Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 40
Perda da confiança


Notas iniciais do capítulo

Ual, já chegamos na fic 40! Como passou depressa... 40 dias escrevendo quase que diariamente!



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Por João Lucas

Estou na empresa, no meu escritório... assino alguns documentos e tento prestar atenção no que estou lendo, mas não consigo.
Minha cabeça está em casa, em Eduarda! Mais precisamente na noite de ontem.

Antes de fazermos amor, Du me disse algumas coisas que me fizeram pensar...

Não é certo o que estou fazendo com ela.

Mesmo que eu queira muito mais um filho, não posso tomar essa decisão sozinho. Não é só a minha vida, é a dela também!

Chega de brincar de Deus!

Não posso mais fazer isso com ela. Além disso, se Du não engravidou até agora, não engravidará mais... "Acho que não sou tão fértil assim!" Esse pensamento me deixa chateado...

A porta se abre, e é minha irmã Clara que veio falar comigo.
MC: Maninho, finalmente voltou! - Diz vindo me dar um abraço - Estava com saudades de conversar com você nas horas vagas!
JL: Também estava... - Digo, sem disfarçar minha preocupação.
MC: Que cara é essa Lucas? Algum problema? - Diz olhando pros papéis em cima de minha mesa.
JL: Alguns, mas não tem nada a ver com a empresa... Só acho que estou fazendo uma coisa errada com a Du...
MC: Se está, então para de fazer, né Lucas! - Diz me encarando - Não me diz que você traiu a Eduar...
JL: Claro que não! - A interrompo - Nunca! Só andei pisando na bola... Mas você tem razão! Se eu estou errando, e sei disso, não há motivos pra continuar a errar! - Digo lhe lançando um sorriso.
MC: Isso mesmo! - Diz, vindo com sua mão em direção a minhas bochechas, e as apertando. - Meu maninho virou adulto!

Tiro suas mãos de meu rosto e começo a rir. Minha irmã volta ao trabalho e eu continuo com meus pensamentos.

O anticoncepcional de Du, o que eu havia trocado, acabou. Não vou trocar de novo, vou deixa-la tomar o certo... Na verdade, eu já havia decidido não troca-lo novamente a um bom tempo. Não deve ser certo tomar um remédio sem estar doente, e a Eduarda não precisava daquilo, não daqueles comprimidos... Deus me livre a Du ter algum efeito colateral por minha culpa, ia me sentir mal pro resto da vida.

Ontem mesmo coloquei meu novo plano em prática. Na verdade não tinha muita certeza que ia dar certo, até agora não entendi como ela não percebeu que a camisinha estava furada.

Acho que estou parando na hora certa. Tive sorte ontem, mas um dia ela ia perceber.

Olho no relógio e são apenas 2 horas da tarde. Ainda tenho um bom tempo de expediente.

Espero que acabe logo. Quero passar na farmácia, comprar novos preservativos, jogar os outros fora, e ficar com minha consciência tranquila!

(algumas horas depois... )

Finalmente acabou. Não aguentava mais!

Me despeço de meus irmão e de minha mãe e vou pegar meu carro.

Passo em uma farmácia que fica perto da empresa, e acabo ficando um pouco tímido na hora de pagar tantos preservativos. O homem que me atende dá um risinho enquanto faz a conta.

Chego em casa e coloco a sacola escondida dentro do terno. Se Eduarda ver, vai desconfiar...

Quando abro a porta da sala, encontro Carmem e meu pai brincando com os bebes.
JA: E então, como foi o dia na empresa?
JL: Cansativo, estressante... Mas e aqui? Como foi o dia? - Falo me sentando ao seu lado no sofá e pegando meu filho no colo.
JA: Estranho... Quer dizer, não fiquei o dia todo, cheguei a algumas horas atrás, mas o clima não parece bom!
JL: Como assim? - Pergunto. Olho para Carmem, que estava com Martinha no colo, e falo: - Aconteceu alguma coisa?
C: Ah, sei lá... Dona Eduarda ficou o dia trancada no quarto, nem almoçar almoçou! Só ficou com os bebes cedo!
JL: Mas tá tudo bem com ela? Ninguém foi ver se aconteceu alguma coisa?
C: A Ana que estava lá com ela cedo, só disse que a Dona Du chorou...

"Chorou? Mais por quê?" Pergunto a mim mesmo.

Vou em direção as escadas e algumas ideias me ocorrem.

Talvez esteja grávida, tenha descobrido hoje... Pode estar com medo de me contar, sei lá!

Uma certa ansiedade começa a surgir em mim e começo a andar mais rápido. Quase corro!

Abro a porta de nossa suite, que estava só encostada, e encontro Eduarda sentada na cama olhando para suas mãos.

