Saint Seiya - A Cruz de Prata escrita por JulianHiryu


Capítulo 4
Capítulo 4 - Aquele que não se deve subestimar




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Capítulo 4: Aquele que não se deve subestimar

 

Istambul, Turquia.

Uma das principais cidades da Europa, centro industrial, comercial, cultural e universitário da Turquia. Esta cidade que no passado abrigou a capital do Império Romano do Oriente e do Império Otomano, hoje abriga o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla e a sede da Igreja Ortodoxa.

Tal ramificação da Igreja Católica surgiu há mil anos e em sua liderança encontra-se o Patriarca. Atualmente quem detém este título e comanda o Patriarcado Ecumênico e, por conseguinte a Igreja Ortodoxa é Bartolomeu I, religioso de origem grega que desde jovem é cidadão turco.

Pelas ruas da antiga cidade caminhavam dois homens. O primeiro tinha pele negra, logos cabelos em penteado dreadlock, porte atlético, e olhos escuros. Em seu pescoço repousava um colar com a insígnia de um tipo de carruagem antiga puxada por cavalos. Sua personalidade era amistosa e pacata, demostrando uma serenidade incrível, mas também mostrando uma grande seriedade.

O segundo homem era mais agitado que o primeiro. Falava muito alto e constantemente dava muitas gargalhadas lembrando-se de fatos que não tinham relação alguma com o momento atual. Fisicamente ele chamava mais atenção que o primeiro, era negro, possuía quase dois metros de altura, cabelos curtos de cor preta e músculos avantajados. Em seu peito carregava a insígnia do Touro.

Os dois caminharam por algumas horas percorrendo a cidade, passando por diversas igrejas menores, até chegarem a seu objetivo, a Basílica Patriarcal de São Jorge.

— Então este é nosso local de pesquisa Dwayne? – Perguntou Johnson ao chegarem diante do edifício.

— Sim Johnson. Esta é a Basílica Patriarcal que abriga a sede de toda a Igreja Ortodoxa. É aqui que encontraremos o homem que estamos procurando, Bartolomeu I.

— Esse Bartolomeu, é uma espécie de Papa? – Perguntou o Taurino.

— Tecnicamente sim. Embora ele não tenha o título de Papa é ele quem comanda a Igreja Ortodoxa, assim como o Papa Francisco comanda a Igreja Apostólica Romana. Mas você não deveria estar ciente disso? Afinal você que é o líder nesta missão.

Johnson encarou seu irmão por um momento, mas então caiu na gargalhada e o respondeu:

— Hahahahaha... Você tem razão Dwayne, mas se eu demonstrasse que já sabia como poderia ter certeza de que você também tinha lido o dossiê que recebemos?

Dwayne não pareceu muito convencido da seriedade de seu irmão mais velho, já que ele próprio também era brincalhão, mas ainda assim pareceu confiar no que seu irmão havia dito. – Certo. Mas e então, vamos ficar aqui do lado de fora ou vamos entrar?

— Sim vamos entrar logo.

Os dois Cavaleiros foram em direção à entrada da basílica. De perto puderam notar o forte esquema de segurança que guardava o local e puderam perceber como era difícil ter acesso ao interior do recinto.

— Acho que não será tão fácil entrarmos Dwayne. – Comentou Johnson junto ao ouvido de seu irmão.

— Também acho, mas vamos tentar nos misturar com os turistas e quem sabe damos sorte de achar alguma passagem.

Os dois andaram alguns metros junto de uma fila de visitantes até que um dos guardas os chamou:

— Ei vocês dois aí. O que vieram fazer aqui? Vocês não aparentam ser do tipo religioso.

— E agora cara?! – Balbuciou Dwayne.

— Deixe que eu cuide disso. – respondeu o cavaleiro de Touro.

Johnson se aproximou segurança fixando seus olhos nos olhos do outro homem de forma tão séria que seria possível imaginar que ele era algum tipo de criminoso pronto para atacar.

