Sempre te amei. escrita por AnaClaudiia


Capítulo 12
Capitulo 12: Maria Ísis




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Por João Lucas

Sei que Eduarda tem motivos de sobra pra sentir ciúmes da Ísis, porém não posso deixa la sozinha nesse momento. Não quero brigar com a Du, mas também não posso deixar a Ísis em momento desses. Tento apelar pro bom senso, que sei que minha mulher tem.
JL: Eu não estou indo atrás da Ísis, eu to indo atrás de alguém que precisa de mim Du... Eu não posso simplesmente ignorar esse telefonema. E se acontecer alguma coisa com ela? Vou me sentir culpado pra sempre!
Du: Então você já decidiu né? Você vai atrás dela... Beleza! - Disse dando as costa pra mim e indo em direção ao elevador.
JL: Espera Du - Digo indo em sua direção e segurando seu braço- Que se vai fazer?
Du: Eu vou pra MINHA casa. Quando você voltar lá da casa da Ísis passa aqui pra pegar suas coisas... - Lágrimas caiam se seu rosto. Percebo que dizer isso pra mim foi uma dor enorme.
JL: Não faz assim Du... Por favor. - Digo a segurando em meus braços. - Eu sei que você tem um coração enorme também. Eu não posso deixar a Ísis lá sozinha. Você sabe o quanto ela era amarradona no coroa, deve tá sofrendo... Ela não tem ninguém que a ame, ninguém que se preocupe com ela...

Du se desprende dos meus braços e diz:
Du: Pelo jeito ela tem você né!
JL: Eduarda, depois de tudo que a gente passou junto, eu não admito que tu duvide do meu amor por você!

Ainda chorando, fala:
Du: Mas eu não duvido Lucas... Eu sei que você me ama! Mas eu também sei que você sempre a desejou, a quis pra você... Agora ela tá lá toda frágil. Você é filho do Comendador, o que sobrou dele nesse mundo. Quem me garante que ela não vai te querer agora?
JL: O que posso garantir é que EU só quero você Du... A única mulher que eu desejo, que quero pra mim, se chama Eduarda! Não precisa ter ciúmes, ninguém pode roubar de mim o que não me pertence mais. Meu coração é seu a muito tempo, não tem jeito de entregá-lo a outra pessoa.

Du se emociona com minhas palavras, vem até mim e me abraça. Um abraço apertado, desesperado. Daqueles que vemos em rodoviárias, de pessoas se encontrando depois de muito tempo sem se verem. Quando me solta, coloca as duas mãos em meu rosto e me diz:
Du: Eu sempre soube que você era um cara especial, que por trás de toda rebeldia existia um grande coração ai dentro...
JL: E é esse coração que está preocupado com uma pessoa que pode cometer uma loucura... O desespero leva o ser humano a fazer coisas inimagináveis. Se acontecer alguma coisa, não quero carregar a culpa pro resto da vida! Por favor, me deixa ir na casa da Ísis, se estiver tudo bem eu volto logo em seguida, se não eu te ligo pra contar!
Du: Não precisa me ligar, eu vou com você! E não é porque eu desconfie, depois do que você me disse eu tenho plena certeza que você não é capaz de me trair... Mas você não pode dirigir né? Esqueceu do nosso trato? Além do mais, eu dirijo melhor... - Ela ri pra mim enxugando as lágrimas de seu rosto e, pegando as chaves do carro, vai até o nosso automóvel e o liga. Eu simplesmente a sigo sem dizer mais nada.

Sei que ela ainda está com ciúmes, que aceitou a minha vontade de ajudar a Ísis, mas não engoliu deixar nós dois sozinhos... Para não contrariar, finjo que acreditei na sua desculpa para me acompanhar.

No caminho para casa da Ísis, penso em todas as vezes que passei por aquelas ruas, em como eu me sentia... Toda vez era um frio na barriga, uma expectativa em vê la. Hoje só estou preocupado com sua saúde.

