei que estaria vivo pra te ver casar.” Richard disse olhando distraído para a televisão.

“Nem eu botava muita fé em mim.” Comecei a prestar atenção na televisão também, estava passando um episodio antigo de CSI – Investigação criminal. “Você não me deixava ver essa série... Uma das minhas frustrações.” Cruzei as pernas na poltrona.

“Você tinha 10 anos de idade.” Ele me olhou sério.

“Eu sempre fui muito madura pra minha idade e... Meu Deus!” Falei perplexa. “Enterraram o cara vivo!” O olhei incrédula. “Ai que nojo... Os insetos estão comendo ele!”

“Era por isso que eu não a deixava assistir...” Ele bufou e mudou de canal.

“Enfim...” Revirei os olhos. “Quando vai ter alta?”

“Parece-me que amanhã.”

“Isso é bom...” Disse pensativa e ele me olhou confuso. “Não precisa me olhar com essa cara cada vez que eu abrir a boca para falar algo. Eu não desejo que você morra, na verdade espero que viva ainda por muitos anos.”

“Isso é novidade para mim.” Ele recostou-se na cama.

“Para mim também.” Confessei. “Mas... Na verdade eu acho que entendo como foi difícil para você esse anos. Tendo que criar uma bastarda que é a cópia da sua ex...”

“Você se parece muito com Beatriz mesmo, mas apenas fisicamente.” Ele disse pensativo. “É exatamente como ela era na sua idade, sem tirar nada. Mas, ironicamente, não faço ideia como, tem o gênio dos Trammers.” Richard falou e eu senti um orgulho de mim ao ouvir aquilo, sorri sem conseguir me conter.

“Eu sempre fui uma Trammer melhor que você.” Disse com diversão e ele riu.

“Não abuse.”

“E você e Amy já assinaram os papeis do divorcio?”

“Já... Mas ela não está satisfeita com a pensão que estou disposto a dar.”

“Você sequer tem obrigação de dar uma pensão, vocês não tem filhos juntos.” Disse. “Já é muita bondade da sua parte querer dar algum dinheiro para ela.”

“Ela não trabalhou durante todos esses anos, viveu todo esse tempo as minhas custas e não teria como ter uma renda. Não sou um amor de pessoa, mas tenho escrúpulos. Não seria certo deixá-la sem nada.”

“Mesmo assim, ainda não acho justo. Posso falar com Brian, Matthew pode dar uma olhada no processo...”

“Eu devo estar aparentando ser muito digno de pena mesmo...” Ele disse com ironia.

“Eu só estou tentando ajudar.”

“Desde quando você se interessa por algum problema meu? Aliás...” Ele me encarou. “Desde quando nos interessamos pelos problemas um do outro?”

“Você não precisa fingir que não se importa comigo, eu sei que isso é mentira. Você me ajudou quando eu precisei e eu quero ajudar agora. Não é isso que a família faz?”

“Somos uma família?” Ele cerrou os olhos.

“Sei que temos mágoas um do outro. Foram anos de brigas, discussões... Um sempre tentando ser o certo da situação. Mas a verdade é que, mesmo sem querer admitir isso para os outros e até para mim, eu sempre quis ser a melhor em tudo por que achei que você iria gostar mais de mim se eu fosse a mais bonita, a mais inteligente e a mais bem sucedida. Isso não aconteceu, entretanto...” Sorri sem graça, porque nunca havia tido uma conversa tão íntima assim com ele antes. “Sempre foi motivo de muito orgulho para mim, poder dizer que eu era Sophie Trammer e quando eu descobri que nunca fui essa pessoa...” Parei de falar engolindo em seco o nó em minha garganta.

“Acho que no fundo era isso o que mais me irritava, saber que em tese você não era nada minha, mas parecer tanto comigo a ponto de nunca duvidarem sobre a verdade. As pessoas te olhavam e sempre achavam alguma semelhança entre nós, semelhanças que eu sabia que não existiam e eu senti raiva, senti raiva de mim mesmo o tempo todo, não de você. Eu que fui enganado, eu que deixei me levar por aquela psicopata... Já você soube manipular ela. Soube negociar para que ela fosse embora e nos deixasse em paz. Isso foi muito frustrante para mim.” Ele desviou o olhar de mim. “E tentei te irritar de todas as maneiras inimagináveis. Não queria admitir que você era boa, que era inteligente e muitas vezes, mais inteligente que eu. Não importava o quanto eu te atormentava, você não desistia nunca.” Ele me olhou sério. “Uma legítima Trammer. Minha filha.” Ele disse e voltou a olhar para a televisão.

