Em teus braços escrita por Isabella Cullen


Capítulo 7
A noite


Notas iniciais do capítulo

Meninas muito obrigada mesmo pelos comentários fofos, vou postar dois porque de noite não vai dar e nem vou fazer isso com vocês, amanhã de manhã tem mais do presente árabe de vocês.



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Enquanto eu andava pelos corredores, eu percebi que Samira gentilmente ia pelo caminho mais longo. Eu sempre seria grata a ela por esse carinho.

– Ele é um homem gentil. – ela disse em voz baixa. – Eu sei que é difícil, mas veja... vocês podem ser felizes. Não feche seu coração.

Engoli a vontade que eu estava de sair correndo chorando como uma menina assustada e encarei meu destino. Eu teria que deitar com ele hoje? Não poderia ao menos ser amanhã ou depois? Paramos na porta do meu quarto e eu olhei mais uma vez minha roupa, pensando que eu deveria estar tão bonita quanto uma noiva daquele país.

– Você está perfeita, ele já a ama mesmo antes de te conhecer.

O problema todo era esse, eu não conhecia o homem por trás daqueles olhos. Eu não poderia nem ao menos adivinhar como era seu gênio, temperamento ou suas manias. Pensei em minha mãe e meu pai, me dei conta que agora eu estava em país em que as mulheres talvez não tivessem tantos direitos e que se acontecesse algo que eu não estivesse a vontade provavelmente nada chamaria de ninguém.

– lailah saīdah

– Boa noite. – respondi para ela.

Ela saiu. Eu abri a porta receosa e com meu coração batendo forte. Ele estava de costas, olhando a vista, eu fechei a porta assim que entrei e vi se não tinha alguma chave ou algo assim, mas não, não havia e quase respirei aliviada.

– Oi. – disse sem saber o que fazer ou falar. Ele se virou e me olhou. Eu percebi como seus olhos estavam surpresos em me ver, talvez pela roupa já que ele com certeza tinha ouvido a porta. Era ele, o mesmo que vi no encontro com Mike e em minha formatura.

–ellwe enti. – os olhos dele estavam muito emocionados, mas eu não tinha entendido o que ele dizia.

– Eu... isso eu não sei...

– Você está muito linda.

Corei com esse elogio. Era ele e eu não sabia o que sentir.

– Eu sei que já deve saber, mas meu nome é Edward Cullen Alain e eu estou honrado com sua presença aqui. Eu este esperei por muitos anos, Ya albi.

Eu fiquei em silêncio, não havia esperado por ele todos esses anos e até pouco tempo atrás isso era impossível.

–Venha, vamos nos sentar e conversar.

Ele foi em direção a um grande sofá cheio de almofadas que havia e eu fui devagar, quando Edward já estava totalmente acomodado eu sentei um pouco distante, mas próximo o suficiente para sentir seu cheiro e ver sua roupa, sua camisa branca um pouco aberta e mostrando que ele não era um homem feio. Na verdade era muito atraente e jovem.

– Você deve ter algumas perguntas, as faça agora Ya albi.

Engoli seco sentindo um pouco de sede. Isso era tão diferente e contraditório. Os olhos dele eram de um verde profundo e ele me olhava como se realmente estivesse interessado. Olhei ao redor tentando procurar uma jarra de água e quando a encontrei Edward olhou para a mesma direção e se levantou, seu corpo era muito bonito, poderia jurar que ele malhava muito para ter aquele corpo perfeito. Quando me dei conta ele segurava um copo com água e sentava novamente.

– Obrigada.

– Shukran.

Bebi a água e ele me olhava enquanto eu fazia isso calmamente tentando organizar meus pensamentos.

– Eu.. não sei o que vai acontecer.. é verdade que depois de dois anos tudo isso acaba? Ou disse isso para que meus pais ficassem mais tranqüilos?

Edward me olhou e sorriu.

– Um pouco dos dois. Se em dois anos não me quiser, pode voltar para sua casa, mas vou tentar fazer com que me queira Ya albi. Nada me faria mais feliz do que ser aceito por você.

– Isso parece tão surreal. Eu não sei o que pensar disso tudo. Não o conheço.

– Mas vamos nos conhecer, teremos tempo.

– Quem é você? – essa pergunta parecia uma ótima maneira de começarmos, ele não pareceu intimidado por ela.

