Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 90
Onde tudo começou.


Notas iniciais do capítulo

A primeira fic, na época em que eu só postava no Facebook, a mais de 90 dias atrás, foi narrada pela Du, hoje termina por onde começou...
A todos vocês, eu só tenho a agradecer!
Foi difícil escrever o fim, talvez também seja para lê-lo, mas as últimas frases resumem o que eu estou sentindo!
Foi um prazer ser "escritora" por esses mais de 3 meses, vocês são os melhores leitores que eu poderia ter.
Em tudo que faço procuro dar o meu melhor, não alcançar números, mas mesmo assim agradeço as mais de 216 mil visualizações da fic e também as mais de 7 mil curtidas na página do face e 1 milhão e quatrocentos mil visualizações no canal do Youtube!
< vocês estão aqui 3



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Por Eduarda. ( 10 anos depois. )

Eu conheci meu marido no colégio, mas esse lugar também me lembra a começo. O estacionamento na casa de Petrópolis, onde eu acompanhei o Lucas pela primeira vez numa festa da Império, parece o mesmo até hoje!

A mais de 16 anos atrás eu o esperava no carro e, quando ele apareceu e se surpreendeu com minha presença, disse que nós não tínhamos compromisso, talvez começasse a desconfiar que eu sentia algo a mais que uma simples amizade por ele... Como era de costume, neguei e disfarcei... Até lhe dei um conselho:

"Essa festa também é tua, por mais que você se sinta fora desse ninho, você faz parte dessa família, não tem nada que deserta!" Na época, Lucas ainda era apenas um adolescente rebelde, perdido e confuso... Ele voltou para junto dos Medeiros e eu continuei o esperando, fiz isso por muito tempo.

Já o amava naquela época, e ele também a mim, não da mesma forma, mas amava... O tempo passou, um dia nossas bocas finalmente se encontraram e nossos corpos também. No meu ventre começou a surgir duas vidas, e no coração de Lucas outro tipo de amor: O de casal, que se beija, se deseja e precisa um do outro.

Há anos atrás, se me dissessem que estaria aqui novamente, dessa vez toda impecável e vestida como uma verdadeira Imperatriz, no mesmo lugar e para a mesma festa, diria que era impossível.
MM: O que você está fazendo aqui Du? - Escuto a voz da minha sogra então me viro para olha-la. O tempo passou pra ela, assim como passa para todos, mas Maria Marta ainda é linda, seus olhos verdes continuam brilhando e iluminando tudo. - Era só o que me faltava: Antes eu procurava os meus filhos para as fotos, depois meus netos, e agora você...
Du: Ainda tá cedo, os gêmeos nem chegaram da casa dos amigos... - Respondo. - Mas me desculpa, é que eu precisava pensar um pouco!
MM: Você e meu filho brigaram? Ele não está com uma cara muito boa...

Brigamos... É impossível ter uma vida perfeita, os problemas nunca pararam de aparecer, grandes ou pequenos, sempre nos faziam uma visita! Essa é a consequência de estar vivo.
Du: Foi bobagem... - Digo e a acompanho até a festa.

Dois anos depois de ter assumido a Império Lucas resolveu fazer uma faculdade... Eu deixei a minha carreira de modelo e decidi voltar a estudar também, queria seguir uma profissão diferente, virei estilista! Ele fazia administração, eu moda. Ele cursava a noite, eu de manhã. Foi difícil durante muito tempo, isso rendeu várias brigas, mas no final acabávamos nos entendendo, afinal a discussão sempre era por saudades e por vontade de estar cada vez mais perto dele, não por desamor.

A festa está cheia, os convidados impecavelmente vestidos, os tronos azuis já estão em cima de uma espécie de palco, a casa de Petrópolis sempre linda... Parece tão igual ao passado!

Vejo Lucas conversando com seu pai, ele todo vestido de preto assim como o Comendador, e decido me aproximar.
JA: A melhor coisa que eu fiz foi deixar você trabalhando no meu lugar! Ô coisa boa que é aproveitar a vida... - Escuto José Alfredo dizendo.

Meu marido ri, e ao ver eu me aproximando deles pede licença a seu pai.

Acho que nós temos que conversar. Quando disse que era bobagem, não exagerei! Essa é a briga mais tosca que tivemos, no fundo sentimos até vergonha dela.
JL: Pensei que tivesse ido embora...
Du: Sem você? Nunca...

Caminhamos para longe das pessoas, procurando um lugar mais calmo e, quando achamos ele começa a dizer:
JL: Isso é estúpido...
Du: Muito! - Nós nos olhamos e acabamos rindo.

