Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 54
Se não fosse amor - Cap. 11: Desilusões.


Notas iniciais do capítulo

Bom dia gatissimas!
Obrigada por serem tão compreensivas por eu não ter postado logo, mas a correria tá acabando, as férias estão chegando, ai vocês vão me ver sempre por aqui!
Quero falar com vocês sobre um assunto, mas vamos conversar lá embaixo tá?
Beijos,
Boa leitura,
Suy.



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POV Matthew Davis

Então era isso, eu a beijei e fui correspondido e muito bem correspondido... Só confirmava o que eu já tinha certeza, ela me quer tanto quanto eu quero ela, mas é orgulhosa demais para admitir isso. Eu me importo com isso? Sim e muito, por que quer dizer que enquanto ela não aceitar que quer ficar comigo, ela ainda vai ficar com aquele cara, mas então por que raios eu não consigo tirar esse estúpido e patético sorriso do rosto por todo o caminho até o trabalho? Acho que por que desde que ela acordou do coma, esse beijo foi a única coisa boa que me aconteceu.

As coisas entre Lindsay e eu não poderiam estar piores. Ela não perdia a oportunidade de me pressionar e me fazer sentir culpado. Eu sei que eu não sou culpado, não fiz esse filho sozinho (sim, digamos que o filho é meu). Mas eu tinha ficado realmente emocionado com a ultrassonografia em que a acompanhei, mesmo sem conseguir ver nitidamente, já que ela ainda está no começo da gestação, foi incrível ver que tem uma vida ali e se tudo saísse conforme planejado, aquele bebê iria ser minha vida quando nascesse.

Andei distraído nos meus pensamentos, estava passando pela recepção quando escuto alguém me chamar. Paro e me viro na direção da voz.

“Black!” Sorriu educadamente.

“E então? Como ela está?” Ele perguntou sorridente. Essa tem sido a nossa rotina, visito Sophie, venho trabalhar e Black é um dos primeiros a me parar para perguntar sobre noticias dela.

“Bem melhor!” Digo animado.

“Graças a Deus!” Ele diz aliviado. “Escuta, eu precisava conversar com ela sobre umas coisas... Acha que devo ir ao hospital?”

“Eu não sei...” Falei pensativo. “Sobre o que seria?”

“São coisas só entre nós, se o senhor não se importar.” Ele falou sem graça.

“Achei que tínhamos combinado que nada de ‘senhor’.” Sorri. “Eu entendo que vocês são próximos e você sabe que é o homem de confiança dela, mas é que dependendo do assunto, acho melhor esperar um pouco... Você sabe como é delicado o processo de recuperação dela e principalmente, conhece ela melhor que ninguém, ela viria se arrastando pra cá se soubesse de algum problema. É algo muito sério ou pode esperar um pouco? Até ela estar em casa pelo menos, ai você pode ir visitá-la.”

“É sério, mas nada urgente... Você tem razão, tem que ter muito cuidado com o que se fala na frente dela, aquela menina é louca por trabalho.”

“Sabia que tivemos que confiscar o celular dela pra que ela não possa ligar pra cá?” Disse com diversão e Black gargalhou.

“Richard também tinha essa empolgação logo quando assumiu a presidência, é uma pena que ele tenha deixado essa empresa tão de lado. Mas Sophie e você estão fazendo um ótimo trabalho.”

“Ele só foi vê-la uma vez Black e quando ela ainda estava inconsciente...”

“Você é relativamente novo no relacionamento dos dois, acredite, já foi pior.” Ele lamentou. “Espero que algum dia percebam que não vale a pena essa discussão infantil, mas o problema é que são parecidos demais.”

“Ela não tem nada a ver com o Richard!” Franzi a testa.

“Não tem?” Black falou irônico. “Dois mal humorados, grosseiros, sem paciência, cabeças duras e orgulhosos.” É, tenho que admitir... Ele tinha acabado de descrever Sophie e Richard.

“O genes dos Trammers não são fáceis de se lidar...” Falei rindo.

