Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 1
Boas vindas.


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos a minha grande paixão. Por você mil vezes é divido em duas partes e é, sem dúvidas, um dos meus grandes orgulhos! Amei escrever cada linha e amei mais ainda compartilhar com pessoas tão maravilhosas!

Eu espero que você se encante e se emocione com cada personagem, como eu me encantei.
Um enorme beijo,

Suy,



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5:28... 5:29... 5:30. O alarme começa a tocar me avisando que é hora de levantar, porém como sempre, já estou sentada na cama o encarando.Você precisa ser mais rápido amigo...Desligo o terrível barulho que ele faz pra tentar me acordar. Sento em minha mesa e abro meu e-mail. Ele acusa 228 não lidos. Quando eu dormi, há apenas quatro horas atrás, não havia mais nenhum pendente. A tecnologia sempre facilitando sua vida Sophie; Reviro os olhos e decido lidar com os e-mails mais tarde.

Ando em direção ao meu closet e escolho um short branco, blusa regata rosa e pego meus tênis. Vou ao banheiro, escovo os dentes, prendo os cabelos castanhos claros, que agora se encontram em um estado rebelde, em um rabo de cavalo e me convenço que estou um pouco apresentável. Moro em uma cobertura, mas por uma simples aversão a lugares fechados, incluindo elevadores, prefiro descer de escada. E sendo fiel aos meus rituais de todos os dias, ponho o celular no bolso, meuheadphone no ouvido e vou correr.

Não consigo me imaginar morando em outro lugar que não seja Nova Iorque, Manhattan simplesmente é meu paraíso particular. Eu adoro a correria, o barulho, pessoas correndo de um lado para outro... Eu nasci pra viver nessa cidade maluca.

Meu trabalho não fica atrás no quesito maluquices. Sou presidente de uma grande empresa de investimentos, a Trammer&Trammer's. Meu pai, Richard Willians Trammer II assumiu os negócios depois que meu avô faleceu, mas hoje em dia ele não é muito presente, o que acaba fazendo com que eu tenha que cuidar da empresa sozinha. Não me queixo, já que sempre que ele está lá nós passamos a maior parte do tempo discutindo... Até prefiro quando ele está longe.

O clima está agradável, nem muito quente, nem muito frio. É maravilhoso sentir o vento no rosto, ouvindo uma boa música, sem nada na cabeça... Biiip! O som terrível interrompendo minha música pra informar que alguém estava ligando.Mas que merda... Apertei o botão do headphone para atender a chamada.

"Trammer.".

"Srta Trammer, é Mark" A voz do outro lado da linha disse. Mark é, vulgo, meu contador incompetente.

"Resolveu aquela pendência?" Perguntei.

"Então..." Quando Mark começava uma frase com 'então', significava que nada havia sido resolvido. "Eu preciso de mais tempo pra conseguir redigir um novo contrato."

"Mais tempo?" Gritei enquanto continuava correndo. "Isso foi um erro seu Mark, sorte a sua que o cliente entendeu e não quis cancelar o contrato, você tem noção de quanto está em jogo por sua causa?"

"Eu sei srta. Trammer, mas isso não pode ser resolvido da noite pro dia, eu passei a noite acordado e..."

"E você acha que eu estou realmente interessada se você dormiu ou não?" Parei de correr e senti alguém me atingir bruscamente, o que me fez cair no chão.

"Que porra!" Disse o rapaz que me derrubou que agora estava por cima de mim.

"Caramba, custa olhar por onde anda?" Disse furiosa.

"Culpa sua que para de correr do nada!" Ele disse áspero.

"Culpa minha?" Disse com um suspiro. "Você pesa duas toneladas? Dá pra sair de cima de mim? Eu não consigo respirar."

Ele se levantou ficando de joelhos ao meu lado, tirou o capuz da cabeça e quando me virei, ainda deitada no chão, pude o olhar direito, tinha que admitir, o cara era bonito. Alto e forte, não do tipo fisiculturista, mas do tipo sarado. Os olhos pareciam transparentes de tão azuis. Basicamente, o cara era muito sexy. Tive que me lembrar que eu tinha que respirar.

"Pro seu bem, vou ignorar que você acabou de me chamar de gordo." Ele falou me olhando agora com divertimento nos olhos. Respirei fundo.

"Não retiro o que eu disse". Reparei que ele estava com o celular na mão e aproveitei para acusá-lo. "E acho que você que não prestou atenção por onde andava. Se soltar o celular de vez enquando e olhar pra frente, com sorte você não atropela mais ninguém!" O estranho e gostoso cara me olhava de cima abaixo e sorriu. Nossa, que sorriso... Aquilo podia matar alguém!

"Alô? Sophie? O que aconteceu?" Ouvi uma voz abafada vindo do meuheadphone quando Mark começou a falar, perturbando mais ainda a minha paciência. Arrastei-me no chão para alcançá-lo ficando de barriga pra baixo.

