Wrong Love escrita por Rayssa


Capítulo 4
Chapter 4


Notas iniciais do capítulo

OH MEU DEUS! Quantos comentários lindos



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Felicity tencionou todo o corpo, piscando várias vezes, tentando processar o que acabara de acontecer. Olhou para o rosto de Sara que sorria como uma criança que acabou de fazer alguma arte. Era praticamente isso. Abriu a boca para falar alguma coisa, mas nenhum som saiu.

Oliver engasgou com a própria saliva e começou a tossir descontroladamente, ao tempo que Laurel paralisou, assim como Dinah, que achava que o relacionamento com Nyssa não passara de rebeldia. Por outro lado, Quentin levantou animado.

– É um prazer conhece-la Felicity. – estendeu a mão em sua direção. A mulher hesitou, ela não deveria, não podia... Apertou a mão do pai de sua "namorada" e abriu o melhor sorriso que conseguiu. Tinha plena consciência que deveria estar parecendo uma retardada naquele momento. – Fico feliz que minha filha tenha arrumado uma namorada tão bonita quanto você. – Felicity piscou várias vezes, estava descontrolada.

– E-eu... – não sabia exatamente o que dizer.

– Nem adianta papai... – suspirou Sara. – Ela não se acha bonita. – negou com a cabeça. – Você precisa conhece-la, ela é uma das melhores pessoas que já conheci. – fingiu dar de ombros.

– É u-um pr-prazer conhecer o se-senhor, senhor Lance. – gaguejou, completamente sem jeito, Quentin revirou os olhos.

– Me chame de Quentin. – deu de ombros. – Sente-se, vamos. – instigou o homem. – Venha conhecer a família. – puxou uma cadeira para que Felicity se assentasse ao lado de Oliver, que a encarava com a boca completamente arreganhada. – Parabéns querida, pelo aniversário e pela namorada. – beijou a testa da filha, e assentou-se em seu lugar, um grande sorriso se abriu nos lábios de Sara, que sentou ao lado da amiga e segurou a mão dela sobre a mesa, para que todos vissem.

Eu vou matar Sara! Merda! Merda! Pera ai, isso é Oliver Queen? Merda o caramba, COMO EU VOU EXPLICAR ISSO AO CISCO? E AO BARRY? PUTA MERDA!

– Boa noite senhora Lance. – tentou ser educada.

– Senhora está no céu, sou uma mulher solteira e meu sobrenome é Drake. – sua voz era grosseira.

– Oh mãe, não seja grossa. – repreendeu. – Eu esqueci de dizer que você e o papai se separaram. – deu de ombros.

– Você esqueceu de me dizer muitas coisas. – resmungou, colocando a mão sobre a boca. – Como, por exemplo, quando foi que a gente começou a namorar? – sussurrou baixo o bastante para que só Sara escutasse. – Não lembro de ter beijo uma mulher na minha vida desde... – precisou pensar. – nunca, tipo, nunquinha, nem aqueles beijinhos de mãe e filha, nunca. – Felicity estava em pânico.

– Ela está um pouco nervosa. – continuou Sara, colocando a mão sobre os ombros da amiga.

– Vocês não fazem ideia... – sorriu amarelo. Mexeu a mão e abriu a boca, como se fosse falar alguma coisa e mudou de ideia, ela sempre falava de mais. Respirou fundo. – Boa noite Laurel e... – engoliu em seco. – Oliver.

Só então pode dar uma boa olhada no casal. Haviam uma distância de um palmo entre eles, um dos grandes indicativos de que o relacionamento estava desgastado. Mãos afastadas, outro sinal. Não que ela tivesse alguma coisa a ver com isso, ela não tinha. E, bem, ele estava a definição de beleza. Ela não se incomodaria de passar a mão sobre aqueles músculos que a camiseta polo cara marcava. Ser envolta por aquele braço seria...

Felicity! Que coisa feia, ele tem namorada e você também. Você também tem namorada. NAMORADA. Oh merda.

Um risinho saiu dos lábios dela com esse pensamento.

– Boa noite Felicity. – até a voz de Oliver era sensual. – Parabéns Sara. – estendeu uma caixinha vermelha. – Espero que goste. – ela sorriu gentilmente.

– Obrigada Ollie, eu tenho certeza que vou amar. – sorriu. – Afinal, todos nós sabemos que você sabe agradar uma garota. – a voz de Sara era sarcástica.

