Fins e Meios escrita por SatineHarmony


Capítulo 5
Sol




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/575948/chapter/5

Os guardiões da chuva e da tempestade seguiram pelo térreo da casa da família Yamamoto, onde funcionava a TakeSushi. O pai de Yamamoto deu-lhes um breve um aceno enquanto ambos subiam ao segundo andar, onde se localizavam os quartos. Gokudera sempre pensara que o guardião da chuva sairia de baixo do teto de seu pai quando conseguisse dinheiro suficiente, porém ao mesmo tempo ele não se surpreendia por este ter decidido continuar morando com sua família — especialmente após o episódio do futuro; qualquer um era capaz de notar a forma mais atenciosa e carinhosa do que o normal com a qual Takeshi passara a tratar seu pai.

Ao entrarem no quarto do guardião da chuva, este se sentou na borda de sua cama, fazendo um sinal com a mão direita para que o outro viesse até ele. Gokudera seguiu com passos lentos, fazendo menção de sentar-se ao lado de Yamamoto, porém logo sentiu braços envolverem sua cintura, puxando seu corpo na direção do colo do moreno. Hayato corou com tal ação, no entanto permitiu-se sentar sobre Yamamoto, suas costas apoiando-se no peito alheio.

Uma das mãos de Takeshi pousou sobre o joelho de Gokudera, enquanto a outra acariciava-lhe o tronco com movimentos delicados. Ele estava reprimindo-se ao máximo de pedir ao guardião da tempestade que finalmente lhe desse uma resposta definitiva para o pedido que fizera um ano atrás. Sendo assim, decidiu evitar esse assunto por ora, sabendo, após todo esse tempo na companhia de Hayato, que este não reagia bem quando era muito pressionado:

— Sinto muito por você não ter conseguido falar com seu pai. Se eu não tivesse me distraído, eu não teria sido enganado pela ilusão do Mukuro e nada disso teria acontecido. — Takeshi expressou seu arrependimento.

— Nós não conseguiríamos evitar tudo isso nem mesmo se soubéssemos do plano de Mukuro de antemão. — Gokudera suspirou com pesar. — Por favor, não se culpe. Você só foi mais um peão do tabuleiro de xadrez dele, como todos nós fomos. — Hayato encostou sua nuca no ombro direito do moreno, virando o rosto para roçar seu nariz contra o pescoço de Yamamoto.

— Mas eu ainda sinto algo errado, e eu detesto isso. — Takeshi fez uma careta, e Gokudera revirou os olhos; É lógico que ele não gosta dessa sensação, ele não está acostumado a se sentir mal, esse idiota-sempre-alegre. — Mais tarde vou pedir desculpas a Tsuna, por mais que talvez isso só o deixe mais preocupado... — comentou, pensativo, e recebeu em troca uma mordida na clavícula:

— Não faça isso, seu idiota. Pare com essa mania de se crucificar tanto. — Hayato o repreendeu. — Por mais que essa seja uma das suas qualidades. — sussurrou quase inaudivelmente.

— Se me permite a pergunta... — Yamamoto hesitou, escolhendo cuidadosamente suas palavras — Quando você... Começou a se importar comigo?

Gokudera mordeu o lábio inferior, decidindo se responderia sim ou não a pergunta. Ele estava na casa de Yamamoto, na sua cama, e quando tinha acordado naquela manhã, decidira finalmente passar a limpo tudo entre ele e o moreno. Por que você está tão receoso, Hayato? É só confiar em alguém, isso não é tão difícil, pensou, com amargura. Takeshi era digno de sua confiança, e Gokudera desejava que ele tivesse muito mais de si. Seria maldade não "gratificá-lo".

— Desde sempre. — Hayato confessou. — Demorou um tempo para eu notar que eu me irritava tanto com a sua presença pela mesma razão pela qual meninos de sete anos puxam as trancinhas das meninas que gostam. — dessa vez ele corou. Yamamoto sorriu com a declaração, e apertou sua cintura com delicadeza:

— Pois saiba que eu sempre prestei atenção em você. — Takeshi sussurrou em seu ouvido. — Mas admito que só fui entender o que sentia quando oyaji me disse que você gostava de mim. Ele jpa sabia tudo antes de mim mesmo. — riu.