"Eu cuido de você depois Mark, assim que chegar venha no meu escritório, precisamos conversar." Falei grosseiramente e desliguei o telefone sem nem esperar uma resposta.

"Coitado do Mark" Meu estranho sexy colocou a mão no queixo, dobrou a cabeça um pouco pro lado como se estivesse pensativo.

Levantei-me do chão. "O que?" Não entendi o que ele quis dizer.

"Ter que lidar com uma louca a essa hora da manhã não é pra qualquer um, pobre rapaz..." Ele estava rindo da minha cara descaradamente se pondo de pé também.

"Não é pra qualquer uma a essa hora da manhã lidar com dois idiotas ao mesmo tempo!" Comecei a andar de volta pra casa.

"Vá comer um chocolate, isso deve ser TPM!" Ele disse rindo ainda mais.

"Vá se ferrar." Falei me afastando. Ele era gostoso, mas um grosso.

Voltei para casa e fui tomar um banho. Fiquei em baixo do chuveiro por um longo tempo, depois de lavar os cabelos e decidir que era hora de ir pro escritório, sai do banheiro pra escolher uma roupa. Olhei-me no espelho sem o menor ânimo pra me arrumar. Tem sido eu, sozinha, já fazia um bom tempo. Quando se tem 27 anos, as pessoas esperam que você esteja, no mínimo, noiva e com um filho, ou pelo menos morando com alguém, quem sabe simplesmente namorando... E eu? Sozinha e solteira sem nenhum plano de começar um relacionamento.

Sento de frente para minhas roupas e começo a lembrar de tudo, da minha adolescência, de como foi difícil crescer sem uma mãe e com um pai ausente. Lembro das minhas experiências amorosas fracassadas, aliás, minha experiência. No singular. É impressionante como apenas uma pessoa pode te estragar para o resto do mundo. Desde os 15 anos eu não conseguia mais me ver em um relacionamento sério com ninguém. Eu tenho minhas escapadas, meus encontros com alguns rapazes... Mas nada que dure o suficiente pra ser chamado de "namoro". Eu me sinto triste por um momento e percebo que se ainda conseguisse chorar por algo, estaria aos prantos agora. Mas além de desistir dos relacionamentos, sinto que desisti de sentir algo por alguém. Sempre que eu via que estava ficando sério eu corria do cara como o diabo foge da cruz. Sem sentimentos, sem dor. É assim que deve ser.

Coloco minhas meias pretas, escolho um vestido preto justo com um decote quadrado, pego meus scarpinspretos e volto para o banheiro pra passar um pouco de maquiagem. Pareço uma vela de tão pálida. Passo um pouco de sombra marrom e bastante mascara para cílios, uma tentativa de destacar meus olhos verdes que estão apagados agora. Um pouco de blush, um batom rosa claro. Termino de secar os cabelos, faço um coque com uns fios soltos e já estou pronta pra mais um dia.

Desço para o estacionamento do meu prédio e procuro meu volvo vermelho. Meu bebê. O edifício Trammer fica bem próximo do meu apartamento, o que é ótimo já que não tenho que sofrer tanto com o trânsito de Nova Iorque.

Chegando a empresa, me dirijo aos elevadores. Subir até o 25º andar é um pesadelo pra mim que preciso conviver todos os dias, ainda trabalho a idéia de colocar meu escritório no segundo andar, assim eu poderia subir e descer de escada sem precisar dessas máquinas da morte. Prendo a respiração por quase todo percurso até o meu destino e quando as portas abrem, eu praticamente pulo pra fora. Paro um pouco próximo a parede pra respirar ar puro.

"Você devia procurar um terapeuta. Esse pânico por elevadores não é normal." Brian, meu quase meio irmão diz sorrindo de forma sarcástica.

"Terapeutas são aproveitadores que ganham milhares as custas dos problemas dos outros. Mas já que você sugere, encontre um pra tratar do seu problema mental e depois você se preocupa com meu medo de elevadores." Digo andando em direção à minha sala.

"Seu humor está uma delicia, como o de costume." Ele diz sorrindo.

Brian é o filho da segunda esposa de Richard, que é uma megera. Eles estão juntos há quase dez anos. Ele faz tudo o que ela quer e ela, por sua vez, se aproveita disso. Brian é um homem muito bonito. É alto, cabelos escuros, olhos castanhos, forte... Mas ele é tão irritante quedá vontade de matá-lo, porém as leis americanas me impedem disso, infelizmente. Acho que Richard e a mulher Amy, cansaram de ver Brian sem fazer nada em casa e o obrigaram a vir trabalhar na empresa. Até hoje eu quero saber a ocupação dele aqui, já que só o vejo andando de lá pra cá e dando em cima das funcionárias.

