Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 46
Se não fosse amor - Cap. 3: Esperanças.


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas, aproveitando muito o feriadão? Hoje meu dia foi de preguiça *-* hahaha
Eu pedi pra vocês fazerem as combinações dos nomes dos casais e ficou assim: Mophie e Ethie. Que cês acham? Rs Eu curti, achei que ficou fofinho!
Tem uma parte no fim do capítulo bem especial, uma POV de uma pessoinha que vocês estão sentindo falta, com certeza!

Espero que gostem linda,
Muito obrigada pelos comentários,
Beijos,
Suy :*



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POV Matthew Davis

Megan estava sentada em meu colo, meu pai de frente para nós e eu estava falando ao celular, tentando resolver alguns problemas da Trammer’s. A notícia sobre o acidente de Sophie já era pública, várias pessoas ligaram atrás de informações do estado de saúde dela, instrui Emily a falar que ela estava estável, porém, ainda sedada. Todos tinham ficado perplexos com a gravidade do acidente, nunca esperamos que algo assim aconteça com alguém próximo. Black me ligou um pouco mais cedo, disse que tinha novidades sobre uma investigação que estava fazendo para Sophie e que precisava falar com ela, mas por algum motivo não conseguia. Expliquei o que havia acontecido e ele se pôs a nossa disposição, ficamos de nos ver mais tarde no hospital, quando ele viesse.

“Até que enfim meu amigo.” Meu pai se levantou, olhei para o lado e vi Richard vindo em nossa direção.

“Emily eu preciso ir, nos falamos mais tarde.” Disse educadamente.

“Pode me avisar qualquer novidade sobre ela?” Ela falou.

“Claro, eu aviso se tivermos alguma mudança no quadro dela. Até depois.”

“Até Sr. Davis.” Ela disse e eu desliguei.

Megan saiu de cima de mim, ficando em pé ao lado do meu pai, levantei-me também. Luke ignorou a presença de Richard, Kenny e Ethan fizeram o mesmo.

“Eu sou um homem ocupado Nicholas, tive que desmarcar três compromissos para vir aqui.” Richard falou arrogantemente, como sempre falava.

“É a sua filha Richard.” Meu pai disse calmamente. Ele tinha uma paciência para lidar com Richard que eu invejava.

“Não vamos ser tão dramáticos, foi apenas um simples acidente de carro, isso acontece com todos.” Ele deu de ombros.

“Um caminhão bateu no carro dela, que já estava capotado. Não classificaria como ‘simples acidente’.” Disse ironicamente e Richard me olhou com a mandíbula cerrada.

“Ela vai sobreviver.” Ele falou secamente.

“Com licença...” Dr. Harper se aproximou, Kenny, Luke e Ethan se levantaram, esperançosos, todos estávamos esperando por boas noticias.

“Aconteceu alguma coisa?” Ethan disse exasperado.

“Não, o quadro da Srta. Trammer é o mesmo ainda, sinto muito.” Dr. Harper colocou a mão em seu ombro. “Temos novos visitantes hoje, pelo o que estou vendo.”

“Sou Nicholas Davis, pai do Matthew.” Meu pai estendeu sua mão, Dr. Harper a apertou cordialmente. “E esse é Richard Trammer, pai da Sophie.”

“Pai?! Ah, isso é ótimo.” Dr. Harper sorriu e apertou a mão de Richard também. “Eu sou o Dr. Harper, estou cuidando da Srta. Trammer. Eu vim falar com vocês por que estamos precisando que seja feita uma doação de sangue.”

“Vão fazer uma transfusão? Agora? Mas, você disse que o caso estava estável.” Ethan disse com confusão.

“E está, permita-me explicar.” Dr. Harper disse de forma calma. Os médicos devem ter algum tipo de treinamento especial que fazem com que você se acalme, mesmo em situações extremas como essa. “Nós fizemos uma transfusão de sangue na Srta. Trammer, ela havia perdido muito sangue e nós acabado com quase todo o estoque do hospital. O meu pedido tem fins preventivos, se por alguma eventualidade precisarmos novamente, teremos de onde tirar o sangue.”

“Mas não poderia ser requerido de algum outro hospital?” Perguntei.

“Sim, mas o tipo sanguíneo dela é bem raro, de modo que nos nossos bancos de sangue, já possuímos poucos. Mas, acredito que com o pai da paciente presente isso não será problema, as chances de doação são bem grandes.” Ele olhou para Richard. “Qual seu tipo sanguíneo Sr. Trammer?”

