Saint Seiya - A Cruz de Prata escrita por JulianHiryu
Capítulo 9 – Aquele que brilha seu cosmo ao máximo
Todos os cavaleiros permaneceram em estado de choque ao presenciarem a forma como Kiki foi atingido pelo golpe de Miguel. A muralha de cristal recém-partida ainda tremeluzia no chão na forma de dezenas de pequenos cristais de cosmo que pouco a pouco foram desaparecendo.
Kiki respirava com dificuldades devido o golpe ter atingido seu pulmão. Sua armadura agora se encontrava manchada com o vermelho de sem sangue que escorria pelas cavidades abertas pela lâmina empunhada pelo arcanjo da verdade.
— Kiki. – Falou Miguel com a voz serena, mas firme. – Admito que você seja um bravo oponente. E que sua serenidade mantém oculto o seu perfil de guerreiro, mas infelizmente sua hora chegou e neste momento vou por um fim na sua vida.
Miguel ergueu sua espada e com um rápido movimento abaixou a lâmina em direção à nuca do cavaleiro de Áries para lhe decepar a cabeça.
—Kiki! – Gritaram todos os cavaleiros diante da investida do inimigo.
Porém a lâmina do arcanjo teve seu ataque cessado pouco antes de atingir o muviano. Os olhos de Kiki fixos no objeto que se manteve fixo no ar.
—M...Miguel. – Disse Kiki com dificuldades enquanto se levantava e continuava a encarar o inimigo. – Vocês arcanjos se acham superiores aos humanos. Acham que são superiores, pois acreditam que são perfeitos e que por isso têm o direito de destruir a humanidade. Estou certo?
— Humpf. De fato, nós os arcanjos celestiais somos superiores a reles seres humanos e sim, temos o direito à vida e à morte de vocês.
— Se são assim tão perfeitos vocês não erram certo? – Perguntou Kiki esboçando um leve sorriso.
— Não sei aonde você quer chegar, mas vou lhe responder. É verdade, nós somos seres perfeitos que nunca erram. Fomos criados pela perfeição de nosso senhor e na sua graça estamos salvos de defeitos que assolam criaturas menores como vocês.
— Hahahahahaha.... – Kiki começou a rir.
— O que será que deu nele? – Scarlet perguntou próxima a Arthur.
— Eu não sei. – Respondeu o capricorniano. - Realmente não sei.
— O quê é tão engraçado?! – Miguel questionou voltando a assumir uma postura de combate.
— Você Miguel. – Kiki respondeu. – Você é engraçado. Diz que foi criado pela perfeição de um deus, sendo que tal deus não é perfeito.
— Ousa blasfemar contra nosso senhor?!
— Hahaha. Por que o espanto? Seu deus cometeu erros sim Miguel. A criação de anjos rebeldes como Lúcifer que ameaçaram destruir o paraíso foi um erro, a criação da humanidade que foi contra suas ordens e por isso expulsa do paraíso foi outro erro e até mesmo a oferta de seu filho para limpar os pecados do mundo foi um erro, já que os humanos continuaram a errar. Então me diga Miguel, como você pode se vangloriar de uma perfeição que não existe?
— Seu maldito! – Miguel avançou contra Kiki com a espada apontada para o ariano. Sua face agora expressava o mais puro ódio.
A espada tornou a perfurar Kiki, desta vez na altura do abdome e mais uma vez a ponta da arma surgiu pelas costas do cavaleiro.
— Seu maldito. Agora você morrerá! Você morrerá e pagará pelo erro de ter blasfemado contra nosso senhor!
— Pagar por um erro... Se há alguém que pagará por um erro aqui, este é você... Miguel. – Disse Kiki. – Olhe ao seu redor.
— O quê?! Do que está... – A fala de Miguel foi interrompida quando notou que o sangue de Kiki espalhado pelo chão começara a brilhar como ouro.
Em seguida, o sangue dourado espalhou-se ao redor do arcanjo na forma de um fino fio dourado, semelhante a um fio de lã.
—Mas o quê é isto?! – Indagou Miguel.
— Isto é a sua perdição Miguel. Este foi o erro que você cometeu! Você subestimou a humanidade!
Miguel tentava mover-se, mas o fio dourado impedia seus movimentos e cada vez mais se atava ao seu corpo.
— Seu maldito. Que técnica é esta?!
