Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 29
capitulo 29: Ratres Gemini




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/57271/chapter/29

Estava sentado num canto, fazia muitos dias que não encontrava com seu algoz. Talvez ele tivesse se esquecido dele, ou então apenas preparava castigos piores. O certo é que a próxima vez que aquela porta se abrisse fugiria.

X.x.X.x.X.x.X

Temis observava a paisagem pela janela, já havia algum tempo que Pontos e os outros tinham saído, mas algo dentro dela estava apreensivo.

— Temis.

A voz chamou-lhe a atenção.

— E então Céos?

— Nada. – o titã sentou numa poltrona de veludo escarlate. – ele a escondeu muito bem.

— Não achas arriscado? E também nem temos certeza que Pontos está tramando algo.

— A arma do nosso senhor é o segredo de tudo minha cara.

— Talvez...

Os dois silenciaram ao sentirem um cosmo aproximando.

— Entre. – disse a deusa.

— Imaginei que estivessem aqui.

— Voltaste rápido Créos. O que era essa missão de Pontos?

— Ele apenas quer brincar com aqueles humanos. – disse entediado. – trouxe três conosco.

— Para qual propósito?

— Não faço idéia.

— Onde está Iapeto?

— Morto. – sentou numa pequena poltrona.

Temis e Céos fitaram-se para depois olharem para Créos.

— Como?

— Surpreendentemente aqueles cavaleiros o derrotaram.

— E diz isso nessa tranqüilidade? – Temis ficou nervosa. – um de nós....

— Fique tranqüila Temis. Vamos trazer Iapeto de volta.

— Como isso aconteceu? – indagou Céos visivelmente perturbado.

Créos contou com detalhes tudo o que aconteceu. A cada palavra Céos tinha mais certeza que Pontos estava tramando algo.

— Mesmo que o traga novamente isso é inconcebível! – exclamou a deusa. – e tu não fizeste nada?

— Podemos trazê-lo de volta, isso que importa. – levantou. – é melhor se prepararem, eles estão vindo para cá. Chegou a hora de por um ponto final nessa historia.

Saiu fechando a porta atrás de si. O rosto que trazia uma expressão despreocupada ficou séria. Os planos de Pontos estavam ficando perigosos para eles, ainda mais depois da morte de Iapeto.

— “Vou fingir que aceito tudo, ate descobrir o que realmente está acontecendo... – começou a andar. – se tiver pensando em nos trair Pontos... vou destruir sua alma.”

No quarto.

— Não consigo acreditar nisso. Iapeto morto por um único golpe?

— Já fomos derrotados por eles. – observou o deus.

— Aumentamos nossos poderes.

— Essa questão é a menos relevante. Pontos deixar um de nós morrer...

— O que vamos fazer?

— Vamos recebê-los e na hora oportuna saber o que realmente aconteceu naquela época.

— Como assim?

— Eles derrotaram Pontos então sabem do real propósito que levou Pontos a nos ajudar.

X.x.X.x.X.x.X

Pontos observava as duas Megas Drepanon. Sorriu, pois seu plano caminhava para o sucesso. Havia conseguido eliminar um titã e na guerra que aconteceria daqui a poucas horas acabaria de vez com o restante dos titãs mais os cavaleiros e sozinho reinaria naquela Era.

— Vamos ao espetáculo.

Caminhou em direção a uma porta a esquerda. Ao abri-la deparou com três pessoas suspensas por cordas de energia. Sentado numa cadeira uma pessoa observava a ultima das três. Como esperara por aquele dia, o dia que se vingaria do seu principal inimigo.

— Teu ódio me comove Aspros.

O geminiano ficou em silencio. Notou a porta pela qual Pontos sairia, já tentara entrar lá, mas era repelido pelo cosmo do titã.

— Obrigado pelo elogio.

— Antes que faças algo, leve o Escorpião para outra sala. Nosso assunto é a sós.

— Como quiser.

Aspros jogou o cavaleiro no ombro saindo.

Aos poucos uma  das duas pessoas foi despertando.

— Onde....? – Shion olhou ao redor não reconhecendo o local.

— Bem vindo jovem mestre do santuário.

— Pontos?! Onde estou?!

— Em minha fortaleza.

— O que quer comigo?

— O mesmo com ele. – indicou um ponto com o olhar.

Shion acompanhou o gesto arregalando os olhos.

— Mestre Sage?

— Shi-on...? Como... Pontos?

— É um prazer tê-lo aqui mestre atual. Desculpe a forma bruta. Nem deu tempo de se despedir de seus subordinados.

— Solte-o imediatamente! – ordenou Shion.

— Não estás em condições de ditar ordens Shion. Ao contrario eu é que te darei ordens. – sorriu.

— Solte-o Pontos. – disse Sage para calar-se. Começara a sentir um cosmo familiar. – você...

— Está numa condição precária, patriarca. – Aspros sorriu parando perto dele.

— Aspros seu traidor! – esbravejou o ariano. – como pode trair o santuário?

— Não queria trair, mas ele me descobriu....

— Vou deixá-los relembrar os velhos fatos numa outra hora. Aspros faça.

— Será um prazer.

Com a expressão maligna o geminiano aproximou-se de Shion.

— Será incrível vê-lo controlado.

— Como?

Sage arregalou os olhos ao ver o movimento do geminiano.

— Pare Aspros! Não pode usar esse golpe!

— Posso e lhe digo que a sensação é indescritível.

Shion tentava se mexer, mas o cosmo de Pontos disposto nas correntes impedia. Tudo que pode fazer era olhar para o punho direito de Aspros a poucos centímetros de si.

— Satã Imperial.

Shion sentiu algo atravessar sua cabeça. Pontos libertou-o, o que fez que ele caísse de joelhos. Os olhos antes violetas foram ficando avermelhados. O corpo todo tremia, aos poucos sua mente foi tomada por borrões.

— Shion. Shion. – Sage o chamava na tentativa de anular o efeito.

— Não adianta Sage. – Aspros o fitou. – sabe melhor do que ninguém que uma vez atingido pelo golpe as únicas maneiras de anulá-lo são ou Shion se matar, ele matar alguém, ou ele me matar. Creio que a mais fácil é ele matar alguém...