Quando chegamos no prédio, desso do carro com Du ao meu lado e rapidamente avisto Batista, o porteiro do prédio. Ele me reconhece de longe e vem ao meu encontro.
B: Senhor Lucas, que bom que veio... Desculpa por te preocupar, é que eu estou tentando falar com ela a horas, mas ela não abre a porta nem por um decreto! Liguei pra família e ninguém deu bola, você é o único amigo dela que eu conheço...
JL: Tá Ok Batista, você fez bem em me ligar... Nós vamos subir tá! - Disse pegando Eduarda pela mão e indo em direção ao elevador.
Olho pra Du e ela está emburrada como uma criança quando não tem o que quer.
Du: Lucas e Batista, até se tratam pelos nomes... Você veio muito aqui né?! - disse ainda fazendo bico.
JL: Qualé Du, você sabe que sim... Mas é passado!
Du: Tá né...

As portas do elevador se abrem e eu faço sinal para que ela saia primeiro.

Me aproximo da porta da Ísis e começo a pensar em quantas vezes tinha vindo ali na esperança de ganhar um sorriso, um abraço, um beijo... Parece até outra vida, de repente nada daquilo fazia mais sentido pra mim.

Toco a campainha e espero por alguns segundos. Ao ver que ela não iria abrir digo:
JL: É o Lucas... Abre aí Ísis, vamos conversar!

Esperamos por mais alguns segundos, até que escutamos uma voz vindo de trás da porta:
Ísis: Será que você não se toca que eu não te quero garoto! Me deixa em paz! -

Ela parecia estar chorando.

Olho para Eduarda e percebo que ela não gostou nada do que Ísis havia falado.
Du: O Lucas se tocou sim garota! Ele não veio atrás de você, não do jeito que tu ta pensando... Para de drama e abre essa porta logo! - Disse quase gritando.
Ísis: Quem ta ái com você?
Não respondemos de imediato e, movida pela curiosidade, ela abre a porta.
Ísis: Eduarda? O que você ta fazendo aqui com o Lucas?

Nunca tinha visto a Ísis em um estado tão deplorável. O cabelo todo desgrenhado, maquiagem borrada, nem sei se tinha tomado banho por esses dias...
JL: O Porteiro ligou dizendo que você estava mal, a gente veio aqui te ver... Podemos entrar?

Ela balança a cabeça dizendo que sim e nós dois entramos.

Sentamos no sofá e começamos a observar a casa. Meu pai piraria aqui.

Tudo está bagunçado, sem limpar, tem roupas jogadas no meio da sala...

Ísis percebe que estamos reparando na sua falta de organização e diz:
Ísis: Não deu tempo de arrumar... Na verdade eu é que não tive animo. - disse indo rumo a cozinha - Eu vou pegar um suco pra vocês.

Quando ela sai, olho para Eduarda, que também está chocada com estado de Ísis e, lhe sussurro:
JL: Você viu o estado dela?
Du: Pois é! Se eu soubesse que ela tava assim, nem tinha vindo. Não preciso sentir ciúmes...
JL: Credo Eduarda, que coisa péssima de se dizer!

Nesse momento Ísis volta pra sala com uma jarra de água:
Ísis: Desculpa, achei que ainda tinha algum suco na geladeira mas acabou... Esqueci de comprar!
JL: Ísis, você ta precisando de alguma coisa? É só falar que a gente dá um jeito... - Falo preocupado dela estar passando algum tipo necessidade.

Olho pra Du e ela não parece gostar do que digo.
Ísis: Não preciso de nada não Lucas... - Nesse instante, ela começa a chorar - A única coisa que queria era seu pai aqui!

Chego mais perto de Ísis e lhe dou um abraço apertado. Um abraço de amigo, de carinho. Não de amor... Mas sei que quando tirar meus braços do corpo de Maria Ísis, vou ser fuzilado pelos olhos de Du.