"Bom dia Srta Trammer" Emily, minha secretária disse educadamente como todos os dias.

"Bom dia. Venha em meu escritório em meia hora e vamos repassar a agenda de hoje. Estou esperando o Mark, assim que ele chegar mande vir falar comigo, ok?"

"Tudo bem, pode deixar. As correspondências estão em cima da sua mesa, junto com os recados de telefonemas que a Srta recebeu hoje. Ah..." Ela para de falar e me olha seriamente agora "O Sr Trammer ligou, pediu que a Srta entrasse em contato assim que chegasse ao escritório."

"Que maravilha..." Revirei os olhos e entrei em minha sala.

Chega até ser engraçado como ás vezes me sinto mais à vontade aqui nessa sala do que em minha casa. Eu mesma acompanhei de perto o trabalho dos decoradores quando a reformamos. As paredes têm um tom de cinza claro e todos os móveis são pretos. Além de atrás de uma porta eu ter uma pequena sala de reuniões que muitas vezes me servia de sala de jantar e atrás da outra porta, um pequeno closet com algumas peças básicas e um banheiro, para compromissos de emergência.

Sentei em minha cadeira e comecei a ler e responder alguns e-mails, tentando evitar ter que ligar para meu pai. Depois de enrolar bastante, decidi me forçar a enfrentar logo o inimigo.

"Achei que tinha sido claro quando disse que era pra me ligar assim que estivesse no escritório," Richard atende no segundo toque com um tom nada amigável.

"Bom dia pra você também pai, eu estou ótima, muito obrigada por perguntar." Digo irônica.

"Não me faça perder tempo com bobagens... Quando eu mandar você me ligar, espero que faça isso em breve."

"Eu não sei se você está consciente disso, mas eu trabalho aqui, não fico sentada olhando o tempo passar. Estava ocupada, por isso não liguei antes."

"Muito bom você tocar nesse assunto, é justamente sobre isso que quero falar."

"Sobre isso o que?"

"Parece-me que Amanda pediu desligamento da empresa ontem."

"Nossa, que pena..." Digo ironicamente.

"É a 14º pessoa que contrato pra trabalhar com você que pede demissão, acho que está claro em quem está o problema."

"Claro pai, o problema está em você contratar gente pra trabalhar comigo, posso muito bem me virar sozinha."

"É óbvio que não pode, não cuida nem da sua vida sozinha, dirá de uma companhia desse porte. Estou mandando uma pessoa nova amanhã, indicação de Amy."

"A Amy indicou? Pai pelo amor de Deus, não vou agüentar outra retardada pra trabalhar aqui. E vindo por indicação da sua digníssima mulher, tenho certeza que não é boa peça."

"Muito cuidado ao falar de Amy, respeite-a Sophie, fui claro? E não precisa se preocupar, contratamos um rapaz dessa vez, Amy é amiga dos familiares deles há anos e deu ótimas recomendações sobre ele. Amanhã eu quero que você conduza a reunião de boas vindas e..."

"Não vou conduzir a reunião de boas vindas" O interrompi. "Tenho mais o que fazer..."

"Tudo bem, mas não estou pedindo que faça, estou mandando. Amanhã esteja ai as 7hrs em ponto e nem ouse mandar sua secretária ir para essa reunião em seu lugar."

"Mas pai..."

"Chega Sophie." Ele gritou. "Já está resolvido. E eu acho bom que esse novo rapaz dure com você, senão vou começar a repensar se você merece mesmo esse cargo de presidência." Ele desligou.

Rosnei de frustração. Apoiei a cabeça nas mãos, tentando recuperar a calma, quando notei um pingente faltando no meu bracelete. Havia ganhado esse bracelete de platina há anos, do meu melhor amigo, Luke e nunca o tirava. Em cada aniversário ele me dava um pingente novo que representasse algo importante e pessoal. E eu acabara de notar que perdi o meu pingente preferido.

"Só pode ser brincadeira..." Digo respirando fundo e começo a procurar em cima da mesa e nada. "Será se o dia pode piorar meu Deus?" Falo olhando pra cima esperando uma resposta divina.

"Srta Trammer, com licença." Emily diz abrindo um pouco a minha porta. "Mark está aqui para falar com a senhora." E ai estava a minha resposta: Sim, o dia podia piorar...

Se eu dissesse que a reunião com o Mark foi uma tragédia, eu estaria utilizando um eufemismo. Foi uma droga por completo. Gritos de um lado, gritos de outro... Foi, no mínimo, muito estressante. Eu sabia que iria demiti-lo, mas antes queria que ele concertasse toda a merda que fez de errado que ele insiste em dizer que não tem culpa. Por isso eu odiava trabalhar com outras pessoas, sempre dava problemas. Trabalhar com mulheres então, era um completo pesadelo. Pelo menos agora Richard havia contratado um homem... Sem problemas de TPM então. Mas vindo por indicação da Amy... Não posso esperar grandes coisas. E ainda por cima, ter que conduzir a reunião de boas vindas para os novos funcionários. É sempre a mesma falação besta... Que o pai, do pai do Richard fundou a empresa, que é uma empresa familiar que preza os velhos costumes e blá, blá, blá... Tudo baboseira.