“Estou a mais de 30 anos presente nessa família, imagine só o que eu já não tive que presenciar.” Ele disse com divertimento. “Eu preciso dar uma saída, mas mande lembranças minhas a Sophie, todos aqui ficam me perguntando sobre ela, aparentemente o pessoal daqui sente falta dos gritos dela.” Eu ri do comentário.

“Pode deixar, eu dou o recado. E diga pro pessoal que muito em breve eles vão estar tendo que agüentar os gritos dela novamente.” Black assentiu e eu voltei a fazer meu caminho para o escritório.

Parei para conversar um pouco com Emily e a atualizar sobre o estado de Sophie também.

“Assim que ela receber alta, quero ir vê-la.” Ela disse alegremente.

“Ela vai gostar de te ver.” Sorri e fui para minha sala.

Brian chegou pouco tempo depois e começamos a debater sobre algumas propostas que tínhamos recebido. Uma reunião semanal era feita com esses tópicos e assim, decidíamos quais projetos iríamos financiar ou não. Coloquei meu celular no silencioso, por que Lindsay tinha pegue o péssimo hábito de ligar 500 vezes por dia e eu não tinha mais saco de ficar rejeitando suas chamadas. Eu sabia que dadas as circunstâncias, isso era errado de se fazer, afinal ela estava grávida e eu acompanhei de perto a gravidez da minha mãe, sabia que mulheres tendem a ficar mais emotivas por causa dos hormônios e toda a família de Lindsay estava na Califórnia, embora eu tenha sugerido que ela fosse para lá, ela obviamente quis ficar aqui em Nova Iorque, por que assim fica mais fácil de me encher o saco. Passei praticamente o resto do dia debatendo com Brian sobre os projetos que tínhamos agora, entre eles, um para financiamento de armas de fogo.

“Esse aqui com certeza está fora de questão...” Brian disse enquanto lia rapidamente o projeto. “A não ser que você queira matar a Sophie do coração.”

“Bom, é um projeto como tantos outros... Não posso descartar assim que chega.” Recostei-me na cadeira. “Qual problema dela com armas de fogo?”

“Um dos primeiros investimentos do pai de Richard foram em armas de fogo, embora renda muitos dólares para nossa conta, a Sophie é contra essas coisas. Vá por mim, descarte esse.”

“Tudo bem.” Dei de ombros.

Particularmente não era muito fã de armas também, mas eu tinha que olhar de uma forma empresarial, técnica. Não era como se eu fosse passar a andar com uma arma na cintura, mas afim de evitar dores de cabeças futuras, era melhor descartar essa idéia mesmo. Brian começou a mexer nos bolsos e retirou o celular de um deles.

“Alô? Oi Luke... Tudo bem sim, o que aconteceu?” Ele disse e eu fiquei em alerta. Tinha acontecido alguma coisa com Sophie, só podia ser isso. Mas nem me ligaram... Tirei meu celular de dentro da gaveta e fora as 23 ligações de Lindsay, tinham 6 ligações de Luke. “É sério? Mas então... Sim, claro! Nós vamos para ai agora mesmo. Ah, ele ainda está ai?” Brian me olhou e eu estava nervoso, me controlando para não roubar o celular da mão de Brian para saber o que estava acontecendo. “Então nós vamos amanhã cedo, é melhor. Está bem, manda um beijo enorme pra ela. Ok Luke, até amanhã!” Ele desligou, finalmente.

“E então? O que foi?” Perguntei impaciente.

“A Sophie...”

“Sim, o que tem a Sophie?” Falei exasperado.

“Recebeu alta! Amanhã ela vai sair do hospital!”

“Nossa...” Respirei aliviado. “Isso é ótimo! Por que disse que só vamos lá amanhã? Vamos agora!” Levantei e Brian também ficou de pé.

“Aquele Ethan está lá com ela ainda...”

“E o que tem?”

“Cara, vocês estão tentando se suportar, mas não vamos abusar também. Eles devem estar no maior chamego por causa disso e eu sei que você fica se remoendo de ciúmes. Amanhã cedo nós vamos e levamos ela pra casa.”

