Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 58
Capítulo 58: Separação?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, amanha vai ter uma pequena passagem de tempo na fic. Deixem seus comentários. :)



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Por João Lucas

Ouvi a palavra saindo de sua boca, mais ainda não acreditei. Divorcio? Como assim... Eu nunca vou me separar da Eduarda, não á motivos pra isso, eu a amo e ela me ama também.

Du está tão pálida, parece muito triste... Entendo que ela esteja decepcionada comigo, mas isso já é demais. Se nos separarmos, nós dois sofreríamos, e nossos filhos também.
JL: Você só pode estar brincando... - É o que digo.
Du: Eu pareço estar brincando? - A olho fixamente, e vejo que não. Eduarda fala sério. Ela está brava comigo, mas o pior é que não encontro é só raiva em seus olhos. Há também tristeza neles...
JL: Caramba, é por causa da foto? O nome dela é Luana, ela é freira... Acredita em mim! Nunca te trairia, te amo demais, você sabe!
Du: Não é só por isso, eu...
JL: Já pedi desculpas pelo que falei. Sei que foi errado, mas saiu sem querer. Também ta doendo muito em mim perda do nosso filho... - Lágrimas descem de meus olhos. Nunca imaginei que algumas palavras pudessem ser tão destrutivas.
Du: Lucas... - Ela fala meu nome calmamente, enquanto se senta na cama. - Eu te amo muito, mas não aguento mais. Não é só pelo que aconteceu agora, é por tudo que a gente passou! Eu já perdi as contas de quantas vezes viemos nesse lugar.
JL: É... Estava até pensando em comprar um quarto pra gente aqui! - Tento faze-la sorrir, mas ela continua me encarando com o mesmo olhar triste.
Du: Eu to falando sério... - Eduarda respira fundo e continua. - Desde que estamos juntos, a coisa que mais temos feito é sofrer. As nossas lágrimas dariam pra encher o sistema Cantareira inteiro.

Me permito sorrir, mas ela não. Se fez uma piada, foi sem intenção.
JL: Meu amor, eu também não entendo porque tudo é tão difícil. Só sei que ao seu lado enfrento tudo. Sofrimento maior é ficar longe de você, não poder te abraçar, proteger, beijar... - Falo me aproximando de sua boca.

Quando ia beija-la, Eduarda vira o rosto.
Du: Você pode se consolar com aquela moça da foto...
JL: Meu Deus! - Grito. - Já falei que ela é uma amiga, a garota vive num convento, não aconteceu nada! Você podia confiar em mim, né? - Eu me aproximo de Du, e começo a falar olhando diretamente em seus olhos. - Você me conhece como ninguém. Vê se eu to mentindo...
Du: Não sei mais se te conheço. Você já me enganou e eu não percebi...
JL: Eu? Quando... - Me lembro da história do anticoncepcional, e respiro fundo para não brigar com ela. Isso já faz muito tempo, pra que desenterrar essa história?! - Pensei que tu já havia me perdoado...
Du: Pensou certo. Acontece que perdoar é uma coisa, esquecer é outra! Eu não tenho mais certeza se sei quando você é sincero comigo...
JL: O problema é esse? Beleza, eu dou um jeito de provar... Vou buscar a Luana em Veneza, trago pro Brasil, sei lá...
Du: E o que você vai fazer sobre o que me disse? Palavras não são objetos, quando você as lança contra alguém, elas também machucam, porém não podem ser recolhidas depois... O que foi dito, não pode ser simplesmente desdito