Ouvi meu celular tocando, o visor mostrava uma mensagem não lida de Luke.

Sinto sua falta baby, estou voltando sábado. Cheio de sacolas com presentes pra minha linda. Te amo!

Sorri com a mensagem. Luke trabalhava como modelo e nos últimos dois anos começou a ser reconhecido pra valer, ele estava em Paris fazendo uma campanha para uma linha de roupas. Luke era alto, forte, charmoso, educado, engraçado, inteligente... Resumindo, seria meu marido perfeito... Isso se ele não preferisse homens também, mas isso era um detalhe a parte.

Não agüento mais ficar sem você seu ingrato! Espero que seus presentes sejam de grife, pelo menos. Te amo mais!

Respondi e voltei ao trabalho. Passei o dia tendo algumas outras reuniões, que foram bem produtivas até. Li e reli uns 500 contratos diferentes. Almocei com futuros investidores que era uns chatos... O mesmo de sempre.

Já passavam das 20hrs e eu ainda estava no escritório, como sempre sozinha. Aproximei-me da janela que ficava atrás da minha mesa, sentei nela e fiquei olhando para fora. Para o mundo. Admirei a vista de várias luzes sob o céu escuro, respirei fundo e disse mais como um desejo do que como um pensamento: Que amanhã seja melhor que hoje.

Acordei antes que o despertador, de novo. Estava morrendo de dor de cabeça, descartei a ideia de sair para correr hoje por conta disso. Ao invés disso, tratei de ir me arrumar logo. Tomei um banho, lavei os cabelos e após uma boa meia hora, quando terminei, fui escolher minha roupa. Quero parecer o mais profissional e séria possível. Escolho uma saia lápis preta, blusa de cetim branca e um blazer preto, meus sapatos de salto preferidos, algumas pulseiras, meu bracelete de sempre e um cordão discreto. Depois de secar os cabelos, decidi fazer uns cachos soltos pra dar um volume a mais, me maquiei, apostei no batom vermelho e olhos mais simples, apenas um pouco de rímel, blush e delineador.

Como ainda era um pouco cedo, decidi tomar café da manhã em casa. Tomei suco e iogurte com granolas, depois preparei um pouco de café para tomar no escritório. Desci para o estacionamento, tentando me recuperar do meu quase infarto depois de usar o elevador e fui dirigindo para a empresa.

Chegando ao prédio, cumprimentei o pessoal da portaria, como de costume e esperei o elevador para subir. Finalmente em terra firme, destranquei minha sala e liguei o computador. Comecei a responder alguns e-mails rotineiros.

"Com licença senhorita, a reunião de boas-vindas já vai começar." Emily disse abrindo um pouco a porta.

"Ai que maravilha." Disse com desdém. Tomei um bom gole de café, coloquei umas balas de menta na boca e sai do meu escritório. Como as salas de reunião ficavam a apenas dois andares abaixo do meu, fui de escadas e Emily me acompanhou.

"Aqui está a lista dos funcionários novos." Ela me disse estendendo uma folha.

"Para quê vou precisar disso?" Peguei o papel das mãos dela.

"Bom... É que geralmente fazem algumas atividades de interação e coisas do tipo. Achei que a senhorita iria querer saber os nomes."

"Não vou fazer nenhuma atividade de interação. Olha bem pra mim, eu pareço uma pessoa que se 'intera'?"

"Não mesmo senhorita." Ela sorriu. Emily era minha secretária desde que assumi o comando da empresa, o que foi a meros cinco anos atrás. Ela já estava mais do que acostumada comigo e com meus surtos."Apenas procure pelo Sr. Davis, que é quem vai ficar no andar conosco."

"Isso eu posso fazer."

"E senhorita..." Ela pausou um pouco. "Tente ser simpática."

"Eu não prometo nada." Sorri pra ela e abri a porta.

A sala tinha pelo menos umas cinqüenta pessoas. Caramba, como estávamos contratando gente... A empresa realmente estava crescendo cada dia mais. Eles estavam sentados em cadeiras, distribuídas em filas... Como em uma sala de aula. Havia um pouco de conversa, nada muito alto, mas não estava em puro silêncio também.

"Bom dia." Disse colocando a folha em cima da mesa e me apoiando nela.

"Bom dia." Todos, ou pelo menos a maioria respondeu. Realmente isso aqui estava parecendo uma sala de aula.

