As pessoas de Nova York ficaram surpresas em vê-lo, fazia tempo que ele não cruzava pelos prédios da cidade, alguns se perguntavam se ele havia desistido, outros se ele havia morrido, o Clarim Diário trazia em sua capa a pergunta “O Que aconteceu ao Homem-Aranha?” desde uma semana após o seu desaparecimento.
Os jovens tiravam fotos do vulto vermelho e azul se balançando e corriam para as redes sociais dizendo que o ‘Cabeça de teia havia voltado’, mas a duvida ainda estava no ar. Onde estava o Homem-Aranha todo esse tempo?
Depois de muitos quarteirões o herói para em um telhado, seus músculos doem como de maneira nuca sentida antes, seus ossos parecem ter enfraquecido com os eventos que aconteceram anteriormente, ele sentia sede, fome, mas principalmente cansaço e uma enorme vontade de dizer “lar doce lar”. Se certificando de que ninguém o observava, ele retira a mascara com partes rasgadas, assim como seu uniforme. O rosto de Peter Parker tem algumas cicatrizes assim como em seu corpo, sua testa sua e seus olhos parecem cansados, como os de um universitário que passa noites e noites preparando seu trabhlo final. Algumas cicatrizes estão cobertas pelo uniforme, outras expostas, porem todas já parecem estar cicatrizando, a capacidade de cura do rapaz era mais acelerada do que o comum.
Peter abre o vidro de teto do prédio e por ali ele entra no banheiro de seu apartamento, escolherá aquele apartamento em parte pela facilidade de entrada e saída como Homem-Aranha, e já fazia bastante tempo que ele não voltava a seu alter-ego Peter Parker, já nem se lembrava de há quanto tempo não tirava a mascara do rosto e saia andando como uma pessoa comum. Exausto ele anda até a sala, com um pouco de cambalear e se permite cair no sofá e ali acaba adormecendo.
O som da porta da sala se abrindo despertou o herói que se deu conta ainda estar de uniforme, num salto se jogou para trás do sofá e perceberá que seu sentido aranha não tinha disparado, quem quer que fosse já sabia o segredo do herói, e em um clique ele soube quem era, sua esposa Mary Jane Watson Parker. Chegará tão cansado que esqueceu-se de tentar contatar a sua amada mulher.
Mary Jane entrou alvoroçada e se deparou com Peter saindo de trás do sofá, ela empurrou a porta para que fechasse e correu para seu marido abraçando-o com força. Pouco tempo havia se passado desde que o Homem-Aranha foi visto pela cidade, mas ainda sim as pessoas foram espalhando a noticia rapidamente, e assim que Mary Jane ouviu isso correu de volta a seu apartamento a procura do esposo.
— MJ eu...
— Agora não Peter... Deixa eu ficar feliz por você estar aqui, depois você fala.
— Só me desculpa tá?
— Eu pensei que você podia ter... — Ela nem completou a frase o apertou ainda mais forte em seu abraço. Peter segurava a vontade de dizer que o abraço doía já que seu corpo ainda estava cheio de machucados.
Por alguns minutos eles ficaram ali abraçados, Mary Jane deixou escorreu uma lagrima ou duas antes de se afastar segurando os braços de Peter e perguntar o que havia acontecido. Olhando para os olhos de sua esposa o rapaz suspirou, trazendo sua esposa com a mão deram a volta no sofá, e ali ambos se sentaram, então Parker começou a contar o que ocorrerá.
— Ah MJ... Por onde eu começo... — Ele disse tentando organizar todos os fatos que ocorreram. — Bem deixa eu começar pela ultima vez que a gente se viu. Naquele dia você deve se lembrar que eu tinha saído para ir ao Clarim entregar algumas fotos ao J.J. do ultimo encontro entre o Aranha e o Carnificina?
A ruiva respondeu que sim com a cabeça ouvindo atentamente tudo que o rapaz tinha para dizer, seu coração estava acelerado, não só pela curiosidade de saber o que aconteceu, mas por ter seu marido ali de volta com ela. Ao prosseguir Peter podia ver em sua mente claro como o dia os fatos que se decorreram, como se tudo houvesse ocorrido no dia anterior, mas já faziam alguns meses, ele nem podia se lembrar quantos dias haviam passado.
— Depois de entregar as fotos ao Jameson eu tinha decidido passar naquela cafeteria perto do Central Park, mas antes de eu chegar lá... Bem você deve ter visto o dirigível voando com o rosto do Dr. Octopus desafiando a mim ou ele iria detonar uma bomba em um prédio da cidade. Era obvia a armadilha, e era possível que não houvesse bomba alguma, mas eu não poderia me dar ao luxo da duvida quando falamos do Octopus.
