Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 48
Se não fosse amor - Cap. 5: Papai?


Notas iniciais do capítulo

Olá lindas!!!
Ai gente, AMEI esse capítulo! Sério, foi um dos meus preferidos até agora, espero que vocês também.

E também espero que as moças tenham notado que temos uma capa nova! Êeeeh!
Beijão meninas,
Suy.



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POV Matthew Davis

Apertei o botão no painel para fazer o elevador parar. Eu ouvi direito? Não... Não ouvi. Acho que a água que bebi no restaurante tinha álcool e não me avisaram, só pode ter sido isso. Apertei o botão do térreo e quando as portas abriram, vi Lindsay sentada em uma cadeira ansiosa, ela se levantou quando me viu e se aproximou.

“Eu sabia que você ia voltar...” Ela começou a falar, mas eu não quis prestar atenção no que ela ia dizer. A puxei pelo braço e a levei para o lado de fora da portaria.

“Você disse que está o quê?” Disse incrédulo de frente para ela.

“Grávida.” Ela falou receosamente.

“E o que eu tenho a ver com isso?”

“Como o que você tem a ver?” Ela me olhou perplexa. “Você tem tudo a ver, o filho é seu!”

“Você acha que eu sou muito burro mesmo não é?” Disse e ela me olhou confusa, respirei fundo tentando manter a calma. “Eu descubro recentemente que você ia pra cama com o meu irmão e do nada você aparece dizendo que está grávida. Não acha que isso já é desespero demais não? Parece-me uma tentativa frustrada de chamar atenção.”

“Eu sabia que você iria se opor a idéia, mas é verdade Matthew, eu estou grávida e você é o pai!”

“Tudo bem, digamos que eu acredite nisso e não estou dizendo que acredito, sempre nos cuidamos então cientificamente falando, é impossível eu ser o pai.”

“Nem sempre...” Ela desviou o olhar de mim e eu cerrei os olhos. “Eu sempre tomei a pílula regularmente, mas na nossa última vez, eu tinha tido um probleminha de saúde e tive que tomar antibióticos...”

“E...?”

“Antibióticos anulam o efeito da pílula Matt.”

“E você não pensou em me dizer isso?” Gritei.

“Eu não tinha lembrado disso na hora, não foi por mal!”

“Tá e como você tem tanta certeza de que o filho é meu? Pode ser do Mason ou de não sei mais quem!”

“Olha aqui, mais respeito por mim, por favor.” Ela falou ofendida. “Eu fiz as contas Matt, só pode ser você.”

“Lindsay, eu sinto muito, mas eu não acredito em uma palavra do que você diz.” Andei de volta para dentro da portaria.

“Mas você tem que acreditar!” Ela parou na minha frente, impedindo que eu saísse e eu bufei.

“Você tem absoluta certeza de que está grávida? Fez algum exame pelo menos?”

“Eu fiz testes de farmácia...”

“Testes de farmácia?” Disse irônico. “Estou falando de exame de verdade, testes de farmácia não são totalmente confiáveis, pelo amor de Deus... Até eu sei disso.”

“Eu faço qualquer exame que você queira, se isso for fazer você acreditar em mim!”

“É mesmo?” Falei pensativo. “Então vamos fazer o exame de sangue e depois disso um DNA.” Ela arregalou os olhos em surpresa.

“DNA?!”

“Sim. Você não diz que o filho é meu? Eu quero ter certeza disso.”

“Mas você não tem o direito de...”

“Eu sou advogado Lindsay, acho que você esqueceu. Não existe pessoa no mundo que saiba mais dos meus direitos do que eu mesmo.” Cruzei os braços. “Eu vou te dar 24hrs pra você pensar bem se quer entrar nisso mesmo, por que se eu descobrir que você está mentindo tanto quanto a gravidez e sobre eu ser o pai, nossos encontros vão ser apenas em um tribunal de frente para um juiz.”

“Está tentando dizer o quê com isso?”

