Human World Observation escrita por Lady Pompom


Capítulo 18
Extra 1: 16.5


Notas iniciais do capítulo

Essa história não tem qualquer relação com lugares, pessoas ou fatos da vida real, é uma obra de ficção com puros fins de entretenimento.



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Eileen Sanders caminhava pelas frias ruas, em meio à fraca neve que caía e se juntava ao chão que parecia estar coberto de uma espuma branca e pura. Algumas pessoas também caminhavam pelas calçadas. Era dia, mas o céu estava nublado, mesmo assim, estava claro.

Eileen usava um casaco vermelho e luvas pretas, soprava as mãos, na tentativa de aquecê-las. Uma fumaça branca saía de sua boca quando ela soprava, pelo frio que fazia.

_Não entendo porquê faz isso, não vai adiantar... –uma voz masculina soou-

A mulher estreitou os olhos, parou de andar e virou-se para trás, visualizando o dono da voz: Siv Borghild (ou Ahcsar Angsaw, como havia descoberto recentemente).

_Diferente de você eu preciso de roupas para manter meu corpo aquecido e ar quente também. –disse irritada-

Apesar da irritação na voz da mulher, o homem não pareceu se incomodar.

_E eu nem sei por que você está usando agasalho já que nem precisa! –ela falou baixo a última parte, para que ninguém ao redor ouvisse-

Era verdade, o alien que podia controlar a temperatura corporal estava usando um sobretudo azul-escuro e um cachecol cinza listrado de preto. Ele então, pôs-se a responder:

_Eu lhe disse antes, Eileen... Mesmo que eu não precise, todos vocês humanos usam isso, se eu saísse em meio às multidões da sua espécie sem usar um casaco, seria o centro das atenções, e não quero ter minha identidade revelada aqui... –disse dando de ombros-

_... –a mulher franziu ainda mais o cenho e voltou-se para frente, tomando seu rumo-

O alien observava discretamente as pessoas ao redor. Elas caminhavam, vestidas com seus casacos da moda, sem se importar com os outros. Havia árvores de natal espalhadas por as praças, os vendedores ficavam nas portas convidando os transeuntes a entrarem; havia diversos brinquedos de renas e Papais Noéis e também aqueles homens fingindo serem os velhinhos do natal. Finalmente, o alien decidiu perguntar:

_O que veio fazer aqui mesmo...? –ele lançou o olhar sobre as costas da mulher que caminhava poucos metros à sua frente-

_Ah! –ela bufou- Eu disse antes de sair: vim comprar um presente de natal... Além disso, por que é que me seguiu até aqui se nem sabia o que eu ia fazer? Devia ter ficado em casa! –o olhou de perfil-

_... –ele a fitou por alguns segundos- Eu sei que deveria ter perguntado isso antes, mas... –hesitou antes de falar- O que é o Natal?

_E-Eeeeeehhh?! –a mulher estancou o passo repentinamente e quase gritou- Siv você não sabe...?!

Os dois receberam alguns olhares curiosos, Eileen sentiu-se envergonhada pelo escândalo que havia feito. Baixou o tom de voz e aproximou-se do alien.

_Eu deveria esperar isso vindo de você... –suspirou- Não estudou nada sobre o natal? –arriscou perguntar-

_Bem... Eu vi algumas informações, no entanto, nunca pensei que seria algo de grande porte... Há mais de uma semana que vocês humanos não param de falar nisso... Não me pareceu ser algo tão especial... –disse indiferente-

Então, basicamente, Siv não entende o que é o natal? Ah, mas é claro, de onde ele vem não existe o “natal”... E ele é tão inteligente... Quem diria que haveria tanta ingenuidade numa alma culta...

_Aprecio sua opinião sobre mim, mas poderia me explicar logo o que é? –disse cortando os devaneios da mulher-

_Ah! –ela irritou-se- Está lendo meus pensamentos de novo?! –bufou- Você não tem jeito... –respirou fundo- O natal é uma ocasião festiva e tem significado diferente para cada família...

_Então vocês todos não estão comemorando a mesma coisa?

