All Of Me escrita por Casi un Angel


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Oi oi meninaaaaaas

Saudades de vocês.

Cap atrasadinho, como sempre.

Como está indo a depressão pelo final das férias?

Eu não to bem.

Bom leitura!



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O baque da noticia foi maior do que eles imaginaram. Estavam felizes, porém algo os assustava. Talvez pensar que Cobra poderia não ser mais o mesmo, que ele poderia ter danos irreversíveis, ou pior, não se lembrar de ninguém que havia feito parte de sua vida ou muito menos do amor de sua vida.

Todos rodeavam Dandara de perguntas, mas Jade continuava quieta. Parecia em choque.

–Gente, calma a medica disse que viria aqui explicar o que aconteceu- Dandara tenta acalmar a família.

–Como a enfermeira te disse isso? Como estava a cara dela?- Ágata pergunta.

–Ela estava feliz. Feliz até demais- responde a mais velha.

–Jade, você tá bem?- Bianca pergunta vendo a amiga confusa.

–Não pode ser verdade- a jovem afirma- Ele nunca ia acordar vocês lembram que a medica falou.

–Você não queria que ele acordasse? É isso?- Ágata pergunta com raiva.

–Ela não disse isso, Ágata- Bianca diz a menina.

–Eu só disse que... É impossível- ela afirma.

–A medica virá aqui conversar com a gente- Dandara volta a dizer, acalmando a todos.

No quarto de Cobra.

–Pelas avaliações psicológicas que fiz em você até agora percebo que a sua mente está perfeita- diz a medica, sorrindo.

–Valeu doutora- o rapaz diz com dificuldade.

–Se lembra de tudo que aconteceu antes do acidente?- ela pergunta.

–Sim- ele afirma- Mas isso não é tão agradável.

–O que não é tão agradável?- ela volta a perguntar.

–Me lembro de que briguei com a Jade antes do acidente e ficamos sem nos falar por um tempo.

–Vocês ficaram quase um mês afastados- ela responde.

–Tudo isso?

Sim- ela diz- Não se lembra?

Não exatamente- ele responde- Me lembro de quase tudo antes da briga, aquele período de um mês é um borrão.

–Do que mais não se lembra?- ela pergunta.

–Da minha mãe- ele responde confuso- Me lembro dela, mas não do que aconteceu a ela. Sei que aconteceu alguma coisa.

–Bem, sua mãe ficou bem doente- diz ela, mas não consegue completar.

–Serio?- ele pergunta surpreso.

–Sim- ela afirma- Que estranho. É como se as memorias ruins e dolorosas fossem apagadas da sua mente.

–Isso é bom?- ele pergunta preocupado.

–Depende- ela responde e ele sorri- Bom, eu vou dar noticias suas a sua família.

–Estão todos aqui?

–Sim.

–Por minha causa?

–Não- ela responde e sai da sala deixando Ricardo confuso.

No quarto de Jade.

A pedido de Úrsula, uma das enfermeiras da maternidade levou a pequena Aurora para junto de outros bebês no berçário. Ela sabia que a conversa seria bem tensa.

Quando a doutora entrou no quarto sentiu o clima preocupado do local. Entrou devagar e de imediato quase ninguém percebeu pelo nervosismo.

–Com licença- ela pediu entrando de mansinho e despertando todos de seus pensamentos- Podemos conversar?

–Claro doutora- Gael afirma.

–Parabéns pela sua filha, Jade- a médica sorrindo- Eu a vi quando estava vindo para cá.

–Obrigada- Jade responde com a cabeça baixa-Como ele está doutora?

Úrsula se cala por um momento e deixa todos apreensivos.

–O Ricardo está...- ela faz um pausa e Jade a encara- Ele está ótimo. Muito melhor do que eu e os outros médicos que estavam cuidando dele esperávamos.

–Ela está bem mesmo?- Jade pergunta sem acreditar.

–Sim- a médica afirma novamente- Ele está falando, movendo os membros superiores com facilidade e se lembra de tudo.

–Ele não perdeu a memória?- Ágata pergunta eufórica- Ele se lembra de mim?

–Sim, ele se lembra de todos- Úrsula responde- Isso que mais nos impressionou. Ele tem 90% da memória intacta.

–Só 90%?- Agora é Gael que pergunta.

–Percebemos que ele se esqueceu de quase todos o momentos ruins ou desagradáveis que ele passou na vida- ela responde- Ele só se lembra do dia do acidente, da briga que deve com a Jade e de uma vez que caiu de uma árvore e quebrou o braço quando era bem pequeno.

–Isso é bom?- Ágata pergunta preocupada.

–Sim e não- a medica responde- É bom porque ele não se lembra de coisas ruins que ele fez ou passou, mas é ruim porque não sabemos se ele se esqueceu pra sempre, se ele vai se lembrar daqui a algum tempo ou até se ele não vai reter nenhuma memória negativa a partir de agora.

–Já podemos vê-lo?- Jade e Ágata perguntam em uníssono.

–Você pode- ela apontou para a menina-Você não Jade.

–Porque?

–Você acabou de ter um bebê, está cansada e precisa de pelo menos um dia de repouso- a medica explica- Amanhã você vai.

Jade ficou chateado por ser barrada pela médica, mas entendeu. Estava cansada e dolorida. Ela queria ver Cobra bem disposta e concordou em esperar.

–Posso ir agora?- Ágata pergunta animada.

–Claro, eu te levo- Úrsula se despede de todos e leva até o quarto.

Andando por aqueles corredores, Ágata não se continha. Aquele trajeto era feito por ela a meses e quando chegava ao destino era mesma cena: o irmão preso em uma cama, entubado, desacordado. Saber que o irmão estava bem a deixava eufórica.