“Que existem meios legais de se pagar por atos ilegais. Então se essa é uma tentativa sua de querer se aproximar de mim ou me prender a você de alguma forma, eu sugiro que você repense bem sobre o que vai fazer.”

“Você definitivamente não é o Matthew por quem eu me apaixonei...”

“Sou a versão melhorada dele.” Sorri. “24hrs Lindsay, tem tempo ainda de mudar de idéia.” Desviei dela e voltei a andar para dentro do prédio.

“Eu não entendo Matt...” Ela disse e eu virei em sua direção. “Você sempre quis ser pai! Me pedia o tempo todo para que a gente tentasse engravidar e agora você age assim!”

“Eu quero ser pai, quero muito na verdade... Só não quero que você seja a mãe.” Virei-me novamente e entrei na portaria.

Subi pelas escadas praticamente correndo. Só queria entrar em casa e me trancar por algumas horas para digerir isso tudo. Lindsay grávida. Grávida! Nem lembro quantas vezes eu pedi que ela parasse de tomar a bendita pílula pra tentarmos ter um filho e ela se negava todas ás vezes alegando que ‘não era a hora certa’. Agora ela diz estar esperando um filho meu e tudo o que eu quero é que ela diga que isso é uma mentira. Mas a Lindsay que eu costumava conhecer não mentia, não iria jamais me enganar dessa forma... Se bem que, a Lindsay que eu costumava conhecer não existia também.

O que eu vou fazer agora? Ela podia estar mentindo... Mas ela podia estar dizendo a verdade. Cacete... Sentei no sofá e apoiei a cabeça nas mãos. Um filho. Um laço que ia me manter próximo de Lindsay por toda vida, quando eu só queria esquecer que ela existiu. Se fosse um filho com a Sophie... Meu Deus, a Sophie! Agora sim eu iria perder toda e qualquer chance de voltar a ter um relacionamento com ela. Quando ela descobrisse que Lindsay está grávida de um filho meu, ela ia me odiar pelo resto da vida... Levantei e andei até o banheiro. O quão egoísta eu estava sendo?! Se fosse verdade essa história de gravidez, eu tinha que assumir meu filho, com Sophie gostando ou não. Mesmo que isso me matasse por dentro eu tinha que ter responsabilidade pelo bebê. Preciso de um banho, preciso da minha cama... Preciso me desligar disso tudo.

Tomei meu banho e depois de colocar uma cueca, me joguei na cama. Só vou dormir meia hora e vou para o hospital depois. Era um bom plano. Nada contra as cadeiras de lá, mas no momento eu precisava do conforto e da tranqüilidade do meu quarto e da minha cama.

Acordei meio confuso, sem lembrar direito onde estava e o que tinha acontecido, o telefone insistia tocando sem parar. Levantei me arrastando até ele e o atendi.

“Alô?” Falei sonolento ainda.

“Sr. Davis, aquela moça que esteve aqui ontem de noite, está aqui agora e pedindo que o senhor a receba.” Ah meu saco...

“Está bem, diga que estou descendo...” Falei de má vontade e desliguei o telefone.

Peguei uma calça e um moletom, vesti rapidamente, peguei meu celular e quase caiu para trás quando vejo que horas são. Quase 11hrs?! Eu não dormi, eu desmaiei então... O coloquei no bolso, peguei meus chinelos e desci.

“O que foi agora?” Falei quando vi Lindsay de costas, ela se virou e me entregou um papel dobrado. “O que é isso?” Perguntei, ela não respondeu e eu abri o papel. Era o exame de gravidez. “Isso não prova nada...” A olhei com desprezo.

“Prova que eu estou grávida!”

“Não prova que o filho é meu!” Falei exasperado. Eu estou dormindo ainda e isso é um pesadelo. Por favor, alguém diga que é isso.

“Você me deu 24hrs pra resolver o que eu ia fazer e eu tenho tanta certeza de que estou certa que a primeira coisa que fiz hoje foi ir em uma clinica e fazer esse maldito exame!”

“Onde fica essa clinica?”

“No centro da cidade.”

“Ótimo.” A puxei pelo braço e saí andando com ela para a garagem.

