Human World Observation escrita por Lady Pompom


Capítulo 11
Capítulo 10: Atentado


Notas iniciais do capítulo

Essa história não tem quaisquer relações com fatos, pessoas ou lugares da vida real. É uma obra de ficção com fins de puro entretenimento.



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_Ainda não acredito nisso... –bufou a mulher-

O alien mantinha o sorriso impecável no rosto, como se tivesse algum tipo de divertimento com a expressão dela.

_Não sei por que me presto a um serviço desses.

Eileen andava com a alien pela cidade, claro, seguida de alguns agentes do governo à paisana, dezenas de câmeras estrategicamente posicionadas e ainda sendo grampeada.

_É verdade que não é uma profissional qualificada para responder a minhas dúvidas e dar explicações satisfatórias neste campo... –ponderou com a mão no queixo-

_Ei, não precisa me chamar de burra, não sou burra! Posso muito bem explicar devidamente!

O homem a fitou com um ar de incredibilidade e superioridade, tal que abriu a boca, mas não ousou pronunciar uma única palavra, como se não valesse a pena argumentar sobre aquilo.

Esse cara me irrita muito! Se não quiser ouvir minhas explicações então não venha comigo! Estou faltando ao trabalho hoje só para ser babá desse E.T. exigente.

_Estou aqui a trabalho, humana.

Ele respondeu com um sorriso no rosto e ela franziu o cenho numa forma de retrucá-lo.

_Hum... Talvez eu tenha que utilizar algumas palavras um tanto não aconselháveis em meu relatório... –ameaçou, com um sorriso maldoso no rosto-

_Is-Isso é chantagem! Você não tinha dito que possuía “compostura”?!

_Estou utilizando o mesmo método que vocês humanos utilizam, já que me insultam, eu deveria corresponder da mesma forma, ou como diriam “pagar na mesma moeda”, não é assim que fazem aqui na terra? –deu um risinho baixo-

_Não canso de me surpreender com sua canalhice, Siv Borghild! Você não está sendo nem um pouco imparcial!

Ele riu da irritação da mulher e permaneceram andando até chegar a um estabelecimento. O alien parou em frente ao local. Entrou. Sentou-se numa mesa que achou conveniente

Ele ficou observando as pessoas passarem do lado de fora, seguindo com os olhos, até onde a vista dava. Depois, pousou o olhar num certo grupo de adultos que conversavam em uma cafeteria do outro lado da rua, todos de terno.

Naquela mesma cafeteria um grupo de adolescentes góticos conversavam. Em outra mesa, um grupo de garotas, que mexiam em seus celulares.

_Por que vocês humanos se reúnem desta forma?

Indagou encarando os grupos naquelas mesas e Eileen não entendeu o que ele quis perguntar.

_Eu li alguns estudos sobre a pauta, mas ainda não compreendo... –fitou a mulher a seu lado- Por que estas pessoas se reúnem?

_Bem... Acho que essas pessoas provavelmente têm muito em comum... Seja um estilo de roupa, um modo de agir, ate mesmo alguma atividade que realizam... Pessoas sempre fazem parte de “algum grupo”, mesmo que não assumam ou percebam isso...

_Então isso é mais um fruto da instabilidade que vocês humanos apresentam?

_Não “instabilidade”, “variedade” seria um termo melhor para descrever. Há incontáveis tipos de pessoas e da mesma forma, incontáveis grupos. Não acho que possa estudar todos. Mas mesmo sem essa variedade, é possível haver mais de um grupo.

_Não creio que haja tantos “grupos” como aqui...

_Sim, não tantos, mas, até mesmo do lugar de onde você veio há grupos, pelo que disse as criaturas do seu planeta são divididas pelas habilidades que apresentam, e de acordo com estas habilidades realizam uma determinada tarefa, ou seja, cada “grupo” realiza uma tarefa.

Ele a encarou por alguns segundos e ponderava se deveria ou não responder àquilo.