“Ér... O, O positivo.” Richard respondeu e Dr. Harper franziu a testa.

“Qual tipo sanguíneo da Sophie?” Luke perguntou.

“AB negativo.” Dr. Harper respondeu, Richard manteve seu olhar intimidador no médico que desviou o olhar dele.

“Eu sou AB negativo!” Kenny disse sorridente.

“Ótimo! Se importaria de fazer uma pequena doação para nós?”

“De forma alguma! Tirem tudo o que precisar de mim, raspem as veias se for preciso!” Kenny disse e Dr. Harper sorriu.

“Me acompanhe então Sr. Cross, por favor.”

“Luke pode vir comigo? Só pra fazer companhia...” Kenny perguntou.

“Claro, quer se juntar a nós?” O médico perguntou para Luke, que estava com o olhar distraído, como se tivesse perdido em pensamentos. “Sr. Hudson?” Luke olhou para Dr. Harper, confuso.

“Desculpem, o que foi?”

“Quer vir comigo enquanto eu faço a doação?” Kenny pôs a mão em seu braço.

“Sim, claro... Vamos.” Ele esboçou um sorriso e os três começaram a se afastar.

“Matt...” Megan disse e eu me aproximei dela. “Vai demorar muito pra Sophie melhorar?”

“Eu não sei Meggie... Estamos torcendo para que não demore, mas ainda é tudo muito recente, nós vamos ter que ter paciência.”

“Ela nunca foi boa motorista...” Richard disse com desdém, todos o olhamos incrédulos.

“Como pode ser tão frio sobre isso?” Ethan disse ficando de frente para Richard.

“E você quem é?” Richard o olhou de cima a baixo.

“Namorado dela.”

“Ah, é você então o novo brinquedinho da Sophie? Meus pêsames rapaz, com sorte você ainda abre os olhos a tempo de evitar fazer uma besteira maior.” Ele sorriu irônico.

“Richard é a sua filha... Sua única filha!” Meu pai disse, visivelmente chocado com a atitude de Richard para com Sophie.

“Meu Deus, quanto melodrama!” Richard disse impaciente. “Não aconteceu nada demais, ela vai se recuperar e voltar a ser o amor de pessoa que nós conhecemos.”

“O senhor sabia que ela está com um edema na cabeça?” Megan disse cruzando os braços, Richard franziu a testa e olhou para mim.

“Ela está tendo que ser mantida sedada, sofreu vários traumas nas costelas, na perna... Tiveram que operá-la ás pressas para evitar que seja amputada.” Falei tentando manter a calma, a única coisa que me impedia de repetir o gesto amoroso que tive com Mason em Richard, era o fato de ele ser muito próximo ao meu pai, além de serem parceiros de negócios... Não queria mais atrapalhá-lo.

“Bem, eu não sabia disso...” Richard disse pensativo. “Quando Nicholas me ligou ontem...”

“Ontem?” Ethan o interrompeu. “Soube ontem do acidente e só veio para o hospital hoje?”

“Tem gente aqui que precisa trabalhar e tem responsabilidades meu rapaz.”

“Todos nós temos responsabilidades!” Ethan disse exasperado. “E mesmo assim, todos fizeram um esforço descomunal para poder ficar aqui esperando por noticias dela. Mas, quem sou eu não é? Sou só o brinquedinho da sua filha.” Ele passou por Richard que o segurou pelo braço.

“Olha como você fala comigo.” Richard disse, todos estávamos tensos observando aquela cena.

“Se você não me soltar, vai fazer companhia pra sua filha, desacordado e dentro da UTI.” Ethan disse calmamente e Richard o soltou. “Quer saber? Eu tenho pena.”

“Pena dela?” Ele riu com sarcasmo.

“Não, de você mesmo. Não merece a filha que tem, alguém já lhe fez o favor de dizer isso?” Ethan saiu esbarrando propositalmente nele.

“A Sophie continua escolhendo a dedo os namorados, é um pior que o outro!” Ele disse rindo, mas todos permaneceram sérios.

“Ele é uma boa pessoa Richard.” Falei. “E gosta da Sophie, como todo mundo que está aqui. Só que ironicamente, a pessoa que mais deveria se importar, é quem está nem ai.”

“Como é?” Richard cerrou os olhos.

“Acredito que os nervos de todos estão exaltados hoje.” Meu pai disse. “Vamos dar uma volta Richard.” Ele pôs a mão no ombro dele. “Vem Megan, está com fome?”