“Espera, para onde vamos?” Ela me perguntou sem entender nada.

“Eu mesmo quero falar com esse médico.” Chegamos ao carro, o destranquei, ela entrou e dirigi para o endereço que ela havia me dado.

Entramos na clinica e eu falei com a recepcionista, pedindo que ela chamasse o médico que atendeu Lindsay. A moça me olhou meio assustada devido meu atual estado de quase entrando em pânico, mas fez o que eu pedi.

“Posso ajudar?” O médico apareceu.

“Pode. Sou Matthew Davis.” Estendi a mão para ele.

“Patrick Hether.” Ele apertou minha mão.

“Eu queria tirar umas dúvidas com o senhor, se possível...”

“Claro, a disposição. Aconteceu algo com você?” Ele perguntou se referindo à Lindsay.

“Aconteceu. O pai do meu filho é um idiota que não acredita que eu estou grávida.” Ela respondeu rispidamente e o Dr. Hether me olhou confuso.

“Eu mesmo fiz o exame na Srta. Willians mais cedo, ela está de fato grávida.” Ele me explicou calmamente.

“Veja bem, não duvido que esteja só duvido que seja meu filho.” Disse e percebi que não tinha forma delicada de falar sobre isso. “Ela se envolveu com outro enquanto estava comigo...”

“Matthew!” Lindsay disse me recriminando e eu a ignorei.

“Eu só quero saber se existe uma forma de sabermos agora se é meu filho ou se não é.” Falei.

“Primeiro de tudo, não se preocupem sobre isso, está bem? Essa cena é mais comum do que vocês imaginam aqui nessa clínica e se me permite rapaz, você está até calmo, já vi piores.” Ele esboçou um sorriso. “Quanto ao teste de paternidade, nós podemos fazer quando ela completar 12 semanas de gestação, mas é um procedimento evasivo.”

“Como assim evasivo?” Lindsay perguntou.

“Bem, precisamos tirar material genético do bebê com ele ainda dentro de você, existem certos riscos.”

“De que riscos estamos falando?” Perguntei.

“Existem pelo menos 1% de chances de ocorrer um aborto por conta do procedimento. Isso não impede que façamos, se os dois estiverem de acordo, mas nós sempre sugerimos que esperem o nascimento do feto e ai sim, colhemos sangue ou alguma outra amostra dele.” O médico terminou de explicar, olhei para Lindsay, que encarava o chão e pensei por alguns momentos.

“Nós... Nós vamos esperar o bebê nascer.” Falei e ela voltou sua atenção para mim.

“É melhor assim, dessa forma o bebê não corre nenhum risco.” O médico falou e eu assenti. “Não esqueça de vir as consultas regularmente Srta. Willians, é importante para a saúde dele.”

“Sim, claro... Eu vou vir sempre.” Ela disse.

“Então se me dão licença...”

“Obrigado doutor.” Disse educadamente e andei para a saída, com Lindsay me seguindo.

Dirigi para sua casa e fomos o caminho todo em silêncio, até que finalmente chegamos.

“Foi muito importante para mim você decidir esperar o bebê nascer para fazer esse teste...” Ela pôs a mão em cima da barriga. “Isso significa que você se importa de verdade com ele.”

“É claro que eu me importo Lindsay.” Suspirei. “Existe a possibilidade de ser meu filho, isso o torna mais importante que qualquer outra coisa.”

“Que bom ouvir isso Matt... Talvez, esse bebê tenha vindo como uma forma de nos aproximarmos.” Ela colocou a mão em cima da minha e eu a tirei, ela franziu a testa.

“Não entenda as coisas errado.” A encarei. “Se realmente for o meu filho, nada vai faltar pra ele. Eu vou tentar ser o melhor pai que eu puder ser, o mais presente possível e dar tudo o que ele precisar.”

“Eu tenho certeza disso.”

“Isso não significa que eu vá querer algo com você. Você é apenas a mãe do meu filho e somente isso, essa gravidez não vai mudar nada em relação a nós dois.” Ela encheu os olhos de lágrimas e saiu do carro, batendo a porta.