Ela está com os olhos vermelhos e sua cara não é muito boa.
JL: Ta tudo bem, amor? - Falo quase sussurrando.

Há um silêncio no quarto, que dura um pouco mais de 5 segundos, e Du pergunta:
Du: Eu tenho cara de idiota? - Diz ,finalmente me olhando.
JL: Como assim? - Falo me sentando ao seu lado na cama.
Du: Nem precisa responder, eu sei que tenho. Se não tivesse tu não faria isso comigo!
JL: Eu não estou entendendo...
Du: Não tá entendendo?! - Grita - Além de egoísta, você é burro, Lucas? - Encaro os olhos de Du, e vejo muita raiva neles - Por que você fez isso comigo? Será que é tão difícil assim pensar nos meus sentimentos também? - Diz se levantando e me encarando de cima.

Começo a entender. Ela descobriu... Mas como?
JL: Meu amor, eu não... - Falo ficando de pé.
Du: Não me chama de meu amor! - Ela ainda está gritando - Não sou seu amor. Eu sou sua máquina de fazer filho, né?
JL: Não diz isso, eu te amo! Sei que errei mas...
Du: Então você sabia que estava errado, e mesmo assim fez? Então além de uma atitude egoísta, foi também cruel! Eu achando que tu estava me desejando mais, que eu estava mais bonita.. Mas no fundo, você só queria me colocar um filho e pronto! Tu me usou de um jeito inaceitável Lucas, como pode trocar meus remédios, furar as camisinhas. É muito egoísmo isso! Não é amor...
JL: Não fala isso Eduarda. Claro que te amo, que te desejo... Eu me arrependi! Percebi meu erro.. - Digo tirando a sacola do meu terno - Olha, comprei novos preservativos...
Du: E porque eles estão escondidos aí? Se você se arrependeu, não deveria falar a verdade?! Não ia me pedir desculpas? - Fala me encarando friamente - Tu ia esconder né?! Fingir que nada aconteceu... E então Lucas, o que mais você me esconde?
JL: Eu não ia falar pra evitar uma briga desnecessária, e é lógico que não te escondo mais nada!
Du: E como eu vou ter certeza disso? Eu não confio em você, não vou conseguir fazer isso nunca mais! Você quer ter três filhos? Por quê? Pra parecer com teu pai? - Diz irônica - Lembra da Cristina, tem que ter um bastardo também! Mas sei lá, quem me garante que você já não esta providenciando isso...
JL: Eduarda, para de doideira. Eu pisei na bola com você, mas nunca te trai, nem trairei!
Du: Claro que traiu! - grita ainda mais alto - Traiu a minha confiança, o meu amor por você!
JL: Tenta falar mais baixo, os empregados devem estar ouvindo...
Du: Eu quero que se explodam todos! Não to nem aí! Quem ta errado aqui é você... Só você... - Eduarda para de gritar. Sua voz está falhando, ela está começando a chorar.

Um choro desesperado, de medo e tristeza sai de sua boca.

Chego mais perto, e tendo abraça-la. Du me dá um tapa no rosto, e diz:
Du: Não me toca! Não chega perto de mim...

Coloco a mão no rosto, que está quente, e tendo não perder a calma.
JL: Você está exagerando, eu errei, mas não matei ninguém.. Caramba, não acaba com a nossa história por uma bobagem dessas!
Du: Bobagem, Lucas? Você acha que a perda da confiança em um relacionamento é bobagem? Como que eu vou me deitar com você, sabendo que tu pode estar armando alguma coisa pra me engravidar... Como eu vou ter certeza que você sai de casa pra ir trabalhar e não pra casa de uma amante?! Por que quando mente uma vez, mente sempre! Sobre tudo...
JL: Eu juro por tudo de mais sagrado, pela vida dos nossos filhos, eu nunca mais vou mentir pra você! Não vou te enganar de nenhuma forma...
Du: Sabe... - Diz, enxugando as lágrimas que não paravam de descer de seus olhos - Eu sempre tive medo de alguém estragar nosso relacionamento. Medo da Ísis, da Priscila, do Rodrigo... Até da sua mãe! Mas no final, quem estragou tudo foi você!

Os olhos vermelhos de Du me encarando quebram meu coração. Começo a chorar também, e digo com a voz toda embargada.
JL: Não fala assim... Vamos dar um jeito de concertar, não joga fora tudo que vivemos!
Du: Eu não sei se tem jeito Lucas! Ontem mesmo tu me disse que amar não é só pensar em si mesmo... E o que você fez, tu pensou em mim?
JL: Eu achei que você ficaria feliz depois que soubesse, sei lá onde eu estava com a cabeça!
Du: Imagina mais uma criança? A minha vida já está parada por causa dos nossos filhos, não que eu esteja reclamando, eu os amo... Mas não posso parar de novo. Eu sou muito nova, preciso viver um pouco!
JL: Eu sei, me desculpa... Perdão! - Falo indo lhe abraçar.