_É verdade que a sociedade é segregada em grupos, mas os que me refiro são estes que vemos. Olhe ao redor, lá fora ou aqui dentro, tem grupos peculiares.

_Se está falando de góticos e patricinhas eu não entendo muito bem...

_Entendo a funcionalidade de grupos governamentais, mas estes são certamente algo desordenado e incomum.

_Acho que são só alguns adolescentes tentando se juntar com pessoas que falem dos mesmos assuntos que eles. –deu de ombros- Mas tem alguns grupos que são movimentos sociais, quero dizer lutam contra o preconceito ou por ele, contra alguma injustiça ou por a injustiça. Depende muito de que tipo de ideias as pessoas participantes tem.

_Por que pessoas se reuniriam por gostarem de um mesmo assunto?

_Bem, se você trabalha numa área de alguma empresa, terá provavelmente outras pessoas que trabalhem nessa mesma área, então seria bom se reunir de vez em quando para discutir sobre alguns assuntos, não?

_Mas estes grupos não são “trabalho”, é diferente de fins de pesquisa...

_E lá vem você com isso de “pesquisa”, só consegue pensar nisso quando a palavra “grupo” lhe vem à mente?-suspirou- Já cogitou a possibilidade que essas pessoas podem só ser “amigas”?

_Amizade é um conceito muito fraco para explicar essa aglomeração de pessoas. –reprovou a possibilidade-

_Não é não! –a mulher se indignou-

_Grupos são formados com algum objetivo em comum, geralmente fins úteis, formação de grupos por conceitos como “amizade” é reprovável.

_Só se for de onde você vem, não daqui! Escuta, talvez no seu planeta, sua raça só pense em formação de grupos por algum interesse materialista, mas aqui é diferente, pessoas se reúnem naturalmente e se ligam através de laços que nenhum de vocês deve entender. Não há ninguém no mundo que possa viver sozinho, privado da companhia de alguém. Pessoas podem até enlouquecerem e adoecerem se ficarem isolados da sociedade por muito tempo!

_E pensou isso tudo sozinha? –ironizou- O que é essa amizade que vocês humanos tanto se orgulham? Vários discursos relatam sobre um sentimento de afeição, de apego que humanos sentem uns por outros. Vocês humanos sentem tanto assim a necessidade de ter alguém por perto? Não podem fazer nada sozinhos?-apoiou o rosto em uma das mãos, esperando uma resposta-

_Não poderia esperar menos de uma raça que visa apenas melhoramento genético... –franziu o cenho- Será que você ao menos sabe o que são “laços”?

_Claro que tenho todos estes conceitos em mente, só não consigo assimilar a motivação que sentem ao se prenderem a emoções fúteis.

_Não são fúteis, são as experiências e pessoas com que se encontra que ajudam na formação da personalidade, relações interpessoais são importantes! Sem nenhum tipo de laço, as pessoas não são completas.

_Que bases você tem para dizer isto? Por acaso isso é comprovado? Pessoas não podem melhorar a não ser que estejam ligadas a alguém? E aqueles que não possuem ninguém a quem se afeiçoar, o que acontece? –indagava cético-

_Pessoas mudam quando se encontram com outras, elas aprendem, melhoram, amadurecem, não importa quem seja, sempre há algo a ser aprendido seja bom ou mau, e não há ninguém nesse mundo que, ao menos em um momento da vida, não se ligou a alguém afetivamente. Você mesmo disse que até na sua terra há “família”, deveria entender sobre isto, mas como todos vocês são frios e só conseguem considerar o desenvolvimento biológico, não espero que entendam a importância de uma psique saudável...

Ele incomodou-se profundamente com a fala da mulher e decidiu responder à altura:

_Compreendemos que a saúde da mente é importante sim, mas para nos desenvolvermos não precisamos de valores subjetivos tão instáveis e incoerentes como amizade ou amor de que tanto falam.