“E por acaso você acha que amanhã cedo ele também não vai estar lá?”

“É, mas os ânimos já vão estar mais calmos. Vai por mim, só não quero ver um amigo mal por causa da minha irmã.”

“Olha, eu concordo, podemos ir só amanhã.” Voltei a sentar. “Mas você está um pouco enganado sobre sua irmã e o soldadinho...” Disse sorrindo.

“Como assim?” Ele falou chocado e se sentou de novo também.

“A gente vai voltar, eu tenho certeza.”

“Você tem certeza mesmo? Eles parecem bem Matthew e não me entenda mal, você é meu amigo desde que eu me conheço por gente, claro que prefiro vocês dois juntos, mas sejamos realistas também não é?”

“Se ela estivesse tão bem assim com ele como você acha, ela não teria me beijado.” Falei vitorioso e Brian ficou perplexo.

“Nem a Sophie sabe o que ela quer...” Ele riu. “Se você acha que vale a pena investir meu amigo, vai fundo. Só me poupe dos detalhes na próxima vez tá? Eu gosto de pensar que a Sophie é pura, que não beija na boca, não da uns amassos e que ainda é virgem.”

“Ela não é mais virgem e disso eu tenho absoluta e total certeza.” Falei tentando não rir.

“Eca Matthew que nojo!” Ele levantou andando para a porta. “Vê se mantêm esse seu pinto longe da minha irmã!” Brian saiu gritando e eu comecei a gargalhar.

Fiquei tentando me focar no trabalho para as horas passarem mais depressa, porém sem muito sucesso. A ideia de Sophie voltar para casa me deixou bastante animado e feliz por ela, afinal desde que ela recuperou a sua consciência, ela tinha se dado ao máximo para melhorar logo, mais do que ninguém ela merecia essa vitória. Levantei um pouco o meu paletó, admirando o relógio que ela tinha me dado de presente, parece que fazia tanto tempo... Como se fosse em outra época. Uma época cheia de promessas, que infelizmente eu não tinha cumprido. Passei a mão em meus cabelos e apoiei as mãos em meu queixo, ainda pensativo. O que você fez pra mexer tanto assim comigo Sophie Trammer? Ouvi meu telefone tocar, interrompendo os meus pensamentos.

“Davis.” Atendi com a rotineira saudação.

“Sr. Davis é Emily, ligaram da recepção dizendo que a Srta. Willians está lá embaixo querendo falar com o senhor. Eu libero a entrada dela?”

“Mas de jeito nenhum!” Falei tão alto que era capaz de Emily ter ouvido da mesa dela. “Eu desço, pode deixar.”

“Está bem senhor, eu aviso.” Emily falou educadamente e desligou.

Mulher grávida é doida, a Lindsay grávida é um hospício completo. Respirei Fundo e me amaldiçoei mil vezes por ter deixado essa situação acontecer.

“Matthew Jr.” Disse olhando com reprovação para o meio das minhas pernas. “Não dava pra ter ficado dentro da calça né? Não podia ser um bom rapaz e ficar dormindo, tinha que estar sempre na ativa.” Falei com sarcasmo.

Levantei-me e desci para a recepção, avistei Lindsay de longe. Os longos cabelos ruivos, estatura baixa, mas corpo perfeito. O tipo de mulher que faz qualquer homem babar e ficar de quatro, só tinha um problema, eu não conseguia sentir absolutamente mais nada por ela.

“Até que enfim...” Ela falou quando se virou e me viu. Vai começar...

“Desculpe, é que trabalhamos aqui.” Cruzei os braços e ela me olhou feio.

“Hoje é quinta feira Matt...”

“E amanhã é sexta. O que tem?”

“Ficamos de ir fazer compras para o bebê hoje!” Ela disse começando a se irritar.

“Não, você decidiu que ia fazer compras para o bebê.” Apontei para ela. “Não precisamos fazer compras agora Lindsay, está no começo na gestação, nem sabemos o sexo dele ainda. Vamos comprar bonecas e carrinhos e depois nos desfazer do que não vamos usar?”