Eduarda tenta se esquivar de mim, mas eu sou mais forte. Eu lhe seguro, e dou um abraço apertado.
JL: Me perdoa, por favor... Por nossos filhos! Me perdoa - Falo em seu ouvido.

Ela para de relutar e me deixa ficar abraçado ao seu corpo por mais alguns segundos. A solto e com uma mão seguro seu pescoço, e com a outra enxugo suas lágrimas.
Du: Não sei se quero te perdoar... Não confio mais em você! - Diz sem me olhar.

Ficamos em silêncio por alguns segundos e eu vou colocando minhas mãos lentamente em sua cabeça, a seguro e puxo para me beijar.

Mais uma vez ela se debate e tenta se afastar de mim. Com o tempo, porém, se derrete em meus braços, do jeito que só uma mulher apaixonada consegue fazer.

Nossas bocas em um encontro desesperado se movem em movimentos rápidos. Minha língua invade sua boca, e a dela também a minha.

Não quero parar esse beijo, não sei o que vai acontecer depois. Não quero que ela saia de meus braços, que seus lábios se afastem do meu... Mais infelizmente, o oxigênio nos falta.

Nós nos afastamos um do outro, respiramos e eu tento a beijar novamente.
Du: Não, para! - Diz dando alguns passos para trás - Você não vai me seduzir, fazer o que quer de mim... Tu sabe que eu te amo, né? Que não consigo resistir ao seus beijos... - Diz enxugando seu rosto, que novamente está molhado por lágrimas.
JL: Você não resiste a mim, assim como eu não resisto a você!
Du: Mas não vai ser me dando uns pegas que eu vou te perdoar!
JL: Du.. - Choro novamente - Que drama! Errei? Errei! Sei disso. Mas tenta entender, as vezes sou um idiota, vacilo... Será que você não consegue me perdoar? - Grito - Que droga de amor é esse?!
Du: Não sei! - grita também. - Preciso de um tempo pra pensar, de um tempo de você...
JL: Não Du... Esse negócio de tempo não, por favor! - Imploro - Nunca dá certo! Esse tal "tempo" acaba virando "tchau pra sempre"
Du: Mas eu preciso! Não quero dormir com você mais, não quero acordar e receber um bom dia seu...
JL: Tem certeza que tu não ta usando a minha mancada como uma desculpa pra ir embora? Pra se afastar das responsabilidades...
Du: Que? Como assim Lucas? Você ta querendo inverter as coisas...
JL: Tu nunca quis ser mãe! Até pensou em abortar nossos filhos. Será que não está usando essa história pra poder pular fora? E aí Eduarda, cansou de brincar de casinha?
Du: Cansei sim! Mas cansei de brincar com você... - Diz ríspida. - Caramba, tu só está piorando as coisas!
JL: É que você parece estar querendo se livrar de mim, sair fora dessa vida de adulto.
Du: Tu que está distorcendo as coisas. Eu não to pulando fora, você que vai!
JL: Que? - Pergunto.
Du: É isso mesmo que você ouviu. Eu arrumei suas malas, estão no closet!
JL: Você quer que eu vá embora? Que saia da minha própria casa?!
Du: Se você ficar aqui vai ser pior. Preciso ter saudades, avaliar se você é realmente essencial na minha vida!
JL: Por que se eu não for, tu me descarta, né?! Como se eu fosse um lixo!
Du: A cada frase que trocamos, a situação fica pior! É melhor pararmos...

Ela tem razão.

Estamos dizendo coisas que não queríamos dizer.

Eduarda está nervosa, eu estou nervoso.

Mas uma coisa é certa: Eu não me imagino sem Du, sem ver seu rosto todos os dias de manha...

Não consigo conviver com a ideia dela não ser mais minha. Não suporto o fato dela estar brava, ou melhor, irada comigo. Não sei o que vou fazer, mas preciso dar um jeito na nossa relação.

Confiança é um copo de vidro que quando se é quebrada, não tem concerto.

Eduarda não confia mais em mim.

Preciso lhe dar um copo novo!


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Notas finais do capítulo

Sabe... Quando eu fui escrever no perfil do fanfiction "Quem sou eu" respondi: "Descubra por meio de minhas letras, palavras e linhas.
Por trás de toda história, a principal protagonista, é sempre quem escreve."
Hoje lendo minhas fic, percebo que sou uma pessoa extremamente dramática. ( e exagerada)
Meu Deus! haha
Mas enfim, espero que gostem! Deixem suas opiniões... Ainda não decidi se ela está grávida, ou não. Me ajudem com isso!