Não Vejo Teus Olhos, Vejo Tua Alma escrita por Nakamura Tisuky


Capítulo 1
A cega


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem dessa nova fic ~^ _ ^~
Sim escrevo em negrito e pronto u.u

~Capítulo atualizado 17/02/2016~



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Meu nome é Dora, tenho 17 anos e sou cega.

Isso mesmo, sou cega.

Aposto que ficou assustado quando eu disse isso não é?

Não há problema nenhum, já estou acostumada com esse tipo de coisa.

Não é por nada, mas é horrível ser assim.

Você sofre com o preconceito em todo o lugar que você vai, você não consegue sair de casa confiante de que está bonita porque você não consegue nem se ver.

Bom, vamos deixar um pouco do meu drama de lado e contar sobre minha vida.

Ok, minha vida é um completo drama, mas vamos ao menos tentar.

 

— Oiiie Doraaa - Disse Carmem assim que eu coloquei os pés na escola.

— Oi - Respondi tentando ser educada.

— Tudo bem com você sua fofa?

 

Vocês devem estar pensando que Carmem é a pessoa mais fofa e educada do mundo, mas ela só tem cara mesmo, é uma completa dissimulada, quando ela fica assim educadinha, é porque ela tá querendo alguma coisa ou pretende atacar.

 

— Tudo bem e com você? - Respondi desconfiada.

— Tô ótima, você viu o novo mural de fotos que tem no pátio?

 

Fiquei em silêncio.

 

— Ah é.. - Argumentou ela se fazendo de santa - Eu esqueci que você não pode ver.

 

Ela saiu e se juntou com um grupo de meninas que começaram a rir da minha cara. Não deveria esperar outra coisa da Carmem.

 

— Dora, você tá bem? - Perguntou a Magali chegando perto de mim.

 

Confesso que derrubei algumas lágrimas pelo que a Carmem fez comigo.

 

— S-sim - Eu disse.

— A Carmem mexeu com você?

— Não foi nada demais.

— Não fica assim. Anda, vamos sentar com as meninas.

 

Nós duas fomos até o refeitório sentar com as nossas amigas

Sim, tínhamos o café da manhã antes de começar as aulas, O que eu achava ótimo, pois é sempre bom fazer um lanchinho antes de enfiar a cara em livros de Geometria.

 

 – Oi meninas - Disse Marina que estava sentada na mesa.

— Oi - Eu e Magali dissemos juntas.

— Fiquei sabendo que a Carmem estava te enchendo o saco, como foi? - Perguntou Denise.

— Podemos não falar sobre isso? - Eu perguntei.

— Nossa como ela é vaca - Xingou Denise - Quando eu por as minhas mãos nela eu vou...

— Denise - Gritei já nervosa - Podemos por favor não falar sobre isso?

— Desculpa - Ela disse.

— Gente vamos esquecer as coisas ruins da vida e lembrar das coisas boas por exemplo, eu estou namorando com o Toni - Gabou-se Irene.

— Com o Toni? - Perguntou Marina - Você ficou louca?

— Marina, quem vive de passado é museu, ele mudou e eu tenho certeza disso. Não é mais aquele bully barraqueiro de antes.

— Tem certeza? - Perguntou Magali.

— Claro que tenho - Afirmou Irene. Apesar de Irene ser uma das minhas amigas eu nunca simpatizei com ela.

 

Ela é do tipo "falsiane" que se faz de amiga por perto mas mete o pau pelas costas, e faz de tudo pra prejudicar as amigas. Se é que ela pode chamar de amigas.

 

— Pois não devia ter - Eu disse.

— Como assim? - Perguntou Irene.

— Nada não...

— Começou agora termina fofa - Disse Denise.

— Tá bom, ele já... Fez bullingy comigo - Eu disse, mas tinha certeza de que Irene não iria se importar muito.

— Claro que já, assim como já fez com todo mundo quando ele era crian...

— Foi semana passada - Interrompi. 

 

Silêncio total.

 

— Como foi isso? - perguntou Marina.

— Foi assim... - Comecei a contar

 

—---------------------------Pausa para flashback------------------------

 

— Por favor não faz nada comigo - Disse com os olhos marejados.

— Cala a boca ceguinha - Ordenou Toni - Ed, passa a chave pra cá.

— Sim chefe - Disse Ed, um dos cobaias de Toni - Toma aqui.

— Valeu - Disse Toni abrindo a porta e entrando lá dentro comigo no colo.

— O quê você vai fazer? - Perguntei.

— Você vai ver ceguinha, ops você não ver né? - Ele riu e isso fez com que eu chorasse - Tá chorando por quê? Guarda as lágrimas pra mais tarde.

