A Doctor For The Rose escrita por Kansas


Capítulo 1
Capítulo Único - Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Uhuul! Obrigada por chegar até aqui! Tenha certeza que fico muito feliz por isso.A fic vai se passar um tempinho depois que o Doutor e a Rose se viram pela última vez, na Bad Wolf Bay, no season finale da segunda temporada, e, por causa disso, é óbvio que o Doutor mencionado é o 10º.Tenha uma boa leitura!



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Eu estou deitada de lado na cama. Chorando. Já faz algum tempo desde que nos separamos, mas ainda doí tanto que parece que essa dor nunca vai acabar.

Aquela última vez que nos vimos na praia me deixou com um vazio por não ter conseguido dizer tudo o que queria, e por ele também não ter tido a chance. Porém nem mil anos seriam suficientes para que eu me despedisse dele. Nunca iria querer deixá-lo.

Agora eu só tenho as lembranças de todos os dias que passamos juntos. Todas as nossas aventuras. Sinto tanta saudade desse tempo, mas o pior é não o ter perto de mim.

Sento-me na cama e tento parar de chorar desesperada, limpando as lágrimas do meu rosto. Praticamente todas as noites eu choro por ele. O Doutor se tornou parte de mim, e ele fora arrancado de meus braços sem nenhum aviso prévio. Mas eu não posso fazer nada quanto a isso. A fenda fora fechada e não há como encontrá-lo. Eu estou sozinha e tenho que seguir em frente sem ele.

Olho ao meu redor. Meu quarto estaria completamente escuro se não fosse pela fina fresta de luz lunar que entra pela janela. Coloco os pés no chão gelado, isso faz com que um calafrio percorra todo meu corpo, pego um robe e caminho em direção a porta do quarto. Eu não sei o que farei fora da cama, mas não conseguirei ficar deitada pensando nele e chorando até pegar no sono. Preciso fazer alguma coisa para me distrair.

Os corredores da mansão são frios e fazem-me encolher. As cortinas das janelas estão abertas iluminando o local. Ando devagar, porque não quero fazer barulho, já que todos estão dormindo. Chego até a escada e desço-a até o hall de entrada da casa. Penso por um momento em ir até o lado de fora para passear pelo jardim, porém é uma ideia estúpida. Está tão frio, e com as roupas que estou usando, morreria de hipotermia em alguns minutos.

Depois de alguns minutos decidindo o que fazer, resolvo ir até a biblioteca e abro a porta silenciosamente. Ligo a luz principal e observo todo o interior do local. Ainda há uma pequena chama queimando na lareira do recinto. Provavelmente a mesma fora acessa por meu pai.

Confesso que não passo muito tempo no cômodo, somente para me distrair de eventuais problemas. E além do mais, com o trabalho em Torchwood, não sobra muito tempo para lazer.

Pego um livro qualquer, nem leio seu título. Abro-o e descubro que seu autor é H. P. Lovecraft, porém neste universo ele não escreve terror sobre alienígenas — o que seria extremamente irônico, já que estou tentando esquecer o Doutor — e sim romances açucarados.

Sento em uma poltrona e começo a ler o livro e suas primeiras páginas são interessantes, entretanto sou interrompida por um barulho familiar, muito familiar devo dizer, que parecia vir de longe. Me ponho imediatamente em estado de alerta. Parece a... TARDIS? Fico confusa e tento escutar melhor. Não pode ser outra coisa! Tenho certeza que é ela. Mas só tem um problema: isso é impossível!

Praticamente pulo do meu assento, correndo em direção a porta. Tenho que seguir o som. Afinal, ou eu estou completamente maluca, ou ele realmente voltou. E gosto de pensar que a segunda opção é a verdadeira.

Percorro os corredores correndo, mas agora o frio não me incomoda e não me preocupo com o barulho. Pareço uma criança em um parque de diversão. Não consigo conter o sorriso. A chance dele estar me esperando é tão grande que me esqueço que ele pode não estar. Porém a única coisa que consigo pensar é: Ele voltou pra mim!

Chego apressada até a porta do porão e paro esbaforida a sua frente. Já posso imaginar a cena: Ele está lá embaixo, recostado na TARDIS me esperando, e quando me ver vai dar um daqueles sorrisos que só ele sabe e depois eu vou correr para os seus braços para abraçá-lo, e... Detenho-me. Não posso ficar tão esperançosa. Ainda há a chance disto não acontecer.