A mulher encarou-o, séria. O semblante dele tinha o mesmo nível de austeridade quando ele continuou a fala, numa indicação de que não estava disposto a ouvir opinião dela:

_E conjecturando, no nosso planeta a saúde mental é tão importante que existem prisões para aqueles considerados não saudáveis mentalmente... Era de se esperar que houvesse imensas diferenças entre as raças no modo de agir e pensar, se não fosse assim, nós não seríamos criaturas tão superiores. –gabou-se com um sorriso-

_Algum dia você ainda vai se arrepender de desprezar os sentimentos das pessoas assim...

Ela torceu a boca em desagrado, quase podia-se ver faíscas saindo de seus olhos. Após este embate, ele continuou a observar aqueles grupos pelo resto do dia, até que voltaram para a casa da Sanders.

. . .

Na casa vizinha,

Sede temporária de vigilância ao Alien,

. . .

Na sala, com o chão coberto de fios, várias telas espalhadas por a mesa e parede, alguns computadores e um homem franzino sentado à mesa, teclando rapidamente enquanto usava fones de ouvido.

_Rildo, -o comandante Gilbert disse- Algum movimento suspeito?

_Não, Sr.

Respondeu o subordinado tirando os fones e girando a cadeira para encarar o comandante.

_Quem está ali na tela?

_Hum? Mas é...

Rildo olhou para a tela novamente e levantou-se abruptamente.

. . .

Eileen e Siv estavam caminhando, já na rua da casa da mulher. O crepúsculo já dava lugar à noite.

_Hum?

A mulher olhou surpresa, pois no meio da rua, um garotinho chorando, com as mãos no rosto. Não devia ter mais do que seus cinco anos, chorava soluçando e se vestia bem. Não podia ser uma criança de rua. O bairro que Eileen morava não tinha moradores de rua.

Será que se perdeu dos pais...?

O menino continuava a chorar e ela aproximou-se para entender o qe acontecia.

_Não precisa ter medo, não vou te machucar... –se agachou para ficar da altura do garotinho- Você se perdeu dos seus pais? Vou te ajudar, então...

O menino chorou ainda mais escandaloso, e correu na direção do alien, se agarrando à perna dele. E o homem olhou para baixo, para o garotinho grudado em sua perna, confuso.

Tem algo... Estranho... Essa criança tem algo estranho... Não é porque foi até o Siv, não sei explicar, mas...

_Tente falar com ele...

Eileen encarou o homem, preocupada e ele fitou o garotinho que se desfazia em lágrimas, se abaixando para ficar da altura da criança, perguntou:

_Ei... O que você tem humano mirim?

Eileen sentiu seu coração acelerar, um medo repentino a tomou. Era como se algo extremamente ruim fosse acontecer. Não conseguia entender o porquê tinha aquela sensação inquietante.

Tem algo errado... Por que estou tendo essa sensação...? Por que será que não consigo me acalmar...?

E após este pensamento, um som fino desconcertante pôde ser ouvido pelos dois adultos, como o de um alarme que tinha uma sonoridade intervalada, ritmada e monossilábica.

_Hã...?

Essa foi a única coisa que a mulher conseguiu pronunciar, seu raciocínio não acompanhou o acontecido. Siv Borghild que estivera o tempo todo calmo, arregalou os olhos, e em um segundo quando o som se prolongou num “i” agudo e contínuo.

A mente da mulher não conseguiu processar a cena adequadamente, numa fração de segundo, sentiu seu corpo sendo jogado longe por algum tipo de empurrão forte. Viu o céu, deitada no chão.

Sentou-se ao ouvir o estrondoso som de uma explosão, mas ainda não havera entendido o peso da realidade do acontecido. Viu fumaça saindo no meio da rua, longe dela, que havia voado alguns bons metros, suas costas estavam doídas, mas ela mal sentia isso na ansiedade e adrenalina do momento... Porém, havia fumaça. Ela desesperou-se.