— Somos emissários do Papa de Roma. Viemos para uma reunião com o Patriarca. – Johson respondeu apoiando as mãos no ombro do guarda.

— Emissários?... – o segurança parecia suspeitar das intensões dos dois visitantes. – Não sabia que o Vaticano tinha gente do seu tipo trabalhando para eles.

— COMO ASSIM DO NOSSO TIPO?!!! – Exclamou o cavaleiro de Touro apertando com certa força os ombros do segurança.

— ISSO É POR QUE SOMOS NEGROS?!!!! – Completou Dwayne se aproximando também do home. – ISSO É RACISMO SABIA?!!!!

— Nã...não...não é isso o que eu quis dizer... – Falou o homem claramente assustado e constrangido com a situação.

— Então o que foi que você quis dizer? – Perguntou Johson encarando-o firmemente.

— É... que...

— Desenrola carretel! – Falou Dwayne dando uma tapa na cabeça do guarda, mas claramente se divertindo com a situação toda.

— É que não sabia que o Vaticano tinha emissários tão jovens e com uma forma tão casual de se vestir, por isso estranhei. Desculpem-me.

Dwayne e Johson se olharam tentando ao máximo conter suas risadas. O cavaleiro de Touro soltou os ombros do segurança e como se nada daquilo tivesse acontecido apenas falou:

— Está desculpado amigo. Agora se me der licença temos que entrar e seguir com nosso trabalho.

— Ah, sim, é claro. – Falou o segurança abrindo passagem para que os dois pudessem entrar na basílica.

Ao entrarem os dois cavaleiros seguiram para um corredor afastado dos demais turistas onde finalmente puderem soltar todas as gargalhadas que estavam contidas.

— Hahahahahaha. Ei Johnson, o que foi aquilo? – Perguntou o cavaleiro de Auriga.

— Nem eu sei. – Respondeu o Taurino. – Foi tudo no improviso hahahaha. Bem, vamos em frente.

Neste momento Myuki e Virgílio desembarcavam em Roma, partindo em direção à Cidade Estado do Vaticano. Longe dali Seth e Há’as continuavam viagem em direção à Jerusalém.

— Ainda falta muito para chegarmos? – Perguntou Há’as montado em um camelo.

— Não se apresse meu irmão. Tenha fé que logo chegaremos. Enquanto isso tente apreciar a paisagem. – Respondeu Seth.

— Aproveitar a paisagem? Creio ser um pouco difícil meu irmão. Considerando que a paisagem é composta só de areia, alguns poucos cactos e um ou outro lagarto correndo atrás de alimento.

Os dois andaram mais alguns metros quando o prateado voltou a falar:

— Não quero parecer rude, mas por que estamos viajando de camelo meu irmão? Se simplesmente usássemos nossos cosmos sei que já estaríamos em Jerusalém.

— O valor de uma jornada não está no seu local de chegada, mas no caminho que você percorre. – Falou Seth de Gêmeos virando o rosto levemente para trás.

— E isso significa? – indagou Há’as.

— Nada em especial. – Admitiu Seth. – Na verdade escolhi esta forma de viajar para podermos raciocinar um pouco. Tentar entender os motivos desta nova batalha. Além disso, nossos antepassados cruzaram estes desertos desta maneira em busca de riquezas, poder e conhecimento. Nada melhor que nos espelharmos neles se o que buscamos agora é o conhecimento sobre Deus.

— Falando nisso Seth. Estava pensando, o que poderia ter feito com que Deus agisse desta forma e decidisse trazer toda esta provação para o mundo atual?

— O modo como às pessoas agem já é um motivo para isto irmão. Os seres humanos de fato são egoístas, selvagens, rebeldes e sanguinários. Até mesmo nós Cavaleiros de Atena cometemos inúmeros pecados nesta vida.

— Se pensa assim então por que serve à Atena. Não seria mais correto  estar servindo a Alá? – questionou o cavaleiro de Perseu.