"Eu me chamo Sophie Marie Trammer. Sim, sou a presidente dessa empresa e sim, não estou muito contente de estar aqui conduzindo essa reunião de boas vindas, mas vocês vão ter que se conformar comigo mesmo." Alguns riram, alguns me olharam surpresos... Mas eu não estava prestando atenção nos rostos deles de fato, só queria terminar logo com isso. "Antes da empresa ser o que é hoje, ela era a Trammer's Investments. Ryan Trammer, o fundador, tinha a ideia de ajudar empresários de pequeno, médio e grande porte, a solucionar problemas financeiros. Acontece que a ideia foi tão boa que os negócios começaram a se expandir e seu filho, Richard Trammer, começou a trabalhar juntamente com seu pai. Depois dele assumir a presidência e seu filho, Richard II começar a trabalhar com ele como havia acontecido anos atrás com a geração antecedente, mudamos de nome e passamos a ser a Trammer&Trammer's Enterprises. É a primeira vez que uma mulher assume o comando em mais de setenta anos e também, modéstia a parte, nunca estivemos tão bem, estáé definitivamente nossa melhor fase. Atualmente, nós temos mais de 4.000 investimentos espalhados por todo país." O silêncio na sala era palpável, acho que alguns nem piscavam só prestando atenção em toda essa besteira que eu estava falando. "Nós preservamos e cuidamos muito bem dos nossos funcionários, mas não achem que são insubstituíveis, por que vocês não são. A qualquer momento, se estiverem insatisfeitos ou tiverem uma proposta melhor de trabalho, que eu acho bem difícil, vocês estão livres para sair daqui a hora que quiserem, não poderão voltar, mas podem ir embora sem problemas. O mínimo que eu espero de vocês é que sejam profissionais, por tanto não tragam problemas de casa para cá. Para ser mais clara, quando eu for no seu andar e passar próximo a você, quero ver o sorriso de quem está feliz. Vocês irão receber um celular para uso empresarial, é extremamente necessário que vocês o deixem sempre ligado e com carga, eu sei que vocês só trabalham até sexta, mas nada impede que alguém precise entrar em contato as 6hrs da manhã de um domingo e é melhor que vocês atendam todas as ligações, especialmente se for sobre algum assunto do meu interesse. Qualquer problema de relacionamento com seus companheiros de equipe, não é da minha conta. Em cada andar nós temos um escritório com os responsáveis dos recursos humanos da sua área, levem os problemas para eles, quaisquer que sejam." Peguei a folha em cima da mesa e dei uma rápida lida. "Bom, pelo cronograma, eu deveria fazer uma espécie de tour pela empresa, mas sinceramente eu não tenho tempo nem saco pra fazer essas coisas. Nas suas fichas tem o andar em que vão ficar, então não vão estar perdidos. Para acabarmos logo com isso, tem um sortudo que vai trabalhar comigo. Quem é Mathhew Davis?". Comecei a procurar pela sala por alguém que se manifestasse. Então ele se levantou.

"É um prazer conhecê-la." Ele disse sorrindo abertamente e eu reconheci de imediato. O estranho sexy que me atropelou a apenas um dia era nosso novo contratado. Agora ao invés de roupas de ginastica, ele usava um terno preto com uma gravata em um tom de cinza escuro e caramba, ele conseguia ficar ainda mais bonito.

"Vai ser interessante." Sorri ironicamente. "O resto está dispensado." Fiquei apoiada na mesa na mesma posição que estava, aguardando todos saírem, porém sem tirar os olhos do ex estranho, atual Matthew, que continuava também a me olhar.

"Pensei que tinha mandado você conduzir uma reunião de boas vindas, não brincar de assustar os funcionários. Você não passou sequer cinco minutos falando." Richard entrou na sala com cara de poucos amigos pra mim, como sempre. Desviei meus olhos para ele.

"Não está nas minhas funções dar boas vindas para novatos. Quer uma reunião bem feita? Chame a Claire, ela é especialista nisso."

"Pode abaixar o tom de voz comigo, eu ainda sou seu pai e francamente Sophie, nem uma simples reunião você consegue fazer direito." Seu tom era grosseiro como o costume.

"Com licença... Pai?" Matthew nos interrompeu, fazendo com que nossa atenção se voltasse a ele.

"Sophie Trammer." Apontei para mim. "Richard Trammer." Apontei para meu pai. "Temos o mesmo sobrenome... É um simples raciocínio lógico."

"Desculpe." Ele sorriu. "Eu achei que você fosse sobrinha ou algo do tipo. A Sra. Trammer nunca mencionou que tinha uma enteada."

"Isso é por que Amy e eu ignoramos a existência uma da outra."

"Você deve ser Matthew." Richard estendeu a mão para cumprimenta-lo. "É um prazer meu rapaz, Amy falou muito bem de você, espero que goste do nosso pequeno empreendimento e cresça bastante conosco."