O que aconteceu? O que foi aquilo? Uma bomba? Alguém jogou uma bomba no Siv enquanto ele conversava com aquela criança? Não... Não veio nenhum objeto voando, mas tinha mesmo uma bomba... Onde...?Onde estava essa bomb-

Engoliu seco com o próprio pensamento.

Não, não é possível... Não podem ter colocado uma bomba em uma criança, certo? Espera... Se tinha uma bomba perto do Siv então, ele e aquele garotinho...

Apavorada com a situação, correu na direção da fumaça, mas quando se dissipou, havia um buraco enorme e sujeira preta no chão. Ela caiu de joelhos.

Eles viraram... Pó?

Cobriu a boca com as mãos, nunca poderia imaginar que numa situação como aquela o alien morreria facilmente, nem que usariam um truque tão sujo para matá-lo. Aquela pobre criança usada como isca... Por que alguém pensaria numa estratégia tão perversa?

Fazer de uma criança um homem-bomba... O governo realmente se importa com esse país...?!

_Ei...

Uma voz familiar veio de trás da mulher Ela reconheceu e virou-se imediatamente, perplexa:

_S-Siv?

Ele estava de pé, segurando o garotinho nos braços. O menino chorava e tinha feito xixi nas calças.

_C-como...?

Não acreditava em seus olhos. Fechou, coçou-os e até se beliscou nas bochechas para provar que o que via era real.

_Eu já expliquei isso diversas vezes, mas ainda não entendeu que suas armas bélicas não afetam meu corpo? Posso escapar facilmente disso, mesmo que tentem me surpreender como agora... –ele colocou o garoto no chão-

Em menos de um segundo seu monstro maldito?! Ah, não importa!

_Não fale como se eu estivesse envolvida nisso! –franziu o cenho- Eu fiquei muito assustada, pensei que... Vocês dois tinham virado pó! Mas jogar uma bomba enquanto há uma criança por perto...!! –ela cerrou o punho-

_Bem, sempre esclareceram que fariam de tudo para me aniquilar, embora eu não tenha matado um humano se quer... –explicou calmamente, batendo para tirar o pó da roupa- Apesar de eu particularmente considerar um método não aconselhável por as crianças serem os “futuros adultos” da sua raça, levando em conta a natalidade de seu povo, um não faria diferença.

_Faz sim! É só uma criança! Olha só para ele, está morrendo de medo.

_Não exagere, ele teria morrido com a bomba, não com o medo.

_Tem algo que ainda não entendi... Você não deveria ser imparcial? Por que salvou esse garoto e a mim se nos despreza tanto?

_Primeiramente, gostaria de ressaltar que não desprezo os humanos, apenas pontuo alguns defeitos sobressalientes, e é claro que não devo interferir nas decisões humanas, mas não acredito que um humano que mal sabe controlar a própria bexiga tenha a capacidade de decidir sacrificar-se para uma falha tentativa de me matar, além disso, sou extremamente contra episódios violentos de criaturas sendo reduzidas a pedaços espalhados pelo chão e sei que provavelmente me culpariam por a morte deste humano minúsculo. Minha intenção aqui é observar, porém, em se tratando de uma espécie tão agressiva como a sua, é necessário intervir certas vezes. E... Eu bati mesmo em alguma coisa quando fui voar, então era você... –disse indiferente-

Bateu em “alguma coisa”, fui rebaixada a um objeto agora?!E como assim “quando eu fui voar”, só mesmo um monstro para dizer isso de um modo tão tranquilo.

_Aaah... –ela suspirou exasperada- Não consigo discutir com você... Mas me diga, como você sobreviveu e ainda conseguiu salvar o garoto?

_Sim, a bomba estava presa à cintura dele. Eu simplesmente arranquei e joguei fora, depois voei. –resmungou inexpressivo-

_P-Presa à cintura dele?!

_Sim, por baixo das roupas. –respondeu sem interesse-

_Mas... Isso é impossível! –disse abismada-

Não pode ser... Não colocariam uma bomba numa criança... O governo não se rebaixaria a um nível tão sujo...

