Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 32
A única coisa boa de brigar.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Espero que gostem! :)



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Por João Lucas

A mais de 260 km por hora, a única coisa que consigo pensar é na cena que vi mais cedo. Minha esposa beijando outro cara... Não consigo acreditar que Eduarda fez isso comigo. Já está anoitecendo, não tenho a minima vontade de voltar pra casa. Não quero ver a Du, não quero conversar com ela! Não agora. Primeiro preciso entender o que aconteceu, o que estou sentindo... Não é só ciumes, é raiva, é medo!

Eduarda nunca me falou daquele cara... Só de imaginar que ela ficou com ele, que o beijou, e sei lá mais o que, meu sangue ferve e tenho vontade de mata-lo! O que ele disse fica martelando em minha mente. "Ela só ficou comigo porque sou rico?" Não, ela me ama! Eu sei disso...

Minha cabeça está uma bagunça.

Quando eu fico cansado de dirigir paro meu carro no acostamento. Olho pro lado e percebo que estou perto da praia. Nem notei o caminho que estava fazendo... Meu inconsciente que me trouxe até aqui.

Tranco as portas do presente de Eduarda, guardando a chave no bolso e caminho em direção a areia.

Apesar de já ser noite, ainda tem muitas pessoas na praia. Muitas famílias... Com o calor que faz no Rio de Janeiro, isso não me espanta.

Observo um casal brincando com seus filhos e isso me entristece. Não sei se estou fazendo a coisa certa, não deveria julgar Eduarda antes dela me explicar o que realmente aconteceu... Talvez seja só um mal entendido! Ela não iria me trair assim na cara dura.

Mas é que eu vi, ele a beijou e ela ficou ali parada, sem reação! Terá gostado do beijo? Talvez isso tenha mexido com Du, sei lá!

Vou até o mar e deixo a água salgada lavar minha alma. Quando volto novamente pra areia, a praia já está praticamente vazia. Devo ter ficado muito tempo lá dentro.

Não sei que horas são e nem posso olhar... Esqueci de tirar meu celular do bolso, ele deve estar estragado agora.

Deito na areia e fico esperando que algo aconteça.

Meus olhos ficam pesados e ali mesmo adormeço.

No outro dia já com um sol forte batendo em meu rosto, me levanto ainda sonolento e fico encarando algumas pessoas caminhando pela praia. Ao perceber que dormi aqui, fico frustrado. No fundo, achei que Eduarda me acharia, que viria me buscar!

Vou até o carro e quando procuro a chave no meu bolso percebo que ela não está mais comigo. A água deve ter levado... Como diria meu pai, que "shit".

Volto para minha casa apé, nem sei quantos quilômetros foram, mas quando chego, estou acabado.

As chaves de casa ficaram no carro, toco a campainha e logo sou atendido por Ana.
A: Meu Deus, senhor Lucas... Até que enfim você apareceu!
JL: Cadê a Eduarda? Ta dormindo? - Digo tirando os sapatos pra entrar. Não quero reclamações por ter sujado o tapete com areia.
A: Quando eu cheguei ela não estava em casa, mas ligou umas mil vezes perguntando se você tinha aparecido por aqui.
JL: Será que ela está me procurando até essa hora? - Digo, começando a sentir remorso.
A: Acho que não, ela ligou da casa da sua mãe, deve estar por lá.

"Então ela nem tentou me achar. Talvez não me ame como antes." É isso que passa por minha cabeça assim que Ana termina a frase.

Subo as escadas e vou para meu quarto, tomo um bom banho, visto uma cueca boxer branca e me deito na cama. Ainda estou com sono.

Adormeço rapidamente e só acordo quando escuto a voz de Eduarda.
Du: Que merda foi essa em, Lucas? Você resolveu virar adolescente de novo?

Olho para Du, esfrego meus olhos, me sento na cama e digo:
JL: To cansadão, tive uma noite péssima. Me deixa dormir que depois conversamos....
Du: Ah, só você que teve uma noite péssima, né? Porque eu dormi maravilhosamente bem... - Ela está claramente sendo irônica - Tive o sono dos deuses, mesmo com meu marido sumido por aí!
JL: Até que não duvido disso, você nem se deu o trabalho de me procurar!
Du: Quer saber? Não procurei mesmo! Não sei se você se lembra, mas nós temos dois filhos. Filhos esses que precisam de mim, da minha atenção. Não posso sair correndo atrás de você só porque tu resolveu surtar! - Ela grita.
JL: Eu que resolvi surtar? Você me trai, beija outro na maior cara dura e ainda quer dar uma de dona da razão?