“É, mas a Marissa fez um chá de baby, sem nem saber o sexo.”

“Não sou gêmeo da Marissa... E ainda bem né? Por que se não...”

“Por que se não o quê?” Lindsay perguntou arrogantemente. Engraçado como ela conseguia parecer mais alta do que era quando estava puta da vida. Por que se não, você tinha ido pra cama com esse outro irmão e teríamos que fazer um exame de DNA em três pessoas diferentes e da mesma família.

“Por nada, esquece.” Coloquei a mão nos bolsos.

“Matt, por favor, vamos comigo, eu quero comprar um monte de coisa para o nosso filho.” Ela estava costumando usar o termo ‘nosso filho’ com mais freqüência agora.

“Aqui...” Tirei a carteira do bolso e a entreguei meu cartão.

“O que é isso?”

“Isso é um cartão de crédito e débito. Lindsay, cartão. Cartão, Lindsay... Muito prazer.” Sorri ironicamente. Peguei um pedaço de papel e caneta e apoiei no balcão da recepção.

“O que está escrevendo?” Ela se aproximou com os olhos curiosos.

“A senha do cartão Lindsay...” Disse impaciente.

“Acho que eu lembro a sua senha.” Ela sorriu.

“Eu mudei a minha senha.” Pisquei para ela e entreguei o papel, com ela me olhando confusa.

“Mudou a senha da nossa conta conjunta e nem me avisou?”

“Não. A sua conta, agora individual, continua com a mesma senha. A minha nova conta que mudou.”

“Como assim conta individual Matt? Você não tinha autorização pra mexer nela sem que eu soubesse!”

“Na verdade eu tenho. Nem sabia que tinha, mas quando liguei para o banco para perguntar o que era preciso para separar as contas, me informaram que você assinou um papel me autorizando a mexer nas contas como eu bem quisesse.”

“Eu não lembro de ter assinado isso!” Ela falou perplexa.

“Pois é, sempre falei pra ler o que assina, não faz o que eu peço, agora agüente...”

“Mas Matt, essa era a nossa poupança, guardamos aquele dinheiro para os filhos que vamos ter!” Ela falou e eu tentei me controlar, mas não deu.

“Você sente gosto em vir aqui me encher a paciência não é Lindsay? É um prazer quase que sexual, um fetiche... Só pode!” Disse com raiva. “Ainda é uma conta poupança, só que você tem a sua poupança e eu tenho a minha. Separados, como estamos já fazem uns meses, não fazia sentido dividir uma conta no banco e não vamos ter uns filhos, vamos ter um filho e acabou, fechou a fábrica!”

“Nunca imaginei que diria isso, mas você vai ser um péssimo pai.” Lindsay disse com os olhos lacrimejando. Ah não senhor, cenas de choro não...

“Como eu posso ser um péssimo pai se essa criança ainda nem nasceu!” Falei entre os dentes.

“Por que você não da o apoio que eu preciso nessa hora!”

“O que mais você quer de mim Lindsay? Eu estou indo a todas as consultas, fazendo tudo que você pede na medida do possível e por acaso eu estou deixando algo te faltar? Por que, até onde eu saiba, a mesada que eu deposito a cada 15 dias é mais do que suficiente pra você viver e viver muito bem!”

“Quer saber Matthew? Engula o seu cartão e sua mesada.” Ela dobrou o cartão ao meio e jogou no chão, saindo em direção a porta.

A encarei sentindo meu sangue fervendo de ódio. Por que Deus não me deu super-poderes quando eu pedi? Visão de raio laser agora ia cair tão bem... Se bem que, ai eu mataria meu filho... Ou meu sobrinho... Eu não sei! Abaixei-me e peguei meu cartão, tentando inutilmente consertá-lo, teria que pedir outro. Muito obrigada Lindsay... Virei-me fazendo o caminho de volta para o escritório. É tudo culpa sua Matthew Jr. Tudo culpa sua! Estou pensando seriamente em te aposentar...

