Were you really surprised? - Cobrade escrita por HJ


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!!! Não esqueçam de comentar! É essencial pra mim!
Boa leitura!



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– Espera aí! - Cobra se alertou. - A sua apresentação vai ser em dupla? Ou melhor, em casal? Quem é John, Jade?

– Eu até te falo... Se você me der tempo! - Jade se afastou. Provocante, ela continuou: - Ah, o John! Ele é mais alto que eu, né? E tem um sorriso! A cor só não é mais bonita que a dos olhos! É um verde tão incrível, sabe? E o sotaque?! - A medida que Jade falava, Cobra sentiu o sangue ferver. Sabia que ela fazia aquilo só para tirá-lo do sério. E estava conseguindo. - Meu Deus! Que sotaque! E o cabel...

– Você tá me provocando, né garota? - O lutador foi até onde ela estava e a pegou firme pelos pulsos e a impedindo de continuar a frase. - Não deveria... Você não sabe do que eu sou capaz! Eu poss...

– Pode o que, Cobra? - Depois de muito tempo, Jade não se assustou com a reação do rapaz. Já tinha passado por tanta coisa na vida até então, que as mãos do Cobra nos seus pulsos não faziam nada além de cócegas. - Pode me dar uma surra? Eu me lembro, que quando eu beijei o Lírio pro vídeo-book dele, foi isso que você quis fazer com o meu amigo. E com aquele rapaz na balada aquele dia também. Agora fala, Cobra! Por ciúmes, você seria capaz de me bater?

– Claro que não. - Parecendo arrependido, o lutador soltou a garota e se jogou no sofá, exausto. - Eu não tô bem, Jade.

– Eu tô vendo! - Jade se sentou ao seu lado. - Aonde foi parar toda aquela auto-confiança, característica do Cobra que eu conheço? - Ela sorriu, fazendo um carinho no cabelo suado do rapaz. Nunca, em hipótese alguma, o cabelo do John vai ser melhor que o teu, vagabundo! Pelo menos pra mim.

– Eu não sei... Eu tô estressado, sabe? - Jade afirmou, enquanto Cobra deitava sua cabeça no colo da garota. - Meu treinador tá fazendo a maior pressão pra que eu fique mais forte, senão eu não vou participar dos campeonatos que tão chegando...

– Ah, não! - O lutador olhou, assustado para a bailarina.

– O que foi?

– Você não vai virar aqueles marombados de academia, né? Pelo amor de Deus! Coisa mais ridícula! - Jade sorriu e por incrível que pareça, conseguiu fazer com que Cobra sorrisse também.

– Infelizmente, minha dama, se for preciso, eu viro sim.

– Você ainda tá naquela onda de fazer de tudo pra ser campeão, não é? - Ela ficou preocupada. Sabe lá o que ele é capaz de fazer!

Esse é o meu sonho, Jade. E eu não vou sossegar até realizar ele. - O lutador ficou perdido em seus pensamentos. Jade suspirou e relaxou um pouco mais no sofá.

Perderam a noção de quanto tempo ficaram ali, apenas desfrutando da companhia um do outro. Era um raro momento de paz e tinham que aproveitar antes que acabasse. O silêncio não incomodava e reinou até que Cobra soltou uma risada curta.

– O que foi? - Jade sorriu.

– Agora eu tava pensando... Nem me lembro de qual foi a última vez que eu ganhei um colo. - Ele pareceu triste e o coração da bailarina apertou um pouco.

– Você nunca me fala da sua família... O que aconteceu com eles?

– Longa história... - Jade queria mais, porém Cobra cortou suas esperanças. - Eu não quero falar disso. Não hoje. - Jade assentiu e foi surpreendida com um beijo. - Hoje eu tenho outras coisas para fazer... - Sorrindo maliciosamente, deu outro beijo na morena.

Ficaram ali por alguns instantes, até que ouviram uma pessoa falando alegremente:

– Boa-noite, casal! Tudo tranq... Ai meu Deus! Desculpa! - Envergonhou-se Karina, ao perceber que tinha interrompido. Falando mais baixo, ela concluiu: - Sério, eu tenho que me tratar... Eu só dou mancada, cara!

– Tudo bem, Ka! Eu precisava mesmo tomar um banho! - Disse Cobra, enquanto se levantava e ia em direção ao quarto. Jade o acompanhou com os olhos, até que Karina lhe tirou do transe:

– Vocês tão de boa, né? - Jade afirmou com a cabeça. - Ainda bem! Eu fiquei tão culpada aquele dia!

