Em teus braços escrita por Isabella Cullen


Capítulo 5
A viagem




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/575417/chapter/5

Exatamente dois dias depois a passagem de avião chegou causando aquela mal estar em minha casa. Meu pai e minha mãe estavam abalados, eu partiria em uma semana. O que se reúne para uma viagem desse tipo? Eu nem sabia por onde começar, mas arrumei uma pequena mala sabendo que nada do que colocasse ali mataria minha saudade, supriria a minha necessidade de roupas mais adequadas ou até mesmo me faria chorar menos. Para me distrair eu ajudei minha mãe com o quarto de Isabel e ficamos tentando não falar ou pensar muito na viagem.

Eu queria me enganar e dizer que não fiquei mexida com a presença dele no dia da minha formatura. Muitas vezes me achava louca por achar que aquele homem que aparecia e sumia dos meus sonhos era ele. Os seus olhos e sua postura mostravam alguém firme e determinado, nada com a imagem de um velho gordo que eu tinha.

– Acho que isso é tudo. – minha mãe fechou a minha mala. – Vamos deixar tudo como está querida, você sempre terá para de voltar. Saiba disso.

– Eu sei mãe, e eu voltarei.

– Isabella o carro chegou!

Meu coração disparou quando eu ouvi a voz do meu pai. Relembrei mentalmente se tinha pego todos os meus documentos e as fotos que tirei da minha mãe e com meus pais. Eu tinha um álbum da gravidez até aquele estágio e sabia que Isabel logo chegaria, talvez próximo ao meu aniversário, talvez um pouco depois.

– Eu vou sentir sua falta. – mamãe me abraçou chorosa e eu repeti o mantra de ser forte por todos e enfrentar meu destino de cabeça erguida.

– Eu também.

Depois que nos abraçamos eu desci com a única mala que levaria e me despedi de meu pai com abraços e lágrimas. Ele me pediu perdão e eu disse que estava tudo bem. Alice e Rose saíram comigo na noite passada e eu disse que estava ansiosa e não mais triste, Rose não acreditou, mas Alice se dizia feliz por mim. Respirei fundo e abri a porta vendo o carro preto com um motorista que abriu a aporta assim que me viu.

– Levaríamos você no aeroporto, mas é um jato... ele disse que assim que chegar vai embarcar.

– Ficaria preocupada com vocês voltando, cuide de mamãe e de Isabel. Elas vão precisar muito de você.

Depois de mais abraços e choros eu entrei no carro me sentando enquanto o motorista colocava minha mala no carro e entrava para dirigir. Foi então que eu vi a rosa escura e uma carta. Meu coração acelerou e eu peguei a carta ignorando a rosa.

“ Minha azis,

Eu sei que foram dias tumultuados e tristes. Eu queria poder consolar sua dor ou tomá-la para mim, mas isso não foi possível. Eu espero que faça boa viagem e não se preocupe, seremos felizes. Não sou um homem ruim ou de princípios distorcidos, farei tudo que estiver em minhas mãos para que sua felicidade seja algo primordial. Você é a principal joia da coroa, da minha coroa. Lembre-se sempre disso minha querida.”

Eu reli a carta muitas vezes tentando acreditar naquelas palavras. Seríamos felizes? Seus olhos estavam marcados em mim de alguma forma, sair com Mike no dia da minha formatura só comprovava que ele não tinha mexido como da maneira como aqueles olhos mexeram e eu tinha medo desse sentimento, achando que estava ficando maluca. Ele tinha praticamente me sequestrado não tinha? Ou me comprado. De alguma forma aquilo já não era tão importante depois de suas palavras.

O jato decolou sem muitos problemas. Eu achei outra rosa no assento e outra no quarto em que fui me deitar depois que decolamos, havia um vestido longo de tecido fino na cor azul e um véu de um azul mais claro. Eu olhei para o vestido e vi que tinha gostado, o tecido era leve e eu não sentiria tanto calor. Depois que dormi, me senti mais revigorada. A simpática aeromoça disse que eu poderia me refrescar antes da refeição e eu vi que seria mesmo melhor para acalmar meus nervos.

– Espero que esteja a seu gosto. – ela disse me servindo uma salada de frutos do mar. Depois uma sopa leve de legumes e por último um doce que ela disse ser típico do país que eu estava indo. Eu não era totalmente ignorante, eu pesquisei e estudei da economia a língua do país. Sabia algumas palavras e tinha certeza que saberia me virar até dominar um pouco mais. Quando ela voltou para recolher o prato avisou que estávamos chegando em duas horas então eu levantei e fui me arrumar.

A sandália de salto alto combinava perfeitamente com o vestido leve. Eu coloquei o véu não da forma tradicional, mas como tinha visto algumas fotos de turistas, ele era só para mostrar respeito pela cultura e mostrava mesmo assim um pouco do meu cabelo longo. Me maquiei um pouco ainda receosa se poderia ou não fazer isso, não sabia o que esperar dele ou até mesmo desse novo mundo em que entrava.

– Aperte os cintos senhora. – eu assenti para a aeromoça e respirei fundo olhando o pequeno aeroporto que parecia ser particular porque não havia muitos aviões. Como correu tudo bem, não me demorei e logo que saí senti aquele ar absurdamente quente e estranhei a claridade. Era muito mais claro do que eu já tinha vivido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!