Apoiei a cabeça no volante e fechei os olhos. As coisas estão saindo do controle de uma forma que eu não esperava. Voltei para casa e quando cheguei, me senti sufocado, enjoado... Estão acontecendo mais coisas do que eu posso suportar. Fui até o banheiro e tirei as coisas que estavam meu bolso, dentre elas, o exame de Lindsay. O coloquei em cima da pia e olhei para meu reflexo no espelho. Eu havia acabado de receber a noticia que mudaria toda minha vida. Sim, eu quero ser pai, sempre quis ter uma família, mas eu estava pronto para isso? Além do mais, não seria a família com que eu havia sonhado. Eu não tinha uma casa com dois cachorros, não tinha a mulher que eu amava e não era ela que estava esperando um filho meu. Todos aqueles pensamentos ficavam passando e repassando na minha cabeça, uma raiva descontrolada me subiu, eu cerrei os punhos e dei um soco em meu espelho, o fazendo quebrar em mil pedaços. Afastei-me da pia, me encostando na parede, olhei para baixo e vi manchas vermelhas, olhei para minha mão direita e ela estava encharcada de sangue. Cacete... Peguei uma toalha e enrolei minha mão nela, guardei meu celular de volta no bolso e desci correndo para a portaria. Todos me olhavam, afinal por onde eu passava ficava um rastro de sangue. Comecei a me sentir tonto e parei me apoiando no balcão da portaria.

“Sr. Davis? O que aconteceu?” Um dos seguranças se aproximou de mim.

“Te dou 100 pratas se for dirigindo meu carro até o hospital.” Falei e ele me olhou como se eu fosse louco. “E é meio que urgente eu ir para um hospital agora.” Disse irônico.

“Claro, claro... Vem, eu te ajudo.” O segurança falou e foi me dando apoio até chegar em meu carro.

Chegamos ao hospital, eu tirei o dinheiro para lhe pagar e ele recusou, lhe dei dinheiro para pegar um táxi para voltar ao prédio e ele não aceitou também. Agradeci pela gentileza e entrei rapidamente, pedi que ele me deixasse no mesmo hospital que Sophie estava, assim pelo menos já poderia vê-la depois que fizessem o curativo em mim. Falei com uma enfermeira que me reconheceu assim que eu cheguei e ela me levou para uma sala para examinar o estrago na minha mão.

“Eu posso perguntar como você fez isso?” A enfermeira disse quando tirou a toalha que eu tinha enrolado e que estava coberta de sangue.

“Não foi uma atitude muito inteligente da minha parte...”

“Sim, com certeza não foi.” Ela se afastou e voltou com uma caixa. “Eu vou ter que limpar os cortes para dar os pontos, pode arder um pouco...”

“Tranquilo, não tem problema.” Dei de ombros. Assim que ela aplicou o liquido em minha mão, a puxei dela. “Caralho! Isso arde!” Gritei.

“Eu disse que ia arder um pouco.”

“Um pouco. Não que ia corroer minha mão!”

“Matthew!” Luke entrou de uma vez na sala e a enfermeira pegou minha mão, delicadamente, aplicando o produto o mais devagar que ela conseguia. “O que houve com você?”

“Nada que eu tenha orgulho de falar em voz alta...” Tentei me controlar para não gritar com a dor que eu estava sentindo em minha mão. “Como me achou aqui?”

“Eu estava feito um louco te procurando, pedi que assim que você chegasse me avisassem.”

“Sim, mas o que foi? Como ela está?” Disse preocupado.

“Ela está ótima Matthew... Ela apertou minha mão!” Luke disse emocionado.

“É sério? Como? Quando? Que horas foi isso?” Tentei ficar em pé, mas a enfermeira olhou me fuzilando. E daí que era uma senhora de idade, com metade do meu tamanho? Ela poderia ser assustadora, por isso permaneci sentado.

