Conquista do Destino escrita por Vanderlyle


Capítulo 8
Mestre e pupilo


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores. Peço milhões de desculpas pela demora. Me mudei de casa, e apesar da velocidade da internet daqui ser aparentemente melhor do que da casa antiga, a rua em si não tem “portas” para colocar internet na minha casa. Então eu terei que esperar alguém ter a boa vontade de cancelar sua internet, liberando espaço para a da minha linha. Me desculpe a palavra, mas está sendo uma merda sobreviver pela internet do celular. Hoje eu consegui acessar e postar graças a um grande milagre. So yeah, a frequência de capítulos não está de volta ainda! Só atualizei para não deixar a fic morrer, e vale ressaltar que não pretendo abandonar ela!

Bem, mal humor à parte, eu comecei minhas aulas na tão sonhada etec! Estou muito feliz, apesar de ter muita, muita lição. Inclusive, além da internet, a escola também será uma das culpadas pela possível demora na atualização. Não desistam de mim, please!

Boa leitura!



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A menina acordou cedo, arrumando-se no modo automático, e quando deu por si, já estava numa ampla clareira, localizada na rota cento e dez com tons de verde vivo e marrom. Catelyn Bloom estava sentada numa pedra acinzentada, perdida em seus próprios pensamentos, até que notou a menina encarando-a com uma careta de sono e confusão, próprios de quem foi puxada da cama sem opções.

— Bom dia, Alice. — disse com voz suave, dando um sorriso gigante para a menina.

— Oi, Sra. Bloom — respondeu lerda, enquanto se despreguiçava levantando os braços, dando um sorrisinho.

— Por favor, me chame de Cat —, Fez sinal de pouco caso com as mãos — serei sua educadora por um tempo, então não há necessidade de tanta formalidade.

—... Certo, Cat — Alice deu uma risada torta.

— Bem, sente aqui, na minha frente —, Apontou para o chão, continuando sentada na pedra, e após Alice estar devidamente sentada e desperta, Catelyn continuou — Gostaria que você me contasse o que são os torneios para você.

— Hã? Torneios...? — Tinha uma expressão de pura confusão. Chacoalhou a cabeça, numa tentativa de clarear sua mente. — Certo... Bom, para mim, os torneios são uma forma de expressão na qual pokémons e treinadores podem mostrar suas combinações... — A menina formou uma expressão de quem ainda tem coisa para dizer, mas no final deu de ombros, como se já tivesse dito tudo o que sabia.

— É, essa é a ideia... Mas o que você tem que entender, Alice, é que os torneios analisam a beleza interior de seu pokémon, não somente a aparência. Sabe, nos meus tempos de juventude, vi vários pokémons fisicamente bonitos perderem. Beleza não garantirá vitória e sim sua sincronia com seu pokémon na apresentação, coisa que apenas acontece quando se tem um laço de amizade forte. Compreende o que eu quero dizer?

— Acho que sim... Mas o que você pretende com isso? Eu estudei isso há muito tempo... — disse a menina, coçando a cabeça, desentendida.

— Você quer dar a aula no meu lugar, então? — perguntou, visivelmente aborrecida com a audácia de Alice, dirigindo olhos negros semicerrados na direção da coordenadora.

—O quê?! Não, não era minha intenção...! — Balançava as mãos, num gesto de apaziguamento, dando um sorriso amarelo. Agora sei o porquê do Edward ter viajado comigo contra sua vontade... Sra. Bloom, apesar de ser amável na maior parte do tempo, tinha um pavio curto, explodindo sua raiva na base dos gritos.

— Imaginei que seria. — comentou calmamente, não aparentando ter dado um surto segundos antes. — Bem, como eu estava tentando dizer, é que você já tem esses laços de amizade com Tsuki, até mesmo com a Ralts. Você cativa as pessoas rápido, até mesmo meu filho se tornou seu amigo... — Cat pôs a mão abaixo do queixo, pensativa.

— Minha mãe também dizia isso... — A coordenadora sorriu nostálgica, lembrando de Aurora e sua Roserade no jardim, banhadas pela ensolarada tarde de verão.

— Você se parece muito com ela. — comentou casualmente — Vamos tentar nos concentrar no treinamento, Alice.

— Certo!

Catelyn levantou-se da pedra que se encontrava sentada instantes antes. Ao passar a mão pelo vestido florido que usava, Alice pode ver uma espécie de colar escapar pela gola, dando um breve vislumbre de uma pedra arredondada, semelhante a uma pérola brilhar em tons de vermelho e azul, pendente em uma fina corrente prateada. A coordenadora intrigou-se com o pendente, fitando-o profundamente. Sra. Bloom ainda não havia percebido o olhar da menina, até que a mesma perguntou:

— Cat, esse colar é muito bonito! — comentou, ainda fitando o pendente.