“Um pouco...” Ela falou e se virou para mim. “Tudo bem eu ir comer alguma coisa?”

“Claro que sim.” Beijei sua testa. “Nos falamos mais tarde.” Ela assentiu e saiu acompanhada deles dois.

Depois de um tempo, Ethan voltou com um copo de café nas mãos e sentou na cadeira.

“Cadê aquele cara?” Ele me perguntou.

“O Richard?” Perguntei e ele fez que sim com a cabeça. “Saiu com meu pai e Megan.”

“Não vou com a cara dele...”

“Seja bem vindo ao time.” Sorri irônico.

“Eu não entendo como eles podem se dar tão mal. A Sophie não é a pessoa mais delicada do mundo, mas não consigo compreender a raiva dele com ela.”

“Acredite, já a questionei muito sobre isso. Eles tiveram uns desentendimentos quando a Sophie era mais nova, acho que ela já deve ter comentado sobre isso e desde então eles vivem assim, sempre que se vêem é uma discussão.”

“Não sei muito sobre o passado dela...”

“Ela não te contou nada então?” Disse surpreso. Achei que a essa altura ela já teria lhe contado sobre sua filha.

“Nada que eu precise saber... Não me importo com o que aconteceu com ela antes.” Ele deu de ombros.

“Eu também não me importo, mas é preciso conhecer pelo menos um pouco do passado de com quem se está junto.”

“E por que mesmo?” Ethan perguntou, olhei para o lado e quase na acreditei em quem eu via na recepção do hospital.

“Por isso.” Levantei e acenei com a cabeça em direção para a recepção. Ethan franziu a testa confuso.

“Quem é aquele?”

“Connor. Ex namorado da sua namorada.” Andei em direção a Connor e Ethan veio atrás de mim. “Posso ajudar em alguma coisa?” Disse. Connor me olhou surpreso.

“Ah, você... Eu vi no noticiário sobre o acidente da Sophie, vim ver como ela está.” Ele falou e voltou sua atenção para recepcionista.

“Ela não pode receber visitas no momento, eu aviso que você esteve aqui.” Falei.

“Desculpe, quem é você mesmo pra me dizer se ela pode receber visitas ou não? É algum caso novo dela?”

“Tecnicamente, ele é o ‘caso’ novo dela.” Apontei para Ethan.

“O termo certo é namorado, mas não que isso seja importante.” Ethan disse com sarcasmo.

“Isso não muda o fato de que eu vou ver ela.” Connor falou olhando para nós dois com desdém.

“Na verdade, o senhor não vai.” A recepcionista falou e nos voltamos para ela. “Eu estou vendo a ficha da Srta. Trammer, as visitas ainda estão proibidas, sinto muito.” Ela disse educadamente.

“E agora? Vai dizer que ela é um caso da Sophie também ou o quê?” Ethan falou e Connor fuzilou nós dois com os olhos.

“Como esse acidente aconteceu?” Ele perguntou secamente.

“Não sabemos. E a única pessoa que pode falar o que houve está inconsciente.” Disse já ficando impaciente. “O que você quer aqui mesmo?”

“Sophie e eu somos próximos, fiquei preocupado.”

“Próximos? Ela não te expulsou do escritório da ultima vez que você resolveu fazer uma visita?” Falei.

“Temos alguns assuntos que não ficaram bem resolvidos, mas nada que não possa ser acertado.”

“Acho que seus assuntos com ela já estão mais do que resolvidos. Agora, pode ir embora, por favor?” Ethan cruzou os braços, de forma intimidativa para Connor.

“Eu vou, apenas por que é perda de tempo ficar aqui esperando alguma noticia.” Ele falou secamente e se virou indo embora.

“Ex namorado heim...” Ethan disse.

“Ela tinha um gosto peculiar...”

“Notoriamente foi aperfeiçoado com o tempo.” Ele disse e saiu.

Eu tentava gostar um pouco de Ethan, mas não dava. Fiquei parado em pé, de frente a porta que dava acesso à área que eu não podia entrar, onde Sophie estava. Por favor, melhora logo. Eu não sabia quanto tempo iria levar para que ela finalmente acordasse e isso era o que estava me matando.

3 semanas depois...

“E por fim, a compra dos novos equipamentos para o novo empreendimento já está sendo concluída, a reforma no local já está quase no fim, pelo o que eu o pessoal da engenharia me informou e quando acabar já podemos mobiliar e colocar para funcionar o mais rápido possível.” Falei para os cinco acionistas que estavam sentados na minha frente, na sala de reuniões.