“Eu estava com ela ontem a noite e achei ter visto o pé dela se mover. Eu chamei o Dr. Harper, mas depois de examinar ela, ele disse que deveria ter sido apenas uma contração involuntária ou coisa da minha cabeça. Eu não me senti satisfeito, para mim ela tinha se movido por que quis. Fiquei com ela desde então. Hoje cedo de manhã eu acordei e conversei um pouco com ela, segurei sua mão e pedi pra que se ela tivesse me ouvindo ela desse algum sinal, que tentasse falar, ou se mexer, ou qualquer coisa que fosse. Foi quando eu senti ela apertando minha mão!”

“Isso... Deus, isso é maravilhoso! Ela está sozinha agora?”

“Está, eu acho que está dormindo, nos comunicamos com apertos de mãos por um tempo e depois ela parou, Dr. Harper disse que ela deve ter se cansado, mas que não precisávamos nos preocupar, era um sinal claro de melhora. Matt ela vai acordar em breve, eu tenho certeza!”

“Eu também tenho Luke!” Sorri abertamente e ele me abraçou. “É a melhor noticia que eu poderia ter ouvido, quero vê-la o mais rápido possível!”

“Calma ai rapaz... Vamos levar um tempo pra consertar essa sua bela obra de arte.” A enfermeira disse. “Você teve sorte por não ter rompido os ligamentos, iria ter que operar. Em todo caso, foram cortes profundos, vai levar pontos e vai ter que deixar a mão imobilizada por um bom tempo.” Ela disse e eu assenti.

“Matthew é sério, o que você fez?” Luke me olhou sério.

“Eu... Dei um soco em meu espelho do banheiro.”

“Você o quê?” Luke e a enfermeira falaram ao mesmo tempo.

“Eu sei, por isso disse que não era algo que eu me orgulhava de divulgar...”

“Mas por que você deu um soco no seu espelho? Está ficando doido ou o quê?” Luke perguntou incrédulo.

“Eu não ia contar nada pra ninguém por agora, mas se eu não conversar com alguém eu vou ficar doido realmente...”

“O que aconteceu?” Ele puxou uma cadeira e sentou de frente para mim.

“Você tem que jurar que não vai contar pra ninguém, que isso vai morrer aqui dentro desse consultório até eu decidir que é hora pra falar.”

“Sim, é claro, não vou contar pra ninguém!”

“É a Lindsay...”

POV Sophie Trammer

Está tudo silencioso por aqui... Silencioso até demais. Luke deve ter ido em casa... Era horrível a sensação de não saber que horas eram, de quanto tempo eu estava ali, não saber o que estava acontecendo... Isso tudo era um inferno. Eu estava cansada de tentar me mover, de tentar falar, de abrir os olhos, isso tudo era exaustivo, mas eu não ia desistir, eu ia continuar tentando até conseguir. A porta fez um barulho, ouvi alguém entrando. Quem será?

