Saint Seiya - A Cruz de Prata escrita por JulianHiryu


Capítulo 13
Capítulo 13: Aquela que intercede por todos




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Capítulo 13: Aquela que intercede por todos

— Sim Saori, sou Maria, a mulher escolhida para trazer ao mundo o filho de Deus.

 - Mas, o que faz aqui? – Perguntou a deusa Atena claramente surpresa em estar diante daquela pessoa cuja presença transmitia um ar de segurança e proteção.

    Maria afastou-se um pouco e com as duas mãos começou a movimentar o rosário que trazia consigo. Passava uma conta após a outra como se mentalmente estivesse orando.

— Pequena Saori. – Respondeu Maria – Deve saber que sou aquela que intercede pelos homens quando estes encontram-se diante do pai em seus momentos de julgamento no pós-morte. Sou a aquela que intercede e busca garantir aos seus filhos o repouso no paraíso eterno.

Atena ainda estava sem entender qual o propósito de Maria e o porquê daquelas palavras, mas manteve-se prestando atenção nas palavras que ouvia.

— Por isso vim aqui. – Continuou Maria – Para interceder por você, jovem Saori.

— Interceder por mim?! – Questionou Saori em clara desconfiança diante das palavras de Maria. – Mas pensei que fossemos inimigas, já que você é uma serva de Deus.

— É bem verdade que neste momento Deus e Atena estão em lados opostos, mas você viveu parte de sua vida sendo apenas uma garota, apenas Saori. Isso e o fato de você tantas vezes ter se sacrificado pelo bem da humanidade faz com que para mim você seja minha filha, assim como seus cavaleiros e assim, portanto, seja digna de minha intercessão.

— Digna... da intercessão... – os olhos de Saori marejaram levemente. Ela pôde sentir a verdade e o carinho nas palavras de Maria. – Então você quer acabar com esta guerra? – Perguntou Atena.

— Infelizmente não posso fazer isso, já que nem mesmo eu posso me opor à vontade de Deus pai todo poderoso. Mas, posso interceder para que seu destino seja mais tranquilo Atena. Permita-me acalmar a sua alma neste momento de dor e trazer a paz ao seu coração.

Maria ajoelhou-se diante de Saori. Ao seu lado Jofiel colocou uma vasilha com água. A mulher então levantou levemente o vestido de Atena, com as mãos pegou delicadamente seu pé direito, o descalçou e então começou a lhe lavar.

Saori não entendia o significado daquele gesto, mas recordava-se de ter lido uma vez que na última ceia realizada junto aos apóstolos Jesus havia realizado o mesmo ato de lavar os seus pés, e este ato era seguido até os dias atuais pelos membros da igreja.

Maria terminou de lavar o pé de Saori, o secou com uma toalha branca entregue por Jofiel e levemente lhe deu um pequeno beijo.

— Maria... você...

— Meu filho uma vez ensinou... – Interrompeu Maria – Que devemos servir aos outros. Devemos estar prontos para ajudar a todos e acima de tudo amar a todos como gostaríamos de ser amados.

Maria então levanta-se lentamente. Olha no fundo dos olhos de Saori e continua falando:

— Eu Maria; mãe de Cristo, o filho de Deus; te abençoo Saori Kido, forma humana de Atena. Sirvo-te assim como você serviu à humanidade, protejo-te assim como você protegeu a todos que habitam na Terra e amo-te assim como você amou a todos aqueles que viveram no mundo dos homens.

As lágrimas escorreram dos olhos de Saori pelo seu rosto. Ela não sabia o que dizer, apenas sentia um misto de emoções incontroláveis e sentia acima delas o amor de uma mãe emanando de Maria.

— Não sei qual será o desfecho destes combates. Não sei se ao final a vitória pertencerá ao nosso senhor ou aos seus cavaleiros Atena, mas saiba que como mãe das mães estarei orando por você e pelos seus cavaleiros também.

Maria então deu as costas à Saori e foi embora do jardim, deixando para trás uma confusa e emocionada Atena.

— Senhora Maria... – Falou Jofiel enquanto acompanhava a santa no caminho de saída. – Estive pensando...

— Em qual o significado de meus atos certo? – Complementou Maria.

—Ah... sim senhora.

— Durante eras Atena buscou trazer paz e harmonia aos homens. Inúmeras vezes ela pôs-se em sacrifício pelos meus filhos e por isso lhe sou grata. Tais atos de certa maneira fazem com que eu veja meu próprio filho nela.

— Mas a senhora tem ciência de que ela é nossa adversária.

— Sim, mas o que são os adversários, se não aliados cujos corações ainda não tocamos?

Jofiel parou por um momento refletindo tais palavras.

