Boa Sorte, Katniss escrita por Hanna Martins


Capítulo 5
Hey Macarena


Notas iniciais do capítulo

Primeira recomendação de "Boa Sorte, Katniss", emocionada aqui! Capítulo dedicado à Larissa B Salvatore que fez uma MARAVILHOSA recomendação para a fic! Obrigada, sua linda, você deixou meu dia bem melhor!



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Estou exausta. Muito exausta. É extremamente difícil me manter sobre meus pés. Mas esta foi a última bandeirinha que eu colei. Finalmente a decoração de Panem está pronta. Digamos que não ficou uma decoração daqueles que se diga “Uau”, fico mais para “é...”. Mas do que eles vão reclamar? Estou fazendo isso totalmente de graça (e por culpa daquele idiota).

― Terminei aqui também, Katniss ― fala Gale.

Me sento no chão. Nem acredito que terminamos. Praticamente, passei o final de semana confinada no colégio.

― Bom trabalho, Gale.

― Bom trabalho, Katniss! ― fala sorrindo, me entregando uma barra de chocolate.

Gale trabalha em um pequeno mercado, por isso sempre há alguma comida com ele.

Ele é uma pessoa bem legal. Divertido, um tanto desajeitado e também não tem lá muita sorte.

― Gale, sobre aquilo que você falou sobre Madge...

Ele me olha com grande expectativa.

― Vou tentar te ajudar.

― Sério? ― um sorriso de orelha a orelha surge em seu rosto.

― Mas você precisava ter colado chiclete no cabelo dela? Por sua causa, ela nem deixa mais o cabelo crescer.

― Ela te contou sobre isso?

Assinto com a cabeça.

― Eu gosto da Madge deste que íamos ao jardim de infância. Mas eu sou um tanto tímido. Eu não sabia como falar com ela. Um de meus amigos disse que era só eu colar chicletes nos cabelos dela que ela iria falar comigo.

― E você acreditou nisso?

― Eu era um pivete ― fala um tanto sem jeito.

Rio.

― Eu sempre fui péssimo no departamento amoroso.

― Isso não é verdade. Eu cansei de ver você com várias meninas!

Gale ri sem jeito.

― Ah, isso! Por algum motivo são sempre as meninas que vem até mim, não preciso fazer muita coisa, além de beijar.

Olho para ele. Ou ele é um completo ingênuo (que não sabe o quanto é bonito) ou um completo galinha. Agora estou em dúvida.

― Katniss, é verdade ― deve ter notado minha expressão interrogativa. ― Eu não sei lidar com garotas... Eu venho tentando há anos, mas eu não consigo. Simplesmente não sei o que falar.

― E quando você está com elas, o que você fala, faz? ― indago.

― Minha boca e minhas mãos estão bastante ocupadas...

Temos um caso grave aqui. Um completo galinha, que não é galinha. O que é isso? Eu não entendo mais nada.

― Sabe, eu fico com as meninas esperando melhorar minhas habilidades com as garotas... Mas isso nunca deu certo. Eu realmente gosto da Madge. Eu quero ter mais do que beijos com ela. Quero ter algo muito além disso. Eu não sei como me aproximar dela. Com as outras garotas era só eu passar em frente que estava feito. Mas com Madge é diferente.

Ai, meu Deus, onde eu fui amarrar meu jegue?

― Gale, para conquistar Madge você vai precisar muito mais do que um rostinho bonito!

― Por onde eu começo?

Analiso-o. Eu nunca fiz isso antes. Não deveria ter jogado fora todas aquelas revistas de garotas que minha mãe sempre insistia para que eu lesse.

― Hum... vamos começar pelo que vocês dois tem comum? ― falo. ― Vamos ver seus gostos musicais. Você já ouviu Mockingjay?

― Não. Que cantor é este?

Rio.

― Não, é uma banda. A banda predileta de Madge. Recomendo que você pelo menos saiba os nomes dos intrigantes! E alguma música. Madge nunca te veria com bons olhos se não soubesse quem é a Mockingjay ― aconselho.

― Ok ― Gale pega um bloco de notas e escreve algo. ― Pesquisar sobre a Mockingjay anotado.

― Esta é sua tarefa de casa ― brinco. ― Mudando de assunto. Você é responsável por colocar no site do colégio os vídeos de dança, não?

No festival de Panem, há um concurso de melhores vídeos. Os alunos são responsáveis por votar nos melhores vídeos. No ano passado, uma garota do último ano postou um vídeo dela dançando algo bem vergonhoso, resultado, ninguém esqueceu sua dança pelo resto do ano e nem a deixou esquecer. Isso me deu uma ótima ideia. Prepara-se, Peeta Mellark, para pagar um mico histórico.

― Sim, por quê?

