Alice in Waterland escrita por Dimitri Alves


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oláááááááá pessoas, sei que demorei um pouco, mas aqui está mais um capítulo! As coisas estão começando a ficarem tensas entre Alice e o Coelho... Sera que ela permitiria a sua filha ir ao um mundo louco como Pais das Maravilhas?



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A noite tinha caído rapidamente e Alice estava deitada ao lado de Peter. Ele percebeu que ela tinha um olhar distante e preocupado. Perguntou-a o que ela tinha e ela simplesmente disse que estova com um pouco de dor de cabeça. Logicamente Peter não acreditou, mas preferiu deixa-la em paz até se sentir confortável em falar sobre.

A conversa que teve com o Coelho ainda mexia com seus pensamentos, principalmente com a segurança de sua filha. Era tão absurdo um coelho aparecer e chamar sua filha para adentrar num mundo totalmente desconhecido para encarar uma Rainha raivosa, pronta para eliminar todos que tentassem interferir em seu caminho.

– O País das Maravilhas não é real para você, Alice... Não mais – tinha dito o Coelho. – Você não acredita mais.

– Se eu não acreditasse, eu não estaria o vendo – rebateu ela.

– Você só está me vendo porque você veio a minha procura para defender a sua filha. Anos atrás você permitia que sua mente fluísse. Hoje não mais – disse ele mexendo em seu bigode e ajustando os seus óculos.

– Mais isso é loucura Coelho, tudo não passou de um sonho – falou ela ignorando a realidade diante de si.

– Só porque é um sonho, Alice, não significa que não seja real. É real aqui – disse ele apontando para a cabeça.

Alice revirou-se na cama, tentando afastar aqueles pensamentos. Porém tudo estava tão confuso agora, não sabia mais o que era real ou não, mas se preocupava com uma única coisa: A sua filha.

Ela levantou-se, livrando-se dos lençóis brancos. Tinha Se levantado abruptamente que depois se deu conta que poderia ter despertado Peter, porém ele continuava no seu sono profundo. Envolveu-se num roupão e seguiu pelo corredor, rumo ao quarto de sua filha.

A pequena menina dormia profundamente, parecia uma boneca de porcelana inerte. Carregava um leve sorriso em seu rosto, significando que estava tendo um bom sonho. Os cabelos estavam todos bagunçados no travesseiro e entre eles estava o laço vermelho que sempre insistia estar usando.

Menina teimosa, pensou Alice com um leve sorriso.

Sentou-se na cadeira que havia ao lado da cama e acariciou os cabelos da menina. Observou-a e admirou-a como se fosse a coisa mais frágil do planeta terra. Sorriu consigo mesma ao perceber como sua filha era parecida com ela quando mais nova. Os meus traços, a mesma imaginação fértil e a teimosia. Levantou-se e abriu uma das janelas, permitindo que um pouco de ar circulasse pelo quarto. A cortina branca dançava de acordo com o ritmo da brisa.

Alice sentou-se novamente a cadeira e ficou contemplando a sua filha. Ali ela se sentiu mais segura e capaz de proteger sua filha. Nada poderia lhe fazer mal enquanto estivesse ali presente. Ela foi relaxando ao poucos e sem perceber foi adormecendo.

...

Alice acordou sentindo os cabelos invadirem o seu rosto, fazendo o seu nariz coçar. Abriu seus olhos e viu que sua mãe dormia ao seu lado e sorriu. O vento lambeu seus cabelos novamente e ela desviou seu olhar para a janela. A cortina balançava delicadamente, como se fosse uma bailarina fazendo movimentos sutis.

A garotinha coçou o olho e sentou-se na cama. Sua mãe permaneceu no seu sono tranquilo. Alice desvencilhou-se dos lençóis e pisou no chão com seus pés nus. O chão estava frio e a fez se arrepiar. Tentou encontrar seu pequeno sapato, mas não encontrou. Envolveu-se no roupão e seguiu em direção a janela para fechá-la.

O céu estava clareando, ao longe ela conseguia ver as nuvens negras e as primeiras pinceladas alaranjadas do céu no horizonte. A lua ainda estava no céu e ela admirou por as duas esferas estarem prontas para se encontrar. Sol e a Lua, irmão opostos que nunca se veem, pensou a menina já debruçada na janela. O jardim começa a se revelar aos poucos com a singela claridade, já era possível sentir o aroma das flores se misturando.

Alice ficou encantada com o reflexo tremulante do céu no lago. No meio daquele paraíso, uma pequenina e ousada borboleta azul voou ate a sua janela. Pairou diante dela e voou dando voltas ao redor da garota. Alice se divertiu com a encantadora borboleta e quis pegá-la, mas o inseto era mais esperto e esquivava-se com perfeição.

– Venha cá, não vou te fazer mal – disse a garota.