Me sento no sofá, alguns poucos metros longe dela, e tento me acalmar.
JL: Ainda não entendi porque você ta fazendo isso...
Du: Os últimos acontecimentos foram a gota d'água. Não quero mais sofrer... - Não estou a olhando, mas percebo por sua voz que Eduarda chora.
JL: Então tu quer dizer que se nos separarmos, os problemas acabam? É isso que você quer? Fugir, jogar tudo pro alto... Tudo isso por medo?
Du: Não é medo, eu só...
JL: Tem certeza que isso não é uma desculpa... Fala a verdade, diz que não me ama mais e pronto! - A encaro, um pouco nervoso.
Du: Se tem alguém que não me ama mais aqui é você. Se amasse não me acusaria, nem estaria falando comigo assim.
JL: Eu estou bravo... E sabe por que?
Du: Por que está acostumado com as coisas sempre saindo do seu jeito... - Ela responde.
JL: Não Du, é porque eu nunca nem pensaria na hipótese de me separar de você. Mesmo com todos os problemas que enfrentamos, eu me sinto bem só de estar ao seu lado. Do jeito que você fala, parece que eu só te fiz sofrer. E os momentos bons que passamos juntos? Não vale mais nada? Tu vai jogar tudo no lixo assim? - Respiro fundo e continuo. - Antes de sermos marido e mulher, somos amigos, companheiros... Não sei mais viver sem você, e tu também não vive sem mim.
Du: Você vai aprender e eu também...
JL: Não vou ficar me humilhando, me jogando aos seus pés...
Du: Mas eu não quero isso.
JL: Então é assim? Você vai jogar fora anos de amizade, de cumplicidade, de amor, só por que eu errei um pouco contigo? Tu também erra comigo, nem por isso desisti de você...
Du: A gente tem dois filhos, vamos ter que nos entender... Quem sabe não podemos ser amigos de novo!

Começo a rir, aquilo só pode ser uma piada.
JL: Eu não quero ser seu amigo! Não só isso...
Du: Se você prefere assim... - Ela abaixa sua cabeça e fica olhando para suas mãos. Eduarda está sofrendo também, então por que faz isso? - A gente precisa de um advogado... Decidir como vai ser a guarda dos nossos filhos.
JL: Não precisa! Vamos continuar morando juntos...
Du: Lucas, não vai rolar...
JL: Du, eu não vou sair da minha casa. Não quero ficar longe dos meus filhos. E tu também não vai sair, até porque não tem pra onde ir... Para casa dos seus pais que você não pode voltar.
Du: Vai jogar na minha cara que eu dependo de você?
JL: Han? - Essa não era minha intenção. - Claro que não Du, eu nem pensei nisso...
Du: Mas deveria, porque é a mais pura verdade. - Eduarda começa a chorar. - Ta na hora de eu ser alguém nessa vida...

Confesso que estava um pouco bravo com Du, não consigo aceitar que ela queira se separar de mim. Porém, quando a vejo naquele estado, me desarmo inteiro. Não sei lidar com o amor da minha vida sofrendo.
JL: Não chora, por favor... É claro que você é alguém. Tu é a Eduarda, a mulher mais legal que eu conheço, a mais bonita, a melhor no vídeo game...
Du: Isso é o que você pensa... Na verdade eu só sou uma mulher insegura, carente, que não tem nenhum dom, nenhuma habilidade. Nem nome eu tenho!
JL: Que?
Du: O Teó publicou uma foto minha voltando de Veneza sozinha... Quando eu vi, fiquei com raiva, mas depois, quando li a matéria me senti triste. Percebi que não sou ninguém alem de sua esposa. Não estava escrito meu nome na notícia, apenas "a esposa do caçula do comendador" eu quero ser mais que isso...
JL: Mas precisa estar separa de mim? Você nunca se importou com isso Eduarda...
Du: To me importando agora!
JL: Sabe o que eu acho? Você ta mal, ainda está brava, achando que te traí... Vou dar um tempo para você pensar certinho. Decidir se é isso que realmente quer!
Du: Não preci...
JL: Precisa sim! - Vou em direção a porta, e digo: - Eu vou ir conversar com o médico, ver quando você tem alta... - Faço uma pausa, perguntar isso vai doer muito. - Tu ainda quer que eu saia de casa?
Du: Quero... - Ela não diz isso com muita convicção, e isso consegue me deixar um pouca mais feliz.
JL: Ok, pelo menos por alguns dias eu vou sair de casa. Pra você pensar, refletir no que quer...
Du: Obrigada.

Saiu do quarto e, ao fechar a porta desabo. Me agacho no chão e começo a chorar.
JL: Que merda... - Sussurro.
Dr: Tá tudo bem? - Olho para cima e vejo o médico de Eduarda, me levanto do chão e tendo esconder minhas lágrimas. - Eu vi que o senhor estava chorando. Não tem nada de errado com isso, é difícil perder um filho...
JL: Se fosse só isso... - Me permito chorar. - Ta complicado as coisas!
Dr: O seu nome é João Lucas, certo?
JL: Sim, sim. E o do doutor?
Dr: Carlos, pode me chamar só assim... Quero falar um pouco com você. - Ele olha em seu relógio se pulso e diz: - Está na hora do meu café, me acompanha?
JL: Lógico!