― Vou mandar um vídeo...

― Que vídeo?

― Você vai ver... ― sorrio.

Já é noite quando saímos do colégio. Passo na casa de Madge. Ela me espera com as coisas que eu pedi para ela arranjar.

Minha mãe e Haymitch saíram hoje com os amigos. Por isso, tenho o apartamento inteirinho para meu plano.

Rapidamente arrumo todas as coisas. Aguardo pacientemente Peeta chegar. Apago as luzes e fico de olho na porta. Qualquer barulho me põe de alerta.

― Vamos, louro oxigenado ― sussurro. ― Onde você está?

Fico mais de uma hora assim. Estou já me cansando e me perguntando se este plano dará certo. Escuto o barulho da maçaneta girando. É agora. Abro a gaiola.

Peeta entra. Suas ações parecem tão lentas para mim. Ele acende as luzes e um grito acompanhado de uma enxurrada de palavras obscenas sai de sua boca.

― Que boca mais suja hein, Peeta!

― Foi você! ― me acusa, com seu dedo apontado para mim. ― Livre-se destes coelhos, agora!

― Por quê? ― falo olhando para os coelhos. Madge conseguiu arrumar cinco coelhos. O primo de Madge trabalha em um pet shop. Não é o primo favorito dela, sei que ela precisou fazer um grande esforço para conseguir os coelhos. Eles, agora, passeiam tranquilamente pelo chão do apartamento. ― São tão fofinhos!

Pego um coelho branco que está perto de mim.

― Olha só para ele! ― falo me aproximando de Peeta com o coelho.

― Tira isso de perto de mim! ― diz como se estivesse visto um fantasma.

― Ah, por quê? ― debocho.

― Tira isso, logo! ― ele está muito irritado e um tanto assustado, quase tem um colapso quando um coelho passa perto de seus pés.

― Calma! ― tento conter uma gargalhada. Ver Peeta com a expressão, “vou correr para as montanhas” ao ver um coelho é simplesmente hilário. ― De qualquer forma tenho tudo isso gravado em vídeo, posso rever sua cara um monte de vezes! ― aponto para a câmera, que Madge me emprestou. ― Você precisa ver sua expressão, estava muito engraçada.

― O quê? ― ele começa a avançar em direção a câmera.

Sou mais rápida que ele e pego primeiro a câmera, que está em cima do tripé, para prevenir, que ele se aproxime de mim, seguro o coelho bem perto de mim. Enquanto, eu tiver um coelho nas mãos estarei segura.

― Me dá isso! ― sei que isso deveria soar ameaçador, mas com Peeta se encolhendo todo ao ver o coelho, que tenho nas mãos, isso me parece muito cômico.

― Não ― sorrio de maneira maligna.

― O que você vai fazer com isso?

― Deixe-me ver... vai depender de você...

― O que você está tramando?

― Nada... eu apenas quero um vídeo para o concurso de vídeos de Panem.

― Tampinha! Você não vai publicar este vídeo, vai? Escuta, se você fizer isso, você vai ver um lado meu que não que não vai gostar nenhum um pouco ― ameaça. Mas é um pouco difícil levar a sério esta ameaça, já que ele grita ao ver um coelho se aproximando de seus pés e sobe no sofá. Peeta começa a jogar almofadas no coelho. Mas falha, já que o coelho se esquiva.

― Mesmo morrendo de medo desta ameaça ― zombo. ― Eu não vou postar este vídeo no site do colégio... se você fizer outro em troca ― acaricio o coelho.

― Qual? ― questiona cauteloso.

― Você apenas precisa... dançar... Macarena.

― Você por acaso andou fumando algo? Tá louca, é?

Ignoro seus protestos.

― Não, estou perfeitamente bem. Esta é minha vingança, louro oxigenado. Você me fez trabalhar o final de semana todo. Sabe o quanto estou exausta? Ontem ainda precisei escrever todo o meu trabalho de história a mão. Fiquei a noite toda fazendo aquele maldito trabalho. Minha mão está doendo até hoje. Mas mesmo assim precisei ir decorar o colégio. Sabe quantas horas eu dormi? Apenas duas horas! Duas malditas horas. Estou com sono, exausta. E tudo culpa de quem? ― falo lentamente.

― Mas foi você quem jogou aquele balde de água com gelo em mim!

― E você desligou o despertador, tive um começo de manhã “magnífico” por sua causa!

― E você não me deixou dormir com seus roncos.

― Eu já disse que não ronco! Mas vou começar a roncar a partir de agora, só para não te deixar dormir!

Neste momento, um coelho se aproxima do sofá e Peeta solta um grito.

― Tira estas coisas daqui!

Olho para ele.

― Eu tiro, mas você precisa gravar aquele vídeo...

