Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 20
Novo membro da família.


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas!!! Espero que gostem do capítulo e tem capa nova *-* Beijão meninas, obg pelos comentários!!!!



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Estava sentada no banco, descalça, com o notebook em cima do balcão da cozinha, respondi os e-mails que eu tinha de responder, almocei com Luke e quando chegou a hora para minha videoconferência, Luke prometeu que iria ficar quietinho enquanto eu tratava dos meus assuntos, então não fui para o meu escritório, fiquei na cozinha mesmo. Matthew não ia participar, ainda bem, por que com a raiva que eu estava dele era capaz de eu quebrar o monitor do computador só de ver seu rosto. O motivo da vídeo, era algo que já estavam me incomodando há tempos. John, o gerente do setor de contabilidade estava tentando me convencer a vender algumas ações da empresa e com isso ter sócios. A discussão já estava rolando por, pelo menos, uns 40min.

“Eu só estou pedindo que, ao menos, pense no assunto...” John disse.

“Não tem o que pensar. Não vou vender minhas ações para um qualquer.”

“A economia está um caos hoje em dia, se vendermos pelo menos 10% das ações, vamos ter um ótimo retorno, financeiramente falando. A Trammer’s está sendo muito visada nesse sentido. Eu recebo dezenas de e-mails de empresários interessados em ser sócios.”

“Eu tenho plena consciência da nossa economia atual, mas nós estamos estáveis há bastante tempo. Não estou desesperada a ponto de vender 10% dos meus 42% de ações. É claro que a Trammer’s é visada nesse sentido. Nossa imagem perante a imprensa é intacta, temos ótimas referências no mercado nacional e no exterior.”

“E por isso, a venda das ações viria a calhar agora enquanto estamos em alta.” Ele deu de ombros.

“Perdoe-me, mas penso o contrário. Em time que está ganhando não se mexe John.”

“Qual a sua resistência em trabalhar com sócios? Trabalhamos com investidores o tempo todo, seria basicamente a mesma coisa.”

“De forma alguma. Os investidores atuam em um projeto especifico, têm a sua porcentagem na lucratividade, mas é só. Nada mais. No fim do dia quem assina os contratos sou eu.”

“Eu gostaria de ressalvar que colocando a venda 10%, a senhorita ainda ficaria com 32%, ou seja, não deixaria de assinar os contratos no fim do dia. Ou se for o caso, podemos falar com o Sr. Trammer para saber se ele se interessa em vender suas ações.”

“Não vou meter Richard nessa história.” Falei firme. Ouvi a porta abrindo, olhei para trás, eram Kenny e Ethan. Luke fez um sinal com o dedo, pedindo que eles fizessem silêncio. Coloquei meus fones de ouvido, por que não precisava que algum idiota ouvisse minha conversa. E por idiota, quero dizer o Ethan... Só para deixar claro.

“O Sr. Trammer tem 58% das ações senhorita.” John falou calmamente.

“E eu tenho uma procuração assinada pelo Sr. Trammer, me deixando a frente da Trammer’s. Empresa a qual eu assumi toda e qualquer responsabilidade ao assinar essa procuração. Logo, sou eu quem decide se ações serão vendidas ou não. Temos sido autônomos por anos, meu avô fundou essa empresa, não vou meter gente desconhecida no meu território.”

“Eu sei senhorita e acredite, a Trammer’s ter sido desde o começo uma empresa familiar, faz o seu valor no mercado ficar ainda mais alto. Porém, temos que pensar no futuro e não só no agora. Quem assumiria a presidência em sua ausência?”

“Olha John, não sei se você sabe desse fato, mas não completei sequer 30 anos. Ainda tenho muito tempo na presidência. E quando chegar o dia de decidir quem irá ser meu sucessor, pode deixar que eu mesma o indicarei.”

“Não leve isso para o lado pessoal...”

“É claro que eu levo para o lado pessoal!” Gritei e Luke quase derrubou o copo, em que estava bebendo água, por causa do susto. “Estamos bem, não estamos? As coisas estão funcionando maravilhosamente e modéstia a parte, é por minha causa. Então entenda de uma vez por todas, que enquanto eu estiver viva e lúcida, a Trammer’s não vai ter sócios. Vai ser eu no comando dessa empresa por mais muitos anos e meus pêsames para quem não estiver de acordo. Se só tínhamos isso a tratar, então terminamos por aqui.”

