Guardados A Sete Chaves escrita por Jiinga


Capítulo 6
Encontro


Notas iniciais do capítulo

Leitores lindos do meu coração, por favor comentem pra eu saber o que estão achando, o que eu preciso melhoras etc... ^.^



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Clarisse foi direto para o dormitório após o treino de vôlei no sábado. Ela havia combinado de sair com Adam para almoçar, e o treino acabava logo antes do almoço.

Depois de um banho rápido, ela vestiu um vestido florido simples com sandálias e arrumou o cabelo. Seus amigos já estavam almoçando quando ela passou pela sala.

– Hum... Onde vai vestida assim? – perguntou Bree, com um sorriso malicioso.

– Eu tenho um encontro com o Adam. – ela corou.

– Espera, o Adam que convidou a gente pra festa? – perguntou Lena, lembrando-se da noite anterior.

– Sim.

Lena engoliu em seco. Por mais que houvesse sido só um sonho estranho, ela sentia que havia sido um alerta.

– Er... Eu não acho que você devia sair com ele.

– Por que não? – perguntou Clarisse, desconfiada.

O que Lena iria dizer? Que teve um sonho em que Adam estava aparentemente torturando Bree? Todos iriam rir da casa dela. Até ela queria rir um pouco só de pensar na resposta.

– Bem... Hum... Ele é do último ano...

– Ele não pegou umas cinco garotas naquela festa? – perguntou Astrid.

“Ótimo.”, pensou Lena. Astrid a havia ajudado e nem sabia.

– Isso não quer dizer nada. – respondeu Clarisse – Eu pego vários garotos em várias festas e isso não me faz uma pessoa ruim – ela olhou para seu relógio – Tenho que ir, vou me atrasar.

Clarisse entrou no elevador e não se virou para ver a reação de seus amigos. A verdade é que ela também tinha um mau pressentimento. Adam parecia o tipo de cara que costumava machucá-la. Mas ela não tinha nada a perder dando a ele uma chance, tinha? Era apenas um encontro.

As portas do elevador se abriram e ela se deparou com Adam no hall do prédio da elite, onde eles haviam combinado de se encontrar.

– Olá. – ele disse, cumprimentando-a com um beijo na bochecha.

– Boa tarde. Onde vamos?

– A um dos restaurantes do campus.

Os alunos não tinham autorização para deixar o campus da LATT. Era por isso, principalmente, que a escola era equipada com tantas instalações: não havia motivo para sair. Eles eram liberados nas férias e feriados, e se precisassem sair durante o período letivo, precisavam encaminhar um formulário para a secretaria assinado por um responsável.

***

Bree abriu seu notebook e iniciou o navegador que já estava aberto no site de busca. Digitou “paralisia do sonho” e clicou no primeiro resultado.

“A paralisia do sono é uma condição caracterizada por uma paralisia temporária d corpo imediatamente após o despertar ou, com menos frequência, imediatamente antes de adormecer.”

Ela desceu a página. “As alucinações que podem acompanhar a paralisia do sono tornam mais provável que as pessoas que sofram do problema acreditem que tudo não passou de um sonho, já que objetos completamente fantasiosos podem aparecer no quarto em meio a objetos normais.”

A situação condizia com o que Lena havia dito, mas havia algo errado. “A pessoa não consegue mover nenhuma parte do corpo, nem falar, apesar de exercer, por vezes, controle mínimo sobre certas partes do corpo (como boca, olhos e mãos).”

Bree não havia ficado paralisada. Pelo contrário, ela havia se sentado, gritado e tentado se proteger da criatura que voou em sua direção. Aquilo não havia sido uma paralisia do sono.

***

O prédio dos restaurantes possuía uma variedade de cardápios capaz de agradar qualquer um. Havia desde lanchonetes simples e a restaurantes a la carte em que, se os clientes não fossem alunos da LATT, pagariam uma nota para comer. Foi num desse que Adam levou Clarisse.

Ela ajeitou-se na cadeira que ele havia acabado de afastar para que ela sentasse. Clarisse estava acostumada com esse tipo de lugar, ela vinha de uma família rica de Nova Paris que havia sobrevivido aos anos da crise Europeia através do comércio de perfumes caros. Era quase como estar em casa novamente.

– O que você vai querer? – perguntou Adam, olhando o menu.

– Tanto faz, na verdade.

– Será lagosta então. – ele fez sinal para o garçom e fez o pedido.

– Esse não é um lugar meio chique para um primeiro encontro?

– Primeiro? Quer dizer que vão ter mais? – ele sorriu maliciosamente e ela corou - Desculpa. Eu queria te compensar pela festa.