Felicity precisou fazer muita força para conter a gargalhada. Trocou um olhar cheio de graça com Oliver, fazendo ele lembrar do momento em que eles se conheceram. É, com certeza ele havia falado as palavras certas para agradar a mulher, só que não.

– O que acham de fazermos o pedido? – perguntou Sara, chamando o garçom.

– Ótima ideia. – concordou Quentin, tentando diminuir o clima que havia se formado.

O garçom aproximou-se sorridente.

– Boa noite, o que desejam? – perguntou educadamente.

– Você gosta de risoto docinho? – o tom sarcástico na voz de Sara era latente.

Felicity apenas assentiu, sentindo as bochechas ficarem muito vermelhas. Para a surpresa de Oliver, ele não conseguia tirar os olhos da mulher. Nem mesmo Laurel conseguia tanta atenção dele quanto ela recebia naquele momento, sem nem mesmo saber.

– Uma poção para dois de risoto a moda da casa, um suco de laranja e uma taça de vinho branco. – apertou ainda mais a mão de Felicity, lançando um olhar amável.

Logo, todos já tinham feito os seus pedidos, porém, Oliver ainda não tirava os olhos de Felicity. Era impossível, aquela era a mesma mulher que estava em seu dormitório pela manhã. Ela era uma heterossexual bonitinha que se vestia como um homem até aquela manhã. Agora era a namorada da irmã de sua namorada e era a mulher mais bela que ele já conhecera, parecia que havia sido feita a mão.

Laurel não pode deixar o olhar de Oliver para a "cunhada".

– Então, Felicity... – Laurel falou o nome da mulher de forma enciumada. – O que você faz da vida? – a mulher precisou piscar algumas vezes para processar que as palavras ditas em um tom de desprezo terrível eram apenas uma pergunta simples.

– Da vida? Além de namorar a sua irmã? – falar isso era ainda mais esquisito do ouvir alguém falando e ela não podia acreditar que tinha dito algo assim. Laurel assentiu. – Faculdade. – deu de ombros. O olhar de Laurel continuava sobre si, indagativo. – Espera... – fez o sinal para que ela esperasse com a mão. - Você quer saber qual curso, não é? – suspirou pesadamente, dando, mais uma vez, um tapa na cabeça – Ciência da computação. – sorriu.

– Deve ser um curso difícil. – afirmou Oliver. – Você deve ser muito inteligente. – continuou.

– Pode crer que ela é. – Sara colocou o cotovelo sobre a mesa e a mão sob o queixo, finalmente notando o interesse do cunhado em sua amiga. Não era novidade para Sara que Oliver traia sua irmã, e ela até tentara avisar a irmã, só que essa nunca a escutava.

– Ah, Sara, eu nem te contei que o Oliver... – a mulher revirou os olhos. – Qual o problema?

– Eu simplesmente não aguento o quanto você começar a falar do seu namorado. – suspirou – tudo bem, o Ollie é um cara legal, bonito, rico e com um futuro promissor, todo mundo já sabe disso. – atacou.

Felicity, que olhava para Sara, virou seu rosto em direção a Laurel, esperando a resposta.

– Porque você nunca namora alguém que valha a pena. – contra-atacou a irmã.

– Ei! – irritou-se Felicity. Tudo bem, ela não era realmente a namorada de Sara, mas, só ela sabia disso.

– Sem ofensas. – Laurel levantou a mãozinha, lançando um olhar esnobe para a mulher.

– Ofendeu. – a irritação era latente em sua voz. – Desculpe-me por isso Sara, mas eu não sou mulher de receber ofensas de alguém que nem me conhece e age como se eu fosse um saco de lixo. Eu não sou. – cruzou os braços.

Os olhos de Quentin brilharam, ele ficara extremamente feliz com o modo como a mulher reagiu. Aquela, definitivamente, não tinha nada a ver com Nyssa. Dinah Drake encarou a tudo aturdida. Sara exibia um sorriso orgulhoso. Laurel arregalou os olhos, surpresa pelo ataque da mulher aparentemente tão passiva.

Oliver estava se engasgando para não rir da cara que sua namorada fazia, ela merecia e como.