Aquilo era tudo o que eu sempre quis ouvir, tudo o que eu havia esperado a minha vida toda. Ele me reconhecer como sua filha e eu sentir que ele era o meu pai. Não podíamos voltar no passado e tentar fazer as coisas diferentes, mas talvez pudéssemos agir diferente de agora em diante. Principalmente depois de descobrir sobre minha gravidez, eu não queria que meu bebe nascesse em um ambiente de brigas e conflitos.

“Então já que você me considera sua filha agora, eu talvez precise te contar uma coisa...” Falei um pouco receosa, mas quando ele me encarou continuei a falar. “Você vai ser avô.”

“Como é?” Ele perguntou perplexo e olhou para minha barriga. “Você? Mas... É sério?”

“É muito sério.” Sorri. “Tô grávida Richard.”

“Mas como?”

“Foi feito pelo jeito tradicional, se é isso que você quer saber.” Falei rindo, mas ele continuava em estado de choque com a noticia. “Fiquei tão surpresa quanto você, soube ainda hoje mais cedo. Eu tinha poucas chances de engravidar, mas elas existiam, então...”

“Matthew está de acordo com isso, não é?” Richard perguntou e eu sabia o motivo dessa pergunta. Da última vez em que tinha ficado grávida, o pai da criança não reagiu muito bem a situação.

“É diferente dessa vez. Eu tenho consciência do que estou fazendo e o Matthew, bem... Acho que está mais feliz até do que eu, ele sempre quis ser pai.”

“Isso... Bem... Que bom.”

“Eu estou feliz Richard. Dessa vez é de verdade, eu estou tão feliz que dá medo.”

“Medo? Do quê?”

“De que alguma coisa aconteça e acabe com isso. Eu não tenho recebido muitas boas noticias nos últimos anos e agora parece que está tudo perfeito.”

“Então eu sugiro que você viva o momento.” Ele disse. “Não achei que você fosse conseguir engravidar um dia, mas se aconteceu... É ótimo que tenha sido na hora certa.”

“Eu sei.” Sorri. “E é bom você se recuperar logo, por que meu filho precisa de um avô que more perto dele.” Ele esboçou um sorriso.

“Já dá pra saber o sexo?”

“Eu ainda vou fazer a ultrassom, nem sei de quantas semanas eu estou...” Dei de ombros rindo. “Bom, eu vou te deixar descansar então, só queria ver se estava bem.” Fiquei de pé. “Dê noticias, por favor.” Pedi e ele assentiu.

Andei até a porta, até que o ouvi chamar pelo meu nome e olhei em sua direção.

“Quando eu voltar para casa, se você quiser, pode ir lá, qualquer dia.” Richard disse visivelmente sem graça.

“Eu vou pai.” Sorri e saí do quarto, sentindo que podia finalmente respirar direito. Sempre amei Richard, só era uma pena ele ter tido que quase morrer para perceber isso.

Quando levantei o olhar, vi Brian correndo em minha direção e me levantando enquanto rodava comigo no ar.

“Eu vou ser tio!” Ele disse animado, me colocando no chão.

“Não conseguiu se aguentar né?” Olhei para Matthew rindo, que levantou as mãos se assumindo culpado. “Sim Brian, você ser tio.” Disse para ele, que me puxou de novo, me abraçando.

“Eu nem consigo acreditar! Já contaram para todos?” Ele perguntou.

“Não tivemos tempo ainda, assim que eu soube recebi sua ligação sobre Richard.” Matt explicou.

“Deus... O Richard.” Brian bateu em sua testa. “Como ele está?”

“Ele está até bem, parece que amanhã já vão dar alta para ele.” Disse e ele respirou aliviado.

“Minha mãe é fogo mesmo...” Ele bufou. “Mas me digam, quando vão contar para todo mundo?”

“Eu não sei...” Olhei para Matthew. “Não tinha pensado nisso ainda...”

“Podemos marcar um jantar hoje.” Matt disse.

“Claro, façam isso. Eu vou com Mabel assim que ela sair do trabalho.”

“Então é melhor irmos logo para casa organizar tudo.” Falei para Matthew e ele me deu um beijo na testa.

“A gente vai se falando Brian!” Eles se despediram e saímos do hospital.

Ao longo do caminho para casa, fui contando para Matthew tudo o que tinha acontecido entre meu pai e eu. Parecia que nós finalmente tínhamos levantado uma bandeira branca da paz, o que era um alivio para ser sincera, saber que depois de anos eu poderia tentar ter um relacionamento saudável com Richard.

Quando chegamos em casa, Luke e Kenny já estavam lá, brincando com Baby e Cristal, mas nos controlamos para não dizer nada sobre nosso bebe, apenas contamos sobre Richard e avisamos que queríamos chamar todos para jantar conosco mais tarde. Kenny se encarregou de chamar Ethan e ele consequentemente falaria com Lenny. Brian já iria trazer Mabel e como a família de Matthew já tinha ido embora – graças a Deus – Só seriamos nós mesmo. Nada contra meu futuro sogro e cunhadas, mas a sogrinha sem noção me deixava mais contente quando estava longe e eu sequer tinha ideia de como ela iria reagir quando soubesse da minha gravidez.