Nós dois já estamos brigando. Gritando. Certamente nossos vizinhos escutam tudo.
Du: Meus Deus! Eu não te trai, larga de ser louco. Aquele era meu amigo, um ex, ele me beijou e...
JL: E você deixou! - Digo a interrompendo. - Acho que já é de praste você pegar os seus "amigos", né?
Du: Eu sei que você está nervoso, mas não admito que fale assim comigo! - Diz apontado o dedo pra mim. - Cara, meu amor... - Eduarda respira fundo, acho que ela está tentando se acalmar. - Vê se entende, eu fui surpreendida, não estava esperando o beijo. Assim que caiu a fixa eu empurrei ele, você viu!
JL: Então porque você disse pra ele que era solteira, em?
Du: Mas eu não disse isso! Eu só falei que não tinha namorado, não deu tempo de explicar... Caramba, já falei isso pra você. Qual a dificuldade de entender?
JL: O que eu não to entendendo é que quando é comigo, se eu só falar com a Priscila, ou com a Ísis, você morre de ciumes, dai eu te vejo beijando outro cara e tu quer que eu ache isso normal! - Não consigo abaixar meu tom de voz. Ainda estou gritando.

Eduarda se aproxima de mim e tenta me abraçar... Eu não deixo.
Du: Por favor, não faz isso com a gente. - Ela está começando a chorar. - Eu sei que deveria ter falado de cara que sou comprometida, mas é que eu sabia que ele gostava de mim, não queria magoa-lo.
JL: Ah, então você sente alguma coisa por ele, né? Já que não quis magoa-lo!
Du: Só sinto amizade, ele é um cara legal e não merece qu...
JL: Se ele é legal vai ficar com ele então - Digo a interrompendo.
Du: Lucas, você ta parecendo criança! Quem deveria estar brava sou eu. Você deixou eu e nossos filhos sozinhos na casa da sua mãe. Você tem noção da quantidade de explicações que eu tive que dar?

Me sento na cama e colocando os cotovelos sobre minhas cochas seguro meu rosto e tento me acalmar, pensar, refletir... Du se senta ao meu lado e me abraça.
JL: Eu sei que também não agi certo... Mas só de pensar naquele cara te beijando, imaginar que ele ficou com você... Isso já me dá um ódio!
Du: Lucas, todas as vezes que eu fiquei com ele, estava pensando em você. Eu imaginava que meus lábios estavam tocando os seus... Nunca foi o Ricardo, sempre foi tu na minha cabeça!
JL: E você já imaginou muito eu e tu? Já chegou a dormir com ele? - Pergunto a encarando.
Du: Lucas, que tipo de pergunta é essa?
JL: Se você não responder, vou entender que é um sim!
Du: Eu nunca cheguei a dormi com ele, mas se tivesse feito isso seria um problema meu. Você não teria nada a ver com isso, minha vida antes de casar contigo só pertence a mim!
JL: Claro que não, eu preciso saber, vai que ele é pai dos seus filh - Não termino a frase. Me arrependo dela antes de chegar ao ponto final.

Não sei porque falei isso, não tenho nenhuma duvida... Talvez só tenha dito para provocar, não sei! Ainda estou nervoso.

Olho para Du e ela está com os olhos marejados.
Du: Eu não acredito que você me disse isso... - Fala se levantando e indo em direção a porta.
JL: Não, espera! - Me levanto também. - Desculpa, eu não quis dizer isso! Eu só estou nervoso, foi mal...
Du: Foi mal nada Lucas, foi péssimo! Se você disse, é porque essa ideia passou por sua cabeça! Você acha mesmo que eu mentiria pra você? Que te enganaria dessa forma?
JL: Claro que não, eu falei besteira, vamos conversar...
Du: Agora, quem não quer sou eu! - Fala saindo do nosso quarto e entrando no de visitas.

Vou atrás dela mas Eduarda bate a porta na minha cara.
JL: Abre ai Du, por favor. Vamos conversar!

Ela não responde.

Vou para meu quarto e começo a chorar. Tenho certeza que ela está fazendo o mesmo. Depois de algum tempo, não sei quanto, me levanto e resolvo dar uma olhada em meu filhos.

Eu ainda estou só de cuecas, não tenho animo para vestir uma roupa. Vou no quarto dos bebes e não encontro ninguém lá. Eduarda deve ter os deixado na casa de minha mãe.

Volto para minha suite e no corredor encontro meu pai. Ele deve estar chegando agora da casa de Ísis...
JA: Que isso meu filho? Andando pela casa assim, e se a empr... - Ele para de falar ao ver meu olho inchado - Você brigou com alguém? O que aconteceu?