— Oh! — Catelyn arregalou os olhos negros, rapidamente escondendo o colar, dando um sorriso nervoso para Alice que estava com o semblante franzido, em confusão.

— Desculpe, mas eu fiz algo errado? — A coordenadora perguntou inocentemente, apontando para o lugar que antes era ornamentado pelo belo colar de Catelyn.

— Não foi nada... — disse, obviamente desviando do assunto. Alice deu de ombros, ainda confusa pela abrupta reação de Cat. — Enfim, por que você não me mostra uma de suas combinações?

— Uh, certo — Pegou suas duas pokébolas que estava no seu bolso e lançou-as no ar, projetando Tsuki e Athena ao entrar em contato com o solo gramado. Os pokémons projetaram-se graciosamente no chão, correndo em direção à Alice quando viram sua treinadora apoiada nos joelhos, na altura de Tsuki.

— Oh, Alice seus pokémons estão com uma aparência abatida... — Catelyn comentou enquanto observava os companheiros da Grant minuciosamente, fazendo seus olhos ônix percorrerem toda sua extensão.

— Abatida? — Alice repetiu, soando incerta, enquanto dava uma leve inclinada na cabeça, observando Tsuki e Athena melhor.

— Sim, mas creio que seja devido ao torneio de ontem. Talvez você devesse dar alguns pokéblocs para auxiliar nos torneios...

— Eu costumava alimentá-los com pokéblocs antes de toda essa loucura começar... Ultimamente, com todo o treinamento, a enfermeira do centro foi a única que cuidou dos meus pokémons... — falou, enquanto acariciava a cabeça de Tsuki que se encontrava apoiada em seu colo. — Bem, antes de eu começar minha jornada, eu costumava comprar pokéblocs no mercado de Rustboro.

— Oh, não, não, querida! Pokéblocs industrializados não são muito saudáveis... Você tem idéia de como fazer os caseiros? — Cat perguntou, cruzando as pernas, voltando a se sentar sobre a rocha.

— Não. Minha mãe nunca me ensinou.

— Oh, Aurora sempre foi preguiçosa. — Cat revirou os olhos, dando um sorrisinho ao lembrar-se da amiga. — E você também é, pelo o que eu percebi.

— E-Eu? Eu não sou preguiçosa! — Alice virou a cabeça para o lado, tentando e esconder o rubor de suas bochechas, falhando miseravelmente.

— Tudo bem. Nossos maiores defeitos e qualidades passam para nossos filhos... — Catelyn levou sua mão até o queixo, numa pose pensativa. — Bem, Edward não é exatamente parecido comigo. — Chacoalhou a cabeça. — Ah, Alice, cá estou eu fugindo do tema principal... Me desculpe! Que tal você me mostrar suas combinações?

Grant assentiu e sorriu, levantando os braços em gesto de comando para Tsuki e Athena.

* * *

Alice mostrou suas poucas combinações em fase de teste para Catelyn, que opinou aonde podia, transmitindo seus vastos conhecimentos para a Grant. As apresentações de Alice estavam um tanto quanto limitadas devido ao tipo dos seus pokémons. Psíquico e Dark são opostos naturais, anulando-se, impossibilitando formar um ataque combinado. Sra. Bloom aconselhou Alice a capturar um pokémon de algum tipo elementar, dizendo que isso ampliaria suas possibilidades na hora dos torneios. Ela também elogiou a escolha de Alice em Athena, pois, segundo ela, pokémons do tipo psíquico são extremamente versáteis, ampliando muito qualquer tipo de estratégia tanto individual quanto em apresentações em dupla.

Alice prestava o máximo de atenção que podia, mas de vez em quando ela viajava nas palavras de Cat, mergulhando em seus devaneios, voltando em si só quando Bloom praticamente a chacoalhava. Apesar dos puxões de orelha, Cat estava passando seu melhor para Alice, aconselhando-a e tirando qualquer duvida que a menina pudesse ter durante as explicações. Catelyn Bloom era boa em muitas coisas, e lecionar era uma delas. Ela tinha a paciência necessária para esperar o lerdo raciocínio da Grant funcionar e até mesmo responder suas perguntas normalmente estúpidas, fugindo do tema principal. Apesar das broncas e discussões freqüentes, as duas estavam se dando muito bem, como mãe e filha.

