Em teus braços escrita por Isabella Cullen


Capítulo 2
O olhar


Notas iniciais do capítulo

Obrigada leitoras lindas que comentaram e gostaram da fiction! Obrigada mesmo meninas pela presença. Meninas respondendo a algumas perguntas:
1 - A fiction tem 13 capítulos incluindo o epílogo.
2- Ela é meu presente de natal e será postada todos os dias duas vezes: manhã e noite.
3- Ela está finalizada e espero que curtam o presente de vocês!



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Há muitos anos atrás – Isabella Swam

– Você já perguntou para seu pai?

A pergunta de Rose me fez olhar para os lados para ver se alguém ouviu. A biblioteca da escola estava cheia e tinha muitas meninas estudando para as provas finais.

– Depois nós falamos disso. – falei baixo olhando para a bibliotecária que parou e nos encarou.

– Ela tem muita cara de ser mal comida.

– Rose!

Ela gargalhou e eu comecei a recolher meus livros colocando-os em minha mochila já vermelha de vergonha. Alice chegou com mais alguns livros e nos olhou estranhando o fato de já estarmos indo embora.

– Já? E a pesquisa?

– Precisamos ir Alice. – falei e ela sorriu para Rose entendendo que ela tinha soltado mais algumas pérolas do seu vocabulário bem avançado.

– Você tem dezessete anos, não pode ainda viver isolada.

Olhei para os lados dessa vez percebendo que mais gente tinha escutado essa frase e o meu rosto ficou ainda mais vermelho. Alice estava já com sua mochila e os livros que iria levar nas mãos, fomos para a bancada onde a senhora Mason nos sorriu e anotou os livros de Alice em um papel alegando que depois daria baixa, os computadores estavam fora do ar. Respirei fundo quando saíamos da biblioteca olhando a construção antiga da Miss Hall’s school, a escola mais tradicional de Seattle.

– Não estão felizes por finalmente podermos estudar com garotos? – Rose perguntou e eu apenas dei os ombros.

– Nós não vivemos em um mundo de mulheres Rose, só estudamos em uma escola para meninas. – falei e Alice riu.

– Eu recebi mais cantadas nesse último ano do que em muitos colégios antes desse, as meninas aqui definitivamente são mais ativas do que as que estudam em escolas normais.

Rose gargalhou e eu fui andando até o estacionamento, o carro de Alice era um porshe amarelo chamativo que Rose comentava ser ainda mais bonito que sua BMW vermelha. E do lado de Rose estava o meu carro, um presente de minha mãe que dizia estar suando a herança de minha avó a meu favor. Um Volvo prata. Eu gostava mais de carros mais antigos, mas papai por algum motivo sempre fazia cara feia quando eu pedia para me levar em feiras de carros antigos.

– O que você decidiu? – olhei para Alice revirando os olhos.

– Eu não sei... acha que devo aceitar?

– Ele é bonitinho... – Rose comentou abrindo o seu carro e jogando a mochila.

– Pode dizer que vai lá em casa e ir para o encontro o que acha? – sorri com a animação de Alice, ela adorava esse tipo de coisas, dizia que parecia estar em filmes de aventura e romance ao mesmo tempo.

– Não acho justo mentir para meus pais, eles confiam em mim e mamãe detestaria ter que se preocupar se estou mentindo ou não, ela precisa se manter calma.

– Como ela está?

– Muito bem, ela e papai estão ainda surpresos com a gravidez depois de tantos anos, mas o bebê e ela estão bem. Quando ela desmaiou papai surtou achando que era o tumor, fez os médicos revirarem ela e até mesmo ouvi ele dizer que tudo que ele fez foi em vão.

– Isso deveria ter algum sentido? – Alice perguntou.

– Acho que aqueles dois anos lutando contra o tumor foram demais para ele. A cirurgia foi um sucesso, tem até artigos que recontam o caso de minha mãe, mas o tratamento pós foi um pouco mais agressivo do que esperávamos. Papai deve ter pensado que foi tudo em vão afinal. – dei os ombros, mas eu sempre tinha a sensação que tinha mais. Algo que eu perdia ou não entedia.

– Mas ela engravidou! – Alice falou batendo palmas e rindo.

– Sim... com quase quarenta eles vão começar tudo de novo! – Rose falou e eu sabia a opinião dela sobre isso, ela temia os riscos que o médico havia relatado, mas estávamos confiantes.

– Eu acho que vou contar que Mike me chamou para um encontro e ver o que eles dizem, não o acho tão irresistível a ponto de querer mentir para os meus pais. Eles não merecem isso.

– Você é muito certinha. – Rose falou e eu mais uma vez ignorei.

– Se precisar me liga, eu te ajudo!