– Tudo bem, eu já disse que não tem problema.

Ele sorriu e apoiou os cotovelos na mesa.

– Eu quero saber mais sobre você. De onde veio, como entrou aqui...

– Bem... Meus pais são donos de uma grande rede de perfumes em Nova Paris...

– Você é francesa? Seu inglês é muito bom.

– Obrigada. Bem, como minha família é meio importante lá, era de se esperar que eu fosse para uma ótima escola, ainda mais por ser filha única. Eu sempre tive os melhores professores para que pudesse ir bem na prova da LATT e como me saí bem nos esportes desde pequenas, meu pais decidiram investir nisso e contrataram os melhores treinadores também. Então eu não sei se ter entrado aqui foi realmente por um talento meu ou se eu só fui bem treinada.

– Acredite, foi talento. Muitas das pessoas que tentam entrar aqui vieram de famílias muito ricas, talvez mais até que a sua, e também tiveram professores e treinadores excelentes, mas não foi o suficiente.

O garçom chegou com o pedido e serviu os pratos dos dois.

– Agora me fale sobre você.

– Bom, a minha família... É... Bem, eu sou filho do nosso diretor. – Clarisse parou com o garfo na metade do caminho para sua boca – Mas calma, não foi por isso que eu entrei aqui!

– Ah é, por que foi então?

– Bem, pra começar eu passei em primeiro lugar na prova escrita. E sobre talentos... Digamos que noventa por cento do que a LATT é hoje, foi porque eu comecei a ajudar com a administração dela aos doze anos.

– Uau. – comentou Clarisse e ele sorriu novamente – Você definitivamente administra as festas dela muito bem.

Adam riu.

– Digamos que eu tive uma vida boêmia nos últimos anos aqui. Mas está na hora de mudar. Eu vou assumir a administração da LATT depois que me formar meu pai diz que tem grandes planos pra mim, apesar de eu ainda não saber do que ele está falando.

Clarisse tomou um gole de sua água.

– Boa sorte com o que quer que seja.

Eles comeram o resto em silêncio e quando acabaram, voltaram para o prédio da elite.

***

Bree encarou o espelho de seu banheiro. Ela estava com olheiras profundas devido ao pesadelo da noite passada. Quer dizer, o que quer que aquilo tivesse sido, porque definitivamente não era um pesadelo.

Será que ela havia feito aquilo? Projetado seu sonho e alguma maneira? Não era fisicamente possível, era? Seus sentidos de investigação começavam a faiscar.

Só havia um jeito de descobrir. Ela teria que tentar fazer de novo.

Ela olhou em volta, procurando algum objeto de referência. Havia um sabonete em cima da mesa. Isso, um sabonete. Não parecia nada ameaçador. Pelo menos não tão ameaçador quanto a criatura cinza que havia tentado atacá-la.

Bree ergueu a mão em forma de concha em sua frente e fechou os olhos. Ela mentalizou o sabonete em sua mão, a forma, a cor, a marca... E então abriu os olhos.

Ele estava lá, cor de rosa e escorregadio, ela quase podia sentir seu cheiro, mas não conseguia sentir seu peso em sua mão. Com a mão esquerda, ela tentou tocá-lo com o dedo indicador, mas assim que aproximou o dedo o suficiente para tocá-lo, o sabonete desapareceu.

Não havia dúvidas. Ela havia criado aquilo com algum tipo de ilusão projetada por sua mente. E provavelmente era isso que havia acontecido na noite anterior.

Bree correu para fora do banheiro, precisava contar aquilo para seus amigos.

Eles estavam todos na sala, jogando video-game.

– Pessoal, vocês precisam ver uma coisa!

– Outra paralisia do sono? – perguntou Lena.

– Aquilo não foi uma paralisia do sono. E eu posso provar que não tô maluca.

Os cinco se entreolharam e olharam de volta para ela.

– Como exatamente? – eles viraram-se para a porta, onde Clarisse estava parada com Adam.

Lena olhou deles para Bree, e depois para eles de volta.

– Clarisse, acho melhor você se despedir do Adam agora.

– Por quê? – perguntou Clarisse, começando a ficar irritada com aquela história.

– A Bree estava prestes a nos mostrar uma coisa e não sei se ela gostaria que ele visse. – insistiu Lena.

– Bom, ele está aqui, então ou ela mostra na frente dele ou não mostra. – Clarisse arrastou Adam até o sofás e sentou-se ao lado de Jo.

Bree mordeu o lábio, insegura sobre o que fazer.


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