“Tudo bem senhorita...” John respirou fundo. “Eu estarei de volta na cidade próxima semana, quando voltar podemos fazer a reunião para fechar os lucros do ano.”

“Perfeitamente. Nos falamos.” Fechei o notebook, tirei meus fones, andei até o sofá onde Kenny estava sentado e o dei um abraço rápido. “Bom dia, dormiu bem?” Sorri.

“Muito bem.” Ele sorriu me abraçando de volta. Passei reto por Ethan, sentei na poltrona de frente para o sofá e comecei a mexer no celular.

“Como assim? E eu? Não ganho abraço?” Ele disse fazendo beicinho. Contrai minha mandíbula tentando controlar minha vontade de levantar e matá-lo. “Ei! Está surda, muda ou o quê?”

“Achei que estava bem claro que eu estou ignorando a sua existência. Mas, sua capacidade mental é tão baixa que nem isso você percebe.” Falei sem o olhar.

“Deixa eu adivinhar, ainda está bravinha pelo que rolou mais cedo?”

“Ela vai matar ele...” Kenny sussurrou para Luke, que tentou conter o riso. “A propósito Sophie, eu soube o que aconteceu e acredito que meu irmão queira lhe pedir desculpas.” Olhei para Kenny e Ethan estava sorrindo com diversão.

“Por que eu tenho que pedir desculpas? Eu não sabia que aquele bocó era namorado dela. Aliás... Ele trabalha com você? Não tem nenhuma lei interna que proíba o relacionamento entre funcionários ou algo do tipo?” O olhei com raiva e respirei fundo.

“Ele não é bocó. Não é meu namorado. E não trabalha comigo, ele trabalhar para mim, o que é completamente diferente.”

“Hum...” Ele pôs a mão no queixo pensativo. “Ele está pegando a chefe... Não é tão bocó quanto parece.” Ele começou a rir.

“Quer saber?” Levantei e cruzei os braços. “Agradeça a Deus você ter um irmão maravilhoso, por que se não fosse por ele, eu não iria permitir que você sequer passasse na mesma rua que eu moro.”

“Ah é?” Ele levantou ficando de frente a mim. “E quem iria me impedir? Você?” Ele debochou. “Me poupe.”

“Já chega. Os dois.” Luke disse se aproximando de nós dois, junto com Kenny. “Acredito que estamos de frente a dois adultos, então podem parar de agir feito crianças estúpidas.”

“Ethan, você desrespeitou a Sophie dentro da casa dela. A mesma Sophie que me acolheu de braços abertos, então tenha o mínimo de decência e se desculpe com ela.” Kenny disse sério. Ethan fez uma careta e voltou a olhar para mim.

“Tudo bem, nojentinha. Desculpe pela brincadeira de mau gosto, prometo me comportar.” Ele colocou a mão nos bolsos da calça. “Ou tentar, pelo menos.” Ele sussurrou.

“Ok...” Suspirei. “Acho que começamos com o pé esquerdo. Vamos tentar manter um clima de paz. Não por nós dois, mas por eles dois.” Acenei a cabeça na direção de Luke e Kenny.

“Fechado.” Ele piscou, Luke e Kenny começaram a comemorar de forma dramática. “Já está bom vocês dois. Não é como se nós fossemos melhores amigos agora.”

“Isso mesmo. Só prometo tentar não desejar que você morra de uma forma lenta e dolorosa, cada vez que te ver.” Sorri ironicamente.

“Sabe... Se você não fosse tão chata, eu poderia até fazer o favor de te chamar pra sair comigo.”

“Haha.” O olhei sarcástica. “Como se eu fosse aceitar...” Ele sorriu abertamente. “Então... Quais os planos pra hoje?”

“Eu pretendo passar o dia sem fazer nada.” Luke se jogou no sofá.

“Somos dois.” Kenny sentou ou seu lado.

“Essa pergunta se estende a mim ou ainda está ignorando a minha existência?” Ethan perguntou, eu revirei os olhos. E ele começou a rir. “Eu vou malhar e depois trabalhar.”

“Vai abrir sua boate hoje? Em plena segunda-feira?” Perguntei surpresa.

“Mas é claro.”

“Quem vai pra uma boate numa segunda-feira?”

“Você ficaria surpresa se visse a quantidade de gente que vem em uma segunda-feira.” Ele sentou de volta no sofá e eu voltei para minha poltrona.