"O prazer é todo meu Sr. Trammer. A oportunidade que vocês me deram é única e eu vou saber aproveitá-la muito bem, pode ter certeza." Ele cumprimentou Richard em resposta.

"Peço desde já desculpas pelo que minha filha já fez, ou vai fazer. Acredite, eu não a eduquei assim."

"Ele educou pior." Sussurrei para Matthew que sorriu ao comentário.

"É bom você não por ele pra correr Sophie, se não adeus presidência." Richard me olhou duro de novo.

"Já acabou com sermão? Eu tenho mais o que fazer." Richard negou com a cabeça serrando os dentes. Era obvio que ele estava tentando se segurar pra não tentar me matar na frente de Matthew. "Ótimo, nos falamos quando você resolver aparecer de novo pra me atormentar."

"Cuidado com a língua." Ele me segurou pelo braço.

"Ou o quê?" Levantei a sobrancelha o desafiando. Ele me soltou e estendeu a mão para Matthew novamente.

"Tenham um bom dia. E seja bem vindo." Ele disse.

"O senhor também e muito obrigada por tudo, agradeça a Sra. Trammer por mim."

"Eu irei." Com um aceno rápido ele saiu da sala.

"Então..." Matthew se aproximou um pouco e ficou de frente a mim. "Vamos trabalhar juntos!"

"Não. Você" Apontei o dedo pra ele "Vai trabalhar pra mim." Ele riu.

"Achei que seríamos uma equipe."

"Eu não trabalho muito bem em equipe."

"Eu notei." Ele olhou para a porta da sala "Preciso sair procurando aonde vou ficar, como todos os outros, ou você vai me mostrar?".

"Muito engraçado." Saí em direção a porta e ele andou direto para os elevadores. "É melhor irmos de escada, são só dois andares."

"Achei que não ia querer subir escadas de salto, deve incomodar."

"Por mim não tem problema." Dei de ombros. Ele me seguiu e fomos subindo. "Então... De onde conhece a Amy?"

"Ela é uma velha amiga da família, lembro que eu era adolescente quando ela se mudou pra cá." Ele disse calmamente.

"Você também é da Califórnia?"

"Nascido e criado lá." Ele sorriu abertamente.

"Decidiu fazer carreira aqui então."

"Na verdade... Minha 'carreira' estava muito bem encaminhada lá."

"Com o que você trabalhava?"

"Eu trabalhava pra uma pequena empresa no ramo de advocacia."

"Já fizemos negócios com algumas empresas da Califórnia..." Disse pensativa tentando lembrar se fui em alguma empresa de advocacia.

"Sim, eu me lembro. Lembro que todos da minha empresa estavam empolgados em poder fazer uma parceria com os Trammers."

"Tá mas a única empresa de advocacia que eu lembro de ter visitado, não tinha nada de pequena, muito pelo contrário... E o presidente era um amor de pessoa, Nicholas..." Parei no último degrau e o olhei, ele piscou pra mim e sorriu. "Nicholas Davis. Você é filho do Nicholas?"

"O próprio!" Ele abriu a porta e saímos em direção aos escritórios.

O andar estava quase vazio, exceto por Emily, que estava em sua mesa posicionada próxima a minha sala e Lia, a secretária do Brian que estava conversando com Emily. Sim, eu também não entendo por que Brian tem uma secretária...

"Emily, esse é o Sr. Davis." Me virei para ele. "Emily é minha secretária..."

"Nossa, você quer dizer." Ele me interrompeu sorrindo. Ele não para de sorrir nunca?

"Minha secretária, que eu generosamente irei permitir que lhe auxilie quando necessário."

"É um prazer conhece-lo Sr. Davis." Emily disse estendendo a mão em forma de cumprimento, Matthew estendeu a mão a cumprimentando também.

"O prazer é todo meu. Vou tentar não importuná-la muito, eu prometo."

"Por favor, pode importunar à vontade." Emily sorriu, notei que Lia não parava de olhar para ele de cima a baixo.

"Eu sou Lia. Lia Swen." Ela jogou os cabelos, tingidos só pra constar, loiros pro lado e sorriu abertamente. Revirei os olhos pra ela, Emily notou e tentou segurar o riso. "Sou secretária do Sr. Mackenzie."

"Mackenzie?" Ele falou e olhou para mim. "Não sabia que Brian estava trabalhando aqui."

"Trabalhar é um termo muito assim... Literal." Falei sarcástica. "Ele aparece aqui de vez enquando, passa uma hora ou duas... E só." Matthew deu uma gargalhada.

"Ele nunca teve jeito pro ramo dos negócios mesmo..." Ele disse. Lia insistia em o despir com os olhos.