_Creio que é o que chamam de “kamikaze”... –o alien disse após ler os pensamentos da mulher- E ainda acredita que seu governo não seria capaz de usar tais medidas contra mim?-um breve sorriso de pena se abriu no rosto dele-

_Não... Um garoto...

Eles não poderiam usar ele como um sacrifício, certo? Ele é só uma criança... Se o governo estivesse usando ele, um garotinho para finalizar esse alien... Se eles podem matar uma criança com tanta facilidade, um cidadão...

Então...

Exatamente quem o governo está protegendo?

Eileen torceu o rosto em asco e inconformidade com o próprio pensamento, até ouvir um gemido fino, vindo do garoto.

_Ah, garotinho... –Eileen voltou à atenção ao menino- Você está bem? Esse homem malvado te machucou? –ela apontou para Siv-

O menino encarou a mulher, negando com a cabeça, o rosto dele demonstrava o choque que ele sentia e os olhos vermelhos de tanto chorar.

_Onde estão seus pais?

_Não sei...

Ele respondeu com uma vozinha tão fina e rouca que a mulher se comovia só de olhá-lo. Quando iria fazer outra pergunta, um carro preto entrou na rua velozmente, dando uma rabiada e cantando pneu no meio da estrada. Do carro saíram homens de terno, dentre eles, o Comandante das forças Especiais, Gilbert Lorran.

_Srtª Sanders! –disse correndo até a mulher- O que houve aqui? –revezava olhares entre o alien, a mulher e o garoto-

_O que houve? Eu sou quem pergunta, no que vocês do governo estão pensando? Usando crianças?

_Do que está falando Srtª? –franziu o cenho-

_Vocês colocaram uma bomba numa criança para poder matar um alien e fracassaram! Do que mais estaria falando? Perderam a cabeça?

_Bomba na criança? Então a criança era uma isca? A explosão foi isso?

_Eu entendo que estão desesperados para tirar esse E.T. daqui, mas não significa que usar crianças como homens-bomba é a forma correta de se fazer isso!

_Não fizemos nada, também não entendemos a situação Srtª. Sanders –o comandante retrucou irritado- Não faríamos um plano tão desprezível como usar uma criança para eliminar um inimigo. Viemos aqui porque vimos uma criança na rua e em seguida, uma explosão...

_Não posso acreditar em pessoas que uma vez pensaram em me matar porque eu sabia demais! –quase gritou-

E a discussão se prorrogou. Enquanto os agentes tentavam acalmar o comandante a mulher que discutiam fervorosamente, cada um com uma opinião mais ferrenha do que a do outro. Quanto ao alien, tentava dialogar com o garotinho.

_Alguém lhe mandou fazer isso humano mirim?

Ele olhou para baixo, para ver o menino, que balançou a cabeça positivamente, enquanto soluçava.

_Quem? –se ajoelhou para olhar nos olhos do garoto-

_Não sei... –soluço- Um homem falou com meu papai e minha mamãe e quando eles não estavam olhando, me levou... Disse que era só por um dia... –soluçou- Mas depois o homem mau disse que eu não ia mais ver meus pais...

_ E quem era o “homem mau”?

_Um homem de roupa preta, assim

O garotinho soluçou mais uma vez, apontando para os agentes do governo, Siv lançou um olhar de desconfiança sobre os agentes.

Após uma briga acalorada, finalmente ambos Eileen e Gilbert estavam discutindo mais calmamente:

_Então se não foi o seu pessoal, quem foi? Só o governo sabe sobre o Siv!

_Não foi o meu pessoal, e não acredito que ninguém do governo deste país seria capaz de tal ato... –disse juntando as sobrancelhas- Talvez algum líder de outro país tenha pensado nisso...

A mulher encarou-o desconfiada e disse calmamente:

_De qualquer forma, precisamos ver de onde veio essa criança... –olhou o menino com certa piedade-

. . .

Horas depois, na casa de Eileen

. . .