— Então, o que acha de eu mostrar uma de minhas combinações? — Cat perguntou para Alice, quando o sol já estava se pondo, trazendo os ventos gélidos do crepúsculo. A menina assentiu, dando a deixa para a morena mais velha começar sua demonstração.

Catelyn tirou uma pokébola dos bolsos frontais de seu vestido floral e arremessou-a para cima, projetando um grande Gyarados. Olhos violetas se arregalaram ao observar o quão elegante o pokémon atroz se movimentava, negando totalmente sua natureza cruel. Ele tinha cerca de seis metros de comprimento, flutuando ao redor de Cat em perfeita harmonia. Aparentava ser muito saudável, com sua tonalidade de azul escuro predominante em seu corpo serpentino semelhante a um dragão. Alice estimou que o pokémon conseguisse carregar mais de quatro adultos em seu longo torço facilmente devido a sua forte constituição corporal. Os olhos do Gyarados eram vermelhos e brilhavam perigosamente transmitindo ferocidade, contrastando com seus quatro caninos afiados em sua grande boca. Alice não soube ao certo quanto tempo ficou ali parada, com a boca aberta admirando o pokémon serpente chinês, até que Cat tossiu levemente, tirando a menina de seu transe.

— Suponho que você gostou dele, então? — Catelyn perguntou, levemente divertida pela reação exagerada da Grant.

— Se eu gostei? Eu amei! Ele é tão elegante e... Ah, não acho que consigo explicar! — A menina já havia visto Gyarados por programas e revistas, mas nunca passou por sua mente que ao vivo e em cores ele seria tão majestoso.

— Bem, Gyarados está comigo desde que ele era um Magikarp um tanto quanto... Inútil... — Franziu as sobrancelhas, pensando na palavra correta para se expressar.

— Ele não tem nome? — A jovem coordenadora perguntou após notar a ausência de um apelido.

— Eu não acho que isso seja realmente necessário. Além do mais, na época eu não consegui pensar em nada que combinasse com ele...

— Entendo. Então foi ele foi seu parceiro quando você se tornou top coordenadora? — Alice estava curiosa sobre a história por trás do sucesso de Catelyn.

— Oh, sim. Ele foi meu pokémon principal. — Acariciou a barbatana do grande pokémon, agora repousado no solo. Gyarados aconchegou-se, se enrolando em seu próprio corpo e apoiando a cabeça em suas voltas, muito semelhante a uma cobra, apenas numa escala um tanto maior. — Ter um pokémon pouco utilizado era uma espécie de vantagem. E eu sempre achei gyarados um pokémon adequado aos torneios devido a fluidez de seus movimentos. Bem, posso começar minha apresentação agora?

— Fique à vontade! — Alice disse, sorrindo.

Cat sorriu de volta, voltando-se para seu grande pokémon.

— Gyarados, use Bubble Beam! — Após o comando, o pokémon levantou-se de seu estado de repouso e subiu aos ares em círculos, com bolhas sendo deixadas para trás, em seu rastro. Quando o pokémon chegou a dez metros de altura, havia uma espécie de espiral de bolhas, um espetáculo por si próprio.

— Certo, agora continue com Twister. — O pokémon mergulhou rapidamente até a base do espiral, e quando voltou a subir, um furacão projetou-se atrás do mesmo, sendo feito pelo movimento ritmado de sua calda em contato com o ar, fazendo com que as bolhas o seguisse para cima. Quando Gyarados chegou ao topo do furacão, as bolhas continuavam seu movimento rotativo, e com um aceno de cabeça de Catelyn, o Twister cessou subitamente, fazendo com que as bolhas saíssem em disparada para direções aleatórias, estourando alguns segundos depois, cobrindo o ar da clareira com um leve brilho cintilante antes de desaparecer por completo.

Alice assistiu o final da curta demonstração com olhos arregalados em admiração. Milhares de palavras passavam em sua mente, mas nenhuma conseguia ao certo explicar os sentimentos da mente da menina. Ela já havia visto diversas apresentações profissionais na TV, mas a de Catelyn parecia muito mais bonita pessoalmente; mais real. Não era à toa que a Bloom era uma top coordenadora. A partir daquele momento Alice teve plena consciência de que chamar sua estrada até o topo de “difícil” seria eufemismo.

* * *

As aulas duraram menos de uma semana, e ao final dos cinco dias de intenso aprendizado e treinamento, Alice queria estar morta. Seus pokémons estavam numa situação um pouco melhor graças aos pokéblocs milagrosos de Sra. Bloom, que mesmo ensinando com toda a paciência, não pode transformar Alice numa boa cozinheira. Nas três vezes que tentaram fazer uma mistura de frutas para produzir pokéblocs na cozinha do centro pokémon, Grant quase explodiu o microondas ao colocar uma forma de alumínio nele, alegando ter confundido com o forno. Felizmente nenhum dano permanente foi causado em algum eletrodoméstico graças aos olhos biônicos de Cat, que captavam as trapalhadas de Alice, fazendo-a impedir a menina.