– Claro que você deve se sentir ofendida! – concordou Sara. – Você nem conhece Felicity e já começa a dizer que ela não vale a pena. – cruzou os braços. – Primeiro, a minha namorada é linda. – começou a contar nos dedos. – Segundo, ela tem um enorme futuro por ai. Sua equipe ganhou as olímpiadas nacionais de Robótica e a equipe de programação ganhou o terceiro lugar na mundial de maratona de programação. Além de terminar o curso, que é difícil, um ano mais cedo, tanto a empresa do seu namorado, como a empresa do Tommy estão com o nome dela na lista de possíveis contratos para o próximo ano, pois ela mostrou ter as melhores habilidades em segurança da informação de todos os alunos da turma. – já parara de marcar no dedo para gesticular. –Ela é incrivelmente esforçada, vai todo dia, após horas de estudo na faculdade, trabalhar, e para isso, ela percorre meia cidade para ir trabalha. Sem falar na bondade dela... – mostrou com os dedos. – Ela é a criadora do projeto que está transformando a vida de milhares de alunos no Glades, ela, pessoalmente, foi atrás de patrocínio nas grandes empresas, e foi tão bem visto que conseguiu o apoio da Star Labs. – cruzou os braços.

A esse ponto, todos os olhares estavam em Felicity, menos o da própria garota, que estava sobre a "namorada", tentando entender como ela sabia tudo isso.

– Posso continuar se vocês quiserem? – apesar de não saber mais sobre o que falar, foi tudo o que ela conseguiu encontrar no Google.

– Só falta as asas e a auréola para eu me tornar um anjo, pela forma que você falou. – piscou repetidas vezes. – E meu prêmio nobel da paz também.

– Você tem um nobel? – perguntou Oliver, fazendo a mulher chutar a sua canela. – Ai.

– Não, foi uma piada. – negou com a cabeça.

– Mas você é um anjo docinho. – a mão de Sara afagou o rosto de Felicity. – O meu anjo. – apesar de falar para a "namorada", o seu olhar estava focado em Oliver, desafiando-o.

E isso era um erro. Oliver não queria achar Felicity uma espécie de jogo e estava sentindo-se cada vez mais atraído por ela. Era só atração, ele acreditava. Só isso. Uma atração muito mais forte que por qualquer outra por ela ter um grande coração e ser uma boa menina.

– Você vai ver só uma coisa quando chegarmos em casa. – murmurou Felicity, com o olhar assassino.

Aos ouvidos de Oliver, aquilo tinha outra conotação, uma bem excitante.

(...)

Roy chegou tarde em seu dormitório. O arrependimento corroendo em suas veias, ele não deveria ter feito aquilo. As pessoas haviam lutado tanto por ele e ele tinha simplesmente voltado ao princípio. Qual era o exemplo que ele daria a Sin? Ele passara tanto tempo envolto naquele mundo e John o havia tirado do fundo do poço. Havia, juntamente com Lyla, cuidado dele como um filho, tudo para que ele não voltasse a usar nada disso.

Mas ele havia, e agora estava arrependido.

Jogou-se sobre a cama e fechou os olhos fortemente. Uma noite de festas com os amigos do Glades e eles haviam o convencido a usar. Ainda sentia o corpo vibrar, a cabeça já doía, assim como a visão estava um pouco turva.

Ecstasy era, definitivamente, o seu ponto fraco.

Bateu a cabeça repetidas vezes contra o travesseiro até ver, pela visão periférica, o brilho azul. O presente de Felicity. Ele não merecia aquilo, nunca merecia. Tudo bem que Felicity não fizera por ele metade do que John havia feito, porém, fora ela que o mostrara que ele podia ter uma vida longe de tudo aquilo.

Sentou-se e puxou o pacote, rasgando rapidamente a embalagem.

Ao abrir a caixa, um sorriso se abriu em seus lábios. Havia um pote de manteiga de amendoim, alguma coisa vermelha e uma carta. Retirou a manteiga e a carta, colocando sobre a cama. Puxou o tecido vermelho e se deparou com um casaco vermelho com um capuz. O mais irônico era que o casaco era da abercrombie.

Riu, enquanto colocava o casaco sobre o corpo e pegava a carta.

"Querido Roy, essa é a quinta carta que eu escrevo em uma tentativa de fazer com que ela fique bonitinha. E eu nem sei porque dis escrevi isso e já comecei a bagunçar. Vamos ao que interessa. Eu comprei esse casaco, não me mate, porque achei a sua cara e quero que isso seja uma lembrança de tudo aquilo que você poderá ter se continuar se esforçando. Você conseguiu o impossível, você entrou para a universidade de Starling City, a universidade mais renomada do país. E antes que você venha dizer, coisa que você não tem como fazer porque isso é uma carta dã, que eu tenho alguma coisa a ver com isso, saiba que foi tudo você! Seu esforço, seu trabalho. Você que conquistou, agora só precisa seguir em frente. Bem, espero que você tenha gostado.

