Por Violetta

─ Violetta!!! – gritou mais uma vez, estressada.

Essa era a minha mãe, 41 anos de idade, uma mulher bonita, forte, sonhadora e que já passou por muitas dificuldades na sua vida, uma verdadeira Guerreira.

─ Já estou descendo, mãe! – exclamei de volta.

Estava terminando de arrumar algumas coisas para levar para Madrid. Não gostava da ideia de partir da minha querida Califórnia, muito menos da ideia de morar com o meu pai ou como prefiro chama-lo Germán. Há alguns anos atrás Germán traiu a minha mãe, a partir daquele momento nos levou embora de Madrid, eu e minha irmã Francesca, e comecei a me afastar de Germán. Há muito tempo não o vejo ou até mesmo falo com ele, mas minha mãe decidiu que seria melhor, para mim e para Fran, morarmos em Madrid com nosso pai, por conta dos nossos estudos.

Desci as enormes escadas com uma pequena mala nas mãos, o motorista iria pegar as outras, encontrando minha mãe com os seus lindos olhos castanhos marejados, corri para abraça-la.

─ Vou sentir muito a sua falta, mãe – já sentia lágrimas escorrendo livremente pela minha face.

─ Também vou sentir a sua falta, querida – falou com a voz embargada por conta do choro.

─ Cabe mais alguém nesse abraço – ecoou a voz da minha irmã, na sala. Ela também estava chorando.

─ Sempre – respondi me soltando da minha mãe e abrindo espaço para minha querida irmãzinha.

Como sentiria falta da minha mãe, como sentiria falta da Califórnia, como sentiria saudade de tudo por aqui.

***

No Avião

Assim que adentramos no avião, rapidamente retirei o papel que se encontrava no meu bolso, que me mostraria onde ficaria sentada por algumas horas. Assim que o encontrei observei que havia uma menina loira, provavelmente tinha a mesma idade que eu, e parecia ser bastante simpática. Murmurei à Fran uma “boa viagem”, ela acenou com um sorriso e logo foi procurar o seu assento. Sentei-me naquele “confortável” lugar e observei melhor a menina que estava ao meu lado.

─ Olá! – fui surpreendida com a voz da garota loira – como se chama?

─ Oi, me chamo Violetta Castilho, mas pode me chamar de vilu – respondi com um pequeno sorriso – E você?

─ Me chamo Ludmila Ferro – respondeu simpática.

Começamos a conversar e após um tempo peguei no sono.

Pelo o menos ganhei uma grande amiga.

***

Acordei com alguém me balançando, abri meus olhos lentamente e vi Francesca com certa irritação nos olhos.

─ Finalmente! Vamos logo, não tem mais ninguém no avião! – falou apressada.

***

No Aeroporto

Há duas horas descemos do avião e pegamos as nossas malas, há duas horas que estamos sentadas esperando Germán chegar, mas nada acontece.

─ Fran você tem certeza que ele vem? – perguntei já irritada.

─ Mamãe disse que combinou com ele para vir nos pegar, mas não sei não, faz muito tempo que estamos aqui sentadas nessas cadeiras e nada acontece, mas vamos esperar mais um tempinho para ver se ele chega – falou com os nervos a flor da pele.

─ Tudo bem – murmurei – Vou comprar algo para beber, quer?

─ Por favor – falou com certa ironia na voz, como se quilo fosse obvio – uma soda! – ela simplesmente amava soda, não sei o porquê.

Procurei por algum lugar que vendesse qualquer bebida e encontrei uma lanchonete. Pedi um suco de uva para mim e a famosa soda de Francesca. Estava andando distraidamente quando esbarro em alguém e derramo todo o meu suco.

A única coisa que consegui enxergar foi lindos olhos castanho-esverdeados penetrantes.