— Eu espero – disse Maria – Que ao final de tudo a humanidade finalmente encontre a paz. Se será através de nosso senhor, ou se será trazida por Atena não importa. Só espero que num futuro próximo não seja mais necessário ver mães chorando pela perca de seus filhos.

No templo de Chesed

Arthur e Uriel encaravam-se sem esboçar quaisquer emoções. Os cosmos dos demais cavaleiros que haviam deixado o local da luta iam distanciando-se e quando finalmente sentiram que estes não se localizavam mais no interior de Chesed Arhur finalmente falou:

— Agora podemos começar nosso embate Uriel. – Disse o capricorniano assumindo uma postura de luta.

Suas pernas encontravam-se um pouco afastadas e seus joelhos flexionados, seu braço esquerdo fora dobrado em um ângulo próximo aos 90 graus diante de seu tórax, de forma semelhante à se estivesse portando um escudo, e seu braço direito assumia a forma de uma espada enquanto seu cosmo era concentrado.

— Claro, para assim você poder lutar sem nenhuma distração não é mesmo? – Comentou Uriel.

Assim como Arthur o arcanjo começara a concentrar seu cosmo, mas diferente do oponente não exibia nenhuma postura ofensiva de combate, apenas permanecia em pé diante de seu oponente enquanto seu corpo emitia uma aura avermelhada.

Os dois oponentes permaneceram imóveis por um breve momento. Seus cabelos lentamente agitavam-se, movidos pelos cosmos de ambos se elevando.

Um pequeno pedaço de rocha se soltou do teto bem no meio dos dois guerreiros. A pequena pedra passou diante dos dois em menos de um segundo e ao tocar no chão deu início ao combate.

Arthur e Uriel avançaram um contra o outro. O braço direito de Arthur buscou acertar a cabeça de Uriel, mas este defendeu-se com seu braço esquerdo. Em seguida o arcanjo buscou acertar seu adversário na altura do abdômen com um soco de sua mão direita, mas este fora bloqueado pela mão esquerda do capricorniano.

Ambos se moviam na velocidade da luz e seguiram assim trocando golpes. Soco após soco, chute após chute, um interceptando e revidando os golpes emitidos pelo outro.

A troca de golpes foi interrompida apenas no momento em que os punhos direitos de ambos os lutadores se chocaram em pleno ar e relâmpagos causados pelo choque de cosmos rasgaram o ar.

— Devo admitir que você é bem ágil para um mero mortal, Arthur de Capricórnio. – Falou Uriel expressando um breve sorriso em respeito ao seu oponente.

— Também não posso negar que estou surpreso com o seu poder Uriel. – Falou o santo de capricórnio de maneira também respeitosa apesar da intensidade do combate. – Mas não posso me dar ao luxo de ficar o dia todo medindo forças com você.

Ambos se afastaram um do outro, seus cosmos ainda emergiam intensamente.

— Muito bem então cavaleiro! Mostre-me do que você é capaz! – Exclamou Uriel.

— Receba a força da lâmina sagrada que herdei de meu mestre! EXCALIBUR! – O braço direito de Arthur disparou um feixe de cosmo dourado na forma de uma lâmina em direção a Uriel, tal golpe abriu uma fenda no chão do templo onde lutavam em paralelo a uma outra no telhado.

Uriel apenas moveu calmamente os dedos de suas mãos e por um momento o golpe de Athur pareceu ter lhe atingido em cheio.

Uma pequena explosão ocorreu diante do arcanjo após o choque com o golpe de seu adversário. Seguiu-se uma nuvem de fumaça que em alguns segundos dissipou-se.

— Foi uma boa tentativa, pena que não boa o bastante. – Falou Uriel.

— Como? Não é possível que tenha evitado a minha Excalibur. – Disse Arthur incrédulo de que seu golpe tivesse sido inútil.

— Não me faça rir cavaleiro. Achou mesmo que seu ataque havia me atingido? Acho melhor você prestar atenção.

— Ah, essa aura... – Arthur percebera finalmente que circulando o corpo de Uriel havia uma aura de chamas que formavam uma esfera protetora ao redor do arcanjo, esta esfera havia interceptado seu ataque e protegido o arcanjo de todo o impacto.

— Warding Halo, ou se preferir, auréola protetora. – Falou Uriel – Essa esfera protetora absorve os ataques que me são direcionados.

— Entendo, foi assim que se protegeu.

— Não apenas isso. Acredito que você deva prestar atenção ao seu corpo, meu caro Arthur.

—Hum? – Arthur percebeu então que sua mão direita estava levemente queimada e ao prestar atenção notou que outras partes de seu corpo que haviam tido contato com os golpes do arcanjo também estavam avermelhadas e começavam a arder como se tivessem sido levemente queimadas.

