Um Natal Perfeito. . . escrita por Dreamy


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

O.o



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Era uma bela noite de Natal para as famílias londrinas. Exceto para Mindy, Jesse e Harry, três crianças que não sabiam exatamente o que era o Natal. Ganhavam presentes caros, a árvore deles era a mais verde de Londres, a decoração, digna de uma festa das mais badaladas festas europeias, uma ceia refinada para ninguém sair de barriga vazia. O que aquilo era para eles? Nada!

Os pais, milionários e queridos na sociedade inglesa, não se importavam em deixar os filhos sozinhos no dia 24 de dezembro, não pretendendo voltar cedo.

As crianças nem sequer sabiam da existência de uma das mais ilustres figuras natalinas: o Papai Noel. Exato, elas não sabiam! Achavam que era um mero velho gorducho que se vestia de vermelho.

Sim, é esquisito alguém não chegar a alguma conclusão quando o assunto é Natal, mas é porque aquelas três crianças jamais foram apresentadas a essa festa.

Era por volta das dez horas da noite. As três crianças jogavam jogos na sala, perto da lareira para esquecer todo aquele frio. Mindy lia um livro, enquanto Jesse e Harry jogavam damas:

– Ganhei! – gritou Jesse

– Como sempre, não é?

As crianças não estavam animadas. Elas gostariam de saber o verdadeiro significado do Natal. Sim, era o maior dos desejos que elas sentiam. Olhavam para a janela e viam famílias jantando, cantando “Noite Feliz”, os pais se despedindo dos filhos, que dormiam a espera de quando acordarem, olharem debaixo da árvore e pegarem os presentes deixados pelo Papai Noel na noite anterior. Nem tudo era perfeito. . .

Mindy era a mais velha dos três irmãos. Tinha catorze anos e era apaixonada pelo universo da literatura. Gostava de cuidar dos irmãos. Jesse era o do meio. Tinha cabelos longos e como era pequeno, constantemente o confundiam com uma menina. Tinha oito anos. Harry era o mais novo, o mais medroso e também o mais dorminhoco. Tinha sete anos.

Os três comeram um pedaço do enorme peru sobre a mesa. Ouviram um canto alto vindo da janela e foram olhar. Era um coral cantando uma das músicas mais famosas de Natal, “Noite Feliz”. Jesse se divertia com o canto, mas logo se cansou. Os irmãos decidiram dormir.

Era um quarto com três camas aladas. A cama rosa, de Mindy, a cama azul, de Jesse, e a cama branca com bolinhas pretas, de Harry. Em uma questão de segundos, todos já haviam adormecido.

Até que os três acabaram acordando com vultos barulhentos. Era uma sombra, que logo se transformou num homem.

Era um homem alto, magro e bem-vestido. Os três irmãos se assustaram com tudo aquilo. Mindy se levantou e tentou tocar no homem, mas sua mão o atravessou. Harry começou a tremer e se escondeu no cobertor. Já Jesse estava curtindo muito tudo aquilo e logo se levantou:

– Quem é você?

– A pergunta certa a se fazer seria quem eu não sou!

O homem tinha uma voz baixa, grave, um tanto rouca, gostosa de ouvir. Mindy andou em círculos e finalmente teve coragem para falar:

– Então diga! Quem NÃO é você?

– Eu não sou nada ligado a sentimentos ruins, a dor, a nada. Sou ligado à alegria, a felicidade, a família, e não sou exatamente uma pessoa. Ou seja, sou tudo o que vocês precisam!

Harry começou a pensar que o homem não era mau. Decidiu sair da coberta e se sentou na cama, ainda sim com um pé atrás da orelha. Mindy encarou a figura diante dela e disse:

– Explique-se mais um pouco. Quero entender mais isso!

– Eu achei que estivesse óbvio! Eu sou o NATAL!

– Conta outra! – disse Jesse – O Natal por acaso é um homem barbudo de meia-idade?

– Não, disse que não sou uma pessoa. Mas tive que assumir tal forma!

As crianças não estavam acreditando naquilo. Até porque, era um pouco sem nexo. O homem se cansou e os pegou pela mão e os levou a outra realidade.

Nessa realidade, Mindy, Jesse e Harry comemoravam o Natal todos os anos, como uma família normal, com seus pais, a família inteira reunida com a lareira acesa, olhando pela janela para o Big Ben, esperando dar meia-noite para comemorar o nascimento de Jesus Cristo.

Os irmãos estavam invisíveis, olhando para aquela realidade totalmente diferente da deles. O homem os levou para a manhã do dia 25 de dezembro, quando as três crianças acordaram pontualmente às seis da manhã, correndo ansiosamente até a árvore, a busca de lindos presentes.

Mas o mais importante não eram os presentes. Era estar em família, esquecer todos os problemas, ter pelo menos um momento de paz, de alegria, de felicidade, amor e compaixão ao próximo. Esse era o verdadeiro significado do Natal, isso era o motivo que fazia milhões de pessoas no mundo inteiro esperarem com tanta ansiedade o mês de dezembro, a transição do dia 24 para o dia 25. Era muito especial, e esse fenômeno só acontecia uma vez por ano.

E não era só isso. Pois milhões de pessoas acreditam que nesse dia, o filho de Deus, o messias, o salvador, havia nascido para nos salvar, para salvar toda a humanidade, para amenizar todos os seus problemas. E isso era extraordinário, magicamente lindo.

O Natal é considerado por muitos a melhor época do ano. E é! Vendo toda aquela realidade, Mindy, Jesse e Harry agradeceram ao bondoso homem, ou melhor, ao Natal, por ter mostrado o significado dessa tão linda data.

– Eu não fiz nada! – disse ele – Vocês são lindas crianças, de bom coração, que poderiam ter ignorado tudo o que eu disse. Mas receberam a minha mensagem. Isso é gratificante!

Ele jogou um pó sobre elas.

As crianças acordaram na manhã do dia 25 de dezembro, numa realidade diferente da que estavam acostumados. Os pais sorridentes, mostrando a eles a árvore com os presentes. Eles prometeram que o Natal a partir dali seria para sempre, um excelente Natal.

As crianças chegaram perto da lareira e começaram a cantar com os pais:

Noite feliz, noite feliz

Ó senhor, Deus de amor

Pobrezinho nasceu em Belém

Eis na lapa, Jesus nosso bem

Dorme em paz, ó Jesus

Dorme em paz, ó Jesus

As crianças viram a neve cair e foram brincar na rua, brincar na neve, fazendo bolinhas, bonecos de neve e correndo. Uma luz no céu os observou e sorriu. Talvez fosse um suposto bom velhinho de roupa vermelha. . .


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Notas finais do capítulo

Feliz Natal!



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