— O seu pai percebeu que eu... Você?... — o rubor no rosto de Hayato intensificou-se; eles tinham passado por Yamamoto Tsuyoshi há poucos minutos! Ele os vira rumando aos quartos... Depois dessa declaração, era certo pensar que o oyaji de Takeshi não pensara coisas muito puras. Ao notar isso, Yamamoto pôs uma mão sob o queixo do homem embaraçado, virando seu rosto parcialmente para vê-lo corado. Sorriu com a visão:

— Eu adoro quando você fica vermelho de vergonha, é uma pena que você não me dá essa oportunidade com frequência.

— Pare com isso, você só está piorando, droga. — Gokudera reclamou num resmungo, fazendo bico. Ele não estava acostumado a ter alguém o observando, importando—se consigo, portanto não sabia como agir.

— Bom, eu acho que vê-lo sem graça é ótimo. — Yamamoto sorriu, dando-lhe um beijo na área abaixo de sua orelha. Gokudera sentiu seus pelos eriçarem ao toque, e calafrios atravessarem seu corpo.

— Yamamoto... — suspirou antes que pudesse se reprimir.

— Você gosta disso? — Takeshi o provocou, passando a sugar a pele de seu pescoço, enquanto seus dedos hábeis desciam pela lapela do seu paletó, desabotoando os botões que encontrava pelo caminho. Em seguida puxou as mangas da peça de roupa, deixando-a cair no chão, próxima à cama. Como Gokudera não mostrou intenção alguma de impedi-lo, Yamamoto continuou com a sua tarefa, chegando ao nó da gravata negra do guardião da tempestade. Puxou uma das pontas do acessório, tentando lembrar-se de como afrouxá-la.

— Seu idiota... Você está me sufocando. — a voz de Hayato saiu fraca, mostrando que não era exagero seu. Deu um tapa nas mãos do moreno, afastando-as: — Deixa que eu mesmo faço. — fingiu desprezo.

— Foi mal, Gokudera. Mesmo depois de todos esses anos eu ainda não sei lidar com gravatas. — informou, com um sorriso amarelo. Hayato revirou os olhos enquanto desatava o tecido, colocando-o ao seu lado depois de terminado.

— Então como você faz o nó para ir ao trabalho todos os dias? — perguntou, mostrando sincera curiosidade.

— Oyaji fez o nó para mim apenas uma vez, e eu o afrouxo e aperto para colocar. — Yamamoto deu de ombros, pondo-se agora a desabotoar a camiseta branca de Gokudera.

— Realmente, você... — o guardião da tempestade fez um movimento negativo com a cabeça, e o moreno riu com a sua indignação. Mas logo Gokudera parou com seu ato, ao sentir mãos começarem a explorar a superfície de seu peito.

Takeshi tateou algo em volta do pescoço do guardião da tempestade:

— Ei, eu não sabia que você ainda usa aqueles colares. — comentou, enroscando um de seus dedos nas diversas correntes prateadas do outro.

— Hábitos são difíceis de largar. — Gokudera foi sucinto. Pacientemente, o moreno começou a desatarraxar cada um dos fechos dos cordões, distraindo Hayato enquanto distribuía mais beijos pela extensão de sua nuca. Isso feito, dedilhou ambos os braços de Gokudera, até chegar aos seus pulsos. Assim, levou-os até seu rosto, começando pela mão esquerda. — Yamamoto, o que você... — mas o guardião da tempestade nunca teve chances de terminar sua pergunta, pois no instante seguinte um de seus dedos estava sendo envolvido pelos lábios de Takeshi, e a única coisa que Gokudera foi capaz de fazer em resposta foi arquejar.

