Warriors Of Nations escrita por midway, Black Hood


Capítulo 20
Katherinne




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Nunca tinha imaginei que deixaria Paris para ficar no meio do deserto com um bando de malucos, muito menos viajar o mundo com eles. Minha vida nunca tinha sido tranquila, só nos últimos dois anos que deram uma acalmada. No ano anterior eu tinha terminado minha faculdade de Design Gráfico, mas antes que começasse carreira um homem me deu oferta de trabalho naquela loja. O emprego era bom, e para uma universitária que nunca tinha trabalhado e vivia de bolsas escolares a oportunidade de trabalho era ótima. Quando o ano terminou, em março aquele homem morreu, deixando todos da loja em choque. Naquele dia, quando voltei para meu apartamento alugado um pacote estranho estava em cima da mesa. Quando o abri vi que dentro havia uma faca que no seu punho era um corpo de serpente, sua guarda era sua cabeça e a lâmina era com formato em chamas, como se a cobra estivesse soltando fogo pela boca. No seu lado tinha um bilhete e me sentei na cadeira para ler:

Katherinne Camm

Aceite este pequeno presente, para mostrar que não me esqueci de você. Agora minha filha, tente tomar os negócios da loja. Mesmo sendo uma mera funcionária, lute para ficar no comando da loja, sua loja, que criei para você para não seguir com esse futuro de designer que não tem nada em sua natureza fazer desenhos e pintar, sua natureza é aventura e desafios.

Com amor,

Seu papai, Mercúrio.

Por um momento eu não entendi, mas quando tomava banho eu entendi: eu era filha do deus romano do lucro, do comércio e das vendas. Por isso que eu não ficava só em um orfanato, por não ter parentes e muitas coisas estranhas acontecerem, como por exemplo quando eu tinha 15 anos um cachorro que tinha uma boca que se dividia em quatro pulou em cima de mim, mas consegui fugir graças aos deuses. Pena que Mercúrio demorou para me reconhecer e ter me avisado da loja tarde demais, porque na semana seguinte esse grupo apareceu e agora estou neste fim de mundo.

No caminho antes de chegarmos naquele lugar Trevor tinha me pedido para treinar o Takashi porque estaria ocupado. Já era meio dia e ele não tinha voltado daquele treino que fez com o Oliver na noite anterior. Onde ele tinha se metido?

Depois de comermos um javali que Adwale tinha caçado mais cedo, pego Takashi pelo braço o puxando.

– Hey! O que foi Kath? – Pergunta ele me olhando estranhado.

– Vamos treinar. – Sorrio, pegando dois bastões que estavam jogados em um canto, já que não precisaríamos montar uma tenda.

– Hã, você vai me treinar? – Ele diz sarcástico.

– O que foi? – Digo o olhando séria. – Só porque sou uma mulher de aparência frágil e não sou tão durona como a Kris eu não posso te treinar?

– Bom, não gosto de bater em mulheres. – Ele entrelaça os dedos atrás da cabeça.

– Foda-se, para de ser bixa e vem. – Me afasto do acampamento e ele vem desanimado.

– Não precisa disso tudo kath...

– Você é fraco e fica apelando para seu Shinigami toda vez que dá zebra.

– Ai, não precisa ofender. – Ele diz coçando a nuca.

– Anda, soca aqui. – Abro minha mão.

– Sério?

– Anda, deixa de moleza.

– Tá, só não reclame se doer. – Ele soca minha mão e dou uma gargalhada.

– Essa é toda sua força? – Digo o zombando.

– Não bato em mulheres. – Ele sorri, e abre as duas mãos. – Vai lá, só não de muito fraco. – Ele dá uma risada e fecho meu punho, socando em seu nariz, o fazendo abrir sua guarda e antes de ele reclamar seguro em sua gola da camisa e com minha perna enlaço a dele, o fazendo cair.

– 3 vezes campeã em judô e taekwondo, campeã estadual em muay thai, vice nos abertos de boxe e alguns meses lutando esgrima. – Amarro meu cabelo em um coque mal feito. – Vai ser divertido nosso treino senhor Takashi. – Pisco dando a mão para ele se levantar.

– Me pegou desprevenido. – Ele diz levantando e tirando a areia do corpo.

– Cai na real japonês, nem kung-fu tu luta.

– Só porque sou japonês sou obrigado a saber?

– Não, então por isso iremos treinar. – Dou um dos bastões para ele.

– Tá. – Ele gira o bastão entre os dedos, se acostumando rapidamente com a arma. Depois de um tempinho ele tenta me pegar de surpresa atacando pela horizontal, mas me defendo e com a outra parte da madeira bato nele.

– Batendo em mulheres indefesas? – Digo manhosa, coçando meu braço, fingindo que estava doendo.

