Heart of Fire escrita por Nightshade


Capítulo 6
Singing




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Alexandra notou a ansiedade em toda a estrutura do palácio. Ela estava um pouco perdida, sem se lembrar de qual era o caminho de seu quarto e sem saber o que estava acontecendo.

– Senhorita Alexandra! - uma voz a chamou. A garota olhou para trás e viu o rosto simpático de Jayna - O que faz aqui? Parece perdida.

– Eu não me lembro onde fica o meu quarto. - disse ela rapidamente.

– Venha, senhorita, eu vou mostrar.

Jayna a conduziu até o lugar, que não era muito longe de onde ela estava.

– O que está acontecendo? Por que estão todos agitados? - Perguntou Alexandra, quando já haviam entrado no aposento.

– Nada com que se preocupar, senhorita. Apenas uma confusão na cidade. - apesar das palavras controladas, ela parecia muito preocupada.

Ficaram um momento em silêncio.

– Se posso comentar, senhorita, - começou Jayna - Lord Edwin nunca apreciou as músicas de seus antigos menestréis.

– Nunca? - Alexandra se surpreendeu.

– Nunca. Ele geralmente os lançavam nas celas e decidia o que fazer com eles. - continuou Jayna - Mas sua voz é realmente linda, senhorita. - Alexandra a olhou e a senhora enrubesceu - Não que eu estivesse ouvindo atrás das portas do rei, mas sua voz ecoa pelo palácio, senhorita. Tem a voz de um anjo.

– Obrigada, Jayna. - agradeceu a garota, mas estava ocupada em pensar em mais músicas. Não queria voltar a ficar presa.

Enfim, pensou em uma de suas músicas favoritas.

E daí que é de um livro? Eu posso morrer se não agradar ao rei!

*******

No fim da tarde, quando o sol estava se pondo, Deana apareceu em seu quarto.

– Lorde Edwin pediu para que a senhorita fosse até a Sala do Trono. - disse a serviçal.

Rei Edwin parecia cansado. Tinha um arranhão em seu rosto, e estava agitado.

– Finalmente, Alexandra. - rosnou ele - Cante algo para mim.

– Se o senhor permitir, - ela escolheu as palavras com cuidado - eu gostaria de cantar uma história que é a minha favorita.

Edwin a olhou com curiosidade.

– Desde que me agrade... - ele fez um gesto com a mão, como se a mandasse começar a cantar.

As folhas longas, verde a grama

Esguia é da cicuta a umbela

No prado há luz que se derrama

De um céu de estrelas a fulgir.

O rei havia fechado os olhos, notou Alexandra, concentrado na música. Ela começou a mover o corpo, como uma bailarina. Aproveitando para dançar, afinal ela adorava esse poema.

Tinúviel dançando bela

Ao som que a flauta oculta inflama;

Há estrelas nos cabelos dela

E no seu manto a reluzir.

Edwin abriu os olhos apenas para ver a garota dançando. Por um momento pensou em manda-la parar, (estava na presença de um rei, onde já se viu isso?), mas então percebeu que ela não o notara observando, e, a dança dava personalidade a canção. Como se ela fosse a Tinúviel de quem cantava a história.

E Beren vem dos montes frios

Perdido esteve entre a ramagem,

Seguindo o som de rios

Andou sozinho em seu sofrer.

Por entre as falhas da folhagem

Vê flores de ouro de atavios

Que ela traz sobre a roupagem

E no cabelo há anoitecer.

Seus pés curados por magia

De seu cansaço da jornada;

E forte e lépido seguia

Pegando raios de luar.

E leve em fuga baila a fada

Por bosques, de elfos moradia;

De novo só na caminhada,

Ele em silêncio a espreitar.

Alexandra agora dançava perto da janela; ela olhou para a grande floresta enquanto cantava o belo poema. Gostava de dançar enquanto o recitava, pôs tentava se colocar no lugar de Tinúviel. Agora não se lembrava mais que estava diante de Edwin.

Ouvia o som da fugitiva

Com pés de tília por leveza;

Do chão saia música viva.

De valos fundos um trilar.

Já a cicuta perde a beleza

E uma a uma pensativas

Da faia as folhas com tristeza

No chão do inverno vão rolar.

Seguindo sempre, longe andou

Dos anos falhas viu caindo;

Com lua e estrelas ele avançou,

O céu gelado viu bramir.

O manto dela á luz luzindo,

Quando num topo ela parou

Dançando e assim com seu pé lindo

Névoa de prata fez fremir.

No fim do inverno ela retorna

Sua voz desata a primavera

Qual água nova a borbulhar.

Viu ele flores e era

O pé da ninfa; em nova forma,

Com ela quis dançar, quisera,

Por sobre a grama namorar.

Mas ela vai, quando ele vem.

Tinúviel! Tinúviel!

Com o nome dela ele a detém,

Pois ela para para ouvir.

A voz prende Tinúviel

Beren avança, Beren vem,

Sobre ela a sina então descera!

Nos braços dele vai cair.

Alexandra voltou para frente do trono, se sentindo envergonhada e com o rosto quente por ver que Edwin a encarava.

Seus olhos fitam seu olhar

Por entre a sombra dos cabelos;

A luz que treme o luar

Viu dentro dela reluzir.

Tinúviel detém apelos,

Imortal fada de encantar,

Envolve amor com seus cabelos

E braços branco de luzir.

Foi longa a estrada de sua sorte,

Por pedras, frio e meia-luz;

Em férreos halls com porta forte;

Em mata escura e sem aurora.

O mar que afasta se introduz,

Mas uma vez sorri a sorte;

Na mata canta o par, só luz,

Que há muitos anos foi-se embora.

Alexandra terminou, olhando para Edwin, tentando decifrar sua expressão mais não conseguiu. Ele apenas ficou a encarando.


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