 

Estávamos dentro do porão da escola, ele era enorme porque ficava em baixo da escola e a escola tem várias salas ou seja ele era do tamanho da escola inteira só que de baixo da terra.

 

— Me larga por favor - Eu insistia me contorcendo toda.

— Fica quieta que vai ser melhor pra você - Ele disse me levando pro fundo do porão.

 

Então ele me largou lá e saiu.

Fiquei desesperada, estava sem a bengala então não podia me guiar com ela e chegar até a porta.

O lugar tinha pilhas de coisas e eu ficava esbarrando nelas toda hora.

Fiquei presa lá dentro por umas 3 horas até conseguir chegar até a porta e pedir ajuda (Pois ela estava trancada), e a ajuda ainda demorou pra chegar.

 

—----------------------------Fim do Flashback---------------------------

 

— Nossa ele fez isso com você? - Perguntou Magali.

— Não acredito nisso - Choramingou Irene.

— O que foi Irene? - Perguntou Marina.

— Nunca consigo arrumar um namorado e quando eu arrumo um...

— Ele é um bully cretino que fez mal pra sua própria amiga - Diz Denise.

— Denise, você não tá ajudando - Disse Marina.

— Esqueçam - Disse Irene enxugando as lágrimas. Eu não podia acreditar no grau da falsidade da Irene.

— Eu sempre fico imaginando.. O que eles colocam nesse purê de batatas?- Perguntou Magali tentando amenizar o clima.

— Não seria batatas? - Perguntei disse irônica.

— Tô falando sério, isso não tem gosto de batata.

— Concordo com a Magali, tem gosto de ervilha.

— Vai saber, aqui pode acontecer de tudo, serve purê de batatas no café da manhã - Disse Denise.

— E pão de queijo no almoço - Disse Marina rindo.

— Vamos? - Perguntou Irene, já que já tínhamos terminado de comer.

 

Levantamos e estávamos indo pro balcão pra colocar nossas bandejas com os restos de comidas.

Até que eu esbarrei em alguém e minha bandeja caiu no chão.

 

— Opa foi mal aí - Era o Do Contra que tinha esbarrando em mim e derrubando minha bandeja. Apesar da desculpa dele, sei que ele fez isso intencionalmente.

— Ei cara você não olha por onde anda? - Perguntou Denise.

— Eu olho, mas e essa sua amiguinha? - Ele disse rindo.

 

Foi demais pra mim.

Larguei a bandeja no chão mesmo e sai correndo pro banheiro.

 

— Doraa - Gritou Magali correndo atrás de mim.

— Cara some daqui - Disse Irene empurrando Do Contra.

 

Antes de sair dali pude ver Do Contra, Marina e Irene começaram uma discussão ali que foi parar na direção.

Entrei em uma das cabines do banheiro e me tranquei lá.

 

— Dora, por favor sai daí - Dizia Magali na frente do banheiro.

— Não Magali, vou ficar aqui até bater o sinal.

— Você não precisa ligar pro Do Contra.

— Correção: Você não precisa ligar pra metade da escola.

— Hã?

— Magali, quase todo mundo aqui me odeia e fica fazendo piadinhas sobre mim.

— Amiga..

— Por favor não me entenda mal mas metade dessa escola não ia nem sentir minha falta se eu fosse embora.

— Não fala assim amiga.. Eu e as meninas iriamos sentir sua falta.

— Sei disso, mas precisamos ser realistas, eu não estou feliz aqui.

— Não ligue pra esse povo que faz bullingy com você.

— Para Magali, para de sempre tentar ver o lado bom das coisas, tem coisas que são o que são, e que por mais que você queira que sejam boas, não vão ser! Cansei de de falar sobre isso e quer saber? - Eu sai do banheiro - Vou acabar com isso hoje.

 

Fui na direção e inventei uma desculpa qualquer pra poder ir embora.

Fui correndo pra casa.

 

— Mãe cheguei - Eu disse entrando.

— Já filha? - Ela respondeu - Mas você acabou de ir pra escola.

— Voltei mais cedo, eu não vou mais pra escola tá?

— Por quê?

— Ainda pergunta? Não tem um dia em que eu vá pra escola e não seja zoada.

— Filha não fica assim.

— Como não fica assim? Mãe a senhora não tem a miníma ideia do que eu passo todos os dias tá bom?

— Eu sinto muito filha, mas acho que tenho uma solução.

— Qual?

— Você pode ir pra escola especializada em deficientes lá no centro da cidade.

— O quê?

 

 


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Notas finais do capítulo

~^ _ ^~



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