Sentiu um dos seus vários anéis deslizar pelo comprimento de seu dedo, até ser solto dentro da boca de Yamamoto. Este apenas tirou-o de dentro da mesma, jogando-o por sobre o ombro. O tilintar de metal foi abafado pela grossa coberta sobre a cama. Takeshi fez o mesmo com os outros anéis, e pela primeira vez em sua vida Gokudera odiou-se por usar tantos — fingiu não notar como seu corpo reagia à língua que percorria seus dedos (longos devidos aos anos que passara tocando piano), à quentura de sua boca, à maciez de seus lábios. Como era homem, não era surpresa que algo estava começando a aparecer através de sua calça, irritado com o tecido apertado da única peça de roupa que sobrara.

Fechou os olhos fortemente ao ter o seu último anel tirado, tentando ignorar a atraente textura pegajosa dos restos de saliva de Takeshi sobre seus dedos. Diferente do que esperava de si mesmo, ele não achava aquilo nem um pouco nojento — na verdade era justamente o oposto; ele não tinha orgulho em admitir que aquilo o animara ainda mais. Abriu os olhos, virando a cabeça para ver Yamamoto com um rosto preocupado, notando o olhar que Gokudera lançara para seus dedos sujos. Takeshi estava prestes a desculpar-se quando Hayato fez algo que o surpreendeu extremamente: levou a mão à boca e passou a ponta da língua por sobre um dos dedos.

Fingindo não notar a fisionomia atônita do outro, Gokudera comentou:

— Interessante. — seu rosto pensativo foi enfeitado com um sorriso maldoso: — Mas eu prefiro muito mais provar diretamente. — com um movimento ágil, virou-se no colo de Yamamoto, ficando de frente para ele. Envolveu seu pescoço com seus braços, e suas pernas escorregaram de forma que seus joelhos ficassem apoiados em ambos os lados da cintura do guardião da chuva. Este, em resposta, envolveu-lhe em seus braços, diminuindo a distância entre os corpos.

Takeshi teve seus cabelos puxados para trás, e logo o guardião da tempestade apossou-se de sua boca. Yamamoto sentiu a urgência de Gokudera no beijo, sua língua atravessando rapidamente por entre os lábios do moreno, pondo-se a explorar tudo o que Takeshi tinha a oferecer. Ele exclamou ao ter o seu paletó tirado repentinamente de si.

— Você está vestido demais. — explicou Gokudera ao pé de seu ouvido, mordendo o seu lóbulo em seguida. Levou suas mãos à gravata, tirando-a com habilidade, e sua atenção dirigiu-se para a blusa do moreno, abrindo os botões e beijando a pele bronzeada que lhe era exposta cada vez mais. Hayato desceu para os joelhos de Yamamoto, até o chão, continuando a desabotoar a camisa.

— Gokudera, o que você... — Takeshi começou a perguntar ao ver o outro seguir para o zíper de sua calça, depois de tirar qualquer peça de roupa que atrapalhasse a bela visão que ele tinha para o peito de Yamamoto. Hayato subiu uma de suas mãos para a boca alheia, tampando-a num sinal claro para que ficasse quieto. Ele prosseguiu, empurrando sua calça e roupa íntima com um puxão. — Ahn, Gokudera? — hesitou Yamamoto ao ver o outro olhar com tanta atenção para a área de seu corpo recém-exposta. Antes que o guardião da chuva pudesse questionar mais algo, Hayato curvou-se mais para frente, seus lábios envolvendo a ponta do membro de Takeshi. Este arquejou, levando instintivamente suas mãos aos cabelos prateados, acariciando-os de forma delicada.

Na teoria Gokudera sabia o que fazer, porém na prática foi difícil não engasgar ao ver-se com a boca tão cheia. Avançou até o máximo que pôde, e tentou compensar usando ambas as mãos para tocá-lo. Ele preocupava-se em não conseguir fazer Yamamoto sentir prazer, mas não demorou muito para ouvir um baixo suspiro satisfeito vindo do moreno. Hayato sorriu ao notar que alcançara o resultado desejado.