“Gente desocupada.” Falei.

“Gente que só quer aproveitar a vida.”

“Posso imaginar mil maneiras de aproveitar melhor a vida do que em uma boate bebendo, com um som tão alto que eu não consigo ouvir meus próprios pensamentos.”

“Ás vezes Sophie, algumas pessoas não querem ouvir os seus pensamentos.” Ele disse sério e eu o olhei cerrando os olhos. “Em todo caso...” Ele se levantou de novo. “É melhor eu ir logo, preciso me preparar para a maratona mais tarde.” Olhei para Kenny confusa.

“A maratona sexual, ele quer dizer.” Kenny falou rindo.

“Eu tenho que dar o que elas querem.” Ele sorriu torto e saiu. Agrh... Canalha imundo.

“Bom, se vocês me dão licença, eu vou pro escritório, trabalhar um pouco... Só para variar.” Sorri, peguei meu computador e sai da sala.

Passei todo o dia trancada no meu escritório, Emily me ajudou, mesmo de longe, com o que eu precisava. Matthew me ligou como que 500 vezes e eu ignorei todas as chamadas. Eu não queria ficar brigada com ele, mas estava realmente chateada com tudo o que tinha acontecido, então quando eu me sentia assim, preferia me afastar um pouco pra conseguir pensar direito. Geralmente funcionava. Depois de muitas horas trabalhando, quando dei por mim, tinha dormindo com a cabeça apoiada na mesa. Estiquei-me, sentindo minhas costas e pescoço reclamarem de dor. Quando consegui levantar, fui até meu quarto, tomei um bom banho, coloquei uma calça de moletom e uma camiseta. Estava penteando os cabelos, quando a campainha tocou.

“Deve ser o entregador com nosso jantar.” Luke gritou do seu quarto.

“Deixa que eu que atendo.” Falei indo até a porta. Quando a abri, Matthew estava em pé parado.

“Precisamos conversar.” Ele disse. Fechei a porta em sua cara e andei rapidamente para meu quarto. Ele a abriu e veio andando atrás de mim. “Sabe que não adianta sair andando, eu sempre venho atrás de você.” Matthew entrou em meu quarto e fechou a porta.

“O que você quer?” Sentei na cama e cruzei os braços.

“Em primeiro lugar, obviamente me desculpar.” Ele puxou uma cadeira e sentou de frente a mim. “Eu agi como um perfeito idiota e sinto muito.” Ele suspirou. “Mas, agindo em minha própria defesa, como um bom advogado, eu fiquei completamente cego de ciúmes de ver aquele cara falar aquelas coisas de você.”

“Você... Você estava com ciúmes de mim?” Perguntei e ele me olhou sem entender nada.

“Em que mundo você vive?” Ele esboçou um sorriso. “Achou que eu ia agir daquela forma por que motivo?”

“Não sei... Acho que não tinha pensado nessa parte.”

“Sophie, o que eu significo pra você? Honestamente falando.”

“Como assim?”

“Somos apenas um passatempo um para o outro ou somos algo a mais?”

“Eu... Ér... Eu não sei. Quer dizer... Nós não tínhamos combinado de ir sem pressa e sem cobranças?” Falei nervosa.

“Claro, mas... Eu não sei o que esperar disso aqui.” Ele apontou para nós dois. “Eu não faço idéia do que se passa na sua cabeça, se você não quer mais ficar com outra pessoa ou se quer ficar... E francamente, me adiantaria muito saber disso, por que se você me disser que quer um relacionamento aberto, para sair com outras pessoas, eu vou saber que tenho que me controlar mediante a cenas como aquela que eu vi mais cedo.”

“Você quer sair com outras pessoas?” Perguntei receosa.

“Você quer?”

“Eu perguntei primeiro.” Tentei sorrir.

“Na verdade eu perguntei primeiro.” Ele sorriu de volta. “Mas... Não. Francamente, estou satisfeito.”

“Acho que...” Respirei fundo. “Acho que estou satisfeita também.”

“Então isso quer dizer...”

“Quer dizer que você não precisa ter ciúmes de outros. Eu não quero ficar com outra pessoa que não seja você.” Ele respirou aliviado.

“Graças a Deus...” Ele sorriu. “Eu não iria saber como reagir se a resposta fosse diferente. Estou desculpado então?”

“Não mesmo.”

“Mas, eu achei que...” Ele me olhou confuso.