"Já que as apresentações já foram feitas, preciso mostrar seu escritório." O puxei levemente pelo cotovelo. Lia nem piscava, continuou o encarando.

"Foi um prazer conhece-las." Ele disse se virando e me seguindo. Andamos poucos metros, o escritório ficava ao lado meu. Coloquei a chave na porta, destranquei e a abri. "Nada mal..." Ele disse avaliando a grande sala. "O seu é nessa sala ao lado?"

"Sim." Me aproximei de uma porta que ficava ao fim da parede lateral. "Essa porta é a ligação das duas salas, mas eu prefiro que a deixe trancada."

"Por que?"

"Eu não gosto da ideia de algum estranho entrar e sair da minha sala quando quiser... Prefiro que bata antes de entrar e que faça pela porta da frente." Comecei a andar pelo escritório, fazendo minha própria avaliação. Estava muito arrumado e limpo, só precisava de alguns objetos de decoração, algo mais pessoal. "Você tem liberdade pra decorá-lo como quiser. Particularmente falando, acho que a iluminação não entra pelas janelas tão bem como deveria... Acho que você poderia pintar de branco ou algo assim, vai deixar o ambiente bem mais claro. E esse sofá" Sentei nele. "É extremamente confortável, eu tenho um igual. É ótimo quando se tem que descansar um pouco as pernas." Olhei para um pequeno vaso que estava em sua mesa, havia algumas flores nele. Levantei-me e peguei. "Odeio flores... Pode deixar que eu dou um fim nelas." Finalmente o olhei nos olhos, ele me encarava com diversão. Eu estava ocupada analisando o ambiente e ele ocupado me analisando. "Desculpe, acho que me empolguei um pouco."

"Não, não... Eu gostei dos conselhos." Ele se apoiou na mesa. "Mas confesso que estou um pouco curioso agora. Primeiro: Achei que as mulheres adorassem flores."

"Elas me lembram funerais." Olhem com desdém para elas. Ele as olhou também por um tempo.

"Eu nunca tinha pensado dessa forma... Mas até que faz sentido. E segundo." Ele cruzou os braços. "Pra quê ter uma porta que dá passagem entre as duas salas" Ele apontou para a parede "Se você não vai usá-la?".

"Essa ideia brilhante foi do Richard, quando trabalhávamos os dois aqui ele mandou fazê-la pra poder ficar de olho no que eu estava fazendo do outro lado da parede." Matthew me olhava sério, acho que não consegui esconder a raiva na voz ao lembrar a época em que Richard e eu trabalhamos juntos.

"E por que ele teria que ficar de olho em você?"

"Por que ele nunca confiou e nunca vai confiar em mim e na minha capacidade. Apenas por isso." Sorri irônica. Matthew tinha o olhar curioso, que não desviou de mim nenhum segundo. "Olha..." Levantei e fiquei em sua frente. "Richard e eu não temos uma relação boa."

"Nem dá pra notar..." Ele tentou sorrir, sem sucesso dessa vez.

"O que eu quero dizer é que, sempre que nos encontramos nunca é agradável. Nós discordamos em tudo e não sabemos conversar civilizadamente com o outro sobre essas divergências. Eu queria pedir que o que você ver ou ouvir nesse andar, permanecesse aqui. Nosso nome e credibilidade foram feitos, principalmente, por ser uma empresa tradicional. As pessoas apreciam esse bom vinculo de pais e filhos, elas admiram... Eu preciso que você seja discreto."

"Eu sou a descrição em pessoa." Ele piscou.

"Ótimo! É o que eu preciso." Apertamos as mãos em forma de cumprimento.

"Interessante seu bracelete..." Ele falou virando minha mão e analisando-o.

"Foi um presente."

"Cada pingente significa algo ou foi escolhido aleatoriamente?" Ele começou a olhar um por um.

"Tem um significado. Aqui, veja." Sentei-me na mesa, ficando ao seu lado. Estendi o pulso e peguei o pingente em forma de big-bang.

"Londres?" Ele segurou o pingente o olhando mais de perto.

"Minha primeira viagem pra fora do país."

"Um salto?" Ele me olhou curioso.

"Eu nunca desço do meu." Sorri.

"Esse daqui, deixe eu adivinhar, seu primeiro animal de estimação?" Ele falou segurando o pingente de husky.

"Errou. Eu sempre quis ter um husky... Quando morava com Richard ele nunca deixou eu ter bichinhos de estimação. Depois que saí de casa e comecei a trabalhar, acabou ficando para segundo plano. É tipo pular de para quedas. Você diz que quer fazer mas nunca dá o primeiro passo."

"Acho que entendi." Ele falou enquanto analisava o resto dos pingentes. "Acho que está faltando um..." Matthew reparou no espaço vazio que tinha.

"É, eu perdi. Era meu preferido..."