“Ouvi dizer que teve uma certa mocinha que teve uma melhora excepcional!” Ethan! Ah você nem imagina! Já podemos apertar as mãos! Vai ser tipo aqueles namoros antigos onde o casal só ficava sentado de mãos dadas. “Eu estou mais do que orgulhoso! Tenho certeza que não desistiu em nenhum momento de voltar pra gente, estamos eufóricos com isso!” Ele beijou meu rosto suavemente. Você me conhece, sou dura na queda. “Deve estar sendo um pesadelo pra você ficar deitada ai, eu sei que não está sendo fácil, mas você está melhorando e logo logo vai ficar boa.” Eu quero melhorar logo, quero levantar daqui e sai correndo pelo meio da rua! Ethan pegou em minha mão. “Eu não quero que faça nada que vá te cansar ou algo do tipo, mas eu precisava ver com meus olhos. Você consegue apertar minha mão?” Eu espero que sim... Tentei apertar sua mão e consegui. Nossa, isso ta ficando cada vez mais fácil! “Meu Deus!” Ethan disse e beijou minha mão. “Isso quer dizer que você consegue me ouvir então!” Apertei sua mão de novo e ouvi o seu riso. “Eu nunca imaginei que um aperto de mão fosse me deixar tão feliz... Vamos tentar uma coisa. Você aperta minha mão uma vez para ‘Sim’ e duas vezes para ‘Não’. Entendeu?” Entendi querido, só estou meio desacordada, não sou burra... Apertei sua mão uma vez. “Agora vamos testar o seu ‘Não’, deixa eu ver... Já sei! Você sabe diferenciar direita e esquerda?” Senti vontade de rir com a sua pergunta e apertei duas vezes sua mão. “Isso é incrível! Eu vou falar para os outros sobre nosso novo método de comunicação. Mas, espera...” Ele parou de falar por um momento. “Faz tempo que você consegue ouvir o que nós falamos?” Ah, eu não sei... Quanto tempo faz que estou aqui? Quero dizer, acho que já faz um bom tempo, baseado em todas as conversas que eu já tive de escutar... “Sophie?” Ah é... Você não pode me ouvir. Apertei sua mão uma vez. “Espero que não tenha ouvido nenhuma estupidez que eu tenha falado...” Isso é difícil, você fala muitas coisas estúpidas. “Eu nem consigo falar o quão feliz eu estou de ver você melhorando assim, de verdade. Nunca senti nada parecido por alguém!” Own, que fofinho! “Posso te dar um beijo?” Claro seu pateta! Apertei uma vez sua mão e senti seus lábios tocarem suavemente os meus. “Eu vou trabalhar, mas mais tarde eu volto. Fica bem ta?” Ele beijou meu rosto e o senti se afastar de mim.

Nunca imaginei que um simples apertar de mãos fosse significar tanto assim, mas era uma conquista para mim e só me fazia querer melhorar mais e cada vez mais rápido. Ver, quero dizer, ouvir como Ethan ficou contente por mim me incentivava a tentar mais e Luke também, nossa... Luke parecia uma criança abrindo um presente do Papai Noel quando eu apertei sua mão a primeira vez... Eu queria melhorar por mim, mas principalmente por eles também.

A porta abriu de novo e alguém sentou ao meu lado.

“Quer dizer então que você está dando aperto de mãos em qualquer um que entra aqui?” Muito engraçado Matthew... Onde você tava bonitão? Faz um tempinho já que não aparece, eu acho pelo menos, não tenho o menor senso de horário. “Ainda bem que você não pode me ver no momento, não imagina a merda que eu fiz...” Como assim? Que aconteceu? “Ethan disse que agora temos um novo idioma entre nós.” Temos sim. Um aperto para ‘sim’ e dois para ‘não’, é fácil, até você consegue entender. “Então deixa eu ver...” Ele segurou minha mão. “Consegue me ouvir?” Apertei uma vez. Tenho fé que vai perguntar algo mais difícil... “Eu sei que foi uma pergunta estúpida, mas não dá pra adivinhar quando você está dormindo ou não.” Ouvi sua risada. “Você sente dor?” Apertei duas vezes. Dor não, incomodo. Experimente ficar deitado na mesma posição o dia todo, todos os dias. “Consegue mover mais alguma outra parte do corpo ou falar?” Eu não sei... Tentei me mover e só consegui pequenas coisas. Respirei fundo e tentei me concentrar o máximo que eu conseguia e tentei mover minha outra mão, não foi fácil, senti um pouco dolorido, mas consegui levantá-la. Olha só! Matt eu consegui levantar a mão! “Ai meu Deus!” O senti se levantar e depois sentando na minha cama, ele soltou minha mão e pegou a outra, ele a colocou suavemente em seu rosto e eu senti sua barba. Movi meus dedos devagar ao redor do seu rosto, mas era o máximo que eu conseguia fazer. Foi um misto de sentimentos ao mesmo tempo, alegria, emoção, saudade, tristeza... Tudo junto. Senti algo molhado em meu rosto. “Sophie, você está chorando...” Eu estou? Isso é bom? Deve ser não é? Sabe o que isso significa então né? “Você tá voltando meu amor, tá voltando pra nós!” Ele beijou a palma minha mão. Estou, avisa pra todo mundo que a Sophie está de volta!


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