Kenny saiu para fazer um trabalho e Luke subiu para dormir, enquanto Matt e eu ficamos deitados no sofá da sala assistindo televisão juntos.

“Você prefere menino ou menina?” Ele me perguntou, alisando minha barriga.

“Acho que não tenho preferência...” Disse pensativa. “E você?”

“Também não... Mas confesso que seria legal um menininho.” Ele sorriu. “Poder ir jogar bola, encher essa casa de carrinhos e tudo mais. Ia ser divertido.” Ele falou com tanta animação, que seus olhos brilhavam.

“Tem que nascer com seus olhos.”

“E seu sorriso” Matthew falou e nos beijamos.

“Não vejo a hora de fazer a ultra... Saber se está tudo bem com ele, ou com ela.” Falei preocupada, eu sabia que não seria uma simples gravidez, iria exigir muitos cuidados e eu queria fazer tudo certo e quanto antes começasse a cuidar do meu bebe, mas saudável ele ia ser.

“Sabe como alguns casais preferem não saber o sexo do bebe até o nascimento?” Ele disse e eu assenti. “Eu não tenho problemas com isso, assim que der pra saber eu quero saber.” Ele falou com diversão, me fazendo rir.

“Eu também quero saber. É melhor, assim a gente já compra tudo certinho para ele e o quarto dele.”

“Nossa, o quarto... A gente deveria decorar aquele com a varanda. É bem ventilado e iluminado, tem aquela janela enorme...”

“Verdade, adoro aquele quarto...” Concordei. “A gente podia ir vendo alguns móveis com cores neutras.”

“Por mim, seriam todos brancos. As paredes e os detalhes vai depender do que esse pequeno decidir ser.” Ele sorriu.

“Se for menino a gente pode escolher um azul bem claro.” Falei.

“E se for menina, obviamente, tudo rosa.”

“Ah, tem que ser!”

“E como a gente vai contar pro pessoal? Vamos só jogar a noticia e pronto? Fazer uma cena dramática?”

“Acho que a gente podia fazer algo mais criativo...” Sorri maliciosamente.

“E algo me diz que você já tem alguma ideia em mente...” Ele riu.

Pedimos para Luke e Kenny irem ao restaurante buscar nosso jantar, eu inventei uma desculpa de que ainda ia tomar banho e que iria demorar e que Matthew já iria cuidar de colocar a mesa, então eles não puderam negar.

Matthew e eu cuidamos de tudo para a surpresa e alguns minutos depois, Ethan e Eleanor chegaram, seguidos de Brian e Mabel. Ficamos conversando enquanto Luke e Kenny não chegavam e quando isso aconteceu, todos foram para a cozinha fazer seus pratos, exceto por Matthew e eu, que voltamos para a mesa com três balões brancos, um para cada casal.

“É uma festa e eu não estou sabendo?” Luke perguntou e Brian nos olhou tentando conter um riso.

“Quase isso.” Falei para ele.

“Tem uma surpresa em cada um dos balões, vocês tem que estourar para saber, mas um de cada vez.” Matthew explicou e todos ficaram de pé, nos olhando curiosos.

O balão com o número um pintado, tinha ficado com Brian e Mabel. Ele estourou e um papel caiu no chão. Mabel o pegou e o leu em voz alta.

“Nós vamos.” Ela falou e nos olharam confusos. “Nós vamos o quê?”

“Tem que estourar o resto dos balões para saber.” Matthew deu de ombros.

O próximo estava com Lenny e Ethan. Ela cravou as unhas, o estourando e Ethan pegou o papel.

“Ter um.” Ele leu rindo e senti meu coração bater mais forte quando Kenny estourou o último balão.

Luke não leu o papel em voz alta logo, como os outros fizeram, ele leu para si e olhou para mim com os olhos cheios de lágrimas, me fazendo chorar também. Kenny pegou o papel da sua mão e o leu em voz alta.

“Bebe.” Kenny franziu a testa. “Um bebe?” Ele repetiu e todos nos olharam surpresos.

“Mas vocês vão adotar ou...” Ethan perguntou e eu coloquei as mãos na barriga.

“Vocês vão ter um bebe mesmo?” Mabel perguntou animada.

“Vamos!” Matthew disse sorridente e Luke veio correndo me abraçar, seguido de todos os outros.

“Isso é incrível!” Ethan falou e abraçou Matthew. “Meus parabéns, vocês merecem.”

“Obrigado cara.” Matt disse e eu desejei por um momento uma câmera para poder filmar essa cena, por que era única, com certeza.