Quando Ísis se acalma, me volto para Eduarda e, por incrível que pareça, ela não está com raiva. Ela se aproxima do meu ex amor platônico e lhe dá um abraço também.

Observo a cena em choque. Nem em mil anos pensei em ver essa cena.
Du: Eu nem consigo imaginar como estaria sentindo se algo parecido acontecesse comigo. Eu sinto muito Ísis...

Ísis que também estava surpresa com o gesto de carinho vindo de Du, agradece o abraço e se levanta para nos servir um copo d'água.

Bebemos em silêncio e logo em seguida digo.
JL: Se meu pai estivesse aqui ele iria ficar doido...
Ísis ri e concorda comigo.
Du: A gente podia te ajudar a arrumar... Se você quiser é claro!

Novamente me surpreendo com Du.

Não sei o que aconteceu, mas de uma hora pra outra consigo enxergar compaixão por Ísis nos olhos de Eduarda.

Ela aceita nossa ajuda e, nós 3 arrumamos a casa. Em alguns momentos até consegui ver as duas sorrindo juntas. Isso não parece ser real, tive vontade de me beliscar para ver se o que estava acontecendo não era sonho.

Quando acabamos de limpar o apartamento, nos despedimos da ninfeta de meu pai. Ela está bem melhor agora.

Ao nos levar até a porta, ela agradece pela ajuda. Quando entramos no elevador, não consigo me conter e pergunto.
JL: O que aconteceu ali Du?
Du: O que Lucas? Só fui gentil...
JL: Não Du, você foi mais que isso... Você foi como uma amiga, você se importou de verdade!
Du: Deve ser o espírito materno me invadindo - disse rindo pra mim.
JL: Fala sério! Por que você mudou de uma hora pra outra em relação a ela?
Du: Porque eu vi sinceridade nela Lucas. No fundo eu achava que ela estava com seu pai por interesse, por ser conveniente... Mas quando eu a olhei chorando por ele, eu vi que é real sabe? Que ela o amava muito! E eu fiquei imaginando que... - nesse momento ela para de falar, como se aquilo a machucasse.
JL: O que Du? Continua...
Du: Eu imaginei que se isso acontecesse comigo, eu também não teria ninguém pra me dar um abraço. Só isso! - Uma lágrima cai dos olhos de Du e eu as enxugo rapidamente.
JL: Que isso Eduarda! - Digo a abraçando. - Eu to ótimo, saúde de ferro! Pode ficar tranquilo que vou encher seu saco por muitos e muitos anos!
Du: É que eu te amo de mais, só de pensar nisso chega a doer. Acho que é por isso que eu não gosto muito que você dirija. - Diz sorrindo pra mim - Mas em fim, voltando a Ísis... Quando eu vi ela naquele estado eu não consegui manter o ciúmes que sinto por ela, a única coisa que senti foi compaixão!
JL: Eu achei que isso era impossível, mas a cada dia que passa eu me apaixono mais por você!

Ela sorri pra mim e se soltando do meu abraço diz:
Du: Não vai se acostumando não. Essa é a última vez que você pisa os pés aqui!
Eu concordo com ela e nós dois vamos para o carro rumo a nossa casa.

No caminho fico observando como Eduarda dirige. Com calma, rápido mas não perigosamente... É assim meu amor por ela! Calmo, sem perigos, sempre seguindo em frente... Porque o que sinto por Du nunca fica parado. Está sempre avançando. Quando acho que cheguei no limite máximo do amor, percebo que posso ir mais em frente.

Finalmente chegamos em nosso prédio, ela olha pra mim e ao ver o quão longe estou me diz:
Du: Terra chamando Lucas... Ta pensando no que em?
JL: Em como é possível...
Du: O que?
JL: Eu te amar tanto assim!
Ela sorri novamente e coloca seus lábios sobre os meus. Nos beijamos apaixonadamente, calmamente... Não temos pressa, não a motivos pra isso. Ela é minha e eu sou dela. Ninguém nunca poderá mudar isso.


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