— Mas eu estou servindo a Alá. Em todos os anos que leio o alcorão sempre vejo Alá falar sobre justiça, sobre paz e sobre o reino prometido aos homens de boa fé. Se hoje visto esta armadura e protejo uma das doze casas não é por que sou fiel a Atena, mas é por que desejo que se cumpram as escrituras do livro sagrado. Desejo que meu punho seja capaz de abrir o caminho de uma nova era de santidade e pureza na Terra.

— E não liga se para isso tiver que matar outras pessoas em combate? – voltou a questionar Há’as.

— Se esta for a vontade de Alá eu a cumprirei. Se for da vontade de meu deus, tirarei a vida de incontáveis inimigos, desde que isso seja em favor da justiça. - Falou Seth encerrando o assunto.

Pouco tempo depois os dois cavaleiros chegaram ao seu destino, a cidade de Jerusalém.

— Para onde iremos irmão? – Perguntou Ha’as dirigindo-se a Seth.

— Vamos até a Basílica do Santo Sepulcro. – Respondeu o geminiano apontando na direção por onde iriam seguir.

— E exatamente o que estamos indo procurar?

— Se nosso inimigo é mesmo Deus. Quero ter uma conversa com o filho dele. – Respondeu o geminiano.

— Com o filho?! – Há’as falou espantado – Refere-se a Jesus, o que é chamado de Cristo?

— E conhece outro ser que seja venerado como o filho de Deus? – Seth respondeu rispidamente.

Ratisbona, Alemanha.

— Acertamos! – Exclamou Rafael.

— Não. Veja! – Avisou Arthur.

A nuvem de poeira levantada pelo impacto dos golpes desferidos pelos dourados começou a se dissipar revelando a imagem de Zadquiel imóvel, apenas com sua espada diante de si.

— Este é todo o poder dos Cavaleiros de Atena? – Falou o Arcanjo. – Se não forem capazes de fazer mais jamais conseguirão me derrotar.

— Não é possível. Como pode ter repelido o corte de minha Excalibur?!

— Vejo que os Cavaleiros de Atena são mesmo uns idiotas. Ainda não percebeu o que está diante de seus olhos Cavaleiro de Capricórnio? – Zadquiel falou em tom de deboche.

— O quê?! Seu misera...

— Espere Arthur! – Disse Rafael – Veja aquilo, a espada diante dele. Aquela arma foi capaz de resistir aos nossos ataques.

— Então quer dizer que para vencermos esse inimigo teremos que primeiro destruir essa espada.

— Está aprendendo rápido Arthur. – Falou Zadquiel. – Mas infelizmente, poderes mortais como os seus não são capazes de se quer arranhar a minha espada celestial.

Zadquiel caminhou em direção aos cavaleiros. Seus passos lentos ecoando pelo ambiente em que estavam. Sua espada tinindo a sua frente, apontada para seus alvos, pronta para rasgar-lhes a carne.

— Vou lhes mostrar qual o nível de poder que precisam alcançar para poder ter uma chance de me vencer.

Os cabelos de Zadquiel esvoaçaram, seus olhos brilharam e sua espada começou a ressoar. Por um breve momento toda a luz do ambiente foi sugada dentro do objeto, canalizada em um único ponto.

— ESPADA DA JUSTIÇA!!!

Ao dizer estas palavras Zadquiel faz com que um facho de cosmo violeta saísse de sua arma em direção aos Cavaleiros de Atena.

Arthur e Rafael tentam saltar para os lados, buscando esquivar-se do golpe, mas ainda assim são atingidos. Ambos têm seus elmos estraçalhados, Arthur teve a ombreira e braço esquerdos da armadura de Capricórnio destruídos, além de rachaduras por todo o restante da mesma. Rafael sofreu um impacto maior do golpe e terminou tento toda a parte superior de sua armadura destruída, ficando unicamente com uma camiseta recobrindo seu tórax e abdome.