– Tudo bem, Karina. Não precisa me lembrar do que aconteceu. - A bailarina cortou o assunto, fria, e Karina ficou triste. Após alguns instantes de silêncio, a lutadora indagou, cabisbaixa e com algumas lágrimas nos olhos:

– Será que algum dia, tudo vai ser completamente perdoado e eu vou ter a minha amiga de novo?

– Eu sinto falta da nossa amizade meio torta, Karina. - Respondeu Jade, com um sorriso triste nos lábios e com a visão marejada também. - E eu quero muito que isso aconteça, mas, por enquanto... Não dá. Eu não sou tão evoluída. - Jade se levantou e Karina deixou que uma lágrima rolasse pelo seu rosto.

– Eu também sinto sua falta, Jade. - Murmurou para si mesmo, pois a bailarina já estava no corredor, a caminho do quarto.

Quando entrou no local, Jade levou um susto. Encontrou Cobra se admirando, sem camisa, em frente ao espelho.

– Que diabos é isso? - Perguntou, incrédula.

– Jade? Por que essa cara? O que aconteceu? - Indagou Cobra, após notar o visão marejada da garota. - Foi a conversa com a Karina? Você não acha que dá pra perdoar? Porque, tipo, você já me perdoou, né?

– Tá, Cobra... Depois eu penso nisso. Mas o que você tava fazendo? Por que ainda não entrou no banho? E o que é isso de ficar se admirando no espelho? Sério, tá estranho... - Jade não queria falar o que realmente estava pensando, porque Cobra poderia se ofender e aí poderia dar problema... Ao invés de responder, Cobra virou-se para o espelho novamente e fez outra pergunta:

– Jade, você me acha fraco? Quer dizer... Fisicamente?

– Tá brincando? Você é gostoso. - Ela respondeu, abraçando o lutador por trás.

– Eu sei... - Esse é o Cobra que eu conheço! Convencido desde sempre e para sempre! - Mas para um lutador... Eu sou fraco? - Repetiu, virando-se para Jade.

– Eu não sei... Se o seu treinador diz que é... Mas relaxa! Você vai treinar bastante e vai conseguir! - Ela sorriu. - Sabe, quando você disse, no dia do meu teste, que acreditava em mim... Aquilo me ajudou muito. Talvez, se não fosse por aquilo, eu nem teria passado. Agora é a minha vez de dizer, com toda a certeza: Eu acredito em você, vagabundo! Você vai conseguir! - E o beijou. Depois do beijo, as testas se encontraram e, ainda de olhos fechados, Cobra falou, de repente:

– A vida purifica quando eu te vejo, sabia? - Jade levou um susto. Não fazia muito o tipo do lutador dizer aquilo toda hora, por isso estendeu ao máximo o momento. Como não teve nenhuma resposta, Cobra ficou indignado. - Eu solto uma frase poética dessas e você não fala nada? Nem um "Nossa, como ele tá sensível!"? Quem é você? O que você fez com a Jade?

– Bobo! - Eles sorriram, antes de darem-se mais um beijo. - Mas eu não faço mais nada enquanto você não tomar um banho! Você tá podre, vagabundo!

– Nossa, como ela tá fresca!

– Nossa, como ele tá sensível! Já se ofendeu? Quem é você? O que você fez com o Cobra? - Eles riram e o lutador, finalmente, foi em direção ao banheiro.

***

No dia seguinte, Jade acordou e não encontrou Cobra em casa. Foi até a geladeira e encontrou um bilhete:

"Bom-dia, minha dama!

Você tava tão linda dormindo e como você ainda tinha algum tempinho... Não tive coragem de te acordar!

Espero que você tenha um ótimo dia de ensaios hoje e manda um alô meu para o "John"... Ele precisa saber que você já tem don... Digo, namorado.

Um beijo! Seu vagabundo"

Realmente, o Cobra era verdadeiro quando dizia que tinha mudado. Nossa, como ele tá sensível!, pensou Jade e logo depois soltou uma risada.

***

Quando Cobra chegou na Sala de Treinos, Mike veio imediatamente falar com ele:

– Hoje, o seu treino é na academia, Rick.

– Para de me chamar assim, por favor! - Cobra tentou não parecer irritado. - Mas, treinador, eu preciso melhorar a minha técnica!

– Eu sei, porém o treinador aqui sou eu e eu tô te mandando pra academia. - Deu pra ver que ele falava sério. Antes que Cobra pudesse argumentar que a academia era um saco, ele foi falar com os outros atletas.