Eu o abraço e choro em seu ombro.

Meu pai me leva para seu quarto e lá lhe explico tudo o que ocorreu no dia de ontem. Quando eu termino de falar, ele diz.
JA: Vocês dois são uns idiotas... Você por ter dito aquilo, e ela por se trancar naquele quarto sem ouvir suas desculpas! - Olho para meu pai, e ele continua - Eu tenho certeza que ela não gosta desse cara, ela ama você meu filho, todo mundo vê isso... Tu não deveria ter saído daquele jeito. Foi uma reação imatura!
JL: Eu fiquei com ciumes, com raiva... Tava confuso, precisava pensar! E outra, eu achei que ela viria atrás de mim, que faríamos as pazes no mesmo dia. Mas não, ela nem me procurou!
JA: Mas ela ta certa. A Eduarda é sua esposa, não sua babá! Não é a mesma garota que te buscava das furadas, agora é uma mulher responsável! - O comendador vê que uma lágrima cai de meu olho e com um tímido sorriso no rosto diz - Para com esse drama meu filho...
JL: É que eu to com medo pai... E se a gente não se entender mais?
JA: É só uma briga, todo casal tem... É até bom! Ajuda a apimentar a relação! - Eu sorriu e meu pai continua a falar. - Dispensarei sua empregada por hoje e vou voltar pra casa da Ísis. Já que os bebes não estão aqui, a casa vai ser só de vocês... Aproveita!

Meu pai desce para falar com Ana, e eu começo a pensar em um jeito de fazer Du abrir a porta pra mim. Marrenta como é, duvido que saia de lá tão cedo.

A casa logo fica vazia. Vou até a porta do quarto onde Du está e tento convence-la a abrir.
Du: Vai embora - É só isso o que ela me diz.

Desço até a sala frustrado, Du não vai abrir aquela porta. O telefone toca e a pessoa por trás da linha é o fiel mordomo de minha mãe.
JL: Oi Silviano, aconteceu alguma coisa?
S: Não Master Lucas, só liguei pra perguntar se está tudo bem. Dona Eduarda disse que viria buscar os bebes mais tarde, e até agora não apareceu...
JL: Mas ta tudo ok com eles? - Digo já ficando preocupado.
S: Está sim, Eduarda deixou tudo certo aqui, as mamadeiras, as fraudas... Só ligo para saber!

Quando Silviano termina de falar, uma ideia vem a cabeça. Sei como farei Du abrir a porta pra mim.
JL: A noite buscamos eles. Eu tenho que desligar.. Até!

Subo as escadas correndo, e agora tenho em mente que preciso ser um bom ator.
JL: Du, pelo amor de Deus, abre a porta, o Silviano ligou... Os bebes! - Digo fingindo desespero.

Em questão de segundos, Eduarda abre a porta.

Ela está com o rímel todo borrado e o olho vermelho de tanto chorar. Parece um pouco desesperada. Me sinto culpado
Du: O que aconteceu com os bebes Lucas? - Diz tremendo.

Eu a empurro pra dentro do quarto e trancando a porta e guardando a chave comigo, digo.
JL: Eles devem estar tristes porque os pais brigaram.
Du: Lucas seu idiota, quase tive um treco aqui, pensei que tinha acontecido alguma coisa - Diz enquanto dá alguns tapas em meu braço. Ela não gostou nada do que fiz.
JL: Desculpa por isso... É que eu precisava entrar! Vamos conversar...
Du: Já que estou trancada aqui com você, acho que não tenho outra opção. Fala aí!
JL: Du, nós pisamos na bola... Eu errei, você também errou e...
Du: Eu já disse que não quis aquilo... - Fala rispidamente.
JL: Ta bom vai! - Digo me aproximando dela - Se tem uma coisa que eu aprendi é que em um casamento, uma das partes tem que ceder. Não importa quem errou, o orgulho é inimigo do amor. Não vou ficar sofrendo atoa, eu sei que pisei na bola, e mesmo que não tivesse, estaria aqui implorando seu perdão do mesmo jeito! - Digo me ajoelhando - Por favor, me desculpa! Vamos esquecer esse dia...
Du: Doeu muito ouvir o que você me falou.
JL: Eu sei... Também doeu ver você beijando outro cara... Mesmo que não tenha sido sua culpa, me machucou! Quando estamos assim, feridos, acabamos ferindo outras pessoas também. É cruel, mas só falei aquilo pra te magoar, porque estava bravo... Fui um idiota! Me perdoa!