Já na porta do quarto, antes de entrar, a menina parou. Respirando fundo para tentar contar o choro, ela se ajoelhou no chão gelado e agradeceu pelo vida do irmão, da sobrinha e de todos que ela amava e que a amavam também. As lágrimas escorriam em seu rosto quando ela abriu a porta e viu deitado na cama o jovem rapaz acordado, estalando os dados da mão direita para tentar se distrair do nervosismo.

Cobra estava muito nervoso. Não sabia quem viria vê-lo primeiro. Esperou ver, Jade. Como será que ela está? Será que está barriguda? Será que o filho já havia nascido? Ele pensou.

A porta se abriu devagar. Os dois esperavam por aquele momento a bastante tempo. Os dois se olharam. Ambos com lágrimas nos olhos. Uma respiração profunda.

Cobra sentiu um peso e fechou os olhos. Sentiu os braços curtos e magros da menina envolverem seu pescoço, a ponta dos dedos apertarem suas costas e as lágrimas molharem seus ombros. Aquele foi o melhor abraço que já tinha recebido. Porque nele havia a saudade de uma criança que pensava que nunca mais veria o irmão querido.

–Não acredito que você... Que você- a menina soluçava enquanto abraçava o irmão cada vez mais forte.

–Ei, ei, calma mocinha- disse o jovem também tentando se conter.
–Nunca mais faz isso- ela disse soltando o irmão- Eu fiquei preocupada, poxa.

–Tá bom- ele responde secando o rosto- Como você está?

–Melhor agora- ela sorri em meio aos olhos vermelhos- Eu achei que você ia morrer.

–Ei, minha linda- ele levanta o rosto da menina- Eu nunca vou abandonar você. Eu te prometi, não foi?

–Sim- ela responde sorrindo- Te amo mano.

–Também te amo mana- os dois se abraçam.

O abraço durou bastante tempo. A saudade também. Então naquele momento tudo estava equilibrado. Duas almas irmãs que se perderam e se reencontraram.

Em outro quarto...

Jade estava nervosa. Já sozinha e com a filha nos braços ela sacudia o bebê para que ela se acalmasse. A pequena estava inquieta. Chorava muito. Ela não sabia o que fazer.

–Para de chorar filha- ela disse chorando também. A menina já estava vermelha.
–Mamãe vai te contar uma história.

"Era uma vez, uma linda princesa. Ela vivia em um castelo com sua mãe e seu pai, o rei e a rainha. Ela tinha vários amigos, mas era conhecida por fazer muitas maldades. Um dia, porém, ela estava a espera de sua carruagem em uma praça quando viu um jovem rapaz se aproximar. Era um plebeu e seu nome era Ricardo. Ela gostou do rapaz e sabia que ele também havia gostado dela. Ele se ofereceu para levar a jovem até seu castelo, mas ela recusou, porém prometeu que haveriam outras oportunidades. Eles voltaram a se encontrar mais algumas vezes e viraram amigos, mas desde o início havia algo mais.
Com a amizade dos dois jovens vieram também parcerias. Eles se juntavam para fazer maldades e os Reinos odiavam aquilo.
Decidiram ter algo a mais. Não eram namorados. Eram amantes. Cúmplices. Quando a rainha descobriu ela ficou uma fera e ordenou que a filha nunca mais chegasse perto daquele plebeu. A princesa tentou, mas sua alma já pertencia a ele.
Entre idas e vindas, lágrimas e gargalhadas, brigas e reconciliações eles se amaram e se amaram até quase morrer de amor. E digo uma coisa: a morte por amor e menos dolorosa, porque quando por amor se morre, padece ao Paraíso amando, e amar e a melhor coisa que se pode ser, porque amar não é um simples sentimento, mas sim um estado de espírito.
Em uma noite, de tanto se amarem, eles acabaram virando apenas um e quando se dividiram, ao amanhecer, eles viraram três.
Quando a princesa descobriu que dentro dela havia crescendo um novo amor ela ficou assustada e contou a uma amiga, a mesma disse a ela que procurasse o plebeu e contasse tudo que havia descoberto e ela o fez. Foi até a casa do plebeu e lhe contou tudo, mas ele não gostou. Disse que aquele novo amor que crescia dentro dela não poderia ter nenhuma parte dele. Ela se entristeceu. Naquele mesmo momento a rainha também descobriu e ficou mais furiosa ainda e como castigo decidiu que a princesa teria que procurar outro Reino para morar e ela ficou mais triste ainda.
Sem Reino, sem família, sem plebeu. Ela ficou muito triste e pediu para viver no Reino de sua amiga e assim se faz.
Ela conheceu uma pequena plebeia. Irmã do seu amado que a ajudou a enfrentar aquilo.
Algumas luas de passaram e em um dia algo aconteceu. Um acidente que mudou tudo. O plebeu adoeceu. Ele foi cuidado por pequenas fadas e elfos.
Mais luas passaram e em todas elas a princesa e a pequena plebeia choravam pelo jovem plebeu.
Ninguém esperava, mas em um dia o amor que crescia no ventre da princesa quis sair a espalhar sua luz para o mundo. E a ela foi dado o nome de Aurora. Era o amor mais lindo e belo que os reinos inteiros conheciam e nela tinha um pouco do amor dos dois. Neste mesmo dia outra coisa aconteceu. O plebeu melhorou. Não estava mais doente. Ele despertou de seu sono para conhecer aquele amor que havia nascido..."

Jade viu a filha adormecida em seus braços com um semblante calmo e um leve sorriso nos lábios. Ela acariciou os fartos e macios cabelos do bebê e sorriu.

–Essa história vai sempre ter uma continuação, mas nunca um final- ela sussurrou no ouvido da pequena- Bons sonhos meu pequeno amor.


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