Cobra o seguiu a uma distância segura e pôde ouvir a conversa entre Mike e Benjamim.

– Benjamim! Você tá na sua melhor forma física, rapaz! Parabéns!

– Obrigada, treinador! Eu faço o possível!

– Você é dedicado! Com certeza vai lutar nesse próximo campeonato. É só manter esse ritmo até lá!

– Pode deixar!

Cobra viu quando Mike saiu de perto do Benjamim, com um sorriso orgulhoso no rosto. O brasileiro tirou a sua mochila das costas e pegou lá de dentro o frasco com os comprimidos. Cego pela vontade de ser campeão, Cobra foi falar com Benjamim:

– Quantos eu tomo?

– Um por dia. - Benjamim sorriu, satisfeito.

Cobra foi para a academia e tomou um comprimido. Depois do alongamento, Cobra começou uma série de levantamento de peso. Apesar de estar concentrado, deixou que sua mente vagasse por aí.

"Ah, o John! Ele é mais alto que eu, né? E tem um sorriso! A cor só não é mais bonita que a dos olhos! É um verde tão incrível, sabe? E o sotaque?!", tinha dito Jade no dia anterior. É... Parece que eu tenho uma visita para fazer.

***

Jade foi para a Companhia e nem o Dimitre, nem o John tinham chegado ainda. Pelo menos assim ela conseguiu fazer o seu alongamento com calma, sem os gritos do coreógrafo dizendo que não gostava de atrasos. Assim que os dois chegaram, eles começaram mais um dia de ensaios torturantes. Tratava-se de uma música clássica, com várias pegadas aéreas e vários passos solos. Era difícil, principalmente porque o rigor nem se comparava às aulas da dona Lucrécia. E olha que isso era quase impossível.

Jade mal acreditou quando Dimitre anunciou:

– Fim do ensaio!

Exatamente nesse momento, Cobra chegou na porta da sala de ensaios, porém ninguém o enxergou. Jade e John ficaram conversando animadamente sobre os passos novos que foram passados e o lutador ficou observando pelo vidro que a porta dispunha.

Depois de pegar suas coisas, Dimitre saiu e notou o interesse do Cobra nos dois. Chegou perto do rapaz e começou a conversar:

– Ah, esses dois! Parecem duas crianças! - Ele parecia orgulhoso. - Mas o importante é que já demonstraram bastante química... Dentro e fora da dança. - Cobra o olhou, já com raiva. Dimitre percebeu o incomodo do rapaz e mudou de assunto: - Quem é você?

– Eu sou o namorado da Jade...

– Ah, sim... - Ele ficou envergonhado. - Bom, ela está ali! Tenha uma boa-noite! - E saiu, apressado. Cobra resolveu não interromper os dois. Queria ver até onde ia a tal química.

– Ah, John! - Jade se lembrou de algo. - O Cobra te mandou um "oi".

– Quem? - Ele pareceu confuso.

– O Ricardo. Meu namorado. - John se entristeceu, mas não deixou que Jade percebesse. - Foi com ele que eu vim para cá... Pra Las Vegas, eu digo.

– Sério? Pensei que tinha sido com a sua família...

– Não... A minha família é meio complicada. - Disse a bailarina, enquanto pegava a sua garrafa de água do chão.

– Como assim?

– Eu nunca conheci o meu pai. Minha mãe morreu a pouco tempo, de câncer. - Ela ficou triste.

– Ah, me desculpe! - Ele se aproximou da Jade. - Eu nunca pensei que você tivesse passado por isso.

– Por que? - Perguntou Jade, estranhando a proximidade que o rapaz vinha tomando. Cobra continuou quieto, porém também não estava gostando nada daquilo.

– Porque, geralmente, quem passa por isso fica revoltado com o mundo. Você não. Mas eu já devia desconfiar, você é diferente de todas que eu conheci.

– Ah, pois é, né... - Desconversou Jade, indo para o lado oposto da sala. Mas o John não queria saber de mudar de assunto.

– Você é educada e delicada, mas não de um jeito fútil. Você é inteligente e consegue conversar sobre qualquer coisa. E tem um sorriso lindo. - Ele se aproximou mais e pegou uma das mãos da bailarina, beijando-a. - Você é uma verdadeira dama.

Foi o bastante para o Cobra perder a paciência. Invadiu a sala, assustando os dois. Apontou o dedo para o dançarino e bradou:

– Nunca, jamais, em hipótese alguma, repita isso! Entendeu?


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Notas finais do capítulo

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