Marta arranjou o primeiro namorado, Lucas é um pai muito ciumento e, eu acabei ajudando os dois a saírem juntos, escondidos dele. Ontem a noite meu marido descobriu isso e ficou uma fera.
JL: É que é estranho ver que a minha princesinha cresceu... Saber que é uma adolescente agora, que se apaixona, namora, beija... - Percebo que ele odeia esses fatos. - Mas você está certa, não devo proibir!
Du: Não deve mesmo... Mas eu também não posso te desautorizar, foi mal por tê-la ajudado a sair de casa!
JL: Se é assim, acho que erramos juntos mais uma vez! - Ele ri.
Du: Fazer o que? Almas gêmeas agem desse jeito...

Eu dou um abraço em meu marido e o seu forte e maravilhoso perfume entra por meu nariz... Com certeza ele ficará na minha roupa e isso é uma sensação muito boa, ter o cheiro de quem amamos impregnado em nós...
JE: Mãe, eu quero ir jogar vídeo game, essa foto não sai hoje não? - João Eduardo pergunta.

Meu filho tem 10 anos, é o nosso caçula. Ele se parece muito comigo, mas lembra ainda mais o meu pai... Eu o olho e só sinto amor, sua aparência não trás lembranças ruins, essa foi a grande maravilha de ter perdoado... Fábio se aproximou um pouco da gente, ele conheceu meus filhos e os três gostam muito dele! Nós não somos um exemplo de amor entre pai e filha, mas conseguimos conviver sem ódio. Ele até está aqui, em algum lugar na festa.
JL: Calma, quando os seus irmãos chegarem a gente tira essa foto... E outra coisa, você não pode ficar o dia todo no vídeo game, né?!
JE: Eu sei, mas esse terno ta me sufocando... Pode tirar?
Du: Ah não, aguenta mais um pouco! - Me abaixo até ele e lhe dou um apertão na bochecha. - Tu fica tão fofo vestido assim. - Encho meu filho de beijos e ele se afasta.
JE: Para mãe, que vergonha... Eu já sou um quase pré-adolescente!
Du: Não, tu é o meu bebe! - Sorriu e ele revira os olhos.

Os meus três filhos estão numa fase difícil, a mesma que eu e Lucas passamos e demoramos pra sair: Um já se acha o adulto e os outros dois são adolescentes... Ficar esperando seus filhos voltarem de uma balada não é uma sensação muito agradável!

Eu e meu marido caminhamos juntos pela festa, ele cumprimentando os investidores e convidados, eu apenas pendurada em seu braço.

Vejo Clara e Vicente conversando com Cristina e Carlos, o marido da meia irmã do meu esposo, e fico feliz por eles se darem tão bem. Procuro José Pedro pela festa, mas não o encontro. Amanda está aqui com Léo e seu filho, ele certamente não virá. Meu cunhado se casou novamente com Danielle, mas não esqueceu a humilhação que passou no passado. Ele agora é o vice presidente, comanda a Império ao lado de Lucas, os dois sim parecem ter resolvido as desavenças. Maria Ísis passa por mim e eu a cumprimento, ela ainda é a amante do meu sogro, no papel Maria Marta continua sendo uma Medeiros.

O dia não está muito quente, e ainda bem, eu não ia aguentar ficar com meu vestido preto num calor de 40 graus... Lucas aderiu aos costumes do pai, pelo menos nas festas da empresa ele vai sempre vestido com um terno negro. Eu resolvi o acompanhar e, hoje somos o casal Dark, ou Addams, como Téo Pereira nos chama... Ele ainda tem seu blog, e por incrível que pareça faz sucesso até hoje. O homem já está velho, mas atualiza sempre seu veneno.

Tem um vento que insiste em bagunçar o meu cabelo, eu tento segurar meus longos fios loiros, mas minha mão não consegue alcançar todas as mechas... Adorava ele vermelho, gostava de ser destacada na multidão, mas teve um dia que decidi mudar, nada permanece igual! Quase nada... Sinto os dedos de Lucas apertando minha cintura e então percebo que isso continua a mesma coisa. Eu com a mão em seus ombros, ele com a dele ali!
MM: Eles finalmente chegaram! - Minha sogra vem nos dizer, ela já estava tendo um ataque de nervos com a demora.

Vejo Alfredinho, que agora prefere ser chamado só de Alfredo, e Marta caminhando até nós e vou lhes dar uma bronca.
Du: Meia hora de atraso, qual é? Temos cara de estátuas?
A: É que a gente perdeu a noção do tempo mãe... Perdão! - Quando o R apareceu pela primeira vez, ao invés de L, foi uma sensação estranha. Meu filho precisou de muitas seções na fonoaudióloga, e quando finalmente conseguiu falar certo, tive a certeza de que estava crescendo.
M: Não briga com a gente não, estamos aqui agora, né? - Ela sorri.

