– Eu quem, droga?!

– Eu. Abre a porta e vai saber quem é.

Marina irritada pra acabar logo com essa palhaçada de uma vez, vai até a porta, coloca os dedos ainda machucados dos socos em que deu no André no dia da social na chave gira, a porta se abre em sua frente.

Ela não podia acreditar em quem estava na sua frente.

– Davi! – Ela deu um grito e pulo em cima do amigo. Sentia tanto a falta dele. Deles, na verdade. Essa era a pior parte. E como ele havia feito essa voz estranha? Ela não tinha a mínima ideia.

– Ei Mar. – Disse ele abraçando ela de volta em um tom tranquilizador. Mar notou uma pequena figura atrás de Davi. Era a pequena Ami.

– Ami. – Amélia pulou no colo de Marina.

– Mar, senti muito a sua falta.

– Eu também senti muito a sua falta, sua fofa. – Marina deu levas beliscões e apertões na bochecha e cintura da pequena que sorria alegremente.

– Uau! O que vocês estão fazendo aqui?

– Bom, eu e seu pai estávamos bastante preocupados com a sua saúde mental. Não podíamos te deixar aqui sozinha e deprimida. E como não tinha ninguém pra cuidar da Amélia, eu a trouxe comigo.

– Estou muito feliz mesmo, por vocês terem vindo, mas Davi não precisava de verdade, eu realmente estou bem.

– Não parecia no telefone.

– Mas como isso aconteceu?

– Quando eu te liguei, nós já estávamos no aeroporto fazendo o check-in. Ontem o seu primo telefonou pro seu pai e disse que você estava meio depressiva. Pelo o que eu estou vendo aqui meio é pouco, muito na verdade, e conhecendo seu pai ele ficou muito preocupado de não estar ao seu lado nesse momento, eu também estava preocupado. Aí a gente combinou com o seu primo os detalhes e aqui estamos nós.

Mar sorria feliz de verdade. O que não acontecia há tempos.

– Nem acredito que vocês estão aqui. Deviam estar com o Matheus, ele é quem está precisando de ajuda.

– No momento, tem muitas pessoas cuidando dele, já você... Mudando de assunto, me conta as novidades.

Mar caminha até a cama e Davi e a pequena Amélia os acompanha. Amélia decide brincar no computador quando vê ele ligado. Davi e Mar se sentam e ela começa.

– Novidades, hã... Eu fui suspensa no meu primeiro dia de aula.

– Típico de Mar. – Ressaltou com um risinho.

– Eu fiz amizade com uma inimiga dos gêmeos. Inimiga entra aspas, porque ela é um amor de pessoa e o Liam tem uma queda por ela.

– Então, ela é bonita? – Indagou Davi curioso.

– Sim e ela não é pro seu bico.

– Se você arranja amigas bonitas, deveria ao menos apresenta-las ao seu irmão aqui.

– Não, não deveria.

– Por que não? Só porque eu sou pobre?

– Não e você sabe muito bem o por que.

– Então ela deve ser uma garota muito boa e puritana.

– Os gêmeos idiotas deram uma festa aqui, antes de ontem. Eu acabei ficando um pouco alta e dei uma surra no André.

– Eu sabia que tinha sido você, quem mais iria deixar aquele babacão com o olho roxo.

– Pois é. Só eu mesmo. – Eles riram.

Tiveram uma tarde agradável naquele dia. Marina levou os dois para conhecer os pontos turísticos da cidade. Amélia ficou com tanto meda da altura da Torre de TV que tiveram que descer mais cedo, antes do grupo que subiu lá. Andaram bastante da Torre até o congresso e a catedral. Foram no memorial JK, e comeram no Shopping Pátio Brasil. Mar comeu sushi, Amélia um Mac lanche Feliz e Davi optou por comer no Giraffas.

Pela primeira vez em dias ela se divertiu bastante, riu mais nesse dia do que provavelmente em grande parte do mês passado.

Chegaram na casa cansados. Marina leva Amélia ao banheiro e ambas tomam um bom e relaxante banho. Amélia dorme na cama junto com a Mar e o Davi dorme no quarto de hóspedes. Enquanto isso André faz os preparativos para o seu plano de vingança, no seu ver era a única justiça, já que a justiça no seu país era uma droga.