“Vamos providenciar isso. Felizmente, as ações estão em alta, parece que o acidente com a Srta. Trammer foi um ótimo marketing gratuito.”

“Que fique claro que o próximo comentário desse tipo não será tolerado.” Os olhei sério. “A Srta. Trammer vai melhorar em breve, não tenham dúvidas disso e quanto ao marketing gratuito, sugiro que diga isso para ela pessoalmente quando ela retornar as suas atividades.” Levantei da minha cadeira e comecei a guardar meus papéis. O relacionamento da Sophie com esses acionistas sempre foi um pouco conturbado, mas apenas por que ela cobrava deles um bom trabalho, mas como já eram homens com uma certa idade e experiência, eles se sentiam desconfortáveis por ter que acatar as suas ordens. “Alguém tem mais algum outro comentário inapropriado?” Perguntei rudemente, todos permaneceram em silêncio. “Ótimo, tenham um bom dia.” Saí da sala e entrei no elevador para ir para o meu andar de costume.

“Sr. Davis, tem alguns contratos em cima da sua mesa que precisam do seu aval.” Emily disse calmamente quando saí do elevador.

“Tudo bem, vou dar uma olhada.” Assenti.

Antigamente, eu pararia ao lado de Emily e passaria um bom tempo conversando com ela, mas eu simplesmente não tinha mais vontade de fazer essas coisas. E não que Emily tenha me feito algo, eu só não tinha vontade de falar com as pessoas. Já haviam se passado três semanas. Três longas semanas. A única alteração no quadro de Sophie era que ela havia tido uma melhora na semana anterior, nada muito grande, mas já era alguma coisa. Eu queria manter minha fé de que ela iria melhorar rápido, mas eu não podia negar que estava começando a perder as esperanças.

Atualmente, meus dias eram resumidamente, acordar, trabalhar e ir para o hospital. A única mudança era nos fins de semana, quando eu passava o dia todo no hospital. Eu estava exausto, aliás, todos nós estávamos exaustos. Luke praticamente morava naquela sala de espera, assim como Kenny e Ethan, mas nós continuávamos esperando que boas notícias iriam chegar.

Ao final do expediente, dirigi para o hospital, seguindo a minha atual rotina. Quando cheguei, Luke, Kenny e Ethan estavam em pé, de frente para Dr. Harper. Ah não... O que será que aconteceu com ela?

“Com licença...” Disse educadamente e todos me olharam.

“Matthew! Que bom que chegou, queria falar com todos os mesmo tempo.” Dr. Harper falou.

“Aconteceu alguma coisa?” Perguntei preocupado.

“É isso que todos nós queremos saber!” Ethan falou.

“Se for coisa ruim, não enrola, fala de uma vez.” Luke disse voltando sua atenção para Dr. Harper.

“Calma, calma.” Ele esboçou um sorriso. Ele sorriu?! Então se ele sorriu, não podia ser coisa ruim... Não é?! “Eu queria informar aos senhores que nós estamos agora, suspendendo os sedativos.”

“Suspendendo?” Nós quatro falamos ao mesmo tempo.

“Isso mesmo.” Dr. Harper sorriu mais abertamente. “O edema está visivelmente melhor.”

“E quando ela vai acordar?” Luke perguntou.

“Ainda leva algum tempo para os medicamentos saírem do organismo completamente, mas depois disso, vai depender exclusivamente dela.” Nós começamos a comemorar a notícia, era incrível, ela finalmente tinha melhorado. “E nós vamos liberar as visitas, mas vamos deixar entrar um de cada vez. Nós não sabemos quando ela vai acordar e quando isso acontecer, é melhor que ela esteja em um ambiente calmo, sem muitas pessoas, vocês compreendem?”

“Claro, claro que compreendemos.” Kenny falou.

“Só de poder vê-la já é... É maravilhoso!” Ethan disse.

“Eu acredito que estejam muito felizes e é para estar mesmo. Assim que terminamos de fazer esses últimos exames e a transferir de quarto, eu peço pra liberarem a entrada de vocês, um por um.” O médico disse, nós assentimos e ele saiu.

Era a melhor notícia que eu poderia ter recebido, eu finalmente iria poder vê-la de novo!