— Como pode... não bastasse usar em Deuteros você ainda....

— Gostaria de tê-lo usado em você, mas ordens são ordens.

— Chega de conversas. – disse Pontos. – Leve-o.

Ainda sofrendo pelo golpe Shion não mostrou resistência, mas aquele estado era temporário.

— Logo seu sucessor irá se transformar numa maquina sanguinária. – Pontos os via afastar.

— Pontos seu maldito.

— És o próximo. Poderia usar a mesma técnica, mas soube que esse golpe é algo reservado aos mestres, logo conseguirias anulá-lo.

— O que vai fazer com Kárdia? – temeu que Pontos fizesse o mesmo com o escorpião e aí sim as coisas saíram do controle. Kárdia poderia morrer.

— Ainda não pensei, mas deverias preocupar-te com ti.

— Miserável.

— Sinta privilegiado, será o primeiro a experimentar a evolução do Satã Imperial.

— Do que está falando?

— Ikhor. – o titã fez um pequeno corte na mão. – Ikhor é o nosso sangue, muito mais poderoso que dos deuses do Olimpo, algumas gotas podem matar um humano despreparado, mas em tu terá um efeito ao contrario. Tu carregas um poderoso cosmo, o que lhe garante que seu corpo não perecerá diante de tal liquido e a certeza que irá me obedecer de forma incondicional. Mesmo que mate alguém o efeito não será anulado. A única forma é se matando.

Sage ouvia com atenção.

— Você não vai...

— Usar no Escorpião? – deu uma risada. – claro! Agora aceite sua nova condição.

O titã fez um corte no braço de Sage e segurou o ferimento com a mão que estava sangrando.

A principio Sage não sentiu nada, contudo...

— O que...

Ele começou a se remexer, como se seu corpo estivesse sendo rasgado.

— Ah!!!!!!

— Perfeito.

Pontos livrou-o da paralisação. Sage caiu de joelhos, levando as duas mãos à cabeça, suava muito a ponto de pingar no chão. A respiração estava ofegante.

— Vais sofrer um pouco, mas no final levantarás como um novo homem.

O titã dirigiu-se para outra sala, nela estava Kárdia. Estava igualmente suspenso pelas correntes de energia.

— Pontos seu patife me solta!

— Seja bem vindo cavaleiro.

— Quando eu me soltar vai se arrepender! – tentava se libertar.

— Não seja por isso.

Com um movimento nos dedos, o escorpião foi solto, ele não perdeu tempo partindo para cima do deus.

— Ingênuo.

Kárdia mal chegou perto, sendo lançado longe.

— Eu não quero lutar contra ti.

— Mas eu quero. – Kárdia levantou.

— Tenho uma proposta a lhe fazer.

— Não estou aberto a negociações. – elevava o cosmo. – prepare-se.

— Nem se eu disser que posso curar teu coração?

— O que disse? -o cavaleiro abaixou seu cosmo.

— Tu enfrentas um grave problema. Não podes usar tua força ao maximo por causa da maneira descompassada de teu coração, não estou certo?

— Como sabe disso?

— Já caíste em batalha esqueceste?

O grego cerrou o punho, não bastasse seus companheiros ate os titãs sabiam de seu problema.

— Mas eu posso ajudá-lo.

— E por que ajudaria? É meu inimigo.

— De fato sou, mas me interessei por ti. Vejo que tens um grande potencial, mas é limitado fisicamente.

Kárdia ficou calado. Realmente seu maior sonho era poder utilizar sua energia ao maximo, mas nunca pode fazer isso. Instintivamente levou a mão ao peito. Pontos deu um sorriso imperceptível.

— Existe uma maneira de aplacar os batimentos de teu coração.

— Como?

— Através disso. – Pontos mostrou um pequeno frasco. – o sangue dos titãs se chama Ikhor. Se ingeri-lo teu poder aumentará e poderá controlar os batimentos de teu coração.

Terás uma grande força e sem medo de sucumbir diante de uma batalha.

— Vou controlar meu coração...?

— Isso mesmo.

— Por que me daria isso? – o olhou desconfiado, apesar de está tentado em aceitar.

— Apenas tornar as coisas mais divertidas. Estou cometendo um erro a dar tal poder a um inimigo, mas quero arriscar. E então aceitas?

Kárdia olhou para o frasco, sabia que deveria ter mais segredos por trás daquele liquido, mas se ao menos conseguisse controlar seu coração, já seria uma grande vantagem em batalha. Poderia aceitar e com o poder que adquirisse destruir Pontos.

— Aceito.

— Tome. – jogou o frasco para ele. – é só beber.

— Por quanto tempo dura esse efeito?

— Ate você morrer. Ate lá...

Sem hesitar Kárdia bebeu todo o conteúdo. Sentiu o corpo flamejar. O coração começou a bater de forma desenfreada.

— Você me enganou.

— Teu corpo precisa acostumar com o sangue. É só uma questão de tempo.

Começou a sentir uma forte dor, aponto de contorcer o corpo.

Pontos assistia com um sorriso nos lábios.

— “ Se ele suportar o sangue e não morrer antes, meus planos irão prosperar.”

O titã deu as costas. Ele precisava de tempo para o primeiro teste. Pontos não contara toda a historia para Kárdia revelando apenas o que queria. Realmente o sangue conferia a pessoa um enorme poder, como aconteceria com Sage, mas num corpo debilitado como o de Kárdia o efeito poderia ser devastador. Ele poderia não suportar todo o poder do Ikhor, ou se suportasse, numa batalha em que elevaria seu cosmo ao maximo, o coração poderia não agüentar. Alem de ser controlado, Kárdia corria risco de vida.

Mas Pontos contava que ele fosse suportar, ate por que o uso das duas Megas Depranon dependia disso.

X.x.X.x.X.x.X

No santuário aos poucos eles acordavam.

— Estão todos bem? – indagou Sísifo que se levantara.

— Sim.

Alguns já estavam de pé.

— Parece que eles já foram. – disse Regulus, olhando para o local onde antes eles estiveram.