—Argh... Como este maldito pode ter tamanha força?!  - Disse Arthur tentando levantar-se do chão.

— Não se preocupe Cavaleiro de Capricórnio. Logo colocarei um fim em suas vidas e então vocês descansarão pela eternidade. – Neste momento Zadquiel apontou a ponta de sua lâmina para a garganta de Arthur.

A lâmina do Arcanjo refletiu nos olhos do cavaleiro de ouro. Em sua face havia uma mistura de emoções: raiva de seu inimigo, preocupação para com a segurança de seu colega e um misto de medo e tristeza, mas não era medo de morrer ali naquele local, mas de não voltar a ver um ente querido, e de não ver alguém que dali a algum tempo poderia vir a nascer.

— Seu maldito... – Falou Arthur levantando-se batendo com a mão na espada de Zadquiel e enfim conseguindo colocar-se de pé. – Vai me pagar por isto. Eu prometo que com minha espada cortarei a sua cabeça!

Arthur ergueu seu braço direito. A ponta de sua mão brilhou como a ponta de uma espada medieval. Zadquiel esboçou um leve sorriso pelo canto da boca.

Arthur mais uma vez lança sua técnica na direção de Zodkiel. Mais uma vez o ar diante de seu punho é rasgado abrindo-se um vácuo, em seguida uma onda de cosmo atravessa o vácuo formando uma rajada cortante como a lâmina de uma espada inglesa.

— EXCALIBUR!

— Outra vez este golpe. E espera cortar minha cabeça. Pobre e tolo mortal.

A espada de Zadquiel emitiu um pequeno brilho tornando-se espelhada. O ataque de Arthur atingiu em cheio a arma de seu adversário, mas desta vez ao invés de ser apenas neutralizado o golpe foi refletido de volta contra seu usuário.

A Excalibur de Arthur volta-se contra ele mesmo. O Cavaleiro de Ouro consegue saltar para o seu lado direito, evitando por muito pouco de ter sua perna cortada pelo seu próprio golpe.

— ARTHUR!! – Gritou Rafael que neste momento já havia conseguido se reerguer e se encontrava em postura de combate.

— Como se sente jovem Arthur, ao ter seu golpe refletido contra si mesmo?- Perguntou Zadquiel claramente zombando de seu adversário. – E você, pirralho de prata. – Falou dirigindo-se à Rafael. – Fique tranquilo, logo cuidarei de você.

— Miserável. – Pensou Arthur – Além de bloquear nossos golpes, ainda os reflete com aquela espada maldita. Minha Excalibur não conseguiu rivalizar com aquela espada, então o que poderei fazer? Se ao menos a Scarlet estivesse aqui... Ela sempre soube me apoiar nos momentos difíceis que enfrentei. Ainda me lembro de quando nos conhecemos...

Arthur começa a se lembrar do momento que conheceu sua amada, a amazona de Escorpião. Era uma noite chuvosa, ambos haviam chegado recentemente ao Santuário de Atena após serem alçados cavaleiros de ouro.

Por terem vindo de países próximos a amizade logo aflorou entre eles e costumeiramente Scarlet espionava Arthur treinando junto de Shiryu de Libra. Ela passava horas admirando o jovem capricorniano conforme ele aprendia a dominar a técnica que seu antecessor havia confiado a Shiryu.

Com o tempo a admiração entre ambos foi crescendo, tornou-se um sentimento de carinho e após isso um sentimento de amor. Amor eterno jurado por ambos sob um esplêndido pôr-do-sol que iluminava a estátua de Atena desde sua face até o chão, amor que se sacramentou com o primeiro beijo trocado entre eles, mas também um amor que foi mantido em segredo para que possíveis inimigos não tentassem usa-lo como fraqueza.

— Lamento pelo seu sofrimento cavaleiro, mas isso acaba agora. – Falou Zadquiel aproximando-se de Arthur que ainda estava caído de mau jeito no chão. – Prometo que darei uma morte rápida assim você não sentirá mais nada.