Vamos até a lanchonete, e fazemos o pedido. Rapidamente o café de Carlos, e o meu cappuccino chegam.
Dr: Eu sou médico, a ética não me permite entrar nos assuntos pessoais dos meus pacientes, mas eu tenho que dizer uma coisa.
JL: Pode falar... - Digo, começando a ficar preocupado.
Dr: Eu acesso o blog do Téo... - Novidade, todo mundo lê essa porcaria. - Vi as últimas notícias publicadas por ele...
JL: É tudo mentira, um mal entendido!
Dr: Tudo bem, você não me deve explicações. O problema é que sua esposa acabou de perder um filho, isso é terrível para uma mulher. Muitas pacientes minhas ficam depressivas depois disso, e a Eduarda parece estar bem deprimida...
JL: Você acha que ela pode entrar em depressão?
Dr: Agora é muito cedo para dizer. Por enquanto é normal que ela se sinta triste, insegura, com vontade de chorar... Mas se continuar assim, recomendo que você procure um médico psiquiatra.
JL: Era só o que faltava... - Seria azar demais, mas não duvido da capacidade da nossa falta de sorte.
Dr: Espero que ela fique bem logo, que seja só coisa da minha cabeça... Mas meu rapaz, você tem que ser forte, ok? Estar do lado dela!

É claro que quero estar ao lado dela, mas e se Eduarda não me quiser por perto? Como faria para ajuda-la?
Dr: É por minha conta, ok? - Carlos se levanta de mesa. - Eu tenho que voltar ao trabalho...
JL: Ok.. - Sorriu. - Só uma pergunta, quando a Du tem alta?
Dr: Se ela estiver bem, amanha mesmo!
JL: Obrigada...

Nos despedimos e ele paga a conta. Como eu ainda não tinha acabado meu cappuccino, fico sentado sozinho na mesa o bebendo.

Não quero causar mais nenhum tipo de sofrimento para Eduarda, prefiro ficar longe, mas sabendo que ela está bem. Se Du não me quer por perto, decido que vou acatar sua vontade. Claro que isso vai doer muito, mas não posso deixa-la pensar que só faço o que quero. Não sou mimado.... Amanha mesmo saiu de casa.

Volto para o quarto de Eduarda, e ela parece estar dormindo.

Me baixo até Du e, dou em leve selinho em sua boca.

Ela realmente dorme, se fosse fingimento desviaria nossas bocas.
JL: Não importa se não morarmos mais na mesma casa. Tudo bem se você não tiver mais meu sobrenome... Tu vai ser sempre minha esposa e eu vou ser sempre o seu marido. Dizem que o que Deus uniu, o homem não separa. Pois é Du, foi ele que juntou a gente, nossa história de amor não vai acabar assim, tenho certeza. - Estou falando o mais baixo possível, mas no fundo tenho esperanças de que ela acorde e escute. - Essa fase ruim do jogo vai passar, a gente vai chegar num nível fácil, e felizmente esse game só se joga de dois. - Acaricio sua cabeça. - Minha cabelo de fogo, minha marrenta, minha... Só minha!

Ela parece tão frágil, tão desprotegida... Quero a abraçar, a livrar de todos os perigos...

Eu não acho que se nos afastarmos, ou até mesmo nos separarmos, será bom. Muito pelo contrário, aposto que só faria mais lágrimas descerem de nossos rostos. Porém, não vou mais discutir.

Olho para minha aliança: Nunca seria capaz de tira-la de meu dedo. Já faz parte de mim, de quem eu sou...

Agora só me resta uma coisa: Provar para Eduarda que nascemos pra ficar juntos, que eu nunca a traí, e que mereço o seu perdão. Vou fazer por merecer e, se depender de mim, Du continuará sendo uma Medeiros de Mendonça e Albuquerque. Só espero que ela colabore.


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Notas finais do capítulo

Eae, o que acharam? :)
Se quiserem me deixar dicas, opiniões e sugestões, ficaria muito feliz! :)



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