Takeshi agarrava a coberta sobre sua cama por entre os dedos, e ora acariciava os fios prateados de Hayato, reprimindo o impulso de puxar a cabeça dele em sua direção. Ele ofegava, arquejava, e gemia, tentando reter o máximo de sons ao lembrar-se que o restaurante no andar abaixo deles estava aberto, e com clientes. O seu corpo tremia em êxtase, querendo arquear-se contra aquela boca que sabia tão bem o que fazer e como fazer.

Sensações indescritíveis atravessavam seu ser, e ele fora capturado pela fisionomia de Gokudera. Os olhos fechados com força, mostrando extrema concentração no ato, o rosto corado — seja de excitação ou de vergonha —, as sobrancelhas franzidas. Yamamoto podia imaginar o que passava pela mente do guardião da tempestade — o próximo passo é fazer isso e isso, e então... —, do jeito como ele era viciado em teorias. Viu uma das mãos de Hayato descerem, começando a abrir suas próprias calças. Oh, sim, Yamamoto era o único recebendo prazer, e isso não era justo.

Takeshi afastou a cabeça de Gokudera com um movimento delicado. Os olhos verdes abriram-se, mostrando um olhar interrogativo. O moreno teve vontade de rir da desanimação estampada no rosto de Hayato ao parar o que fazia, mas antes de qualquer explicação, Yamamoto avançou até ele, segurando-o por ambos os lados de sua cintura. Levou-o até o seu colo, sentando-o de frente para si, na mesma posição que estavam instantes atrás.

— Parece que alguém está sendo desprezado. — Takeshi comentou num tom provocativo, antes de progredir em puxar o zíper, descendo as calças de Gokudera até onde era possível.

— Pare de...

— Parar? Mas por quê?, você parece estar tão... Receptivo. — Yamamoto sorriu ao roçar sua mão contra o volume visível através da roupa de baixo.

— Pare de falar. — reclamou Gokudera, irritado, antes de envolver o pescoço alheio com seus braços, dando-lhe um longo beijo para manter a boca do moreno ocupada.

Ele sentiu sua roupa íntima ser empurrada por Takeshi, que começou a tocá-lo. Um arrepio percorreu pela sua espinha ao sentir o repentino calor, e suas mãos apertaram-se nos ombros de Yamamoto, provavelmente arranhando-o — mas o guardião da tempestade pouco se importava com isso agora. Ele apenas não gemera porque a boca de Takeshi o impedira, e sentiu os lábios deste curvarem-se para cima, observando os sons de satisfação quase inaudíveis que Gokudera fazia:

— Mas, Yamamoooto — era difícil de falar em seu atual estado de espírito, e ele corou com a forma como dissera o nome do guardião da chuva —, você ainda não... — foi incapaz de terminar a frase, impulsionando seus quadris contra a mão que lhe dava prazer.

— Gokudera, não se preocupe com isso. — o tom de Takeshi era de desdém.

— Ah, é mesmo? — Hayato ergueu uma sobrancelha desafiadoramente, tirando uma de suas mãos dos ombros alheios para descê-la por entre seus corpos. Passou a ponta dos dedos sobre o membro de Takeshi, fazendo-o sibilar em resposta. — Coloque logo isso dentro de mim. — demandou, por mais que estivesse envergonhado por pronunciar tais palavras — Eu sei que esperei por você por mais de dez anos, mas eu não tenho muita paciência e você sabe disso. — Gokudera abriu um sorriso ameaçador.

— Primeira gaveta da cabeceira. — respondeu simplesmente Yamamoto, sua voz transparecendo todo o prazer que sentia. Com certo pesar, Hayato separou-se dele, dando poucos passos em direção ao móvel. Voltou com uma loção e uma camisinha em mãos, e um olhar interrogativo no rosto. — Eu uso a loção depois dos treinos de beisebol, e oyajii me deu um pacote de camisinhas por motivos de segurança. — Takeshi justificou-se — Eu prometo, eu nunca trouxe nenhuma garota para casa.