Os dois muito bem vestidos, ela com um ar mais sério, parecendo ser uma Maria Marta, e ele todo despojado, moderno...
JL: Depois quero falar com você mocinha... - Lucas, diz.
M: Vai voltar com aquele papo de que eu não deveria namorar, que sou muito nova, e blá blá blá?
JL: Não, muito pelo contrário... Eu te dou a minha permissão, mas fala pra esse menino vir falar comigo! Ok? - Ela sorri e dá um abraço em Lucas.
M: Valeu pai, sabia que ia entender que não sou mais crianças! Te amo...
MM: Ai que lindo, que bonito... Mas agora vamos tirar essa foto? - Minha sogra diz.
M: Daqui a pouco vó, antes tenho que ir dar um retocada na maquiagem...

Minha filha sai correndo pra dentro da mansão e Alfredo vai falar com seu avô.
JL: Eles cresceram rápido demais, o tempo está voando...
Du: Nem me fale amor...

Amor.

Foram tantos os nomes que ele teve, e todos com um significado.

Lucas: Era só meu conhecido.

Leki: Foi meu parceiro e amigo.

Amor: Meu marido e o pai dos meus filhos.

Os últimos 10 anos passaram tão depressa que fico até com medo... Estamos na casa dos 30 anos, talvez daqui a 50 já não estaremos mais vivos. Lógico que não é muito inteligente ficar pensando num futuro tão distante, mas acho que nós dois temos medo dele. Após meio século eu ainda o amarei, e ele também a mim, não vamos suportar não poder mais andar de mãos dadas! Não sei mais viver sem sentir suas mãos em minha cintura, nem ele sem meus braços escorados em seus ombros.

Se eu parasse para pensar na nossa vida, não deveríamos ser tão felizes assim... Muita coisa ruim aconteceu, várias pessoas tentaram estragar a nossa felicidade! Mas nenhuma delas conseguiu, afinal o que temos um pelo outro é mais forte que tudo.

Acho que a felicidade alheia incomoda, isso explica a quantidade de pessoas ruins que entraram na nossa vida... Porém, nós poderíamos ter evitado a presença de muitas delas, era só não ter dado abertura, se fechado para o restante do mundo, termos vivido em um canto só nosso... Mas nunca fizemos isso, as portas do nosso coração sempre estiveram abertas, deixamos muitas pessoas entrar, várias nos decepcionaram, no entanto nunca foi culpa nossa! Acreditar na bondade de alguém é um dom, não valorizar a confiança recebida que me parece um pecado... Não sei porque, mas agora comecei a me lembrar de Alzira: Ela ainda está lá do lado da nossa casa no Rio, viva e presa naquela cama. Nossa vizinha é um bom exemplo do que a falta de amor faz, ou ele em excesso nas coisas erradas, afinal amar ela amava, pena que era apenas o dinheiro.

Durante os anos em que Lucas fez a sua faculdade e eu a minha, foi complicado pra gente... Sentia falta dele na hora de dormir, meu marido chegava tarde e, como eu acordava cedo para ir estudar, acabava indo dormindo com as galinhas. Tivemos muitos motivos para brigar, e brigamos, também tínhamos várias razões para ficar bravos um com o outro, e ficamos, mas isso foi apenas uma marolinha no nosso mar, não um tsunami. Nosso barco chacoalhou um pouco, mas continuou atracado no mesmo lugar, afinal o amor que temos um pelo outro é a melhor âncora de todas.

Nossa vida a dois foi uma intensa transformação, e se resume bem em 7 palavras: Amizade, carinho, desejo, amor, família, perdão e força... Isso é tudo que precisamos ter para continuar sempre seguindo essa estrada maluca e, cheia de percalços que chamamos de vida.

Costumo pensar que alguns de nossos problemas não foram normais... São poucas as pessoas que tiveram seus filhos sequestrados por assassinos de alugueis, ou que foram atrás de uma bandida em outro país, mas a anormalidade também parece uma coisa comum pra gente. É até fácil de lidar com ela, Lucas me ajuda! De monotonia não posso reclamar...

Me recordo da minha depressão, aquela foi uma época difícil, pensei que não ia conseguir sair daquilo, na verdade não tinha forças para continuar. Mas daí meu marido me deu a sua, e isso era o que eu precisava! O meu corpo ficou mais leve, os passos mais rápidos, e o fim do poço apareceu na minha frente.