Assim que terminei de fazer o que eu tinha para fazer na empresa, decidi ir embora, mesmo sem ter dado a hora que eu sempre costumava sair. Cheguei em casa, tomei um banho e me deitei na cama para assistir televisão. E embora eu quisesse me concentrar em alguma coisa, tinha algo que não saia da minha cabeça: Sophie. Peguei o celular e liguei para Luke.

“Oi bonitão!” Luke atendeu e eu ri. Sophie me chamava assim, eu só não sabia se era com ironia ou se ela me achava bonitão mesmo... Mas eu preferia acreditar na segunda opção.

“Oi Luke! Como estão as coisas ai?”

“Sim, a Sophie está bem!”

“Perguntei de modo geral...”

“Aham. Como se você se preocupasse com o ‘geral’” É, ele tinha razão.

“Tudo bem, posso ter ligado para saber só dela.” Falei rindo. “Ela está sozinha?”

“O Ethan saiu, se é isso que você quer saber...”

“E você pode passar o celular para ela?”

“Está bem, só um minuto.” Luke disse e eu pude ouvir o barulho da porta do quarto de Sophie abrindo e ele falando que era eu no celular, porém não ouvi nada vindo dela.

“Oi.” Ela atendeu secamente, ou isso é o normal dela?

“Ér... Oi.” Disse me sentindo sem graça. Por Deus Matthew... Engrossa a voz pelo menos. “Como você está?” Eu sei, era uma pergunta patética, mas eu tinha que tentar quebrar o gelo.

“Ainda estou num hospital né...” Ela falou com a ironia de sempre.

“Soube que vai receber alta em breve.”

“Sim, amanhã finalmente vou poder ir para casa!” Senti o alivio em sua voz.

“Isso é bom...” Falei ficando em silêncio por uns segundos. “Eu estava pensando sobre... Bem... Você sabe.”

“Sobre o beijo?” Eu sorri involuntariamente.

“Sim, sobre o beijo.”

“Eu também pensei bastante...” Oh, isso é alguma coisa, ela estava pensando em mim. “E eu queria que você soubesse que foi um erro da minha parte e que algo parecido não vai retornar a acontecer.” Sentei na cama em choque.

“Desculpe, como é?”

“É exatamente o que você ouviu. O Ethan não merece que eu traia a sua confiança dessa maneira e logo eu, que já fui traída, deveria me por no lugar dele. Sinto muito se deixei transparecer que queria algo a mais com você, mas nosso tempo já passou Matt e o que eu posso oferecer agora, é somente minha amizade.”

“Você bebeu?”

“O quê?” Ela falou.

“Está drogada? Te deram aqueles remédios que deixam você doida ou o quê?”

“Eu estou completamente sóbria e normal Matthew.”

“Pessoas sóbrias não beijam outras e em poucas horas depois, dizem que só querem amizade. Não depois daquele beijo.”

“Eu sei que é difícil pra você...”

“Para de dizer que é difícil para mim, não tenho 10 anos de idade Sophie.” Disse irritado.

“Tudo bem. Eu só queria deixar as coisas claras entre nós.”

“Sim, as coisas estão bem claras para mim.” Fiquei em pé e comecei a andar de um lado para outro.

“O que quer dizer com isso?”

“Você sabe que sente alguma coisa por mim ainda Sophie, o que tivemos foi intenso, não se esquece assim da noite para o dia!”

“Matthew, eu não posso e nem vou mentir para você. Você mexe comigo ainda, de uma forma que não deveria e que nem eu entendo. Mas eu preciso de algo estável, você não vai poder me dar isso.”

“Como assim não vou? Sempre quis um relacionamento pra valer com você e você nunca quis, tentou de todas as formas fazer com que fossemos apenas mais um fica e só!” Falei incrédulo.

“Eu sei, mas eu mudei. Por isso tenho mais certeza ainda de que não é para ficarmos juntos. Quando você quis algo sério eu não quis e agora que eu quero...”

“E agora que você quer o quê? Eu ainda quero um relacionamento sério, uma vida com você. O que te impede de fazermos isso?”

“O seu filho.” Ela sussurrou.