Hayato nada disse, retornando ao colo de Yamamoto, inclinando seus quadris para trás para ter mais facilidade no que faria em seguida. Ele lutava fervorosamente contra o fluxo de sangue que insistia em rumar ao seu rosto.

— Deixa que eu faço. — pediu Yamamoto, pegando o pote de suas mãos. Abriu o mesmo, espalhando um pouco de loção nos dedos. — O que eu vou fazer é muito intrusivo e...

— Tsc, Yamamoto, não comece com isso agora! — Gokudera revirou os olhos — Apenas faça, caramba.

E mesmo resmungando tanto, e fazendo-se de forte, Hayato não conseguiu reprimir uma exclamação de surpresa e dor ao ser invadido em um lugar tão incomum.

— Argh... — trincou os dentes, apertando com força os ombros de Yamamoto. Agora ele tinha certeza que deixaria arranhões. — Continue. — incentivou, apesar da dor intensa que sentia.

Gokudera não sabia se era devido à grande necessidade que tinha de sentir o outro dentro de si, mas não demorou muito para o desconforto dar lugar ao prazer. Quando se viu, ele estava empurrando-se obscenamente contra os dedos de Takeshi — que agora contabilizavam um total de três — e gemidos escapavam por entre seus lábios.

— Gokudera, eu não quero ser estraga prazeres, mas o restaurante está aberto no andar de baixo, e eu acho que talvez o pessoal consiga ouvir você... — Yamamoto deu um sorriso sem graça ao informá-lo.

— Por que você só me disse isso agora?! — e o guardião da tempestade ficou ainda mais vermelho de vergonha.

— Eu pensei que você tivesse notado quando nós chegamos e...

— Tanto faz, cale a boca, Yamamoto. — resmungou apressadamente — Anda logo, eu... — hesitou, mordendo o lábio inferior — Eu quero você. — confessou.

E isso foi o suficiente para Takeshi perder o medo de machucar seu parceiro, adentrando-o em um movimento fluido. Ele viu Hayato franzir o cenho, mostrando o esforço que fazia para acostumar-se com a sensação. Esperou o tempo necessário para ele se sentar completamente sobre seu colo, aguentando sem reclamar a dor causada pelo cravar de unhas do outro em seus ombros. Quando sentiu que estava pronto, Gokudera tentou levantar sua cintura, apoiando todo o seu peso nos seus joelhos. Notando que o guardião da tempestade não estava muito confortável fazendo tal ação, Yamamoto segurou-o pelo quadril, colocando-o com as costas sobre o espaço vago na cama. Logo ele estava sobre Gokudera, ajeitando-se entre suas pernas.

— Posso me mover? — perguntou, temeroso. Em resposta Hayato cruzou seus braços sobre as costas de Takeshi, abraçando-o com uma delicadeza inusitada. Yamamoto sentiu um choque gostoso ao ter seu peito nu contra o do outro, pele contra pele. Gokudera apoiou seu queixo no ombro alheio, e sussurrou ao pé do seu ouvido:

— Por favor. — suplicou, e não foi preciso mais nada para que Yamamoto começasse suas estocadas.

Takeshi perdeu a conta de quantas vezes chegou ao ápice naquele dia — na verdade ele não tentara nem contar —, mas ele tinha certeza de uma coisa: eles fizeram sexo em todos os locais e posições possíveis no seu quarto. O cheiro de Gokudera estava impregnado em cada parte do cômodo — na sua escrivaninha, cabeceira, cama, armário. Yamamoto descobriu que adorava sentir aquele gosto de tabaco em sua boca toda vez que beijava os belos lábios rosados do guardião da tempestade. Descobriu o quão macio eram seus fios prateados, diferentes em textura do típico cabelo negro japonês. Descobriu que em questão de segundos ele perdia-se naquele mar de olhos verdes. E estes, que mostravam desconfiança e arrogância extremas na maior parte do tempo, ficavam nublados de desejo toda vez que Gokudera ficava excitado.

