–Ei!! -Uma voz gritou, e eu me virei na direção dela.

–Oi? -Respondi.

–Estamos no meio de um encontro, dá para prestar atenção, Oli? - A voz era de Izabella, uma garota linda, porém ignorante. Uma garota de 1,67 metros, que fora beijada pelo fogo. Era muito linda, metida; seus cabelos rubros tampavam a testa da mesma com uma franja, e podia ver que sua visão de vez em quando era prejudicada com as mechas de cabelo.
Finalmente me lembrei aonde estava. Bem, eu fui ameaçado de morte para ir no encontro com Izabella por John num restaurante, que estava preocupado comigo, só porque não conseguia deixar de pensar em Ramona - A última e também a primeira vez que a vi fomos a praia de noite. Mas quando eu acordei ela não estava mais lá.

–Estou prestando atenção...É só que...To com dor de barriga, ok? - Menti descaradamente.- Vou ao banheiro, já volto.

–Tá.. - Ela respondeu emburrada.

–Ei, fica assim não. Você é linda e o problema é com minha barriga e não com você. - Dei um rápido beijo na mesma, um selinho na testa dela. E fui para o banheiro.

Olhei para mim no espelho. Estava usando uma touca azul-marinho por cima do meu cabelo, que por sinal havia cortado, deixado com a franja para cima um pouco bagunçado - Ok, muito bagunçado - então abri a torneira e fiz uma concha com as mãos pegando um pouco de água e atacando no rosto. Não conseguia para de pensar em Ramona.
Lembrei-me de estar com ela na praia semana passada. Nós dois juntinhos. Ou fora um sonho? Não, não podia ser um sonho ! Eu a vi, John estava comigo no dia - ou melhor: na noite - íamos passar a noite na praia, quando duas garotas vieram; uma com cabelos negros , pele clara e olhos castanhos de 1,70; a outra com cabelos loiros e olhos azulados, baixinha em comparação a outra, mas muito bonita também.
Ambas ficaram comigo e John para acampar. A maior e eu conversamos a noite toda, já a menor e Patrick ficaram jogando cartas e pagando micos um para o outro. Ela me disse que estava procurando alguém, "eu também estava", respondi. Ela me respondeu "Estava?" e sorrindo disse "Sim. Não estou mais." A beijei, então. Ela retribuiu. Rolamos na areia em um ato de amor. As lembranças fluíam na mente dele como água de um rio. Porém fui acordado de minhas lembranças lembrando que deixei a Izabela sozinha, então saí correndo apressado para ir até a mesma.

–Desculpa pela demora! Vamos sair daqui, que tal? - perguntei, pois já tinha comido e pelo visto ela também.

–Tudo bem, querido. - ela respondeu em um tom simpático e educado, então não pude deixar de sorrir

Paguei a conta então saímos do restaurante.
Fomos andando até uma praça aonde tinha um balanço, ela sentou e eu fiquei empurrando ela.

–Hey, Oli, por que você aceitou sair comigo...? Você nem gosta de mim... - Ela parecia triste, quase chorando no tom de voz. Sabia que não podia a deixar assim.

–Hey, não é nada disso. Você é bela, linda e inteligente, é que bem... - Não poderia dizer que apenas saí com ela, porque meu melhor amigo me ameaçara de morte. - Eu estou meio avoado esses dias...

–Me deixa te ajudar a ficar normal então !

–Não precisa, querida.

–Mas...

–Hey, relaxa.

–Como? Sabe, eu sempre amei você... e agora que consigo um encontro com você, você parece me ignorar por completo... - Percebi que a esse ponto as lágrimas já estavam em seus olhos.

–Ignorar ? Nem. É que...bem, eu gosto de você, mas não como você gosta de mim... Apenas como amiga eu gosto de você...- Tentei não parecer culpado, mas era impossível praticamente.

–Então suma daqui ! Saia da minha vista ! - Já estava chorando, e bem, eu estava comovido..Não podia deixa-la assim.
Então aproximei-me dela e beijei-a na testa, como se quisesse passar a mensagem "me perdoe" então fui embora.

–Desculpa mesmo... -Disse pensando. Meus pensamentos estavam voltados pelo que acabara de fazer. Desde quando eu podia quebrar corações dos outros e sair andando como se nada tivesse acontecido. Nem estava chorando.
Parei na frente de uma poça de água, e olhei, esperando olhar para me reflexo, mas o que vira fora apenas a Ramona sorrindo para mim. Sorri de volta e continuei meu caminho pensando em quando iria voltar a ver Ramona.
Ela era o meu porto-seguro. Mesmo que eu me sentisse um merda, só de eu imaginar o rosto dela, o sorriso dela, a mão dela tocando na minha, os lábios dela e praticamente toda ela. Eu amava-a cegamente. Engraçado, não? Amar alguém que você só vira uma vez, já as outras em apenas uns sonhos. Muitas pessoas iriam rir de mim, mas não importava, só de estar com ela, já estaria feliz.

–Demorou...- Uma voz surgiu em minha mente, então sorri. Então fui me juntar a minha amada, deitando na minha cama e dormindo, sonhando com a mesma, esquecendo de tudo que acontecera hoje. Tudo o que queria era sonhar e sonhar com ela. Um sonho de amor valia mais que tudo neste momento. Lógico que seria melhor estar com ela na vida real.
Então dormi. E não acordei mais. Pelo menos ela estava comigo.