Vejo que Lucas está me encarando, então percebo que fiquei um bom tempo distraída com meus pensamentos.
JL: Em que mundo você estava? - No nosso...– Vamos tirar essas fotos logo, tá todo mundo pronto!

Caminhamos até nossos tronos e toda a família de meu marido vem para perto da gente.

Na primeira foto que tiramos aqui, meus filhos ficaram sentados em meu colo, eles ainda eram crianças, João Eduardo um bebe, mas hoje os três estão de pé, Alfredo ao lado do pai, Marta e Dudu do meu. Minha sogra está no meio de nós, junto de José Alfredo, e os irmãos de Lucas aqui presentes ficaram atrás de nossas cadeiras.

Aqui é um pouco mas elevado, consigo ver todos da festa. A maioria dos convidados nos olham e prestam atenção no que fazemos... Daqui de cima vejo meus pais, eles estão juntos e me olham.

Fábio acena pra mim e, eu retribuo o gesto.
JA: Tire outra! - José Alfredo fala para o fotógrafo. - A Eduarda saiu com a mão erguida...

Nem havia notado que os flashs tinham começado.

Assim que tiramos outra foto, vejo que será uma longa seção. Meu sogro pediu para que tirássemos mais uma, só com nós 5: Lucas, eu e nossos 3 filhos.

Nessa, não sei ao certo o porquê, senti vontade de lhe dar a mão e eternizei o encontro de dois membros que parecem ter nascido para ficar grudados.
A: Ai que saco... - Meu filho reclama.
M: Eu entendo seu tédio, deve ser difícil tirar fotos quando se é feio... - Marta o provoca.

O amor de irmãos deles é estranho, mas ainda assim é amor.

Os gêmeos, principalmente minha filha, ainda se provocam muito, mas no fundo não conseguem passar nem um dia sem se falar. João Eduardo é o xodó dos dois, ele na infância virou o brinquedo favorito de meus filhos mais velhos e, até hoje se dão bem.
F: Pronto, agora uma só do casal... - O fotógrafo diz.

Ainda de mãos dadas, assim como deve ser, olhamos para câmera e sorrimos. A verdade é que é muito fácil fazer isso perto dele...

O amor não é sinônimo de felicidade, muitas vezes faz sofrer. Durante esses quase 17 anos de casados, tivemos muitos motivos para desistir um do outro, ele me decepcionou algumas vezes, assim como eu a ele. Sofri por algumas de suas atitudes, tive medo de perde-lo em determinados momentos e as vezes pareceu que ficaria mais fácil se Lucas não estivesse a meu lado...

Se nós nunca tivéssemos nos conhecido eu teria evitado vários problemas... Não ia ter entrado em depressão, meus filhos não seriam sequestrados (na verdade nem existiriam), eu jamais passaria pela sensação de vê-lo numa cama de hospital e não teria derramado tantas lágrimas... No entanto, só o pensamento de não o conhecer me apavora, por algumas pessoas vale a pena sofrer, e por João Lucas eu passaria tudo de novo.

Minha mão é apertada e então ele me puxa para levantar.
JL: Acabou... - Meu esposo diz, se referindo as fotos.

Eu me levanto do trono e me aproximo se sua boca.
Du: Tu acha que teria sido mais fácil se nós nunca tivéssemos nos conhecido?
JL: Não... Por que está perguntando isso?
Du: Porque pelo menos pra mim seria, mas mesmo assim eu não suporto nem pensar em uma vida sem sentir seus beijos!

Ele que estava de pé na frente de sua cadeira, se assusta quando recebe um impulsivo e inesperado beijo meu, mas não demora a corresponder. Estamos na frente de todos, as pessoas com certeza nos olham, mas não ligo, só quero continuar a fazer isso. Quando senti seu gosto pela primeira vez, só tive a confirmação do que já sabia: Ele é o que eu quero todo dia! A minha língua dentro da sua boca, a dele na minha, sua mão apertando minha nuca, eu passando os dedos por seu braço, isso é uma coisa impossível de enjoar.

Quando afastamos nossas bocas, uma enxurrada de palmas começa.

"Creio que nos acharam fofos, será que nos shippam?"– Sorriu.

Fico um pouco envergonhada e depois de alguns segundos de palmas Lucas pede silêncio.
JL: Eu gostaria de fazer um discurso...