"Por acaso..." Ele colocou a mão no bolso para retirar algo. "Seria esse aqui?" Ele colocou na minha mão o pingente com as inicias AT, em letra cursiva e com diamantes cravados.

"Como? Quando? Onde você achou?" Olhei surpresa.

"Deve ter caído quando nós caímos" Ele sorriu. "Ele me deu muita sorte nessas poucas horas que passei com ele, mas acho que é hora de voltar para a legitima dona."

"Nossa nem sei como agradecer, tem muito valor sentimental pra mim." Fechei a mão o apertando forte.

"Agradeça-me dizendo a quem se refere o pingente. Eu já sei que o T deve ser de Trammer... Do que seria o A?"

"Um dia quem sabe eu te conto."

"Por um dia, você quer dizer nunca, certo?"

"Você é um homem inteligente Sr. Davis." Sorri e fomos interrompidos por um barulho na porta.

"Pode entrar." Matthew disse alto o suficiente para quem que quer que esteja do outro lado pudesse ouvir.

"Desculpe interromper, vim ver se o sr. deseja alguma coisa." Lia disse entrando e sorrindo para Matthew.

"Tenho certeza que Emily pode conseguir tudo o que o Sr. Davis precisar Lia, não precisamos de seus serviços. Até por que, você não é secretária da presidência." Ela acenou com a cabeça e quando me virei para Matthew, percebi ele a olhando de cima a baixo o que a fez sorrir mais para ele. "Precisa que eu mostre a saída srta Swen? É só virar 180°.".

"Claro srta Trammer, me desculpe mais uma vez, só quis ajudar." Ela falou desviando seus olhos, finalmente, de Matthew.

"Será avisada quando sua ajuda for solicitada. Volte pra sua mesa. Agora." Falei firmemente. Ela se virou e saiu, claro que dando uma olhada e sorriso de despedida pra ele.

"Você é meio grossa. Coitada da menina, só quis ajudar."

"Talvez, Sr Davis, essa é uma boa hora pra eu lhe alertar sobre a nossa politica de não-confraternização." Levantei ficando de frente para ele.

"Desculpe... O que?"

"Não é permitido envolvimento entre funcionários, sob a pena de desligamento da empresa por justa causa. Então eu sugiro que o senhor controle seus hormônios, pois essas regras se aplicam a todos os funcionários. Fui clara?"

"Como água cristalina." Ele falou ironicamente.

"Vou pedir a Emily que entre em contado com nossos decoradores, como já disse, fique a vontade quanto a sua sala." Me dirigi até a porta e abri. "Ah e Sr. Davis." Falei virando apenas o rosto para vê-lo.

"Pois não." Ele disse sério.

"Bem vindo a Trammers." Sorri e sai fechando a porta. "Emily, vou precisar de você." Disse me apoiando em sua mesa.

"O que a senhorita deseja?"

"Como o Sr. Davis é novo, vou precisar que o auxilie sobre nossas rotinas, nossos investidores e empreendimentos... Enfim, preciso que o ajude a aprender tudo sobre tudo."

"Claro, no que vocês dois precisarem por favor, estou as ordens." Ela sorriu.

"Você é a melhor Emily." Desencostei da mesa. "Por isso é minha secretária." Sorri também e entrei em meu escritório.

Voltei a minha rotina cuidando de uma tonelada de papéis. Mesmo com toda tecnologia, ainda tinham coisas que precisavam ficar fora do computador. Recebi uma mensagem de Luke avisando que ia chegar um dia mais cedo, amanhã!

Saímos para almoçar com alguns acionistas, para apresentar Matthew e correu tudo perfeitamente bem. O resto do dia foi bem tranquilo, nada muito além do normal. Emily ficou passando para Matthew algumas informações básicas, mas no geral ele iria aprender mais ao longo do tempo.

"Eu estava pensando..." Matthew entrou no meu escritório. Eu estava de cabeça baixa avaliando alguns gráficos no computador e me assustei com sua entrada nada sutil.

"As pessoas na Califórnia não batem na porta antes de entrar?" Falei irônica.

"A gente devia sair pra jantar." Ele sentou do outro lado mesa, de frente pra mim.

"Oi?"

"Veja bem, vamos conviver todos os dias, pelo que eu pretendo ainda por muito tempo e eu não sei nada a seu respeito nem você sabe de mim. Acho importante que a gente se conheça e que consiga confiar um no outro."

"Até que não é uma ideia tão absurda..." Falei sinceramente. Eu nunca tinha tido nenhum vinculo com outro dos vices presidentes, mas se eu queria que desse certo com ele, até por que se não desse eu iria dar adeus ao meu emprego, não iria custar nada tentar ser um pouco mais sociável.

"Ás 7hrs então?" Ele falou sorrindo abertamente.

"Ás 7hrs." Sorri também, mas de forma mais contida.



 


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