P.O.V Julie

Cheguei em casa, e mandei uma mensagem pra Bia.

Venha pra cá quando puder. Julie

Fui pra edicula, peguei meu violão, e comecei a tocar.

Lembrar não é o mesmo que viver, é bom estar aqui pra te ver, e sentir que tudo passa, e a gente da risada, e nada importa mais. Conte comigo, aqui ou em qualquer lugar.

Ao cantar, senti que lágrimas desciam pelo meu rosto, lembrava dos meninos, e do Daniel.

Até o fim, é só chamar o meu nome, junto de mim, você vai estar, para sempre nós.

Sorri ao cantar a última frase, me lembrando a última vez em que eu e Daniel cantamos juntos essa música.

Eu já te disse que você ta cantando cada vez melhor, e que eu nunca gostei tanto de tocar com alguém?– me perguntou sorrindo e me olhando intensamente.

Me despertei das lembranças, quando Bia entrou correndo na edicula.

– Oi Julie! - disse ofegante.

– Oi Bia, se acalma. - respondi rindo e limpando as lágrimas.

– Ainda ta chorando amiga? - perguntou Bia me abraçando.

– É dificil. - respondi deitando a cabeça em seu colo.

– Por que você não sai com o Nicolas? Assim você se distrai. - perguntou Bia sorrindo.

– Ja saí com ele hoje Bia. A única coisa que ele conseguiu foi me fazer lembrar dos fantasmas.

– Julie, você não acha que ta desprezando o Nicolas?

– Não Bia, eu só não to com cabeça pra isso agora.

– Mas quem sabe o Nicolas não possa te ajudar? Ele te ama, e você ama ele.

– É... - sussurrei.

– Julie, você não acha que está dando atenção demais aos fantasmas?

– Não Bia, eu só quero eles de volta, custe o que custar.

– Ah que lindo! - disse Bia irônica - mas e agora? O que você vai fazer?

– Primeiramente, vou tentar descobrir o porquê que eles foram embora, e depois, acha-los. Mas para isso, vou ter que contar com a sua ajuda, com a do Pedrinho e com meu pai. - disse me levantando.

– Com o seu pai? Ô Julie, você não ta bem. - Bia disse me olhando desconfiada.

– É claro que estou, meu pai disse que me apoiaria, e ele acabou aceitando essa história maluca. - respondi rindo.

– Vamos na loja do Klaus, quem sabe os meninos não falaram com ele antes de ir embora. - disse Bia se levantando também.

– Vamos, mas só amanhã, afinal, hoje é domingo.

– Ah é! E você vai na escola amanhã? Vai, por favor, assim você se distrai um pouco. - implorou.

– Ta, vou ver.

P.O.V Daniel

– A gente precisa achar algum jeito de sair desse lugar, eu não aguento mais isso aqui! - disse Felix.

– Era tão bom lá na edicula. - comentou Martim cabisbaixo.

Continuei em silêncio, tantas memórias, tantos momentos com a Julie.

– Daniel? - Felix me chamou - Daniel? - continuei não dando atenção - Daniel! - até que por fim ele gritou.

– Que é?! - gritei.

– Cara, desde que o Demetrius foi embora você não disse nada, só olha pro nada. - disse Felix.

– Daniel, a gente vai achar um jeito de acabar com o Demetrius. - disse Martim, batendo em minhas costas, como um sinal de consolo.

– Eu vou voltar nem que seja a última coisa que eu faça. - respondi.