– Eu sou Edward Cullen Alaim. Meu pai foi um sheik muito amado e honrado pelo povo assim como meu avo e meu bisavô. Somos como seria em seu mundo reis, mas aqui seguimos a uma religião que é atada as nossas leis. Tentamos modernizar e trazer as tecnologias para nosso povo lutando contra o extremismo e a intolerância. Ainda somos um mito diante da sua modernidade, mas um povo muito batalhador.

– Vocês tem um presidente. – falei lembrando do que tinha lido.

– E a Inglaterra um Primeiro- Ministro e mesmo assim ele deve satisfação a Rainha.

– Bem dito. – sorri pensando que ele achou uma comparação maravilhosa. Edward me pareceu um homem sensato. – Quão fechados vocês são?

Ele pareceu pensar.

– Hoje temos cidades e organizações extremistas, mas temos o novo sendo aceito por muito mais pessoas a cada ano.

– Ainda existem nômades e caravanas?

Ele sorriu para mim e eu achei aquele sorriso lindo.

– Sim, ainda temos alguns povos nômades que nos ajudam com suas informações privilegiadas de regiões distantes e caravanas que levam e trazem produtos da maneira mais antiga. São raras, mas muito valorizadas pela qualidade de seus produtos.

– Isso é incrível, é como uma China nova vivendo com a antiga na mesma cidade. Uma a poucos metros da outra.

– Isso mesmo. – ele disse satisfeito. – Temos que aprender com o velho e aceitar o novo, um completa o outro Isabella.

– Bella. – disse um pouco insatisfeita.

– Não gosta de Isabella?

– Minha mãe só me chama assim quando estava com muita raiva ou ia me por de castigo. – falei rindo.

– Você foi uma menina tão inteligente e comportada.

Nessa hora eu me dei conta de que ele sabia de tudo ao meu respeito.

– Você sempre esteve.. perto... como na minha formatura?

– Nos primeiros anos não... seu pai pediu distancia, mas quando fez quinze anos ficou impossível. Você ficou tão linda, por cinco anos eu esperei seu pai me dar permissão.

– Você o tinha em suas mãos Edward, não precisava da sua permissão. – falei baixo e olhando para minhas mãos.

– Ele era seu pai e eu sempre vou respeitar suas vontades, ele a achava nova demais e eu concordei. Eles me mandaram um foto em uma carta e eu a achei linda, como tinha mudado, estava mais alta e mais esperta. Seus olhos tinham aquele fogo de vida... era como o nascer do sol no deserto, sempre nos trás a expectativa. O que quer fazer na faculdade?

O olhei surpresa e ele riu.

– Achou que te trancaria nesse palácio longe de tudo e todos por dois anos? – sua voz era divertida.

– Eu não sei de nada, só sei que estou casada. Isso é um pouco ruim para ser sincera.

Ele ficou alguns segundos em silêncio.

– Nós temos faculdades muito boas, poucos jovens vão estudar fora, depois que meu pai morreu deixou alguns projetos inacabados. Ele construiu três hospitais, mas deixou quatro em construção e mais duas faculdades. Eu fiz o que ele deixou e contratei mais professores para dar suporte ao número grande de interessados.

– As mulheres estudam? – perguntei interessada.

– Temos duas faculdades só para mulheres, até mesmo os pais mais radicais já reconhecem que isso é um caminho bom até mesmo para um casamento. Muitos maridos se orgulham de suas mulheres falarem mais de duas línguas fluentemente por exemplo.

– Para elas isso deve ser maravilhoso.

– Pense que há dez anos atrás isso era algo impensável e que hoje é uma realidade. – ele disse orgulhoso.

– Estou encantada.

– Podemos visitar algumas dessas construções, eles ficariam honrados com seu interesse.

– Claro...

Ele pegou na minha mão e eu respirei fundo.

– Eu não queria que fosse hoje, mas... não posso te dar mais tempo. Caso não consuma o casamento você não seria bem vista. Eles achariam que eu a repudiei de nossa cama e me pressionariam a casar de novo.

– Oh...eu... – eu estava vermelha de vergonha. Edward pegou na minha mão e sorriu docemente.

– Não tema...farei que seja bom...

– Você sabe... eu...

– Não fique assim.

Edward se levantou e me abraçou. Eu tenho que confessar que me achei louca por gostar disso, era como se tudo se desfizesse dentro de mim e uma confiança me invadisse. O olhei ainda abraçada e sorri. Eu sei que isso o surpreendeu e Edward então me beijou. Foi suave e carinhoso, ele colocou suas mãos em minha nuca e continuou me deliciando com seu gosto. Eu não sabia como eu sabia fazer aquilo, mas não achava que estava desagradando ele.

– Albi maak.


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