“Achou que iria aprontar um espetáculo aqui de manhã depois iria aparecer, falar meia dúzia e eu iria te desculpar?!”

“Na verdade sim.” Ele disse e eu o olhei feio. “Não, quero dizer, claro que não.”

“Você é inteligente, vai pensar em um jeito de eu te desculpar.” Cruzei as pernas sorrindo.

“É... Posso ver o que vou fazer.” Ele assentiu. “Eu só... Bom, eu vou passar o natal com minha família, na Califórnia. Não queria viajar brigado com você.”

“Então você ainda tem alguns dias para tentar se desculpar descentemente.”

“Você não é mole mesmo.” Ele riu. “Eu preciso ir, Megan está esperando lá embaixo.”

“Está bem. Amanhã nos vemos.” Disse e ele se abaixou beijando minha testa.

“Amanhã nos vemos.” Ele falou e saiu.

Eu acabei de aceitar um quase relacionamento com Matthew? É isso mesmo? Oh Deus... Cada fibra do meu ser me dizia que eu ia acabar me arrependendo disso.

Acordei no outro dia com uma preguiça monstra de sair da cama. Já tinha adiado três vezes o despertador, até que não teve mais jeito. Depois de tomar banho e me trocar, fui para cozinha tomar café, estava tudo quieto demais. Encontrei um bilhete em cima do balcão de Luke:

Saímos com Ethan para ir correr. Mais tarde nos falamos.

Beijos, L.

Ethan, Ethan, Ethan... Tudo agora que fossem fazer, tinha que meter esse tal de Ethan no meio. Cadê o tempo em que só a Sophie bastava? Bufei e voltei a fazer meu café. Liguei a televisão da sala no jornal e comecei a comer minhas torradas com geléia. A campainha tocou, eu revirei os olhos e levantei de muita má vontade para abrir a porta. Quando a destranquei e abri, estavam Matthew e Megan, que segurava uma caixa, com um sorriso de orelha a orelha.

“Eu estou tão atrasada assim que vocês tiveram que vir me buscar?” Falei confusa.

“Não mesmo.” Matthew falou ainda sorrindo. Megan me deu um beijo na bochecha e entrou sentando no sofá.

“Um dos dois pode me explicar o que está acontecendo?” Disse já impaciente.

“Você é muito mal humorada de manhã Sophie. Alguém já te disse isso?” Megan perguntou.

“O seu irmão. Como que umas 50 vezes.” Olhei para Matthew e ele piscou pra mim.

“Bom, eu quis trazer o seu presente de natal, com alguns dias adiantados.” Ele falou.

“Presente de natal?!” Franzi a testa. “Por acaso está tentando comprar minhas desculpas com presentes?” Cruzei os braços.

“De forma alguma. Mas, se o meu presente te fizer me desculpar, também não iria achar ruim.”

“Oh Deus...” Gemi de frustração. “Tudo bem, o que é?”

“Você está tão animada que mal está conseguindo conter a alegria.” Megan disse ironicamente.

“Apenas ignore o péssimo humor dela Meggie, com o passar do dia fica menos pior de aturar.” Matthew falou sem desviar os olhos de mim. “Eu estava pensando há um tempo sobre o que eu iria te dar e com o incidente de ontem e eu tendo que ir viajar por uns dias, decidi que vou ficar mais tranquilo se você tiver uma companhia masculina, que seja de minha confiança, para te proteger e manter os babacas longe de você.” Ele andou até Megan pegando a caixa e ela me olhava com animação.

“Você contratou um guarda costas anão e colocou-o nessa caixa ou o quê?” Falei olhando para a caixa sem conseguir conter minha curiosidade.

“Quase isso...” Ele fechou um dos olhos pensativo, abriu a caixa e tirou de dentro um cachorrinho.

“Ai meu Deus!” Olhei para o filhotinho completamente apaixonada. “É um Husky!”

“Eu lembrei que quando nos conhecemos você falou que sempre quis ter um... Achei que iria gostar de ter alguém pra te fazer companhia enquanto eu estou fora.” Ele me olhou receoso. “E então...? Você gostou?”

“Você está brincando comigo né?” Peguei o cachorrinho no colo, ele tinha o pelo branco com umas partes em cinza escuro e os seus olhos eram tão claros que pareciam brancos. Levantei ele na altura do meu rosto e ele lambeu meu nariz me fazendo rir. “É a coisa mais linda que eu poderia ter ganhado.” Olhei para Matthew e ele abriu um sorriso. “Você é muito lindinho meu amor.” Comecei a fazer carinho no cachorrinho e ele logo se acomodou nos meus braços.