– Ah, desculpa, machucou? Não era a intenção... – Não deixo ele terminar de falar dando um sorrisinho e girando o bastão, batendo ele em seu rosto de surpresa sem chances de se defender e depois bato na sua perna de apoio, o fazendo cair.

– Não abaixe a guarda nunca, e jamais sinta dó do seu oponente. – Digo colocando a ponta do bastão em seu peito.

– Ok. – Ele diz respirando peado, recuperando o fôlego.

– Faz 300 flexões e 300 abdominais. – Digo pegando os dois bastões.

– Ué, pra que? – Ele diz como uma criança fazendo birra.

– Anda, pra você ficar mais forte, depois que você ficar forte voltamos a usar isso. – Digo mexendo um pouco os bastões e voltando para o acampamento. – Se não fizer o que eu estou mandando vou chamar a Kris e o Olie para te treinar de novo. – Dou uma risadinha quando toco nesse assunto que pelo jeito era um machucado nele e vejo que ele começa a se mexer, fazendo as flexões.

– Você é má sabia? – Diz Kristen quando chego no acampamento e me sento em seu lado, deixando os bastões de lado.

– Um pouco talvez. – Dou uma risadinha, desprendendo o cabelo do coque.

– Sabe onde o anjinho foi? – Ela diz afiando sua faca.

– Não, ele sumiu e não me falou aonde ia. – Suspiro, secando o suor da minha testa com um paninho que ela tinha me emprestado.

– “Não me falou aonde ia”- Ela imita minha voz e dá um suspiro pesado e gemendo junto, dando uma gargalhada.

– Ei, nada a ver. – Digo a socando no ombro rindo.

– Ok ok moça. – Ela diz se aquietando.

– O Olie e a Arya estão bem íntimos não? – Digo inocentemente, mas no fundo provocativa.

– É. – Ela bufa. – Não sei o que aquela ruiva tem de mais.

– Não sei o que ela tem que eu não tenho. – Bufo imitando sua voz.

– Você vai apanhar mocinha. – Ela diz irritada e toda vermelha de vergonha e rio dela.

– Ok ok moça. – Sorrio piscando para ela e levanto. - vou atrás dele.

– De quem? Do seu anjinho?

– É, to preocupada com ele... – Digo suspirando e depois entendo o que ela tinha falado e explodo de raiva e meu rosto queima de vergonha. – Vem cá sua vadia!

– Bye bye. – Ela ri e sai correndo, mas quando vou atrás dela sinto uma mão em meu ombro me segurando.

– Calma Kath, ele vai voltar. – Viro o rosto um pouco para olhar melhor Adwale.

– Será que vai demorar? – Digo o olhando, me acalmando aos poucos.

– Talvez sim, talvez não. Enquanto ele estiver fora vamos esperar e treinar para estarmos preparados para “Ele”. – Ele diz bagunçando um pouco meus cabelos. – Relaxe, seu anjinho já vai voltar.

– Para, eu não gosto dele. – Digo choramingando.

– Ok, falo mais nada. – Ele ri alto. – Quer ver uns mapas comigo?

– Claro! – Digo animada, por ser uma filha de Mercúrio eu tinha gosto por mapas e rotas.

– Beleza. – Ele senta e tira os papéis da mochila e coloca no chão e sento em seu lado para ele começar a me ensinar sobre as rotas da África.

***

– Takashi, Já está bom. – Digo olhando ele continuar a fazer as flexões.

– Não, eu tenho que terminar. – Ele diz entre os dentes.

– Já tá tarde, vão aparecer bichos, é mais seguro ficar no acampamento. – seguro meu antebraço o olhando.

– Deixa eu aqui.

– Então dê quiquinhos até o acampamento. – Digo suspirando, ele respira fundo e começa a quicar enquanto faz as flexões e vai devagar até o acampamento. – Por que faz isso Takashi?

– Pra ficar mais forte. – Ele diz concentrado, chegando perto da caverna e continua as flexões.

– Tais em qual já? – Digo pegando uma faquinha, vendo sua camisa toda encharcada.

– 215. – Ele diz respirando fundo, então vou até ele e rasgo sua camisa com a faca, para tirar aquela camisa.

– Deve estar te atrapalhando.

– Obrigado. – Ele continua e me sento ao lado de Arya ao redor da fogueira.

– O Olie me beijou. – Ela fala em meu ouvido sorrindo.

– Sério? – Digo a olhando sorrindo.

– Bom, na verdade eu que beijei. Ele fala demais. - Ela ri baixinho.

– Parabéns amiga. – Sorrio a abraçando e ela faz o mesmo.

– Olha só quem voltou. – Escuto Oliever dizer e me viro, vendo um homem se aproximar, com um sobretudo rasgado, só com uma manga inteira e segurando um saco nos ombros sangrando.

– Trevor! – Digo me levantando, e quando ele ouve minha voz levanto um pouco o rosto com um sorriso e cai desmaiado.


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