— Hayato. — sussurrou o guardião da chuva, observando a figura sob lençóis, que fitava-o em silêncio — que, obviamente, foi quebrado ao ouvir o seu primeiro nome ser dito por Yamamoto:

— Takeshi. — corou com tal tratamento pessoal. O moreno suspirou ao ouvir aquela voz bela pronunciar seu nome:

— Hayato... — pausa — E o seu pai? Eu sei que sua viagem foi em vão por causa de Tsuna e tudo mais... — a fisionomia de Yamamoto tornou-se momentaneamente preocupada — Mas você não irá amarrar as pontas soltas com ele? Digo, ele parece estar disposto a fazê-lo...

— Eu recebi outra carta ontem. — Gokudera passou a mão pelo cabelo bagunçado — Na verdade era sobre isso que eu queria falar com você... Mas eu acho que já compreendi o que ele queria dizer. — deu um meio-sorriso.

— O que estava escrito na mensagem? — perguntou Takeshi, sentando na cama, mostrando interesse.

Grazie. — Yamamoto franziu o cenho para o italiano dito pelo outro — ele também achara incrivelmente excitante a voz de Hayato ao falar sua língua nativa, porém decidiu que agora não seria o momento certo para fazer algo — A tradução seria "obrigado" — Gokudera explicou diante do olhar interrogativo.

— Obrigado... Pelo quê? — Yamamoto ergueu uma sobrancelha, confuso.

— Foi isso que pensei quando recebi a carta. Mas agora acho que... Que essa é a forma dele de mostrar que aprova minhas ações, talvez? — supôs. — Ele nunca disse isso para mim na minha infância. Bom, apenas quando eu lhe era útil, com os meus concertos de piano mediados pelo poison cooking da aneki.

Yamamoto curvou-se, repousando uma mão sobre a maçã do rosto de Gokudera:

— Eu tenho certeza de que essa foi a melhor forma que ele encontrou para dizer-lhe que está orgulhoso de você. — Takeshi desceu sua mão para o pescoço do guardião da tempestade, decorado por manchas e mordidas feitas por ele — Que ele tem orgulho de seu filho ser o braço direito do chefe de uma das famílias mais influenciáveis da máfia. Ele tem orgulho do seu filho por ter feito caminho para o sucesso sem a ajuda de ninguém. Você é incrível, Hayato; na verdade não há razões para ele não ficar orgulhoso de você.

Gokudera virou a cabeça para que o moreno não visse uma única lágrima escorrer do canto do seu olho esquerdo — mas ele viu. Tentou descontrair a conversa séria:

— Droga, se você continuar me mimando assim, você irá me estragar. — reclamou Gokudera, dando uma curta risada.

— Eu faço isso porque eu te amo.

Hayato fitou-o, surpreso. Takeshi viu seu olhar mudar de atônito para algo mais quente. Reciprocidade.

O guardião da tempestade envolveu a sua cintura e o puxou, resultando em um Yamamoto deitado de lado em uma posição um tanto desconfortável. Gokudera aproximou sua boca do ouvido alheio:

Ti amo.

E Takeshi não precisava ser nenhum italiano para compreender o que aquelas palavras significavam.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aquele momento em que você relê o capítulo que escreveu antes de postar, e nota que não tem nada de plot nele, só lemon :v
Na verdade eu deveria estar me desculpando agora, porque esse foi o meu primeiro lemon, e ele saiu tão~~ Me chamem de esquisita, mas eu tenho vergonha de escrever esse tipo de coisa, acontece -qq
Ah, e desculpa pela demora mais longa do que o normal, é que eu estou no terceiro ano, então... Nem preciso explicar, né? :s Lembrando que a fanfic está no final, só falta uns dois capítulos :/
PS.: Admito que fiquei com uma leve urticária ao escrever "ti amo". Eu sei que é italiano, mas parece que estou escrevendo errado em português :s



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fins e Meios" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.