— Malditos. – Hasgard cerrou o punho. – precisamos o quanto antes resgatar Kárdia e Shion.

— Não é só ele. – disse Hakurei com o rosto sério.

— Como assim senhor Hakurei?

— Eles também levaram Sage.

— O QUE?!

— Como? Nós nem vimos...

— Foi no ultimo golpe de Pontos. – disse Saga.

— É o que parece. – o cavaleiro de Altar estava apreensivo.

— Vamos imediatamente buscá-lo. – disse Manigold.

— Lara, Marin ficaram aqui como mestre Sage havia ordenado. – disse Saga.

— Eu vou. – Kamus adiantou-se.

— Aldebaran e Hasgard podem ficar aqui para proteger as meninas, o santuário e o senhor Hakurei? Temo que eles voltem.

— Tudo bem. – disse o brasileiro.

— De acordo. – disse o do passado não muito satisfeito, mas acatou.

— E eu? – indagou Regulus com expectativa.

Saga o fitou para depois fitar Sísifo.

— Precisamos de alguém para encontrar a Megas você será de grande ajuda.

— Vou encontrá-la de qualquer forma. – disse Regulus radiante.

Acertavam mais alguns detalhes da missão. Kanon aproveitou para dar instruções a Lara.

— Tome cuidado. – pediu tocando de leve as madeixas loiras.

— E você também. Não vá bancar o herói.

Não muito longe.

— Tome cuidado Regulus. – disse Lithos.

— Vou tomar.

— Não se preocupe Lithos eu vou tomar conta dele. – Aioria brincou com os cabelos do garoto.

— Aioria! – reclamou.

— Também vou ficar de olho nele. – disse Sísifo.

— Ate você?

— Vocês três tomem cuidado esta bem? – a grega trazia os olhos rasos. – eu quero os três de volta.

— Não se preocupe. – o sagitariano acariciou a face dela. – vamos voltar.

Miro tentava convencer Kamus de ficar. Dégel acompanhava em silencio.

— Já disse que vou Miro.

— Mas está....

— Se Pontos tivesse pegado você eu iria com certeza, com Kárdia não é diferente. Nós vamos trazê-lo de volta. Não concorda Dégel?

— Sim. – sorriu.

— Uma criança que precisa de três babás... – murmurou.

— Igual a você.

Manigold estava mais afastado em silencio. Cid e Albafica aproximaram.

— Não se preocupe, vamos trazer o mestre de volta. – disse o capricorniano.

— Ele só dá trabalho...- disse fingindo-se de irritado mas estava muito preocupado.

— Não precisa fazer essa cara, seu mestre não vai perder tão fácil para os titãs. - disse MM aproximando na companhia de Afrodite e Shura.

— Cuidado ao falar do meu mestre.

— Só estou elogiando. Além do mais não é só você que tem que trazer o mestre de volta.

— Eu deveria ter desconfiado. – Mani o fitou. – Sage ia escolhê-lo mesmo.

— Sim... – respondeu MM permanecendo calado. Não poderia contar que a escolha foi Shion por ele ter sobrevivido a guerra santa.

— Vai lutar? – Cid indagou a Shura.

— Sim. Não vou deixar Shion nas mãos deles.

— Vamos voltar com os três. – disse Afrodite.

— E vamos destruir os titãs. – disse Albafica.

Os seis concordaram. Aldebaran e Hasgard tentavam acalmar um impaciente libriano.

— Estamos perdendo tempo. – disse. – precisamos ir logo.

— Tenha calma Dohko. - tentou o brasileiro. – Shion é forte.

— Mesmo ele sendo o futuro mestre, não conseguirá sozinho.

— Acredite no potencial dele Dohko. 

— Ainda não consigo acreditar que ele será o grande mestre. – disse Hasgard.

— Pois é. – Deba sorriu. – Pontos não deveria ter falado.

— E como ele é? – indagou o libriano.

— Exigente, justo... é um grande líder.

— Típico de Shion. – Dohko sorriu.

Marin que estava com Áurea olhou para Asmita que estava perto de Shaka. Queria aproximar, mas estava com receio. Selinsa também olhava seu marido a distancia, apesar de Shaka ter lhe contado que o taurino “aprovava” a união, temia uma possível reação dele.

Os dois virginianos, Saga, Deuteros e Mu conversavam sobre a batalha.

— É arriscado, mas temos que tentar. – disse o ariano com a respiração um pouco ofegante por causa do grande esforço.

— Mu está certo, - disse Shaka. – só assim poderemos derrotá-los.

— Três cavaleiros de ouro liberando uma grande quantidade de energia. – disse Asmita. – Atena Exclamation.

— Já usaram isso antes? – indagou Deuteros.

— Por duas vezes. – disse Saga.

— Então faremos isso. – Deuteros não quis entrar em detalhes.

Num canto Áurea ajudava Hakurei.

— Eu que deveria está ajudando. – disse o cavaleiro.

— Eu estou bem. – a voz saiu apática.

— Não se preocupe Shion vai voltar.

— Tenho medo que algo lhe aconteça.

— Ele vai voltar.

— Shaka?!

A voz de Saga interrompeu todas as conversas, o virginiano estava de joelhos.

— Você está bem? – Mu o amparou.

— Estou, - sentia o corpo fraco e respirava um pouco com dificuldade. - foi só uma fraqueza....

— Você utilizou muito cosmo. – disse Asmita. – ainda tem o ferimento de ontem, precisa descansar.

— Estou bem. – com a ajuda de Mu levantou. – consigo lutar.

— Eu sei que sim.

Uma voz suave surpreendeu-os.

— Selinsa... – murmurou surpreso dando um leve sorriso.

— Eu sei que vai trazer o senhor Sage de volta. – sorriu.

— Obrigado. – queria tocá-la, mas estavam em publico, ainda mais com Hasgard perto, não queria facilitar.

O taurino observava-os.

— Venha comigo. – Shaka a chamou.

A cena era vista por todos, os que já sabiam não se importaram, outros começaram a desconfiar e outros se querem entendiam. Shaka parou diante de Hasgard.

— Tome conta dela, por favor.

— Pode deixar. – fitou a pulseira de Shaka e o bracelete da pupila. - Boa sorte. – estendeu a mão.