Abro a porta devagar, não conseguindo controlar minhas emoções, que variavam entre pura alegria, com a expectativa de vê-lo, e medo, pela chance de que isso não seja o que eu estou pensando. Desço cautelosamente.

Há poeira por todo o espaço e uma larga fresta de luz entra pela porta aberta acima de mim. O chão e o ambiente do porão são ainda mais frios do que o andar superior. Fecho mais o meu robe e abraço meus braços tentando me aquecer, enquanto procuro pela grande caixa azul. O porão é espaçoso e tem várias caixas empilhadas. Continuo andando cegamente por entre elas ansiosa para confirmar minhas suspeitas, e, então a vejo.

Mais azul do que nunca. E linda, como sempre. Toco a sua placa e as janelas, de onde saía a única fonte de luz do local, já que não me importei em ligar as luzes. Eu senti falta da TARDIS, foi por causa dela que eu conheci o Doutor, afinal ele só consegue ir a tantos lugares por causa dela.

Ainda admirada com a TARDIS começo a procurar pelo Doutor, pois ela não poderia vir até aqui sozinha, poderia?

— Ah, é claro! Ele deve estar lá dentro. — murmuro irritada para mim mesma, dando um leve tapa sobre a minha testa.

Tento abrir a porta, mas está trancada. Dou leve batidas, mas ninguém responde. Olho ao meu redor a procura dele e não encontro ninguém. Um sentimento de desespero aflora em mim e eu não consigo deixar de ficar nervosa. O Doutor não veio?

— Ele não está aqui, Rose! — sussurro, brigando comigo mesma. — É você que ficou louca de saudade e agora está ouvindo sons e tendo alucinações com uma TARDIS inexistente. — digo essas coisas para tentar não chorar. As minhas expectativas ficaram muito elevadas e a minha queda acabou sendo grande demais.

Luto, porém não consigo conter as lágrimas e acabo tendo que me recostar na TARDIS, pois não me aguento em pé. Deslizo até o chão e me sento, abraçando os joelhos e apoiando minha cabeça nos mesmos para tentar ficar o menor possível e me sentir segura. Choro alto, porque sei que daqui debaixo ninguém vai me ouvir.

Ouço um clique e um leve barulho de porta rangendo. Mesmo querendo levantar a cabeça, parece que eu travei nessa posição. Não me importo com mais nada nesse momento. Eu...

— Você está realmente precisando de um óleo, velha amiga. — batidas de uma mão espalmada contra a madeira. A voz é familiar. Começo a lentamente levantar a cabeça. Incrédula. — Vejamos. Estamos exatamente aon... R-Rose? — ele me encara surpreso.

— Do-doutor? — digo não acreditando. Ele rapidamente se ajoelha ao meu lado, e sorri para mim. Eu tenho certeza de que é ele à minha frente. Não só uma alucinação.

— Olá, Rose Tyler! — fala levemente. Também sorrio, aliviada e com lágrimas nos olhos. Ele tinha voltado para mim. — Por que você es...

Não o deixo terminar de falar. Agarro seu rosto e lhe dou um beijo. Ele resiste por alguns segundos, mas depois me beija de volta, também segurando meu rosto. Nosso beijo se intensifica e eu pego o seu cabelo com as mãos, puxando-o, mas não com muita força. Mesmo não querendo parar, sou vencida pela necessidade de respirar.

Nós nos separamos e ele apoia a testa na minha. Ambos estamos ofegantes e não conseguimos falar por um tempo.

— Também senti sua falta. — ele quebra o silêncio e rio, olhando-o nos olhos.

— Estou tão feliz. Todos ficarão eufóricos com a sua volta! — ainda choro de alegria.

— Também estou feliz em revê-la — ele afirma e então me abraça forte. Tão forte que é como se ele não fosse me soltar nunca mais.

Levanta-se e eu também. O encaro por um tempo. Ele não mudou nada. É o mesmo Doutor. O meu Doutor.

— E-Eu não acredito! Você está aqui minha frente. Eu posso te tocar. — estendo minha mão direita a sua bochecha — Mas não parece verdade...