Com amor, Felicity.

P.S.: Esqueci de falar sobre manteiga de amendoim, bem, ela é a minha favorita e não vende em Starling, então, faça bom proveito."

Suspirou pesadamente, ainda irritado consigo mesmo. Ela tivera todo esse trabalho e olha o que ele havia feito. Era um filho da puta de merda. Precisava sair dali, não podia ficar se martirizando, precisava contar para alguém.

Sem pensar duas vezes, puxou o celular e discou o primeiro número da discagem rápida. Chamou três vezes, antes de ser atendido.

– Alô? – a voz masculina era sonolenta,

– Eu sei que é tarde, mas eu realmente não estou bem Dig.

(...)

Já estavam servidos e o silêncio tomara conta da mesa depois do discurso da aniversariante sobre a sua namorada. Felicity estava inquieta e isso era claro para Oliver, assim como era claro para Laurel que seu namorado não parava de encarar outra mulher, mais uma vez, porém, algo a incomodava, era diferente.

– Então, Felicity... – Dinah quebrou o silêncio. – A quanto tempo vocês se conhecem? – sua voz demonstrava uma naturalidade disfarçada que todos conseguiam notar.

Sara lançou um olhar suplicante para amiga, como se implorasse para que ela não a decepcionasse. A mulher suspirou pesadamente, e segurou a mão da amiga.

– Nos conhecemos desde o primeiro ano de faculdade, porque dormimos juntas... – Quentin paralisou.

– O que? – perguntou Oliver, completamente chocado, enquanto Sara se engasgava de tanto rir.

– Não, não assim! – levantou as mãos, tentando impedir que as pessoas entendessem errado. – Dividimos o dormitório, até porque a Sara dormi... – tossiu falsamente. – namorava com a Nyssa.

– Espera ai... – começou Laurel. – Vocês dividem o dormitório e só foram começar a namorar agora? Depois de três anos? – sua voz era incrédula. Felicity corou ridiculamente. – Como vocês começaram a namorar?

Oliver não entendeu bem porque os olhos entristecidos de Felicity mexeram tanto consigo.

– Não acha que é muita invasão da privacidade delas? – resmungou o homem. – Elas estão juntas a pouco tempo. – suspirou.

Até três dias atrás, a namorada dela gostava de um cara.

– Não se preocupe Oliver. – murmurou Sara, ela já havia notado o interesse dele a um bom tempo. – Na verdade, é um tanto engraçado, não é docinho? – a "namorada" fechou os olhos com força, sabia que o que estava por vir a faria querer sair correndo dali.

– É? Então por que não nos contam? – Laurel colocou os cotovelos sobre a mesa. – Oliver, por que você não conta, já que sabe tanto? – sua voz era ácida.

Felicity notou duas coisas naquele momento. As barreiras do relacionamento amigável entre as irmãs Lance era quase invisíveis, havia uma confusão ali muito maior do que aparentava. E a segunda foi o olhar magoado de Laurel, apesar de estar se comportando como uma mimadinha insuportável, ela não merecia tudo o que Oliver fazia com ela. Laurel o amava, amava de verdade e cada comportamento idiota a magoava profundamente. Ela sabia o quanto alguém que você ama pode te magoar.

Felicity sentiu pena de Laurel, muita pena.

– Ele conheceu a Felicity no dia em que começamos a namorar. – o olhar apaixonado de Sara enganaria qualquer um, estava quase confundindo Felicity. – A docinho aqui foi até o Verdant, atrás de alguns conselhos amorosos, agiu como se fosse um homem. – todos pareciam empolgados.

Sara cutucou Felicity, para que ela continuasse.

– Então, o Oliver chegou... – seus olhos estavam arregalados, morrendo de medo do que ia dizer. – Foi um completo cretino comigo. – bufou. – quer dizer, não foi um cretino... – ela tentava consertar o seu erro e ao mesmo tempo ganhar tempo. Uma ideia brilhante. – Enfim, digamos que ele foi um tanto direto, e isso me fez notar o que eu precisava fazer. Eu precisava falar para a Sara que estava apaixonada por ela. – dizer aquilo era tão ridículo, tão absurdo.