Ele me olha com cara de poucos amigos. Acaricio o coelho e me aproximo dele. Ameaço subir no sofá ― sua fortaleza.

― Tá, tá, eu faço este vídeo! Mas com uma condição, você vai apagar este vídeo e tirar estes coelhos daqui imediatamente.

― Trato feito ― sorrio diabolicamente. ― Agora vista esta roupa aqui ― falo entregando uma sacola com as roupas que preparei para a performance dele É, eu também cuidei da roupa.

― Você é um poço de maldade! ― diz olhando a sacola. ― Agora se livre destes coelhos.

Sorrio e pego os coelhos que estão espalhados pelo chão da sala. Sei que ele não irá descer deste sofá, até que todos os coelhos estejam presos na gaiola e bem longe dele.

― Pronto. Agora vá vestir a roupa.

Peeta pega a sacola e vai para o banheiro.

Checo a câmera. Noto que ela não gravou o susto de Peeta. Nem dá para ver que se trata dele no vídeo. Ainda bem que ele não conseguiu ver a tempo. Mas isso é uma droga, eu até estava planejando guardar este vídeo para o futuro. Ei, não me olhe assim, se você tivesse um vídeo de Peeta gritando igual a uma gazela, você também iria querer guardar. Isso poderia ser bem útil no futuro.

Fico com um coelho em minhas mãos (para prevenir, né? Nunca se sabe. Ele pode ser bem útil para mim). Será que minha mãe e Haymitch me deixariam adotar um lindo coelho? Eles nem são grandes.

Peeta sai do banheiro. Não posso me conter e solto uma gargalhada. A roupa dele é muito colorida. A calça é roxa ― daqueles roxos bem vivos que se nota na esquina ― com listras verdes e a camisa é toda estampada com flores.

― Pode rir, tampinha, ria bastante!

― Você está uma beleza, louro oxigenado! ― zombo.

― E eu não disse para você se livrar dos coelhos? ― aponta para o coelho que tenho nas mãos.

― Preciso de escudo... Vai saber o que você é capaz de fazer comigo. Estou até pensando em adotar um coelho. Funciona muito bem contra louros oxigenados.

Ele bufa.

Pego a câmera e ligo o som. Sorrio. Seguro a câmera em uma mão e em outra o coelho.

― Dance, meu querido, para mim! ― zombo. ―E nem adianta me olhar com esta cara. Eu tenho um coelho!

― É melhor que você fique a onde está!

A música começa a tocar.

― Não se esqueça de fazer a coreografia direitinho! ― provoco.

Peeta vira de costas para mim. Me certifico que tenho um bom ângulo. Não quero perder nada, até porque isso seria um crime.

Ele se vira e começa a dançar. A coreografia consiste em fazer alguns movimentos com as mãos e ter um ótimo rebolado. Ver Peeta mexendo sua bela bundinha com a cara de quem está se perguntado o que fez na vida passada para merecer tudo isso é simplesmente a coisa mais engraçada que já vi em minha vida.

― Pronto. Satisfeita? ― fala imediatamente após a música parar.

― Você não foi nenhum um bailarino russo ou algo do tipo, mas dá para o gasto ― digo, enquanto checo a gravação.

Isso é tão engraçado. Preciso me conter ao máximo para não começar a rir.

― Agora, apaga aquele vídeo e suma com estes coelhos da minha frente.

― Já fiz isso.

― Me deixa ver!

― Não confia em mim? ― imito uma pessoa decepcionada.

― Não.

Me aproximo dele e mostro a câmera.

― Viu? Já deletei a parte que você quase enfarta devido a um coelho ― omito a parte que a gravação não me serviria de nada. ― E agora vou levar estes coelhos, antes que alguém comece a gritar.

Pego a gaiola com os coelhos e a câmera, vou para a casa de Madge.

Ela me ajuda a editar o vídeo e mandar para o site do colégio. O vídeo demora um pouco para ser editado, já que eu nem Madge conseguimos parar de rir.

― Katniss, desta vez sua maldade superou as expectativas! Valeu o esforço de ter que aturar aquele chato do Tony para conseguir os coelhos. Isso é muito engraçado! ― diz Madge que não consegue parar de dar gargalhadas.

― Aquela peste do Peeta vai ver só! ― sorrio e aperto a tecla “enter” para enviar o vídeo. ― Não disse que quem ri por último, ri melhor!


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Katniss e sua vingança, imagina só como ficou este vídeo. Peeta dançando Macarena deve ser uma bela visão rsrsrsrsrs. Pena que ela não conseguiu gravar o vídeo do susto. Mas pelo menos o vídeo da dança saiu. No que será que isso vai dar? E Gale, o nosso galinha/não-galinha, será que irá melhorar suas habilidades de conquistador?



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