— É claro que é verdade. Não percebe? — Ele fala pegando minha mão e beijando-a carinhosamente — Não pude te dizer isso antes, mas... — ele faz uma pequena pausa e olha no fundo dos olhos. — Eu te amo, Rose Tyler. Sempre te amei.

Sorrio animada e com lágrimas de emoção nos olhos. Ele disse. Finalmente disse. Olho para o seu rosto. Tudo que eu quero fazer é beijá-lo de novo. E é exatamente isso que faço. Dessa vez ele não resiste e devolve o beijo imediatamente, enquanto me abraça pela cintura. Meus braços estão envolta de seu pescoço e eu não quero que aquele momento acabe nunca

— Eu também te amo, Doutor. — falo depois que nossos lábios se separam. Ele continua a me segurar pela cintura enquanto sorri. E meus braços ainda estão em seu pescoço. — Sabe, tem uma coisa que não entendo, se a fenda foi fechada, como você chegou aqui? — pergunto, arqueando minhas sobrancelhas sugestivamente.

De repente o sorriso se vai e ele olha confuso para meus olhos, de um jeito que eu nunca tinha visto antes, e isso me deixa preocupada. Retiro os braços do seu pescoço e dou dois passos para trás, pois suas mãos tinham se soltado da minha cintura. Coloco a mão sobre seu braço, num pedido silencioso por explicações, porém ele continua do mesmo jeito.

— Doutor? — digo baixinho.

— E-e-eu.. — ele para de falar subitamente, me assustando ainda mais. Ainda me olhava intensamente. — Eu não sei... Por que eu não sei? — ele pergunta, mas não tenho certeza se espera resposta.

— O que está acontecendo? — espero algum tempo. Nenhuma resposta. — Por que você está assim? Doutor, fala comigo! — exijo, não de forma irritada, mas suplicante. — Por favor, fala comigo. — as lágrimas chegam e não consigo contê-las.

— De-desculpe-me, Rose. E-eu não sei o que dizer. Eu.. Está tudo confuso, e... Parece que tudo está tão errado, tão.. Acho que...

Ele finalmente olha para as próprias mãos e tem algo errado. Elas parecem se deformar e derreter. O chão também parece começar a girar... Na verdade, ele parece se tornar líquido, como se o mundo estivesse desabando. Levanto a cabeça assustada e cheia de lágrimas nos olhos. Olho para o rosto do Doutor, que agora também derrete. Olho em volta e percebo que na verdade está tudo derretendo. Está tudo acabando, pois isso só pode ser um pesadelo. Tento pensar em algo para impedir que desmorone, mas nada disso é verdadeiro. E não posso evitar de acordar...

***

A garota abre os olhos assustada em meio a escuridão e se senta rapidamente na cama, olhando ao seu redor. Não há ninguém no quarto. Ela está completamente sozinha depois de mais um pesadelo. Geralmente ela os têm todas as noites, e eles sempre são basicamente a mesma coisa: o Doutor volta e ele é arrancado dela de um jeito traumatizante. E nessa noite não foi diferente. Mais uma vez o coração dela foi cortado e está sangrando. E vai chegar uma hora em que ele não aguentará mais e será completamente despedaçado.

Rose já tem os seus olhos completamente cheios de lágrimas, e ela se encolhe, abraçando os joelhos e chorando baixinho, para que ninguém ouça. Ela não quer preocupar ainda mais a mãe, o pai e Mickey. Ela tem tanto apoio, mas parece não ser o suficiente.

— Tudo que eu preciso é ele. — diz para si mesma. — O que eu não daria para ter meu Doutor de volta. — sussurra, encolhendo-se ainda mais em meio a escuridão.


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Notas finais do capítulo

Por favor não me odeie pelo final. Eu sei que é bem ruim, até eu mesma fiquei triste, mas eu tive essa ideia e resolvi usar pra mostrar um pouquinho do quanto eu acho (tenho certeza) que a Rose sofreu sem o Doutor.Ele falou "eu te amo" para ela! Isso é um ponto muito positivo. Eu até pensei em cortar o sonho nessa parte, mas decidi que não poderia deixar essa chance escapar (tá vendo como eu sou boazinha).Se você quiser deixar um comentário isso me deixaria muito feliz. Enfim, beijos! (e não me odeie kk')



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