— Peter até ai eu sei, agora me diga o que aconteceu para você sumir por três meses. — Disse Mary Jane ansiosa, o que poderia ter acontecido para que o responsável Parker não tentasse entrar em contato e dizer o que estava acontecendo.
— Certo. Bem. Então encurtando a história eu fui enfrentar o Octavius aonde ele havia dito, porem o plano dele estava muito bem elaborado. Eu tive que enfrentar ele e seu sexteto sinistro, dessa vez estavam lá Electro, Homem de Areia, Mysterio, Camaleão e Rhino. Enquanto eu os enfrentava ele me conduzia a diversos locais diferentes. Já fui capaz de derrotar o sexteto unido, agora ele queria me vencer pelo cansaço, quase que sem parar cada membro do Sexteto vinha me enfrentar. Eu precisava fugir, me esconder e descansar para poder enfrenta-los novamente. Até que por fim eu tinha detido todos eles, acho que eu estava em algum lugar perto do Alasca quando pude parar de lutar e consegui fazer contato com outros heróis e pedi ajuda para voltar para casa. O plano do Octopus de me enfrentar em locais inóspitos onde não poderia pedir ajuda foi inteligente, e teria dado certo se não fosse minha força de vontade de encontrar você e a tia May novamente... TIA MAY! MJ como esta a tia may? Ela deve estar morrendo de preocupação por minha causa, preciso ligar para ela e avisar que eu voltei, cadê o telefone? — Perguntava Peter já procurando pelo telefone com seus olhos.
— Calma Peter, a tia May esta bem, eu tinha dito a ela que você estava viajando atrás do Homem-Aranha a pedido do J.J.J., mas depois vamos falar com ela porque você sabe que ela se preocupa com o fato de você estar sempre tirano fotos do Aranha e ele esta sempre em situações perigosas, a saúde dela não esta muito boa por causa da preocupação, mas ela aguentou até agora você pode ligar mais tarde.
— E o J.J. Bigodão? — Perguntou Peter tentado se lembrar das outras coisas importantes em sua vida “normal”.
— Bem você já deve imaginar. No começo eu disse que você estava muito doente, você demorou a voltar então disse que você fez uma viagem para um hospital fora da cidade e depois que você “melhorou”, ficou lá na casa de parentes até hoje em repouso sem poder pegar um avião, recomendação medica. Ele falou que você esta despedido, como sempre, e que você nem precisa voltar para Nova York porque ele nunca mais vai te contratar.
— O Jameson gosta de fazer um charme. — Disse Peter gerando uma risada curta do casal. — Amanhã eu vou falar com ele.
— Não vai não.
Peter ficou surpreso com a resposta de Mary Jane a sua frase, e antes que ele perguntasse o porquê sua esposa já o respondia.
— O Homem-Aranha volta hoje e amanhã volta Peter Parker, que coincidência não? Peter o Jameson é meio lerdo as vezes, mas ainda é um repórter, não vamos ajudar ele a fazer essas conexões.
— E Harry, Betty, Flash, e os outros? O que você disse a eles?
— Disse o mesmo que ao Jameson, não podia deixar as pessoas desconfiando demais se a história fosse incongruente ou diferente, só para a tia May eu contei algo diferente. Não precisa agradecer gatão eu sou demais. — Respondeu Mary Jane com um sorriso e piscando um dos olhos.
Peter acariciou a bochecha de Mary Jane e sorriu para ela enquanto pensava “O que seria de mim sem essa mulher?”. Os dois conversaram mais um pouco e decidiram que o Homem-Aranha voltaria e cerca de um mês depois Peter Parker apareceria novamente, sempre é claro dando aos amigos e conhecidos a desculpa que MJ já havia inventado durante seu sumiço. Com exceção de Tia May, que um dia depois da volta de Peter foi visitar sua antiga casa no Queens, a saúde de sua tia melhorou com a volta do sobrinho sem mais preocupações com ele e a falta de ligações de sua parte.
Muitas das contas do apartamento de Peter e MJ estavam atrasadas já que as fotos do herói eram parte da renda. Por não ter nada o que fazer em casa ele passava mais parte de seu tempo nas ruas como Homem-Aranha, porem sem seu fluidos de teias, já que o que usará para voltar pra casa foi criado com equipamento do Quarteto Fantástico que o buscou no Alasca. E sem dinheiro próprio não podia comprar o que era necessário para criar novos cartuchos de teia.
J.J. Jameson ainda lançava criticas negativas ao herói em seu jornal, entretanto usando as melhores fotos amadoras que conseguia, e as melhores entre elas ainda sim eram bem ruins, algumas vezes somente com uma silhueta azul e vermelha com um vulto de cor deixado para trás.