“Nossa família está aumentando!” Luke me falou emocionado.

“Está sim!” O abracei de novo e o que era para ser um simples jantar, acabou se tornando um jantar de comemoração, para o novo Trammer-Davis que estava a caminho.

Dias depois...

Já havia feito a primeira ultrassonografia e segundo Ian, eu estava com quase nove semanas, mas ainda não dava para saber o sexo do bebe, então teríamos que esperar mais algumas semanas.

Richard já estava melhor, mas agora andava mais ranzinza do que nunca graças a nova dieta que ele tinha que seguir. Nada de frituras, comidas gordurosas ou muito salgadas. Resumindo, ele só poderia comer comidas que não tinham gosto.

“E se conseguirmos manter os níveis de produção e as vendas continuarem estáveis, não vamos precisar que haja corte de pessoal.” Falei diante os acionistas da empresa.

“A crise econômica vai nos atingir uma hora ou outra, devemos tomar providências de agora.” Um deles disse.

“A crise vem sendo pauta dessas reuniões por anos.” Matt disse. “Mas ela nunca nos atingiu de maneira desastrosa, não entendo por que insistem em perder tempo com isso.”

“O fato é que os gráficos das vendas decaíram.” O acionista retrucou.

“Não estamos em alta estação, é normal que as vendas na parte de comercio decaiam.” Falei firmemente. “Mas estamos mantendo os lucros em outras áreas. Alimentação, lazer... As pessoas não deixaram de sair para comer, ou de se divertir.”

“E por fim, acaba que uma área supre a necessidade da outra.” Matt concluiu minha linha de raciocínio.

“Se houver corte de pessoal agora, em um momento tão critico como esse na industria, os nossos efetivos podem se sentir pressionados, até desmotivados e a nossa rotatividade nunca esteve tão baixa, temos funcionários que trabalham conosco há 20, 25 anos.” Falei. “Não vamos desligar ninguém, nem que eu tire do meu bolso o salário de quem ficar faltando.”

“Mas...”

“Mas nada.” Interrompi outro acionista que iria discordar de nós, com toda certeza. “Já está decidido, sem cortes.” Falei impaciente. “Próxima pauta.”

Seguimos com a reunião e eu não via a hora daquele tormento acabar. Eu participava das reuniões semanais e sempre dava um apoio para Matthew e Brian quando preciso, principalmente agora que Brian estava em lua de mel e Matthew tinha ficado sozinho, eu acabava ajudando nas partes burocráticas. Revisar alguns contratos, analisar propostas e todas essas coisas chatas, mas ajudava a passar o tempo e o lado bom é que eu poderia fazer isso de casa.

“Ai Jesus, achei que não ia acabar mais!” Entrei no escritório de Matthew, seguida por ele e tirei os saltos, sentando no sofá.

“Quem diria que a louca por trabalho, hoje solta fogos quando pode ir embora.” Ele entrou rindo e fechou a porta.

“É que antes eu não tinha vida fora daqui né querido?” Falei com sarcasmo. “E agora o coitado do seu filho tá sendo esmagado dentro dessa calça.” Disse e Matthew sentou ao meu lado, colocando minhas pernas em seu colo e massageando meus pés.

“Porque meu filho tá crescendo.” Ele beijou minha barriga, que estava um pouquinho maior do que o costume.

“Eu preciso comprar umas calças mais confortáveis, com toda certeza...” Disse rindo e ele riu também.

“Eu ainda tenho algumas coisas para fazer, mas se você esperar eu vou com você ao shopping.”

“Gente, para tudo! Meu noivo, lindo, maravilhoso, se oferecendo para fazer compras comigo?!” Disse incrédula.

“Pra você ver o que eu faço por você...” Ele fez uma careta e eu o beijei.

Quando dei por mim, já estava em cima de Matthew, sem o blazer e ele com a camisa quase toda desabotoada, enquanto o paletó se amontoava no chão. Aí eram apenas mãos, lábios, línguas... Todos aqueles toques que causavam todas aquelas sensações que só ele me fazia sentir. Eu sentia sua ereção por cima da calça e eu sabia que já estava mais do que pronta para ele também. Não sabia explicar o que acontecia entre nós dois, se era apenas o amor que sentíamos que fazia com que tivéssemos desejo um pelo outro o tempo, ou se nós éramos dois maníacos sexuais. Mas a verdade é que mesmo depois de todo esse tempo que nós nos conhecíamos, nosso beijo ainda dava aquele frio na barriga, como se fosse o primeiro. E iam de calmos e lentos, para quentes e sensuais de um minuto para o outro. E eu amava isso. Apenas esperava que mesmo depois do casamento e do bebe, nós mantivéssemos essa chama acesa um pelo o outro, por que honestamente, não sei se eu ia conseguir algum dia me cansar do efeito Matthew Davis.


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