O comandante sentou-se no sofá da casa da mulher, preocupado.

_Então, acharam os pais daquele garoto? –a mulher afligia-se-

_Sim... Ele tem apenas 5 anos e foi sequestrado enquanto os pais não olhavam... Pelo que ele relatou, alguém o contou que se ele não fizesse aquilo, os pais dele morreriam... –o comandante disse com certa raiva-

_Que capacidade de alguém fazer isso! –disse indignada- Já descobriram o culpado?!

_Não... Mas há algo me perturbando... –ponderou-

_O quê?

_Ele disse que quem o tirou dos pais foi “um homem de terno”, e estava com tanto medo dos agentes que só falou com um de nossos homens quando ele estava sem o uniforme.

_Então foi alguém do governo!

_Mesmo com estas pistas, ainda não acredito que o presidente ou alguém de nosso governo seria capaz de tal atrocidade...

_Só mostra quanta gente podre tem no mundo. –disse cética-

_Senhorita, controle-se!

Gilbert repreendeu a mulher e ela encolheu os ombros.

_Está sendo influenciada por aquela criatura perversa agora? –deu sermão nela- Não escute as palavras ácidas que ele propaga sobre a raça humana, ou vai acabar ficando igual a ele...

_...

É verdade que ele fala muito mal de nós humanos... Mas Sr. Gilbert... Muito do que ele fala pode ser verdade... É realmente assustador o quanto pode ser verdade...

Suspirou inconformada e triste com a nova percepção que tinha da situação.

. . .

Enquanto isso, numa sala espaçosa num prédio cujos vidros davam vista para a cidade, novamente o homem sentando na cadeira de seu gabinete se enfurecia e os gritos dele ecoavam pela sala enquanto o subordinado, Cabo Blake, relatava o acontecido:

_O quê?! Como assim falhou?

_Sr. Ministro, sinto muito, mas... É exatamente como lhe relatei... De alguma forma a criatura foi capaz de retirar a bomba, salvar a criança e a mulher que estavam perto e sair ileso...

O cabo falava com uma postura rígida e mãos para trás, já o ministro bateu com as mãos na mesa, nervoso.

_Isso é... Ridículo! Beira o cúmulo do ridículo!

_Infelizmente esta tentativa falhou, Sr...

_Grrr... –cerrou o punho grunhindo- Essa criatura imunda! Eu farei questão de matá-lo e dissecar o cadáver dele, tenho certeza de que alguns bons colecionadores gostarão de comprar as partes do corpo, sem falar no dinheiro que posso ganhar com os genes e as descobertas que podem ser feitas através daquele corpo alienígena... Eu terei uma fortuna em minhas mãos... Esse Extraterrestre que me aguarde...

_...

_Quanto a você, fique de prontidão e dê um jeito para que as investigações sejam encobertas, não quero que me descubram agora...

_Sim, Sr!

Fez continência e estava saindo da sala, mas foi chamado.

_Ah, mais um a coisa... –o ministro falou- Mantenha sua identidade em segredo, preciso de alguém como você os observando de perto... Aquele Gilbert é uma coruja velha... Ele está sempre atento a incidentes deste tipo...

_Certamente que tomarei precauções, Sr. –finalizou, fechando a porta-

E o homem, sentando em sua poltrona encara o céu através do vidro do alto arranha-céu no qual estava, com um sorriso vil em seu rosto.

_Se esse tal alien quiser chamar os amiguinhos dele do espaço, que chame! Vou dissecar e vender todos, e quando as descobertas científicas forem feitas, terá sempre meu nome lá! Terei fama e dinheiro, e não importa que tipo de criatura for, seja do espaço ou da terra, ninguém me impedirá! Aqui na terra, a guerra estará sempre a nosso favor...

E com sua sede ambiciosa de conseguir a fama e o poder a todo custo, deixou o clima sombrio, com seu sorriso aviltante corrompendo a brancura que o sol transpassando os vidros dava àquele lugar.


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