— Para você também. – retribuiu.

Manigold e Dohko eram os mais surpresos, Hasgard odiava o virginiano e agora davam-se as mãos?

— É melhor irmos. – a voz de Saga ecoou.

Formaram grupos e aos poucos foram saindo. Marin olhava com o coração na mão Asmita se afastar. O virginiano seguia com os demais mas numa determinada hora parou voltando para trás. O único que se importou foi Cid que o fitou discretamente.

O indiano aproximou-se de Marin.

— Asmita...

Surpreendendo-a, ele aproximou um pouco mais dizendo no ouvido dela:

— Vou voltar. Me espere.

Ela sorriu, balançando a cabeça de maneira afirmativa.

E com a esperança que iriam voltar sãos e salvos a elite de Atena partiu em direção a batalha final.

X.x.X.x.X.x.X

Temis esperava de forma impaciente a tal conversa que Pontos queria ter com eles. Estavam numa pequena sala sentados em seus tronos.

— Por que ele demora tanto?

— A paciência não é uma grande virtude sua, minha cara. – o titã acabava de entrar.

— Diga o quer.

— Como vais Céos?

— Créos nos contou sobre Iapeto.

— Fez bem Créos. – Pontos sentou-se. – ele também deve ter dito que podemos trazer Iapeto de volta. Vou fazê-lo assim que essa guerra acabar.

— Tenho certeza que sim. – disse o deus do relâmpago negro.

— O motivo dessa pequena reunião, é que os defensores de Atena estão vindo para cá e precisamos colocar um ponto final nessa historia.

— Iapeto seria de grande ajuda. – Temis não se conformava com a morte dele.

— Eu sei que sim. Mas ate trazê-lo levaria tempo, por isso pensei usar algumas pedras do próprio inimigo.

— O que queres dizer?

— Tomei três cavaleiros “emprestados”. Será como num jogo de xadrez. Primeiro vamos mandar os peões, depois o cavalo, o bispo, as torres e para dar o xeque mate a rainha. – olhou para Temis.

— Quem são eles?

— Aspros.

De uma porta lateral entrou Aspros seguido por três pessoas.

— Pouco importa quem são. – Créos levantou. – nosso único objetivo é iniciar a Era titânica.

— Prepare-se então meu caro. Eles chegaram.

Estavam parados a porta da fortaleza.

— Vamos entrar. – a voz de Saga acordou-o.

Entraram por uma passagem que haviam usado anteriormente. Rapidamente atingiram o salão principal.

— Não sinto o cosmo deles. – disse Manigold.

— Já devem está aqui. – disse Kamus.

Dito e feito começaram a sentir quatro cosmos.

— Sejam bem vindos. – a voz ecoou por toda a sala.

— Apareça logo Pontos! – Dohko estava nervoso.

Das sombras apareceram quatro figuras. Créos, Pontos, Temis e Céos, vestindo suas sohmas.

— Estou lisonjeado com a presença da elite de Atena.

— Onde está o Shion?

— O que fez com o mestre?

— Tenham calma. – voltou o olhar para uma porta que se abriu.

Todos os olhares dirigiram-se para ela. O primeiro a sair foi Aspros trajando a armadura de Gêmeos porem na cor negra.

— Aspros seu miserável. – Dohko cerrou o punho. – como pode ficar contra nós.

— Sem sentimentalismo barato Dohko.

Deuteros fitou o irmão. Ainda não acreditava que ele tinha se aliado aos titãs.

Sentiram um cosmo familiar entrando, ficando perplexos pelo que viram: era Shion de posse da armadura de Áries, mas ela também estava negra, sua expressão também estava diferente, os olhos antes violetas estavam avermelhados.

— Mestre Shion... – murmurou Mu.

Em seguida sentiram um outro cosmo, igualmente familiar mas estava bem mais forte do que o habitual.

— Kár-dia? – Dégel o fitou pasmo.

De posse da armadura de escorpião, mas na coloração negra, Kárdia posicionou-se ao lado de Shion. Sua expressão parecia normal.

E para fechar, talvez o mais surpreendente, viram Sage entrar. Sua aparência estava como a de Kárdia e ele usava a armadura de Câncer.

— Mes-tre??- Manigold recuou um passo.

— Sabem que a fortaleza de Chronos é um labirinto, vai ser interessante o nosso confronto.

Disse Pontos que ao terminar desapareceu, assim como os demais titãs e cavaleiros.

— Esperem!

— O que eles fizeram a eles? – indagou Regulus surpreso.

— Aplicaram o Satã Imperial em Shion. – disse Saga.

— Como? – indagou Sísifo. – mas é um golpe que apenas o grande mestre conhece, como...

— Aspros. – disse Deuteros. – ele sabe como aplicá-lo.

— E como sabem que golpeou Shion? – indagou Albafica.

— Já vi esse ataque em ação. – Saga lembrou-se de fatos passados.

— E qual o efeito dele? – Dégel já tinha ouvido falar nele, mas desconhecia seus efeitos.

— Esse golpe transforma a pessoa em sanguinária. – disse Aioria lembrando-se de Cassius. – e há três formas de eliminá-lo.

— Quais?

— Ou a pessoa se mata, ou ela consegue matar a pessoa que aplicou o golpe ou...

— Ou...

— Ela tem que matar alguém.

— Shion só vai sair desse feitiço se matar alguém ou se matar?

— Sim Sísifo.

— É o menor dos problemas. – disse Cid.

— Menor? – indagou Dohko irônico.

— Sim libriano. – respondeu seco, olhando-o de forma fria. – mestre Sage e Kárdia, as expressões deles eram diferentes a de Shion.

— Também percebi isso. – disse Asmita. – Pontos fez algo a eles, mas não um ato qualquer.

— Seja o que for temos que trazê-los de volta. – disse Miro. – é melhor irmos.

— Ele está certo. – Manigold estralou os dedos. – ficar aqui não nos ajudará em nada.

— Regulus, - Saga o chamou. – por enquanto continuará conosco, num momento mais oportuno vá atrás das armas.

— Sim.

— Vamos. – Dohko partiu na frente.