Percebo que Du está deixando as armaduras cair. Ela volta a me olhar com ternura e me ajudando a ficar de pé diz.
Du: Me perdoa também... Prometo que não vou mais falar com nenhum outro homem. - Consigo perceber um tom de humor em sua voz.
JL: Não precisa disso, confio em você... - Digo lhe dando um selinho, felizmente aceito - Prometendo que não vai beijar mais ninguém além de mim já está bom! - Digo rindo.

Eduarda também ri e me abraça forte.
Du: Nunca mais vamos brigar assim, promete pra mim?
JL: Não posso! Todo casal briga, com a gente não vai ser diferente! Mas quer saber? Meu pai tem razão... - Digo beijando seu pescoço.
Du: Razão no que?
JL: Uma briga de vez em quando é bom... Depois dela vem a reconciliação!

Eduarda sorri e beija minha boca. Um beijo calmo, só que quente, e que aumenta de intensidade conforme os segundos se passam.
Du: Lucas... Eu quero, mas e os nossos filhos? Eu tinha que ter buscado eles a um bom tempo atrás - Diz tentando resistir as minhas carícias.
JL: Não se preocupe, já falei com o Silviano! Buscamos eles a noite... Temos o dia todo pra comemorar a nossa reconciliação. Não só o dia, mas a casa inteirinha só nossa!

Eduarda esboça um sorriso sedutor no rosto e volta a me beijar. Um beijo intenso e demorado. A coloco imprensada na parede e arranco sua blusa. Beijo seu colo lentamente até chegar em seus lábios.

Eduarda morde levemente minha boca, e ao solta-la, diz em meu ouvido.
Du: Vamos para nosso quarto. - Fala mordiscando minha orelha.

Du pula em cima de mim e passando suas pernas por meu corpo, a levo carregada até nossa cama.

A jogo sobre os lençóis e acabo de tirar o resto de suas roupas. Ela sorri e me puxa pra mais um beijo.

Estou por cima dela, preste a começar o ato, quando ela me empurra pro lado e sobe em cima de mim.
Du: Dessa vez eu comando! - Diz beijando todo meu peitoral.

Eduarda nunca tinha agido assim, sempre foi um pouco mais tímida da cama. A cada beijo que ela me dava, em cada local que sua boca encostava, tudo fazia aumentar o meu tesão por ela.

Quando nossos corpos se encontraram totalmente, minha vontade é de pedir aos céus para que o tempo congele. Não quero que isso acabe, não quero que Eduarda pare.Parece que existe um imã em nossas bocas. Elas não conseguem ficar separadas.

O medo que senti mais cedo, de nunca mais ter Eduarda, foi substituído por um prazer inenarrável!.

Quando Du para, e se deita ao meu lado, eu logo lhe puxo para se deitar em meu peito.
JL: Desse jeito vou querer brigar com você todos os dias - Digo sorrindo.
Du: Então você quer me ver beijando outro cara todo dia? - Diz irônica.
JL: Não! Você é só minha, de mais ninguém! - Digo a apertando.

Ficamos abraçados em silêncio, até que Eduarda me fala.
Du: Não vi meu carro na garagem quando cheguei...
JL: Então.. - Digo me sentando na cama - Eu meio que perdi a chave do carro!
Du: O que? Perdeu onde?
JL: Se eu soubesse ia lá e pegava né, Du - Digo tentando a fazer rir. - Eu fui na praia, acho que o mar deve ter levado. Foi mal...
Du: Não tudo bem.. Tem a chave reserva!
JL: A chave reserva estava no carro. Eu esqueci de tirar e...

Olho para Eduarda preocupado com sua reação e ela começa a rir.
Du: Meu Deus Lucas, só você mesmo!
JL: E ainda por cima estraguei meu celular! A água molhou ele! - Digo rindo também.
Du: Que prejuízo! Brigar tem suas desvantagens, agora temos que comprar outro celular pra você e contratar alguém pra abrir o carro!
JL: Acho melhor a gente aproveitar a única vantagem dessa briga! - Digo a beijando.
Me coloco no meio de suas pernas e continuo a beijar sua boca.

Ainda hoje temos que resolver várias coisas. Buscar nossos filhos, conversar com minha família, encontrar um chaveiro... Nada disso me interessa agora, nada me importa.

A única coisa que sei, é que amo Eduarda e não posso viver sem ela... Não teria graça! Paro nosso beijo e sorriu encarando seus olhos, ela também sabe disso.


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Notas finais do capítulo

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