— Percebeu agora Arthur? Minha técnica da auréola protetora forma um escudo perfeito ao meu redor, enquanto suas chamas causam dano ao meu adversário. De forma simples, se me atacar seus golpes não só serão inúteis como causarão dano em você mesmo.

— Humpf. Esses ferimentos não são nada para mim. Se quiser impedir que eu o ataque terá que fazer mais do que só chamuscar a minha pele ou armadura. – Falou o capricorniano ignorando totalmente as palavras de Uriel. – Além do mais veremos se sua defesa é mesmo perfeita.

— Hahahah, bem falado cavaleiro. A vitória não teria significado se você apenas aceitasse a rendição. – O tom de voz de Uriel mostrava-se confiante e ao mesmo tempo animado – Me surpreenda, mostre-me se consegue alcançar o meu corpo.

Arthur aceitou o desafio e novamente avançou em direção a Uriel, novamente desferindo uma sequência de socos e chutes, mas todos os golpes paravam nas chamas da auréola protetora e serviam apenas para queimar ao próprio Cavaleiro de Capricórnio.

— Já acabou Arthur? – Questionou Uriel com um tom levemente debochado. – Percebe que seus golpes não irão me atingir?

— Eu não diria isso Uriel. Como meu mestre Shiryu me ensinou vez: todo golpe possui um ponto fraco. E eu encontrei o seu.

— É mesmo? E qual seria esse ponto fraco? – Uriel mostrava-se agora mais centrado do que antes.

— Seu golpe é uma esfera protetora, mas para bloquear meus ataques e os repelir se faz necessário que você concentre seu cosmo no ponto da esfera que foi atingido. Nesse momento o restante da sua proteção fica enfraquecido e se atingido fará com que a esfera se desfaça.

— Huuum, bem observado jovem Arthur, mas como pretende tirar proveito disso? Já que por mais veloz que você seja não tem como golpear a minha redoma em dois pontos simultâneos com a força necessária para fazer com que a minha proteção desapareça. Afinal, você está lutando sozinho conta mim.

Arthur fechou os olhos, desfez sua postura de combate e disse apenas uma coisa:

— Eu nunca estou sozinho.

O cosmo do cavaleiro de Capricórnio se elevou mais intensamente e ao redor de Uriel surgiram 11 guerreiros de luz trajando armaduras medievais e portando espadas de cosmo.

— Ah sim, bem lembrado, foi com esta técnica que você sobrepujou o Zadquiel anteriormente. Vamos ver então se com a ajuda dos seus “amiguinhos” você consegue romper a minha defesa. Hahahaha.

Os olhos de Arthur abriram-se e o capricorniano partiu em disparada, seguido dos 11 guerreiros que ele havia conjurado. Essa era a técnica que ele desenvolveu referenciando suas origens na cavalaria medieval, a Justiça de Avalon.

Os 11 cavaleiros acertaram ao mesmo tempo e por ângulos distintos a esfera protetora de Uriel. A redoma começou a rachar, mas o arcanjo não demonstrava surpresa com aquilo.

A auréola protetora então se rompeu mediante o impacto dos golpes da Justiça de Avalon. 11 golpes que em conjunto romperam a proteção do arcanjo, restava agora apenas acertar diretamente o arcanjo e pôr um fim na batalha.

— É a minha chance agora! – Exclamou Arthur ao aproximar-se de Uriel – O golpe final! Excalibur!

— Eu acho que não. – Disse Uriel serenamente.

O fio do ataque de Arthur avançou em direção de Uriel, mas ao faltar poucos milímetros para atingir o arcanjo o golpe foi cessado.

— O quê?!

— Tolo cavaleiro. Eu avisei que minha esfera protetora causava dano a você enquanto me golpeava. E esse dano não era apenas leves queimaduras em sua pele, mas sim em seu cosmo.

— Queimaduras, no cosmo?

— Exatamente. Queimaduras feitas diretamente em seu cosmo pelo fogo criado por nosso senhor. Essas queimaduras eliminam o cosmo deu meus adversários, reduzindo guerreiros extremamente poderosos à reles garotinhos indefesos diante de mim.

— Quer dizer que...

— Exatamente Arthur. Você agora não tem mais cosmo para lutar!

Continua...


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Notas finais do capítulo

Agradeço enormemente aos que leram os capítulos anteriores e me deram um feedback positivo para continuar com a publicação. Não sei dizer em quanto tempo terei novos capítulos, mas saibam que o apoio de vocês é muito importante e vou me empenhar em fazer uma obra bacana para corresponder ao carinho de todos.



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