Pontos do alto de sua torre observava a movimentação.

— “As peças começaram a se mover e no final só sobrará o rei.” – sorriu.

A fortaleza era dividida em vários salões interligados por um complexo de corredores.

Andavam pelo corredor estreito, ate aquele momento não haviam sentido cosmo algum, mas...

Deuteros parou, fraco mas sentia vindo do final do corredor e sabia muito bem de quem era. Kanon também sentiu.

— Sigam em frente. – o dragão marinho correu.

— Kanon espere. – pediu Shura totalmente em vão.

Deuteros também ignorou os chamados indo atrás de Kanon.

— Aonde estão indo? – protestou Dohko.

— Parem. – a voz de Saga saiu fria, o que fez com que todos pararem.

O geminiano trazia os olhos fixos a diante, a escuridão era tanta que mal podia ver o final do corredor.

— Sigam em frente, eu vou atrás deles.

— Mas Saga... – iniciou Afrodite.

— Regulus resgate as armas.

Apenas disse isso saindo correndo.

— Ei Saga espere. – MM foi atrás, mas bateu o corpo contra algo. – o que é isso...

O brilho de uma tocha próxima revelou o que era.

— Uma parede de vidro. – Shaka tocou no objeto. – parece que era apenas para os três passarem.

— Estão brincando conosco. – disse Manigold irritado.

— É o fim do caminho? – indagou Regulus.

No mesmo instante ao lado deles apareceu outro corredor.

— Vamos. – disse Sísifo tomando a dianteira.

Não tendo opção seguiram pelo novo corredor.

Do alto da torre...

— Primeira sala: A sala das dimensões. – Pontos levou a boca uma taça de vinho.

Kanon ao ver uma luz ao final do corredor apressou o passo. Quando chegou no local viu um amplo salão.

— Seja bem vindo dragão marinho.

— Hoje acertaremos nossas contas. – Kanon sorriu.

— Que vença o melhor.

Aspros apareceu trajando a armadura de Gêmeos.

O grupo seguia, como da primeira vez não sentiam nada, contudo num determinado ponto Asmita parou. O cavaleiro olhou para o lado direito.

— O que foi Asmita? – indagou Sísifo.

O cavaleiro não disse nada, ainda mais que um corredor apareceu diante dele e em silencio tomou aquele rumo.

— Asmita.

— Continuem. – Shaka passou por eles. – vou com ele. – fitou o sagitariano.

— Tudo bem. Boa sorte.

O indiano apenas inclinou a cabeça entrando por onde Asmita havia passado. No instante seguinte o que antes era uma passagem voltou a ser uma parede.

— O labirinto está ativado. – disse Aioria.

— Labirinto?

— Sim Dégel. Essa fortaleza é um labirinto.

— E o final dele é aonde?

— Provavelmente onde Pontos está ou a Megas.

— Então vamos nos apressar.

O grupo continuou.

Rapidamente Shaka alcançou o outro virginiano.

— É o cosmo dele, não é?

Asmita apenas afirmou com a cabeça. Andaram mais um pouco parando numa grande sala.

— Estava ansioso para nossa luta.

Os cavaleiros fitaram a pessoa que se encontrava no centro da sala.

— Será um prazer Céos. – Asmita deu um leve sorriso.

Torre...

— Segunda sala... A sala do relâmpago negro. – Pontos sorriu.

Já havia algum tempo que eles andavam, estavam em silencio atentos a qualquer movimento. Mu seguia mais atrás ao lado de Afrodite. De repente ele parou.

— O que foi Mu?

O ariano olhava para trás.

— Esse cosmo... se parece muito com o...

— Shion! – gritou Dohko que sem perder tempo correu para onde sentia.

— Dohko espere. – Dégel tentou pará-lo.

— Não se preocupem eu vou atrás dele. – disse o ariano.

— Mu. – Kamus o chamou.

— Diga?

— Lembre-se Shion está com o satã imperial. Tome cuidado.

— Tomarei.

— E o traga de volta. – disse MM. – ele é um porre, mas é o mestre.

— Trarei. – Mu abafou o riso.

Mal ele deu dois passos surgiu uma parede obstruindo o caminho.

— Mais um caminho fechado. – disse o pequeno leonino. – Espero que o Dohko e Mu tragam Shion de volta.

— Eles vão conseguir.

O chão sobre eles começou a tremer.

— O que está acontecendo?

Apareceram fendas no chão e sem lugar para se apoiarem caíram.

Torre...

— Sala três. A sala da Memória. – Pontos levantou de onde estava. – em breve... – voltou a atenção para um objeto que estava suspenso. – a vitoria.

Sala das Dimensões

 Kanon e Aspros se encaravam quando sentiram a aproximação de um cosmo. Era Deuteros.

— Meu caríssimo irmão veio assistir a minha vitoria.

— Sua traição acaba aqui Aspros.

— Traidor? – riu. – quem te traiu foi ele. – apontou para Kanon. – ele que tirou a Lara de você.

Deuteros engoliu seco.

— Vou ter o prazer de quebrar os seus dentes. – disse Kanon.

— Tenha calma Kanon.

Os três voltaram a atenção para onde vinha a voz. Saga acabava de chegar.

— Que encontro emocionante. – Aspros gargalhou. – A velha e a nova geração de geminianos. Os três serão meus adversários?

— Lutará comigo. – disse Kanon.

— Bom... que tal uma luta entre irmãos mais velhos e novos? – sorriu. – não será interessante?

Saga ficou apreensivo, Aspros faria alguma coisa.

— Quero ver morte.

Disse, para sumir diante deles e aparecer na frente de Deuteros. Tudo havia sido tão rápido que nenhum dos três esboçou reação, só viram o punho de Aspros de encontro a testa de Deuteros, um fino raio atravessar a cabeça dele.

— Que comece a matança. – afastou.

— Deuteros! – gritou Kanon que ia de encontro a ele se Saga não o tivesse parado.

Deuteros foi ao chão sentindo uma forte dor no celebro, passado alguns minutos levantou, com a expressão fria.

— Muito bem minha sombra. – disse Aspros. – lutará contra teu irmão maior, Saga. Enquanto me divirto com o meu irmão menor Kanon.