“Eu falei que ela ia amar.” Megan se levantou ficando ao lado de Matthew.

“Qual nome dele?” Perguntei olhando para eles.

“É o seu filhote, você quem tem que escolher.” Matt falou.

“Que tal Jacob?” Megan disse fazendo carinho no cachorrinho também.

“Jacob?” Matthew perguntou com a testa franzida.

“É... O lobo de crepúsculo.” Falei sem tirar os olhos do meu novo filhinho.

“O que é crepúsculo?” Matthew perguntou. Megan e eu nos olhamos depois encaramos ele incrédulas.

“Meu Deus homem... Se atualiza!” Revirei os olhos. “Já sei! Ele vai se chamar Baby!”

“Baby?!” Megan e Matthew repetiram.

“Sim. Por que ele é meu bebezinho.” Comecei a beijar meu cachorrinho e o rabinho dele começou a balançar de alegria. “Ele gostou de Baby.”

“Você sabe que ele é um cachorro né? Com ‘O’ no final. Macho.” Matt se apoiou no braço do sofá.

“E qual o problema dele se chamar Baby?!”

“Nada demais, você só vai causar uma crise de identidade nesse coitado. Por que você não chama ele de Mark, Tobby... Sabe... Nome de macho.”

“Por que o cachorro é meu e eu quero que ele se chame Baby, simplesmente por isso.” Sorri irônica. “Seu pai é um porre ás vezes Baby.” Falei pro cachorrinho, Megan começou a rir.

“Ah, quer dizer que eu sou o pai dessa criança e não tenho direito a escolher o nome dele?” Ele falou rindo.

“Não mesmo. Você disse que eu poderia escolher, vai ser Baby.”

“Que fofo! Já sou titia!” Megan bateu as mãos comemorando.

“E eu não mereço nem um ‘Obrigado’?” Matthew disse, eu sorri, me aproximei e o beijei.

“Muito obrigada.” Ele sorriu. “Mas eu ainda estou brava com você por ontem, não se anime muito.” Bati em seu ombro.

“Odeio vocês dois. Parecem aqueles casais capa de revista.” Megan falou e pegou Baby o colocando no chão. Ele começou a cheirar e mexer em tudo. “Você vai deixar ele aqui sozinho Sophie?”

“Claro que não. Vou levar pro escritório.” Falei e Matthew pôs a mão ao redor da minha cintura.

“Eles deixam entrar com animais lá?” Ela perguntou acompanhando Baby.

“E você acha que eles são doidos de me barrar? Demito o primeiro que fizer cara feia.” Matthew gargalhou.

“Então vamos? Tenho um monte de coisas pra fazer agora de manhã. Você vem com a gente?” Ele perguntou.

“Eu vou logo depois, vou terminar de tomar café da manhã ainda e arrumar minhas coisas.” Falei e ele me beijou rapidamente.

“Nos vemos já já então.” Ele se levantou e foi até a porta.

“Até já Sophie.” Megan me abraçou e acompanhou Matthew.

Olhei para Baby, ele estava sentado, me olhando com o rabinho balançando e a cabeça inclinada.

“Aiiii você é muito lindoooooo!” Gritei saindo correndo atrás dele e ele começou a correr de mim. Quando finalmente o alcancei, o coloquei do colo e ele começou a lamber minha bochecha me fazendo rir. “A gente vai ter que comprar umas coisas pra você Baby.” Falei me tocando que nunca tinha tido nenhum bichinho de estimação. “Vamos ás compras com a mamãe.” Disse quando terminei de comer e peguei minha bolsa.

Saímos de casa e antes de ir para a empresa, passei em um pet shop e comprei tudo o que meu filho ia precisar. Coleira, vasilhinha pra água, ração, 100 brinquedos diferentes e mais um monte de coisa. O atendente aproveitou e meu umas dicas sobre a raça, já que são cachorros acostumados com frio, ele me alertou sobre não o deixar em ambientes muito quentes e sempre dar água pra ele. Quando enfim terminei, fui dirigindo para a empresa, desci com algumas sacolas que tinham os brinquedinhos dele para ele se divertir enquanto eu trabalhava. Subi no elevador com mais quatro funcionários que olhavam surpresos por eu estar com um cachorro no prédio, mas foi só o Baby dar o primeiro latido e eles de derreteram por ele, fazendo carinho e babando por ele como eu babei. Cheguei no andar da presidência, coloquei Baby no chão e ele saiu correndo e derrapando no piso. Emily me olhou assustada.