Arthur quase não tinha condições de reagir naquele momento. Mesmo que ele tentasse se esquivar ainda era certo de ser atingido pelo ataque de seu inimigo.

Zadquiel ergueu seu braço direito. Sua espada brilhou intensamente e então se tornou uma esfera de luz violeta na palma da mão do Arcanjo. Esta seria sua última técnica desferida contra os cavaleiros.

— Adeus Cavaleiro de Capricórnio.

Zadquiel abaixou o braço no intuito de desferir seu golpe, porém seu movimento foi interrompido. Algo o havia prendido. Ele não tinha se notado, mas algo surgia por trás de seu corpo e bloqueava seus movimentos. Era uma luz intensa e brilhante que aos poucos revelou a forma de uma cruz.

— O quê?! – Falou o Arcanjo sem entender o que ocorria.

— Não deixarei que mate o Arthur! – Falou Rafael ao concentrar seu cosmo em uma técnica capaz de paralisar os movimentos de um ser tão poderoso como aquele.

— O quê?! O que está fazendo?! Como é possível que esteja me segurando?! – Indagou Zadquiel.

— Você cometeu um erro enorme ao concentrar seu ataque apenas em um adversário Zadquiel. Enquanto você concentrou-se em atacar aquele que você julgou ser mais forte, esqueceu-se de que um cavaleiro, independente de sua patente, jamais deve ser subestimado!

— Argh! Seu maldito! Como é capaz de ter tanto poder? – Bradava o arcanjo enquanto virava-se com dificuldade na direção de Rafael e finalmente dava-se conta do que o estava prendendo.

Era uma cruz. Uma cruz feita de cosmo dourado emanava do corpo de Rafael e seguia em direção ao arcanjo aprisionando seus movimentos de forma semelhante à que Jesus ficou preso na cruz.

— Este é o poder de um humano Zadquiel, algo que você não entenderia. Esta é a técnica que vai nos permitir a vitória. CRUCIFICAÇÃO CELESTIAL!

— SEU MALDITO!!! VOCÊ VAI VER QUANDO EU ME SOLTAR...

— ZADQUIEL! – O grito de Arthur interrompeu os do próprio arcanjo.

O cosmo do cavaleiro de ouro voltava a se elevar e junto a ele foram surgindo silhuetas de homens trajando armaduras medievais. Ao todo 11 silhuetas somadas às do próprio Arthur.

— Zadquiel, ouça as palavras de Rafael, pois elas são verdadeiras. Nenhum cavaleiro deve ser subestimado e por ter feito isso você cavou sua própria ruína. – Arthur virou o rosto em direção à Rafael – Rafael, eu próprio meio que o subestimei, já que tentei combater sozinho a maior parte do tempo, mas graças a sua técnica sei que é possível vencer este anjo e isto será devido ao nosso esforço em conjunto!

— Arthur...

— Veja Zadquiel! O poder de um coração humano! – JUSTIÇA DE AVALON!

Arthur avançou em direção ao inimigo com seu braço direito posto de tal forma junto ao corpo que se assemelhava a um cavaleiro cavalgando com a espada em mãos. Junto a ele as auras dos cavaleiros feitos de cosmo avançaram e um por um atingiu o corpo crucificado de Zadquiel. Por fim o próprio capricorniano cravou seu punho nas costas do arcanjo transpassando seu corpo na altura do coração.

Zadquiel praticamente morto tombou no chão.

— Mis...er...ável... Como ousa me... feriiiir...desta ma....arh...neira. Isso... vai...ter...volta.

As palavras do arcanjo cessaram e neste momento um pilar luminoso que parecia romper do céu atingiu Zadquiel e fez com que seu corpo desaparecesse. Ele havia sido tragado de volta aos céus.

— Pelo visto nós o veremos de novo. – Comentou Arthur.