Sala do Relâmpago Negro

Os dois virginianos posicionaram-se lado a lado.

— Fiquei impressionado por ter conseguido voltar do meu planeta Asmita. E tu Shaka por possuir tamanho poder a ponto de matar um titã. Creio que terei que usar minha energia ao maximo com vós. – tomou posição.

— Se não importar Shaka, gostaria de ser o oponente dele.

— Como quiser. – respondeu. Sabia que Asmita tinha um grande poder, mas a ponto de vencer Céos tinha suas duvidas. Na guerra santa conseguira criar o rosário que selaria as almas dos espectros, mas eles estavam anos antes dessa guerra, talvez ele não possuísse ainda esse poder.

Sala da Memória

Dohko só parou quando alcançou um dos salões.

— Shion! Shion!

— Dohko. – Mu parou ao lado dele.

— Ele não está aqui. – Dohko olhava ao redor, não vendo nada.

— Está sim. – o ariano olhava um ponto especifico.

Dohko acompanhou o olhar dele e aos poucos pode ver: Shion estava parado pouco distante dele.

— Shion... – deu um passo sendo retido por Mu.

— Ele não está no seu normal. – Mu olhava fixamente para seu mestre, mas as palavras eram para o libriano. – mesmo que fale com ele, não vai te escutar.

— E o que vamos fazer?

— Tentar tira-lo desse estado, mas advirto não será uma tarefa fácil.

Em algum lugar...

Aos poucos os cavaleiros foram acordando, a queda tinha sido grande.

— Onde estamos? – indagou MM.

— Provavelmente em uma das salas da fortaleza. – respondeu Kamus.

— Fiquem em alerta. – pediu Sísifo.

Kamus olhava ao redor, tinha a sensação de está sendo vigiado. Como se fosse uma presa de algum animal ferino.

— Sigam por aquela porta. – apontou para uma porta do outro lado. – vou ficar aqui.

— O que foi Kamus? – indagou Miro.

— Você deveria ser o primeiro a perceber.

O escorpião o fitou para depois voltar o olhar para a sala. Agora que Kamus falara estava sentido certa apreensão, era como se algo fosse atacar a qualquer momento.

— “Essa sensação... Kárdia?!”

— Sigam em frente eu e Miro ficaremos aqui.

— Como quiser. – Sísifo nem questionou. – vamos.

 Regulus que seguia mais atrás fitava a sala, andava distraído, tanto que nem percebeu algo que surgiu pelas costas: uma unha vermelha.

— Regulus! – gritou Miro.

O garoto assustou com o grito e tudo que viu foi Kamus entrar na frente dele. O aquariano mesmo ferido no ombro não demonstrou na face. Apenas olhava fixamente para o algoz.

— Kárdia...? – Dégel estava pasmo.

O escorpião trazia um fino sorriso nos lábios.

— Perspicaz como sempre meu caro Kamus.

— Kárdia. – Dégel aproximava. – você está bem?

— Não se aproxime Dégel. – disse Kamus. – Sísifo siga em frente, eu e Miro cuidamos dele.

— Tão cedo? – o escorpião sorriu. – pensei que seriam minhas presas. – gargalhou. – estou louco para testar meu poder.

— Kárdia... – o aquariano do passado o olhava perplexo.

— Testará conosco. Vá logo Sísifo!

— Sim. Vamos.

O grupo apressou o passo alcançando a porta. Assim que o ultimo passou a porta desapareceu.

— Pena que terei só vocês três para me divertir.

— “Três?”

Kamus olhou para trás. Dégel permanecera.

— Será divertido.

Kárdia deu um salto para trás afastando-se e tomando a forma de um escorpião.

Torre...

— O Ikhor será testado... espero que ele sobreviva. – Pontos colocou o elmo de sua sohma. – que a luta comece na quarta sala. A sala do Dilúvio.

Sala das Dimensões

Saga encarava Deuteros que o fitava com uma expressão vazia. O geminiano  do futuro sabia muito bem que enfrentarias problemas com ele.

— Ataque-o. – incitou Aspros.

Obedecendo a ordem Deuteros partiu para cima dele desferindo socos e chutes, Saga apenas desviava. Mesmo não conseguindo acertá-lo Deuteros não parava de atacar.

— Explosão Galáctica! – disparou a queima roupa.

Saga com destreza conseguiu desviar, o impacto do ataque na parede da fortaleza gerou um forte estrondo.

— “Preciso encontrar um meio de pará-lo.” – pensava Saga.

Não tendo alternativa o grego disparou um ataque simples contra Deuteros que foi atingido em cheio. O cavaleiro mal foi acertado levantou-se partindo para cima de Saga.

Enquanto isso...

Aspros e Kanon se encaravam.

— Parece que seu irmão hesita em atacar o meu.

— Não somos como você Aspros. E Saga nem vai precisar lutar, pois vou matá-lo primeiro e assim libertar Deuteros.

— Será? Venha então.

O dragão marinho partiu para cima dele. Os dois trocavam socos e chutes, mas a luta seguia empatada.

Saga não queria ferir Deuteros, mas  precisa se defender  dos ataques que ficavam cada vez mais rápidos.

— “Ate derrotar Aspros vou te manter afastado.” – pensou.

Deuteros recuado o fitava, mal esperou uma reação elevou  seu cosmo.

— Erupção negra esmagadora.

— Que ataque é esse? – Saga preparava-se para defender, contudo...

Sentiu algo o atingir pelas costas.

— Ah... – Ferido, foi atingido em cheio pelo ataque do geminiano mais novo, batendo violentamente contra uma parede.

— Saga! – gritou Kanon.

— Precisei facilitar as coisas. – Aspros sorriu.

— O que fez patife?

— Deuteros não é páreo para Saga, então...

O golpe que Saga sentira nas costas fora feito por Aspros.

— Cretino...

— E agora... – o cosmo começou a preencher o recinto. – explosão galáctica!

— Conheço esse ataque.

Kanon também elevou seu cosmo disparando igualmente a “explosão galáctica” as duas energias se chocaram provocando um forte estrondo.  Nenhum dos dois foi acertado permanecendo de pé.