_Não é bem assim, veja... Pra uns, tem um significado religioso, para outros, é apenas uma ocasião para reunir a família e tem ainda aqueles que acreditam que é só uma época para dar presentes... –tentava explicar de forma simples- Mas é unânime que o natal se trata de uma época de amor, felicidade e boas ações.

_ Para quê vocês compram presentes?

_Ah, sobre os presentes, é uma tradição... Foram se criando lendas e tradições em torno do natal, como Papai Noel, as árvores de natal, a troca de presentes... As famílias se reúnem nesta data todos os anos e trocam presentes entre os familiares e amigos após uma ceia de natal.

_É por isso que vai comprar presentes?

_Sim... –a mulher sorriu pela primeira vez em seu dia- Mas sabe, o mais especial do natal não são os presentes... –ela colocou a mão no peito e abriu um sorriso caloroso- O que as pessoas mais apreciam é o sentimento que esta época traz... É cheia de brilho e cor, e muito amor e união entre todos...

_...

Ahcsar prestou atenção enquanto Eileen fala, tentava explicá-lo sobre os sentimentos que o natal carrega. Ele mantinha sempre uma expressão séria, se concentrando e era impossível decifrar que pensamentos ele tinha correndo em sua mente, e ele a encarava com seus olhos sem fundo.

_Você entende que tipo de ocasião é o natal agora?-ela perguntou após a longa explanação-

_Acredito que sim, mas ainda não compreendo toda essa estória de presentes... –respondeu seco-

_Ah... –a mulher suspirou- Esquece, vamos andando, se não, não poderei comprar os presentes que quero.

A mulher iria voltar a andar, mas o homem a chamou mais uma vez:

_A propósito, -ele disse remexendo no bolso do sobretudo- Isso aqui por acaso é um presente?

Ele retirou do bolso uma caixa retangular fina e vermelha, com um laço verde enfeitando.

_A-aonde conseguiu isso? Por que você está com um presente? –ela surpreendeu-se-

_Ah, eu só estava andando por aí e uma humana com uma cesta cheia destes me deu um... Agora a pouco enquanto você estava andando na frente... –ele olhou para trás-

Havia uma mulher no meio da praça, com uma cesta repleta de presentes, distribuindo-os para quem passava por ali e desejando feliz natal.

_E você nem sabia o que era... Por que aceitou?

_Por que eu recusaria? Tudo que vem de vocês humanos pode servir como material para meus relatórios, sabia?-o homem respondeu simplista-

_Você e seus relatórios... –Eileen suspirou-

_Mas eu não preciso disso agora que você falou que é só uma tradição... –um ar de desânimo tomou a expressão do alien- Pode ficar.

Ele saiu andando na frente e jogou a caixa de presente para trás, para a mulher, que quase deixou o objeto cair, e ficou um tanto confusa.

_Não acabou de dizer que poderia servir como material pra seus relatórios?! –ela o seguiu apressada-

_Não quero um presente humano não preciso disso...

_Ah! Entendi... –ela irritou-se- Então você só está me dando por que é lixo pra você?! Além disso, você o ganhou no meio da rua! Seu alien insensível e miserável! Não saia dando coisas para as pessoas só por que você as considera inúteis! –ela começou uma discussão-

_Tá, tá... que seja. Não precisa me agradecer. –ele gesticulou com uma das mãos, ignorando a irritação da mulher-

_Você estragou o natal de muitas pessoas, sabia?! Toda aquela gente do governo vai ter que trabalhar te vigiando e não vão poder ficar com as famílias por sua causa! E eu também não posso nem convidar meus pais para minha casa, por sua culpa!

E assim ela continuou lançando suas reclamações para o alienígena que simplesmente caminhava sem dar atenção aos murmúrios da mulher, observando as pessoas em volta.

Natal, hein...

Um leve sorriso se abriu no rosto de Ahcsar, e ele olhou para o céu, para os pequenos e singelos flocos de neve que caíam.

Parece ser uma boa ocasião

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Notas finais do capítulo

Sei que é fora de época, mas espero que curtam!



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