A borboleta continuava a dançar a sua volta e voou para fora da janela, porém ficou no aguardo que Alice a seguisse. A criança percebeu o que ela queria e subiu na janela e andou pelo parapeito. Deslizou-se com a ajuda do cano que havia no lado externo da casa e correu em direção à bela borboleta.

– Espera! – gritou ela olhando para cima.

O céu estava mais claro e a escuridão era expulsa ao poucos. As poucas estrelas davam seus últimos brilhos de despedidas, depois eram escondidas pela claridade. Alice via que avançava para o jardim, onde os perfumes das flores estavam mais fortes e doces. Sua mãe tinha razão, as flores soltavam perfumes deliciosos pela manhã cedo. Ela parou e inalou os perfumes, tentando identificar cada uma delas, porém foi interrompida com algo fazendo cocegas em seu nariz. Era a simpática borboleta.

– Te peguei! – disse ela avançando as suas mãos para o seu nariz, porém a borboleta voou a tempo, fazendo com que Alice desse uma tapa no nariz – Ai! – exclamou a garota, olhando com reprovação para a borboleta, que voava diante de si.

Ele tentou pegá-la novamente, mas ela se desviou e continuou a voar, adentrando cada vez mais no jardim.

Alice perseguiu a borboleta animadamente, tudo para ela não passava de uma grande brincadeira. Corria entre o mar branco de margaridas. Durante a sua corrida, fazia com que algumas pétalas soltassem das flores, fazendo as pétalas voarem pelos ares e fazer um lindo efeito com a ajuda do vento. A gotinha corria com seus braços estendidos, na esperança de conseguir pegar o inseto azul.

– Venha borboleta! – gritou ela animadamente.

O jardim estava quase acabando e o lago estava por alguns metros de Alice. Antes que acontecesse algum acidente, a criança percebeu que não poderia ir muito longe. O lago a impedia de continuar.

– Eu não posso ir até aí! – questionou Alice para a borboleta que voava a cima do lago, a espera que a garota a seguisse.

A menina cruzou os braços, fez bico e bateu o pé no chão. A borboleta continuava no mesmo lugar. Alice a observou por mais alguns instantes até perceber que a borboleta começava a descer. Ficou curiosa e parecia que o inseto não tinha percebido que logo abaixo dele estava o lago. Porém a borboleta continuou a descer até submergir sem maiores problemas.

Alice ficou boquiaberta. Nunca antes ela tinha visto aquilo. Um inseto mergulhando na água? Como aquilo era possível? A garotinha ficou no aguardo do retorno da borboleta, ou, na pior das hipóteses, esperar que o corpo do frágil inseto emergisse inerte.

Mas isso não aconteceu.

– Alice? – perguntou alguém atrás dela.

A menina olhou para trás curiosa e se surpreendeu ao ver que estava diante do mesmo coelho que tinha visto pela manhã. Ele usava uma roupa avermelhada, um óculos dourado e um relógio de bolso. Ela teve vontade de abraça-lo, mas lembrou-se do que sua mãe tinha lhe dito.

– Como sabe meu nome? – perguntou ela curiosa.

O coelho deu alguns pulos a frente para se aproximar da garota. Ele tinha seus olhos nervosos e parecia desconfortável por estar ali diante dela. Alice se sentiu extremamente tentada em abraça-lo. Ele era muito fofinho. Abriu um largo e encantador sorriso para o coelho.

Ele não correspondeu o sorriso, parecia inseguro. Muito nervoso. Alice conseguiu detectar isso em seus olhos. O sorriso da criança murchou e tornou-se serio e levemente preocupada.

– O que houve Sr. Coelho? – perguntou ela educadamente.

– Desculpe-me – disse o Coelho.

Antes que Alice pudesse entender o que ele queria dizer com aquilo, o coelho tinha lhe dado um forte empurrão, onde a garota caiu na água. Alice tentou agitar seus braços para atingir a superfície, mas a superfície parecia se distanciar. Quanto mais ela tentava emergir, mais afundava. Olhando ao redor percebeu que estava num grande universo azul. Não havia sinal de terra firme.

Que estranho, pensou, Eu estava na beira do lago e não vejo a terra?

Alice pensou que fosse morrer sufocada, mas estranhamente ela não sentia falta de ar ali. Não precisava dele. Ao olhando novamente ao seu redor, sombras iam surgindo e ia tomando forma cada vez mais física e nítida. Olhou para os seus próprios pés e viu que se aproximava do fundo, mas não era areia ou pedras, e sim, um chão de madeira desgastado, porém inteiro. Paredes e janelas surgiram ao seu redor. Mesas, cadeiras e outros móveis desceram e caíram decorando perfeitamente o aposento que se encontrava. Ao olhar para cima, Alice viu que havia um teto ali. Ela estava dentro de uma casa submersa.

Tudo surgiu diante de seus olhos.


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Notas finais do capítulo

E então pessoal, gostaram?
Deixem o seu comentário e aguardem para o próximo capítulo :D



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