— Bela defesa.

— Digo o mesmo. – Kanon desviou um pouco o olhar para ver se Saga estava bem, ele continuava caído. – “não foi um simples ataque.”

— Não se preocupe com teu irmão, o meu ataque não o feriu mortalmente, só um pouco. Deuteros acabará com o serviço e quando ver que o matou vai ficar para sempre manchado.

— Seu ódio contra ele me comove.

Kanon partiu para cima dele. Não conseguindo acertá-lo recuou. Enquanto isso...

Deuteros olhava o geminiano caído. Não esperando qualquer reação vindo dele, o pegou pelos cabelos erguendo-o.

— Outra dimensão!

Saga foi atingido pelo ataque sendo arrastado.

— “Saga o que houve?” – Kanon o fitou. Ele facilmente desviaria do ataque.

— Preste atenção na nossa batalha!

Aspros o acertou em cheio no estomago, o dragão recuou alguns passos caindo de joelho, não conseguindo evitar que o irmão fosse sugado para outra dimensão.

— Saga...

— Agora sim... – Aspros sorriu. – uma luta justa.

Deuteros aproximou do irmão.

— O que fez a Saga? – indagou Kanon levantando-se.

— Nada de mais, apenas o feri em alguns pontos estratégicos. O cosmo dos titãs dado a mim consegue fazer algumas proezas. Agora Saga irá vagar eternamente por outra dimensão. É uma pena ele não ver a queda do seu querido irmão menor. Deuteros.

O cavaleiro aproximou.

— Vamos mandá-lo para o inferno.

Deuteros atacou primeiro com um soco, Kanon iria conseguir defender, contudo Aspros surgiu por trás aplicando-lhe um golpe na nuca, antes que ele caísse Deuteros chutou-o, Aspros terminou dando-lhe um soco. O marina foi jogado longe.

— Se continuar assim, vai morrer rapidinho.

— Não vou te dar esse gosto. – levantou elevando seu cosmo. – Explosão Galáctica.

Kanon disparou, mas mirando principalmente em Aspros ele só não contava que Deuteros entraria na frente.

— Deuteros!

O cavaleiro foi atingido em cheio indo ao chão, mas mesmo ferido levantou.

— “Não sente dor, nem que o corpo fique em pedaços... vai se levantar ate que alguém morra...- lembrava das palavras de Saga. - preciso tira-lo desse feitiço.” – pensou.

Mal tinha se recuperado, novamente os dois gêmeos do passado investiram contra ele. Primeiro foi Aspros que disparou a queima roupa, Kanon foi para defender, quando percebeu Deuteros ao seu lado, disparando um ataque. Kanon girou o corpo para escapar contudo foi acertado por Aspros, antes de ir ao chão foi atingido também por Deuteros.

— Droga... – cuspiu uma grande quantidade de sangue. – “desse jeito eles vão me matar.”

— Como se sente em lutar contra seus antecessores Kanon?

Ficou em silencio.

— Esta na hora de dizer adeus a esse mundo.

O cosmo dos dois elevou-se.

— Explosão Galáctica.

Os dois ataques uniram-se formando uma poderosa bola de energia. Kanon ate tentou segura-la, mas era a força de duas explosões galácticas. Foi atingido em cheio indo ao chão.

— Que divertido! – Aspros gargalhou.

Kanon aos poucos foi despertando, o corpo todo doía.

— “Preciso fazer alguma coisa.” – fitou Deuteros.

Levantou, apoiando o corpo na parede.

— Triangulo dourado!

Disparou seu golpe contra os dois, mas desta vez Deuteros não entrou na frente de Aspros e sim o próprio geminiano segurou o ataque.

— Pensei que fosse mais forte Kanon. – a energia de Kanon foi facilmente dissipada.

Deuteros tomou a frente avançando contra o marina. Ele conseguia se esquivar dos ataques físicos de Deuteros, contudo Aspros surgiu de repente golpeando-o.

— Para finalizar... explosão galáctica.

Os dois dispararam ao mesmo tempo, impossibilitado de se mexer, o marina foi acertado em cheio, indo ao chão.

Sala do Relâmpago Negro

Asmita  e Céos se encaravam.

— Fiquei admirado com tua força, cavaleiro. Diante disso empregarei todo o meu poder.

— Como quiser. – Asmita começou a elevar seu cosmo. – Circulo das seis existências!

O cosmo do virginiano aumentou rapidamente. Céos continuou imóvel e só se mexeu quando o ataque estava bem perto. Com o erguer de sua rapieira, desviou o ataque do cavaleiro.

— Minha vez. – deus elevou seu cosmo. – Ebony Ilumination!

Um poderoso ataque partiu em direção a Asmita.

— Kahn!

Asmita criou uma barreira com sua energia. O ataque de Céos chocou-se violentamente contra ela. O cavaleiro estava certo que conseguira defender do ataque contudo seu circulo de energia começou a ficar negro, a energia do deus a envolvia.

— “Como...?”

Rapidamente o que era um circulo de luz dourada ficara negro.

— Asmita! – gritou Shaka.

Antes do circulo ficar totalmente negro, pontos de luz dourada retomaram o circulo, repelindo totalmente o ataque do titã.

— Como esperado. – disse Céos.

O cavaleiro de Virgem estava de pé, mas respirava lentamente. Mais um pouco seria atingido.

— “Não posso me distrair com ele.”

— Não meças esforços contra mim Asmita.

— Farei como me pede.

O virginiano acendeu seu cosmo que preencheu o local.

Sala das dimensões

Kanon continuava caído. Aspros e Deuteros aproximaram.

— O golpe de misericórdia.

Eles estenderam a mão na direção do geminiano. Uma pequena bola de energia surgia da palma das mãos.

— Boa viagem Kanon. – Aspros trazia um fino sorriso. – tua morte libertará teu irmão. – riu.

Estavam prestes a atirar quando uma cosmo energia se fez presente. Da lateral da sala uma fenda dimensional se abriu. Rapidamente Aspros e Deuteros recuaram, ficando do lado oposto de Kanon.

A fenda aumentou um pouco mais de tamanho dando passagem a uma pessoa.

