Were you really surprised? - Cobrade escrita por HJ


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

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Já era madrugada quando Jade se esforçava para abrir a porta sem fazer barulho. Ela tinha avisado para a mãe que chegaria tarde, mas se a dona Lucrécia a pegasse naquele horário, certamente desconfiaria da desculpa de que Joaquina estava precisando de ajuda.

Ela tinha que admitir: havia mesmo perdido a hora com seu vagabundo. Ele tinha esse poder de fazer ela se esquecer de tudo, de deixá-la perdida. Mas valeu a pena, pensou ela. Todas as brigas pelas quais eles haviam passados ficaram para trás naquela noite. Cobra, o temível, insensível e marginal, tinha dito que ela era importante e que cuidaria dela. Não era nenhum "eu te amo", mas pelo que ela conhecia a teimosia do lutador, aquilo já era um grande avanço.

Deitou-se com um grande sorriso nos lábios. Até tentou fechar os olhos e dormir, sem sucesso. Estava eufórica demais para isso.

***

No dia seguinte, Cobra tinha acordado cedo e já havia dado início ao dia, abrindo o QG. Estava organizando alguns suplementos nas prateleiras quando ouviu passos dentro da loja.

– Já, minha dama? Pensei que você ia demorar um pouco mais para vol... - brincou, enquanto virava-se, porém deteu-se quando viu quem estava parada logo atrás de si. - Nat? O que você tá fazendo aqui, garota?

– Calma, Cobra. Eu vim em missão de paz. Preciso falar contigo. - começou a lutadora, indo para os fundos da loja e sendo seguida pelo Cobra. - Olha, Cobra, eu sei muito bem que a gente nunca se acertou, mas eu tô precisando da tua ajuda.

– Da minha ajuda? Ficou maluca? - Cobra não estava entendo nada.

– Eu tinha um caso com o Alan e ele tinha um dossiê contra o Lobão e o povo da Khan. Depois que ele apareceu, eu, o Duca e ele nos unimos para conseguir mais provas e colocar toda aquela gente na cadeia. - Continuou, mas logo foi interrompida:

– Olha só, a conversa tá muito boa, mas por que você tá me contando isso? - indagou o Cobra.

– Porque agora o Lobão descobriu tudo e me expulsou da Khan. Lá dentro, eu era tipo uma agente secreta, sabe? E agora eu vim te convidar para assumir o meu lugar.

– Essa é boa! - Gargalhou. - Por que eu faria isso?

– Porque quando aquilo tudo desmoronar, e não vai demorar muito, eu acho que você não vai querer ficar por baixo. Além de que vai rolar dinheiro, e pelo que eu saiba, isso você não dispen...

– Cobra? Cadê você? - Era a voz de Jade e pela altura do som, ela já estava dentro da loja.

– Tira ela daqui! Ninguém pode me ver contigo! - Sussurrou Nat, fazendo com que Cobra se apressasse.

– Já tô indo! - Gritou o lutador, indo em direção a frente da loja.

– Oi vagabundo! - disse Jade quando viu Cobra.

– Jade, escuta aqui, eu tô meio enrolado agora, dá para você voltar outra hora? - Ele tentou falar isso com o máximo de carinho possível, mas sabia o quanto Jade podia ser insistente, por isso teve que parecer firme.

– É que depois eu tenho aula na Ribalta, e como eu tinha esse tempinho livre agora, eu achei que a gente podia aproveitar e... - disse a garota, envolvendo seus braços ao redor do pescoço do lutador e depositando um selinho em sua boca. Cobra a pegou pela cintura e a afastou, dizendo:

– Eu também bem que queria aproveitar, mas agora realmente não dá! - Nisso, pegou a dançarina pelo braço e a levou até a porta.

– Para, Cobra! Tá doendo! - Debatia-se Jade.

– Então vai sozinha! E para de ser insistente! - Cobra sabia que ela ficaria magoada, mas isso ele resolveria depois. Primeiro ele tinha que se resolver com a Nat. Já estava fechando a porta quando Jade o interrompeu:

– Espera! Da última vez que você me tratou assim, no outro dia, o irmão do Duca foi morto. Quem vai ser o próximo? - Mesmo sabendo que a Jade falava aquilo por estar magoada, Cobra não pode deixar se afetar com as palavras.