Alice aproveitou todo o momento que teve com sua mestra, dando seu melhor como uma pupila. Aprendeu muito, e com toda certeza nunca esqueceria esses cinco dias que teve que acordar de madrugada e voltar para o centro apenas quando a noite caísse. Catelyn teve que voltar para Petalburg, alegando já ter ensinado tudo o que podia para Alice; dali em diante seu destino estava em suas mãos, e a capacidade para vencer seus desafios dependia apenas dela, visto que já tinha as ferramentas e o conhecimento necessários.

Enquanto saia de Slateport, via o sol cortando o azul a leste, nascendo e iluminando a dorminhoca cidade banhada pelo mar, que ainda dormia, sendo muito cedo para começarem suas atividades diárias. Mas não para a menina vestida de roxo da cabeça aos pés. Alice mesmo não gostando muito da ideia de acordar cedo mais uma vez, não pode deixar de apressar seus passos para sair da cidade cede de seu primeiro torneio. Uma semana de treinamento tomou seu tempo, e a menina não sabia exatamente quando seria o próximo torneio que aconteceria em Verdanturf. Além disso, ela teria que passar pela longa rota cento e dez, e depois ainda teria a cidade de Mauville em seu caminho, e logo depois a rota cento e dezessete, finalmente chegando em seu destino final. Era uma longa e cansativa caminhada, e acordar tarde por puro capricho não ajudaria muito. Não havia nada que a menina pudesse fazer, pois quando ela iniciou sua jornada, sabia muito bem dos riscos e possíveis sacrifícios que deveria fazer ao longo da viagem, e perder horas de sono eram um deles.

Tsuki estava dentro de sua bola, e não atrás de si, como de costume. O treinamento drenou muito da energia do pokémon, e Alice achou melhor para ela ficar dentro da bola descansando.

Quando a menina estava a menos de duzentos metros da saída norte de Slateport, Alice ouviu passos apressados atrás de si, fazendo-a se virar automaticamente, dando de cara com uma garota loira um tanto quanto familiar, segurando um livro na mão, alheia à Grant, caindo em cima da mesma.

Alice ficou por baixo da confusão de braços e bolsas, e quando a menina desastrada saiu de cima dela, Alice reconheceu-a sendo a garota do dia do torneio. Qual era o nome dela mesmo...? Hengridy? Ingridy? Oh, Emily...! Alice bateu com a mão na testa após suas tentativas falhas de lembrar o nome da coordenadora loira.

— Alice! Eu não acredito que é você! — disse Samir alegremente após se levantar, estendendo a mão para Alice que aceitou de com grado, pondo-se de pé e batendo em sua roupa, tirando a poeira.

— Eu também não acredito... — Alice falou após analisar o estado de suas roupas, não muito satisfeita.

— Parece que sempre temos que esbarrar uma na outra, ? — Emily gargalhou, e Alice deu um sorrisinho mínimo. — Onde você está indo com essa mochila?

— Ah, eu estou indo para Verdanturf, participar do meu segundo tornei... — Sua explicação foi cortada por uma afobada Emily.

— Oh, eu passarei por lá! Nós podemos ir juntas! Será mais que perfeito. — A loira centímetros mais baixa que Alice tagarelava animadamente, em nenhum momento consultando a opinião da Grant sobre o assunto.

Alice, não querendo ser mal educada, apenas assentiu, achando muito boa a ideia de ser acompanhada por alguém na longa estrada até Verdanturf. Após conversarem por mais algum segundos, as loiras retomaram sua caminhada, com o céu agora totalmente iluminado, sem ventos, apenas o calor escaldante.


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Notas finais do capítulo

O que acharam desse capítulo? Bem, gostaria de falar que os aprendizados da Cat serão revelados aos poucos, quando eles entrarem em ação. Peço perdão se não ficou tão bom, eu estava com dificuldades de escrever tudo. O pior é que eu nem sei o motivo disso. Talvez seja a casa nova, ou apenas eu...
Enfim, obrigada pela leitura, e se puder, deixe um comentário, isso me incentiva muito a continuar a vencer os desafios que estão surgindo no decorrer de CdD. O próximo capítulo não deve demorar, se tudo der certo.

Vejo vocês em breve. Até



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