— Miguel. Não me resta mais muito tempo, mas vou lhe contar uma coisa. No passado, nas eras mitológicas. Havia um carneiro dourado cuja vida foi sacrificada em nome dos deuses e cuja pele tornou-se o velo dourado que guiou os Argonautas.
- O que está insinuando? – Perguntou Miguel enquanto debatia-se tentando se livrar dos fios dourados.
- Não está claro Miguel? – Respondeu Kiki. – Para derrotar você e guiar meus amigos até o próximo templo sacrificarei minha vida e com meu sangue dourado levarei você comigo!
Os fios dourados tornaram-se mais brilhantes e junto deles o corpo de Miguel e o próprio corpo de Kiki começaram a brilhar.
- AMIGOS! – Gritou Kiki. – SIGAM EM FRENTE! DERROTEM ESTE DEUS MALIGNO E SALVEM ATENA!
-KIKI!!!! – Gritaram os demais cavaleiros.
- VELO DOURADO ESTELAR!!!! – A voz de Kiki ecoou pelo primeiro templo. Houve um clarão que por um breve momento ofuscou a visão dos demais cavaleiros e então tudo se acalmou.
Diante dos cavaleiros remanescentes repousava agora a vazia armadura de Áries e diante dela a espada outrora empunhada por Miguel. Kiki, o cavaleiro guardião da primeira casa havia aberto o caminho para seus aliados, mesmo que isto tenha lhe custado à vida.
Enquanto isso, no último templo, Malkuth...
- Hum?! Isto foi... – Falou Jofiel.
- Então você também sentiu Jofiel? – Perguntou Samuel.
- Sim. Há pouco senti um imenso cosmo vindo da direção de Kether, mas logo tal poder desapareceu e junto sumiu o cosmo de Miguel.
- Creio que os lacaios de Atena tenham algo para nos surpreender afinal. – Comentou Samuel do amor divino. – Mas mudando de assunto, onde está nosso senhor?
- Ele está no final de Malkuth, junto à nossa “hóspede”. Acredito que ele tenha alguns outros planos para ela. – Disse Jofiel com certo ar de deboche.
- Seja como for ele sabe o que faz. Já nós devemos nos preparar para logo termos de enfrentar os cavaleiros.
- Acha que poderão chegar até um dos nossos templos?!
- Eu não sei. Eles já passaram por Kether, o templo de Miguel, o próximo será a morada de Chokmah, aquela que deveria ser protegida por...
- Por Rafael. – Complementou Jofiel. – De fato ele deveria estar lá, mas há muito tempo que não o vemos. Além disso, a morada que pertencia a Cristo também se encontra deserta já que o mesmo foi derrotado.
- Ao menos Lúcifer retornou para guardar o templo de Hod. Com isto diminuímos o desfalque em nossas defesas.
- Aquele maldito Lúcifer. Não sei como Deus pode tê-lo perdoado e o deixado proteger novamente um templo celestial depois de tudo o que ele fez.
- Não seja tão dura Jofiel, afinal de contas pelo que me lembro você tinha certa afeição por ele nos tempos antigos.
- Hahaha – Gargalhou Jofiel. – De fato você é bem perspicaz Samuel, mas o sentimento que eu nutria há muito se apagou. Agora não reclamaria se Lúcifer fosse derrotado.
- Bom saber que superou nossa separação minha bela Jofiel. – Falou uma voz masculina surgindo por detrás dos outros dois arcanjos.
Ao se virarem depararam-se com Lúcifer caminhando em direção a eles.
- Lúficer. – Cumprimentou Samuel com um leve aceno de cabeça.
- Samuel. – Respondeu o anjo caído. Digam-me, nossos caros cavaleiros já cruzaram o primeiro templo estou certo?
- Sim. – Respondeu Jofiel. – Em breve devem chegar ao templo que deveria estar protegido por Rafael.
- Entendo. Devemos então esperar coisas interessantes a seguir. – Comentou Lúcifer.
- Do que está falando? – Perguntou Samuel.
- Não estão sabendo? Um dos invasores atende pelo nome de Rafael, o cavaleiro de prata de Cruzeiro do Sul.
- Está insinuando que...
- Não estou insinuando nada. É apenas coincidência que um de nossos aliados, que por sinal está desaparecido, tenha o mesmo nome que um invasor. Um invasor cujo poder conseguiu rivalizar com os de Gabriel e Zadquiel.
- Entendo. – Falou Samuel. – Seja como for ficaremos observando. Como você disse é apenas coincidência, mas uma coincidência deveras interessante.
Continua...
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