Oliver bufou. Não, elas não podiam estar juntas por culpa dele. Nem pensar.

– Nós estávamos no carro, conversando animadamente... – continuou Sara, tentando dar um jeito nisso. – até chegarmos no estacionamento. – o sistema nervoso de Felicity estava a matando. – Então, a docinho aqui – apontou para a amiga – disse que o "garoto" por quem ela estava apaixonada, na verdade, era eu. – fingiu dar de ombros. – E me beijou. – sorriu amigavelmente. – Eu sempre notara nela, porém, ela parecia ser totalmente heterossexual, não estava ao meu alcance. – Felicity estava finalmente aliviada. – Então vocês devem imaginar... – Felicity tomou um longo gole do suco de laranja. – o que aconteceu depois naquele carro... – a voz de Sara era sonhadora.

Sem conseguir se controlar, Felicity cuspiu todo o seu suco, em completo choque sobre a afirmação.

O silêncio reinou por poucos segundos, pois logo Sara estava rindo como louca novamente, ao tempo que Oliver, tentou, mas não conseguiu, então, estava rindo junto. Quentin e Dinah estavam paralisados.

Bem, Felicity demorou um pouco para entender o motivo de tudo isso, até ver Dinah Laurel Lance completamente coberta de suco de laranja que acabara de ser cuspido por ela. A mulher arregalou os olhos e seu coração acelerou, ao tempo que uma grande tristeza a invadiu ao ver o olhar triste de Laurel, um olhar de quase choro.

– Oh não! – exclamou, em um tom que Oliver não teve outra opção, a não se considerar fofo. – Me desculpe Laurel, eu não queria... – colocou a mão sobre a cabeça. – Oh não, eu estraguei tudo. – apertou a mão sobre a cabeça, sentindo todo o constrangimento e pena. – Eu... Perdoem-me. – negou com a cabeça.

– Tudo bem. – a voz de Quentin era educada e ele colocou a mão sobre a dela. – É só suco.

– Cuspido por mim. – piorou ainda mais a situação. – Eu sou um desastre. – suspirou. – Acho que...

– Acho que podemos dar esse jantar por encerrado. – anunciou Dinah.

– Eu vou pegar o carro. – levantou Felicity. – Muito obrigada a todos e me perdoe, por favor, Laurel, eu realmente não queria. – suspirou pesadamente.

(...)

NÃO!

NÃO PODE SER!

MAS QUE MERDA!

NEM MESMO AQUI EM CENTRAL CITY?

Caitlin levantou-se irritada, com o cabelo totalmente bagunçado e muito irritada, muito irritada mesmo. Estava pronta para berrar a quem quer que fosse que desse o fora e a deixasse dormir, ela precisava de paz, uma noite de sono.

– O que voc... – seus olhos tomaram foco e deu de cara com a pessoa que ela menos esperava. – Ronnie! – exclamou, toda a irritação tinha ido pelos ares.

– Eu preciso fazer uma coisa... – ela franziu o cenho.

– Tinha que ser as... – olhou no relógio de pulso. – duas da manhã? – perguntou, surpreendendo-se com o horário.

– Não é a hora... – o cheiro de vodca começou a invadir suas narinas. – Eu precisava ter coragem de dizer fazer isso. – Caitlin franziu o cenho, sem entender nada. – Uau, você fica linda quando acaba de acordar.

– Fazer o...

Em um movimento rápido demais para o cérebro cansado de Caitlin, ele enlaçou sua cintura e beijou seus lábios com ferocidade. A mulher não resistiu, contudo, demorou um pouco para retribuir, ou melhor, processar o que acontecera.

Ela ansiara muito por esse momento, e finalmente estava ali. Beijando-o. E que beijo. Suas mãos estavam emaranhadas nos cabelos dele, sem nem ao menos pensar no que estava fazendo. Contudo, algo não fazia sentido. Se ela quisera tanto que aquilo acontecesse, seu coração batia tão forte e respondia tão fervorosamente a tudo, porque sentia que algo faltava?

(...)

– Felicity! – chamou a mulher que caminhava para ir pegar o carro.

– Oi? – perguntou, virando em direção a Oliver que cheirava muito bem, tinha que admitir.

– Eu fiquei interessado em participar do seu projeto, sabe? Fora o dinheiro de minha empresa, é claro, isso eu ofereço de bom grado. – deu de ombros. – Quero dizer, participando ativamente, teria algum espaço para mim?