POV Sophie Trammer

Nossa que escuridão... Onde será que eu estou? Ai minha cabeça... Tentei me mover, mas por algum motivo isso não estava sendo possível. Meu corpo todo pesava como que toneladas. Mas que porra... Levou-se alguns momentos até que eu percebesse que a escuridão na verdade, era por que eu estava com os olhos fechados, mas eu não conseguia abri-los também. O que está acontecendo? O que houve comigo? É como se eu não tivesse controle de mim. Meu cérebro queria uma coisa, mas meu corpo não obedecia. Senti alguém andando próximo a mim, então eu não estava sozinha onde quer que eu estivesse. Ouvi um barulho, como se uma porta tivesse sido aberta.

“Olá, eu já vou sair senhor, só estou checando se está tudo em ordem.” Uma mulher disse. Senhor? Quem estava ali?

“Imagina, fique a vontade.” Reconheci a voz imediatamente. Ethan! Ethan estava ali, ele estava ali comigo!

“O senhor está bem?” A mulher perguntou.

“Sim, é só... A outra enfermeira tentou me preparar, disse que eu poderia ficar em choque por ver como ela está, mas acho que não deu certo a tentativa.” Ethan parecia triste. Como assim? Como eu estou?

“Eu sei que é difícil, mas tente ver o lado bom, ela está melhorando e logo logo vai ter alta.” Alta? Então eu estou no hospital... Mas, por que eu estou no hospital?

“É... Vou tentar pensar de forma positiva.” Ethan disse e ficou quieto por um momento. “Acha que ela pode me ouvir?”

“Eu não sei... Mas, o senhor deveria tentar, se ela puder, vai gostar de saber que o senhor está aqui.” A mulher disse e eu ouvi o mesmo barulho na porta, acho que estávamos só eu e Ethan ali então.

“Sophie... Por onde eu começo? Tenho tanta coisa pra te falar, eu precisava de você aqui mais do que nunca e eu nem sei sequer se você consegue me ouvir...” Eu posso! Ethan, pelo amor de Deus eu estou te ouvindo! Eu tentava me mover, tentava fazer um gemido qualquer que fosse pra que ele soubesse que eu estava ali consciente, ou quase consciente pelo menos, mas nada. “Eu estou propenso a fazer uma coisa, uma coisa que você não iria gostar, mas se você pudesse ouvir os meus motivos, eu tenho certeza que você iria me entender, por que você é a única que me entende de verdade.” Opa. Espera... Como assim? Eu fico aparentemente no hospital por o quê? Umas horas, poucos dias... E você já ta fazendo coisa errada? Alguém me fala que eu estou só sonhando ou delirado. “Sophie, me ofereceram um trabalho no exército.” Mas o quê? E você recusou, obviamente. Diz que você recusou, por favor, me diz que você não fez isso! “Não seria daquela forma de antes, como você dizia, com guerras, balas, mortes e tudo mais... Ia ser diferente, eu ia treinar as equipes, ia estar em plena segurança... Eu não sei o que fazer.” Parece que já você sabe... “Queria ouvir você, eu não tenho idéia do que você iria falar...” Ah querido, você tem idéia sim do que eu iria falar... “Se bem que, eu até já imagino o que seria.” Rapaz esperto. “Eu sinto sua falta, sinto muito... Eu nem acredito que tudo isso ta acontecendo com você, com a gente...” Senti sua mão alisando meu rosto e senti um nó em minha garganta se formando. “Mas você está melhorando, isso é o que importa e você vai abrir esses olhinhos lindos pra mim de novo.” Eu sinto sua falta também Ethan... Eu quero te matar agora, mas eu acho que queria mais te abraçar. “Eu gostaria de poder ficar o resto do dia aqui, mas eu preciso resolver umas coisas da boate... Mas, eu vou voltar mais tarde e agora liberaram a gente pra te visitar, você vai acordar por que não vai mais me aguentar aqui falando besteira pra você.” O senti beijando minha testa. “Eu te amo, amo muito!” O quarto ficou silencioso e o único barulho que se fez depois disso, foi da porta batendo.

Eu não sabia direito o que tinha acontecido, o que estava acontecendo comigo, mas eu precisava conseguir me mover, falar... E eu não iria sossegar até conseguir isso. Alguns momentos e muitas tentativas fracassadas depois, ouvi o conhecido barulho na porta. Quem será? Alguma enfermeira? A pessoa que entrou onde eu estava segurou minha mão e eu não precisei ouvir nada para saber quem estava ali comigo. Matthew!


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