— É... Agora temos que dar um jeito naquela sarça. – Disse Rafael ao virar sua atenção para a chama que ainda ardia próxima a eles.

O cavaleiro de prata pareceu fitar as chamas por um momento. As chamas igualmente resplandeciam em seus olhos como se reconhecendo a presença de um ser importante.

O rapaz aproximou-se das chamas, estendeu as mãos em direção ao fogo. E então um círculo feito de ouro surgiu por entre as chamas, repousou nas mãos de Rafael e então o fogo se extinguiu.

— O que foi isso? – Perguntou Arthur espantado.

— Não sei dizer, mas talvez seja aquilo que viemos buscar. – Respondeu Rafael.

No Templo de Deus os Arcanjos Celestes Gabriel e Uriel sentem o cosmo de Zadquiel brilhar de forma ínfima, quase se extinguindo, mas ainda assim presente.

— Zadquiel... Aquele tolo foi mesmo derrotado. – Comentou Gabriel.

— Isso não importa. Ainda estamos em seis Arcanjos. Somos mais que o suficiente. – Respondeu Uriel.

— Em cinco você quer dizer Uriel. – Falou um ser recém-chegado no recinto em que estavam os outros dois Arcanjos.

Era um homem de pele branca, brilhantes olhos cor de ametista, cabelos ondulados de cor castanho claro até a altura dos ombros. Trajava uma vestimenta sagrada de cor rosada. Suas asas encontravam-se abaixadas de tal maneira que lembravam um manto posto sobre os ombros de tal ser.

— Ah é você Samuel? – Perguntou Uriel.

— Sim, sou eu Samuel, o Arcanjo Celeste do Amor.

— O que quer dizer com sermos apenas cinco? – Perguntou Gabriel.

— Não banque o tolo Gabriel. Você é um dos anjos mais astutos. Sei que notou a falta de um dos nossos.

— Está se referindo ao Rafael? – Questionou mais uma vez o Arcanjo da anunciação.

— Sim. – Respondeu Samuel. – Não sei onde ele está, mas tal sumiço é no mínimo intrigante. Devemos ficar alerta para uma eventual necessidade.

— De acordo meu irmão. – Respondeu Gabriel. – Mas o que faremos com os cavaleiros que ainda estão vivos?

Neste momento Gabriel olhou para um pilar de luz presente no salão diante dele e dos outros arcanjos. Neste pilar era possível notar a presença de cinco vultos. Eram as almas dos cavaleiros de ouro derrotados no Santuário: Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki.

— Jofiel viajou para a Turquia. Eu estou indo para o Vaticano cuidar para que nada de mal ocorra com o herdeiro de Pedro. – Respondeu Samuel.

— E sobre a Terra Santa? – Indagou Uriel – Acaso deixará esta tarefa para mim, ou pedirá para o senhor Miguel ir até lá?

— Não será necessário. – Falou Samuel – Se o que imagino ter acontecido for verdade os cavaleiros que seguiram para Jerusalém terão um oponente valoroso diante deles.

— Não pode ser! – Exclamou Uriel – Quer dizer que depois de se passar mais de dois mil anos, ele regressou?!

— Sim. Aquele que é o cordeiro de Deus. O filho da trindade, foi enviado uma vez mais à Terra.


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Notas finais do capítulo

Dwayne de Auriga

Idade: 14 anos
Nascimento: 21 de Abril
Patente: Cavaleiro de Prata
Golpes especiais: Discos cortantes (cutting discs) e Espírito Vingativo (Revenge spirit)

Johnson de Touro

Idade: 18 anos
Nascimento: 20 de Maio
Patente: Cavaleiro de Ouro
Golpes especiais: Submissão (submission); Grande Chifre (great horn); Brahma Bull.

Arthur de Capricórnio

Idade: 21 anos
Nascimento: 25 de Dezembro
Patente: Cavaleiro de Ouro
Golpes especiais: Excalibur; Justiça de Avalon (Avalon's Justice); Cólera do Dragão



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