– Eu não sei... – suspirou pesadamente, não sabia se queria que ele soubesse que ela participava ativamente. – me procure segunda que eu digo para qual setor eu posso te direcionar. – sorriu gentilmente. – Agora eu tenho que ir, sou a motorista da rodada. – começou a andar para sair dali, quando tomou uma decisão. Parou. Virou e aproximou-se do homem. – A propósito, Oliver, você tem uma linda namorada, ela pode não ser a melhor pessoa do mundo, mas ela te ama, isso é claro... – começou. – Não a faça sofrer, não mais, quero dizer, pois um dia poderá ser você. – beijou levemente a bochecha de Oliver e voltou a fazer o seu caminho.

Oliver ficou analisando a linda mulher adentrar o carro e dar a partida para levar o carro para a parte da frente do restaurante, onde a "namorada" iria entrar. Havia uma coisa que Oliver desejava loucamente, que toda essa história de Felicity e Sara serem namoradas tivesse sido criada por Sara.

Afinal, Sara sempre gostou de gerar polêmica.

(...)

– O que nós estamos fazendo aqui mesmo? – perguntou Barry pela quinta vez.

– Estamos atrás de uma distração cara! – a voz de Cisco já estava alterada pela bebida. – As garotas não estão por perto, o que é quase um milagre, devemos aproveitar a noite dos caras. – Barry franziu o cenho, bebendo um bom gole de sua bebida.

– Falando assim, parece que namoramos a Cait e Felicity. – confessou.

– Não seja tolo, mesmo que a gente quisesse, não haveria chance alguma. A Cait é apaixonada pelo Ronnie e a Felicinha tem outros planos, pelo menos é o que parece. – afirmou. – Vamos lá, tente a sorte. – deu de ombros. – Escolha uma garota e tente a chance.

Após um longo suspiro, Barry passou o olhar pelo bar. Haviam várias garotas por ali, nenhuma parecia realmente interessante. Muitas mulheres bonitas de olhares vazios. Isso o incomodava. Revirou os olhos, Cisco iria perturbá-lo até que encontrasse alguém. Foi então que encontrou algo. Um belo par de olhos verdes e repleto de emoções, seu olhar parecia assustado e ao mesmo tempo animado.

– Aquela ali. – apontou para uma ruiva. – Vou lá.

– Mas aquela dali não é a... – tarde de mais, Barry já estava longe. – Fiona Webb?

Barry tocou o ombro da mulher, sussurrando um "olá" em seu ouvido. A mulher abriu um sorriso, pronta para ter mais uma conversa de bar agradável. Virou, lentamente, seu corpo na cadeira giratória. Porém, o que seus olhos viram eram absurdos.

Uma confusão de sensações tomou conta do corpo da mulher. Seu cérebro entrando em colisão. Já haviam passado quatro anos. Isso não estava acontecendo, não estava, não estava...

Sem pensar, puxou o homem pelo pescoço e colocou os lábios nos dele, para logo depois se afastar rapidamente, empurrando o corpo de Barry para longe e gritar, com toda a força que tinha, em total pânico e desespero.

As mãos de Cisco foram rápidas, puxando Barry para longe de lá.

– Acho que deveríamos ter ficado nos jogos.

(...)

Sara mal adentrou o carro e Felicity acelerou.

– Ei, vai com calma formula 1. – brincou Sara.

– Não, não vou! – sua voz mostrava toda a raiva. – Eu vou matar você! Você não podia Sara! – sua voz era cheia de irritação. – O que eu vou dizer a Cisco e Barry? Oh céus, o que direi a Caitlin que tantas vezes trocou de roupa em minha frente? – acelerou ainda mais, pela avenida praticamente vazia. – Por favor, me diga que isso foi para irritar a sua irmã e que você não está apaixonada por mim. – suplicou.

– Diminui a velocidade Felicity, você está alterada. – pediu Sara. – Conversamos em casa, por favor.

Surpreendentemente, Felicity diminuiu.


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Notas finais do capítulo

A Felicity ficou um pouco "fodona" demais, eu sei, mas esse era o propósito! Esse final ficou meio esquisito porque eu quero ver se não passo de 4000 palavras por capítulo e passou DDDDD: Dai,e u tive que diminuir .-. Enfim, sejam sinceros, por favorzinho, e comentem