Alice foi embora e eu fui também ainda deixando Rose falando algo sobre beijo na boca. Naquela noite depois que contei aos meus pais sobre Mike, a reação deles não poderia ser mais estranha. Eles ouviram sobre Mike e como o conheci, ele era filho de um comerciante que a irmã estudava em minha sala. Ele tinha ido buscar ela algumas vezes e me viu. Não dei meu número a ele, mas ele foi insistente a semana toda e me convidou, eu achava que estava na hora de largar os livros como Rose tinha tido. A resposta do meu pai foi simplesmente: vou pensar querida... vou pensar sobre isso. Papai sempre tinha uma resposta rápida para tudo e achei isso tão esquisito como minha mãe com os olhos cheios de lágrimas.

Papai disse que era a emoção, ela estava grávida afinal, mas eu desci de noite para tomar um pouco de água e ouvi papai falando no telefone com alguém. Ele andava inquieto pela sala e nem mesmo me viu passar por ele.

– ... eu disse que isso iria acontecer. É impossível conter esse tipo de coisa! – eu sabia que não deveria, mas mesmo assim continuei esperando a resposta. – Minha esposa não pode se aborrecer e ela está nervosa com isso. – papai ficou em silêncio algum tempo ouvindo – Sim, eu também acho que isso seria o melhor, mas ela precisa saber o que vai acontecer. Não podemos mais esconder isso dela.

E foi naquele momento, naquelas palavras que o meu mundo girou. Eu passei sem ser percebida mais uma vez por meu pai e fui para meu quarto. Sentei na cama olhando meus livros e anotações e então suspirei cansada. Algo estava para acontecer e eu não tinha idéia do que seria. Pela manhã minha mãe estava com o rosto um pouco melhor, ela me serviu o café como sempre fazia e meu pai desceu para se juntar a nós.

– Pode marcar com Mike no próximo sábado querida, sabe onde ele quer te levar?

– Você vai deixar? – perguntei surpresa e olhei para minha mãe.

– Eu acho que você deveria aproveitar sua idade, daqui a pouco vai para faculdade...

– Mãe, não recebi nenhuma carta ainda, não sei nem para onde vou. Não podemos ficar já nos desesperando por algo...

A buzina do carro de Rose tocou.

– Preciso ir, tenho um trabalho para fazer e Rose vai comigo. Beijos.

Os dias passaram corridos, eu estava estudando e entregando meus últimos trabalhos e esperando as cartas de respostas para faculdade. Rose estava mais eufórica que eu para esse encontro com Mike enquanto eu estava sem saber o que eu estava sentindo.

– Filha! – minha mãe chamou e eu respirei fundo me olhando uma última vez para o espelho grande que tinha no meu quarto. Coloquei um cordão de ouro que tinha como pingente uma pequena ampulheta, a areia minha mãe dizia eram do deserto de Orh que ficava no meio de Turcomenistão. Uma vez eu li que as areias desse deserto eram diferentes de tudo que havia naquela região e fiquei ainda mais encantada com o cordão.

– Você está linda... – minha mãe disse emocionada ao entrar no quarto – Ele é muito bonito.

– Espero que corra tudo bem.

– Você é uma pessoa adorável querida, nunca se esqueça disso. – ela me abraçou e eu senti um aperto no meu coração. – Não volte tarde e leve o celular meu amor.

Mike estava sentado no sofá conversando com meu pai e se levantou assim que me viu. Eu sorri tímida e me despedi de todos entrando no seu carro. Nós fomos a uma exposição da irmã dele mais velha Jéssica, depois jantamos no centro em um restaurante muito discreto. Mike me contou que queria ser historiador, eu disse que ainda não tinha escolhido minha carreira, mas sabia que poderia escolher medicina pelas minhas notas e atividades extra. Enquanto ele falava de sua família eu olhei a umas duas mesas na nossa frente um homem sentado sozinho, ele estava muito bem vestido e tinha um ar enigmático. Me perguntei por alguns segundos onde estava a acompanhante dele e quando o garçom o serviu eu vi que não havia mais lugar posto na mesa.

– ... Jéssica ficou muito feliz em te conhecer, ela é minha irmã mais velha. A que estuda com você é minha meia-irmã, filha do segundo casamento do meu pai.

Meu olhar cruzou com homem e fiquei arrepiada imediatamente. Ele pareceu tão superior e confiante, não desviou o olhar e nem consegui desviar o meu. Me voltei para Mike com medo dele perceber alguma coisa e continuei meu jantar não tentando pensar ou olhar para aquele homem. Quando fomos embora ele não estava mais ali e me senti até mesmo um pouco incomodada com isso, Mike me levou de volta e disse que queria me ver mais vezes e eu aceitei um pouco culpada por não ter prestado tanto atenção nele como queria.

– Chegou! – minha mãe disse animada e eu olhei para meu pai que estava sentado em uma cadeira lendo jornal.

Eu contei como foi agradável e como Mike foi cordial. Minha mãe perguntou se ele tinha me beijado e eu disse que não, foi bom por isso, eu não achava que seria legal beijá-lo no primeiro encontro. Ele não forçou nada, eu gostei. O telefone de meu pai tocou e ele foi atender longe de mim, foi quando me perguntei quem era e se tinha algo haver com a conversa que eu ouvi.


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