– Larga disso, Jade! Você sabe que eu não tive nada a ver com aquilo. E agora eu só tô um pouco enrolado mesmo. Volta depois, por favor! - Pronto, todo o plano de manter-se firme foi por água abaixo.

Jade simplesmente virou-se e foi para a Ribalta sem nem olhar para trás.

Cobra voltou para onde estava conversando com a Nat, lembrando-se de que tinha dito para a Jade que mudaria. Sua decisão estava tomada.

– O que eu tenho que fazer? - Perguntou o lutador, e logo após escutou atentamente tudo o que Nat dizia.

***

O resto da manhã passou devagar. Enquanto Jade escutava tudo o que a sua mãe dizia durante a aula, Cobra intercalava seu treino no próprio QG com olhadas em direção a Ribalta. Ele queria ver quando a aula acabasse e Jade saísse, para que enfim pudesse se desculpar.

Quando ela saiu, acompanhada de Joaquina, sequer olhou para o QG, afinal, aquele garoto precisava aprender como lidar com uma dama.

Cobra atravessou a pracinha em questão de segundos e pegou Jade pelo braço, fazendo ela virar-se.

– Qual é, dama? Não ia nem olhar para o QG? Pensei que agora a gente pudesse aproveitar, como você queria antes e tal... - Disse isso enquanto envolvia Jade pela cintura com um braço e com o outro colocava uma mecha de cabelo de Jade para trás da orelha. Ele já ia em direção a sua boca, porém ela o deteu, dizendo:

– É, Cobrinha, você falou bem: queria. Agora eu não quero. - Ela arqueou a sobrancelha e virou-se, deixando Cobra perplexo.

– Desculpa, Jade. Eu sei que não foi muito legal o jeito como eu agi, mas agora a gente pode fazer as pazes, né? - Ele tentou falar isso de modo que só a Jade ouvisse, afinal, precisava manter a sua fama de mal. Ela ainda sem se voltar para ele, disse:

– É, você tem razão. - Ao ouvir isso, Cobra sorriu, porém esse sorriso logo se desfez com o que ela disse em seguida: - Você não foi muito legal. Aliás, você não é muito legal, Cobra. Por isso que eu cansei desse morde e assopra, de ser tratada feito um trapo, que você usa e joga fora, sabe? Amanhã, quem sabe, se você não estiver "meio enrolado", a gente conversa. - Ao terminar, entrou no carro do Lírio junto com a Joaquina e foi para casa.

Cobra parecia não ter acreditado no que tinha acabado de ouvir. Ela tinha o dispensado. E parecia nem ter sentido muito.

***

Quando Jade chegou em casa, automaticamente lembrou-se da última vez que tinha aberto a porta para entrar. Lembrou-se de como estava radiante no dia anterior e ficou triste ao notar que o responsável por toda aquela alegria, era o mesmo que a tinha tratado mal e a deixado triste pela manhã.

O Cobra era uma incógnita, um mistério. Ele mudava constantemente e quando ela menos esperava. De um dia para o outro ele tinha mudado para pior, mas agora, mesmo que ele mudasse para melhor, não iria adiantar. Ela havia falado a verdade quando disse a ele que estava cansada. Além de que nunca daria certo, porque embora ele dissesse que eles eram iguais, as diferenças eram muitas e sua mãe nunca aceitaria um romance daqueles. E agora que ela estava doente, a principal preocupação de Jade era fazer com que sua mãe se orgulhasse dela antes que não houvesse mais tempo para isso.

Quando conversassem no dia seguinte, ela deixaria claro que tudo o que eles tinham, seja lá que diabos fosse, estava acabado.

***

Obviamente, Cobra não esperaria até o dia seguinte. Ela teria que ouvi-lo, de um jeito ou de outro. Ligou repetidas vezes, e nada de respostas. Talvez a Lucrécia esteja por perto, pensou ele. Por isso, mandou a seguinte mensagem:

"Minha dama, não faz isso comigo não.

Eu sei que eu errei, me desculpa.

Que tal a gente começar do zero? Sai comigo hoje de noite. Me dá a chance de te reconquistar.

Beijos,

Seu vagabundo"

E ficou esperando pela resposta. Até que ela chegou.


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Notas finais do capítulo

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