Olho para baixo e vejo João Eduarda já fazendo cara de tédio, seus irmãos estão ao lado dele.
JL: Hoje é aniversário da Império... Essa empresa que durante 10 anos eu venho comandando junto com a minha família! Nessa década que se passou, foi tudo muito difícil, em alguns momentos eu acabava sobrecarregado, ficava estressado com a quantidade de afazeres e problemas e, ainda tive a brilhante ideia de me matricular na faculdade. - Alguns convidados riem. - Então, durante anos foi bem complicado pra mim e para minha esposa! Eu ficava com medo dela se acostumar a ir dormir sem ter a minha presença na cama, e também do seu amor diminuir... Mas isso felizmente não ocorreu, pois ela me quer tanto quanto eu a quero! Há alguns minutos atrás a minha esposa perguntou se a vida seria mais fácil se eu não a conhecesse... Respondi que não, pois sei que só tenho uma vida graças a ela! Quem me conheceu no passado, a uns 17 anos atrás, sabe como eu vivia! Um dia iria acabar dentro de uma vala! Mas a Eduarda nunca desistiu de mim, a Du me esperou mesmo quando eu não pedi ou prometi nada a ela! Hoje eu estou muito feliz, amanhã pode acontecer alguma coisa e esse sorriso será substituído por tristeza, mas sei que se a minha mulher continuar assim comigo... - Ele ergue nossas mãos, elas ainda estão juntas. - Tudo vai acabar ficando bem! Então agora eu peço um brinde, não só ao aniversário da empresa, como também a minha esposa, pois devo a ela estar aqui hoje!

Quem não tinha uma taça de champanhe em mãos a pegou com os garçons, todos a ergueram e dedicaram aquilo a mim.
JA: Viva ao Lucas e a Du, LucaDu! - Meu sogro ri e faz todos brindarem novamente.

Desço para junto dos convidados e vários vem falar com a gente.

Estou me segurando para não chorar, pois hoje é um dia de alegria, não de lágrimas.

Quero rir, beber, e não me preocupar com o amanhã.

O discurso dele foi lindo, sincero e, veio do coração.

Amanhã será outro dia, não terá mais festa nem elogios para ouvir.

Mas ainda assim estou feliz, vivi mais algumas horas incríveis.

Não queria que isso acabasse, mas infelizmente terá um fim...

Porém, com certeza guardarei o dia de hoje na memória, é impossível esquecer as coisas que nos fazem ou fizeram bem...

Talvez quando eu estiver bem velhinha e, com Lucas sentado a meu lado numa cadeira de balanço, vou lembrar da nossa história... Pode acontecer de eu chorar, rir, sofrer ou comemorar, mas ainda assim vão ser lembranças incríveis que vou querer cultivar...

Queria dizer que estaremos juntos para sempre, que nosso nome ficará grudado formando um só, mas não posso afirmar isso, com certeza um dia chegará nosso fim, um irá primeiro, o outro depois, acontecerá...

Love is a funny thing: O amor é uma coisa engraçada.

Fica comigo então, não me abandona não.

Miss You Love: Sinto sua falta, amor.

Todas essas são trechos de músicas que fizeram e vão fazer parte da nossa vida.

As horas vão passando, o sol é substituído pela lua e os últimos convidados vão embora.

Caminhamos rumo ao carro, e nossos filhos nos seguem.

Ele está cansado, eu estou cansada, mas nós dois nos encontramos felizes, afinal passamos mais um dia juntos.
JL: Eu te amo Eduarda... - Ele sempre diz isso, mas o de hoje parece especial.
Du: Eu também te amo Lucas... - Respondo, apertando sua mão.

Todos entram no automóvel e eu começo a dirigir. O dia maravilhoso que tivemos realmente está acabando... Temos uma longa estrada pela frente, em todos os sentidos, mas eu não poderia estar em melhor companhia. Ainda vão ter muitas curvas, buracos e lombadas, mas um sorriso continuará no meu rosto, pois só estou voltando porque um dia sai.

Não existe chegada sem partida.

Nunca haverá um fim sem começo,

Nem um adeus sem um primeiro Oi.

Tudo se inicia e se encerra,

Essa é a lei da vida e das coisas, é como tem que ser...

Fim...


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Notas finais do capítulo

Eu sinto várias coisas agora: Tristeza, porque finais sempre doem, mas também alegria por ter conseguido acabar e principalmente orgulho de mim por um dia ter tido a coragem de começar... Monique ( você me perguntou uma vez, se não me engano no dia 4 de dezembro, se eu escrevia contos... Eu disse que ia tentar e estou aqui até hoje, e você me acompanhou também, um obrigada especial a você!) Nat, Marias, Laís, Ligia, Paloma, Joyce, Day, Re, Ke, Roberta, Leticia, Carol, Evie, as minhas xarás Anas, e a todos que acompanharam a fic: OBRIGADA