“Isso não muda nada Sophie...”

“Muda tudo! Não vou conseguir aceitar a Lindsay sempre presente na sua vida, vocês vão ter um laço que vai os unir para sempre e eu não posso competir com isso.”

“Sophie...” Suspirei. “Nunca pedi que competisse com isso.” Respirei fundo e ela permaneceu em silêncio. “Em qualquer lugar do tempo, sempre juntos. Lembra disso?” Repeti a gravação que havia no relógio que ela havia me dado.

“Sempre juntos.” Ela repetiu.

“E o que eu faço com o que eu sinto por você?”

“Faz como eu fiz. Esconde em algum lugar bem fundo no seu coração.”

“Você sabe que eu te amo.”

“Eu sei.”

“Quer que eu me afaste de você?” Por favor, diga que não, por favor...

“Não!” Ela respondeu quase que imediatamente.

“Posso perguntar uma coisa?”

“Sempre pode.” Ela falou e eu sorri.

“O que pensou na primeira vez que nos vimos?”

“Você responde primeiro...” Ouvi o riso em sua voz.

“Bom...” Parei por um momento. “A mulher mais bonita, maravilhosa e mal educada que eu já havia conhecido.” Disse e ela começou a rir.

“Deveria ter ocultado a última parte...”

“Sinceridade acima de tudo.” Eu ri. “Sua vez.” Disse e ouvi um suspiro pesado.

“Pensei... Bom... Pensei que era impossível não se apaixonar por olhos tão azuis.”

“E você espera mesmo que depois de ouvir isso, eu aceite tranquilamente ver você com outro cara que não seja eu?”

“Honestamente, eu espero que sim.”

“Tudo bem.” Andei voltando para minha cama. “Eu só vou aceitar sua vontade por um motivo.”

“E qual seria?”

“Você ainda vai ser minha Sophie Trammer. E quando isso acontecer, não vai ter mais volta.”

“Sinto muito não poder atingir suas expectativas agora.”

“Eu não tenho pressa, ainda temos uma vida pela frente e nossa vida juntos vai ser linda, tenho certeza disso.”

Eu sei que eu deveria desistir, seguir em frente como ela fez, encontrar uma pessoa legal e me relacionar, mas por algum motivo que eu não sabia dizer qual era, não conseguia desistir da nossa história. Acho que isso é amor... Aquele sentimento que te faz agir feito um burro idiota, onde mesmo a pessoa dizendo claramente que vai ficar com outro que não seja você, você ainda insiste na idéia de que foram feitos um para o outro e que nada pode mudar isso. Que escroto... Eu sentia que ainda tinha alguma coisa, algo mal resolvido, não acabado. Se ela quer esse tempo pra tentar, inutilmente, ser feliz com outra pessoa, tudo bem... Posso sobreviver a isso, é só não andar perto de objetos pontiagudos ou cortantes sempre que Ethan estiver perto dela e tudo iria ficar bem. Ou pelo menos eu achava que tudo iria ficar bem.


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Notas finais do capítulo

Meninas,

Uma leitora linda veio me perguntar o motivo por eu não fazer cenas hots do Ethan e da Sophie e eu achei legal tratar aqui, por que assim vejo a opinião de vocês.

Como a respondi, meu motivo é único e bem simples, eu não acho que escrevo legal cenas hots. Inclusive, já tentei várias vezes, mas nunca acho que fica bom e eu, como leitora, quero ler algo de qualidade e sinceramente, acho que não tenho esse "dom" para a coisa. Porém, se vocês estiverem sentindo falta disso na história, eu posso tentar escrever e ai vocês me dão suas opiniões, sugestões e afins.

Como leitora que eu sou, por que fico lendo os capítulos que já postei INUMERAS vezes, acho que não teria tanta importância assim na história essas cenas mais picantes, mas quem acompanha a história aqui sabe como eu PRIORIZO a opinião das leitoras. Então me digam o que vocês acham, está bom a história assim ou querem que eu tente algo hot?

Obrigada pela atenção meninas, beijos enormes!



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