“Isso é um cachorro?” Ela me olhou rindo e o pegou no colo.

“Emily, este é Baby Trammer, mais novo membro da família.” Falei como uma mãe orgulhosa.

“Você é uma gracinha Baby!” Ela falou fazendo carinho nele.

“Como está minha agenda hoje?” Tirei os óculos escuros.

“Nada de muito urgente. Tenho alguns recados para a senhorita, aquele senhor, Ricky, ligou atrás de você e várias e incansáveis vezes.”

“Ricky?!” Perguntei. “Ah sim...” Bati na minha testa lembrando que tinha tido um encontro com ele semanas atrás, um dia antes de me agarrar com Matthew no elevador. Comecei a rir com o pensamento. “Diga pra esse senhor que eu morri ok?” Peguei Baby de volta.

“Com todo prazer senhorita.” Ela riu.

Entrei em minha sala, fechei a porta, o coloquei no chão e ele saiu explorando a sala. Coloquei as vasilhas com água e ração para ele no chão, tirei alguns brinquedos da sacola e sentei para começar a trabalhar. Alguns minutos depois, estava lendo um contrato antes de ser entregue ao proprietário no nosso novo empreendimento, quando olhei para baixo Baby estava mordendo meus sapatos. Comecei a rir.

“Baby que feio. Esses foram muito caros, não pode morder o sapato da mamãe.” Ele parou de morder e ficou me olhando choramingando. “Own, não fica assim.” Peguei ele e coloquei em meu colo fazendo carinho, ele ficou deitado quietinho e eu voltei a ler o contrato.

“Você está parecendo uma mafiosa com esses óculos de grau e fazendo carinho no cachorro.” Matthew entrou em minha sala e começou a rir.

“Você vem à minha casa e nem me traz um café? Ao menos beije meu anel.” O olhei cerrando os olhos.

“O poderoso chefão.” Ele sentou ainda rindo. “Que gosto refinado para filmes.”

“Eu sou uma mulher de gosto refinado.” Dei de ombros.

“Cadê meu Babyzinho lindo?” Megan entrou na sala e Baby se atirou do meu colo e foi correndo até ela. “Posso dar uma volta com ele Sophie? Por favor!” Ela fez beicinho.

“Pode, claro. Mas, cuidado para não se perder aqui dentro.” Comecei a rir.

“A Meggie? Já fez amizade com 90% do pessoal em menos de 24hrs.” Matthew disse revirando os olhos.

“O que posso fazer? Sou uma pessoa simpática e educada.” Ela riu e saiu com Baby.

“E você meu bom homem, o que deseja dessa pobre mulher?” Ele deu a volta na mesa ficando de frente a mim e se abaixou apoiando os braços na cadeira.

“Eu desejo muitas coisas desta pobre, linda e gostosa mulher.” Ele mordeu meu lábio inferior. “Será que ela poderia disponibilizar um cantinho na sua cama mais tarde para esse bom homem dormir?” Sorri e o puxei pela gravata o beijando.

Ele me colocou de pé e me puxou para mais perto, com uma mão em minha cintura e a outra em meu pescoço.

“Senti falta disso.” Ele apoiou sua testa na minha ofegante.

“Eu também senti.” Alisei seu cabelo.

“Por que a gente briga? Não podemos parar com isso?”

“É só você começar a ser mais bonzinho.” Falei e ele riu.

“E desde quando você curte os bonzinhos?” Ele disse ainda rindo e alguém bateu a porta. Matthew voltou e sentou na cadeira de frente a mim e eu voltei para minha.

“Entre.” Falei.

“Com licença.” Emily abriu um pouco a porta. “Tem um rapaz querendo falar com a senhorita.”

“Um rapaz?” Falei confusa. “Achei que não tinha nada marcado pra hoje... Qual nome?”

“Ele se chama Connor Hastings. Disse que é um velho amigo... A senhorita vai recebê-lo?”

Connor Hastings. Connor está aqui. Senti todo meu corpo ficar tenso e Matthew me olhou com uma expressão de preocupação no rosto devido a minha reação. Ah não Connor... De novo não.


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