— Voltaste...

Saga se quer o fitou, caminhando para onde se encontrava Kanon.

— Kanon. – o chamou. – Kanon.

— Saga...? – abriu um pouco os olhos.

— Você esta bem? – estendeu a mão para ele.

— Estou. – aceitou a ajuda. – e você?

— Não tenho nada. – mentiu.

Deuteros os fitava, sua mente começava a dar sinais que voltava ao normal, pois a cena o fez lembrar-se de quando era criança e de como era a sua relação com o irmão.

— Que cena mais comovente. Irmãos se ajudando. – Aspros ironizou.

— O que vamos fazer Saga? – Kanon disse baixo. – Deuteros...

— Consegue manter Aspros ocupado por um tempo?

— Consigo... Mas o que vai fazer?

— Vou fazer com que Deuteros fique fora de combate por um tempo.

— Como?

— Mantenha Aspros ocupado. – disse afastando-se.

— Vejo que quer lutar. – Aspros tomou posição. – Deuteros encarregue-se dele.

O geminiano mais novo nada disse apenas dando um passo.

— Ataque Deuteros! – ordenou o irmão.

Deuteros partiu para cima de Saga. O geminiano do futuro elevou seu cosmo.

— Me perdoe por isso. O sentido do tato.

Um raio de energia transpassou o corpo de Deuteros que soltou um gemido de dor.

— O que? – Aspros o fitou surpreso. – o que...

— O sentido do olfato.

Novamente o corpo de Deuteros foi transpassado.

— Que golpe é esse?

— Uma habilidade que temos Aspros. – disse Kanon. – podemos retirar os sentidos.

— O que? – olhou para Saga surpreso.

 Para finalizar lançou a explosão galáctica, claro com menor intensidade, apenas para fazer com que Deuteros fosse ao chão, o que aconteceu.

— Deuteros seu imprestável. – Aspros o fitava com ódio. – merece morrer.

— Não se atreva Aspros! – gritou Kanon.

— Essa sua obsessão em defendê-lo... é remorso? Por ter feito o mesmo com Saga?

Kanon ficou calado.

— Ao contrario de Saga, eu o subjuguei, Deuteros não passa de uma sombra, não passa de um demônio, eu sim sou o verdadeiro guardião de Gêmeos e não uma replica.

Todos pensavam que Deuteros estava desacordado, mas ele ouvia tudo. A cada palavra de desprezo de Aspros o fazia lembrar-se daquele fático dia no templo de Athena.

— Lhe fiz convite certa vez. – Aspros estendeu a mão para Kanon. – você tem um grande poder, você que deveria ser meu irmão menor. Vamos juntos dominar o santuário, não é o que você sempre quis?

Deuteros ouvia perplexo. Saga limitou-se a fitar o irmão.

— “Sempre a ambição...” – pensou.

— Naquela vez eu rejeitei. – sorriu. – mas... – começou a caminhar em direção a Aspros. – os titãs não vão querer a Terra, acho que podemos perfeitamente dividir a responsabilidade.

Saga e Deuteros arregalaram os olhos.

— Seu desejo de poder não sumiu. – Aspros sorriu.

— Não e principalmente nessa época, onde será muito mais fácil. Os titãs vão acabar com os cavaleiros, não teremos trabalho algum.

— Kanon...? – Saga o fitava perplexo. – você....

— É uma pena Saga, mas desejo ficar ao lado dos vitoriosos.

Deuteros fitava Kanon com o ódio, como ele teve coragem de se aliar a Aspros? E ele ainda lhe confiou Lara.

— “Kanon seu maldito, vou te mandar para o inferno.”

— É uma pena que Deuteros não poderá ver. – o marina o fitou, o cavaleiro continuava no chão. – meu reinado junto com a Lara. – parou ao lado de Aspros.

— Sabia decisão geminiano. – Aspros elevou um pouco seu cosmo fazendo surgir diante dele um objeto dourado.

— A Adaga? – Kanon o fitou curioso.

— É apenas uma replica, a original está no santuário. Usei essa para ferir Saga nas costas. Deve está doendo não é? – o fitou de forma zombeteira. – tem o próprio cosmo de Pontos, o que faz o ferimento ficar mais grave. Deve está sangrando... muito...

— “Então foi isso?” – pensou Deuteros. – “por isso consegui atingi-lo.”

Saga continuava calado, mas foi a joelhos devido o ferimento nas costas.

— Mal consegue ficar de pé. – Aspros riu. – termine com isso Kanon. – deu a adaga a ele. – acabe logo com o seu irmão.

— Será um prazer.

Com um sorriso desdenhoso Kanon aproximou-se de Saga que o fitava fixamente. Parou diante dele agachando.

— Vou ferir no mesmo local, não sentirá muita dor. – riu.

— Kanon...

— Aspros, gostaria contribuir com o ato? Você completa o serviço.

— Será um prazer.

Aspros caminhou ate Saga, agachando.

— Morra Saga. – Kanon ergueu a mão que trazia o punhal.

— Não se preocupe. – das mãos de Aspros surgia um bola de energia. – Deuteros irá fazer companhia para você.

— Adeus Saga.

Kanon abaixou a mão rapidamente, Saga apenas fechou os olhos a espera do ataque do irmão, mas ele não veio.

— O que... – Aspros sentiu algo transpassar-lhe.

— Explosão Galáctica.

Ele nem teve tempo de perceber o que acontecera, recebeu um ataque diretamente. O cavaleiro de gêmeos foi jogado a metros batendo contra uma parede. Saga não sabia se fitava-o ou ao irmão.

— Se tiver que governar o santuário será com Saga e não com você. – Kanon olhava para onde Aspros tinha caído.

— Kanon...

— Te enganei direitinho. – sorriu. – confesse sou um bom ator.

— “Era mentira?” – pensou Deuteros.

— Tudo não passou de um plano?

— E você acreditou mesmo. – fez cara de decepcionado.  – não confia em mim. – levantou.

— É que...

— Estou brincando. – estendeu-lhe a mão. – levanta.

Saga o fitou, apesar dos propósitos do fingimento por um momento pensou que Kanon realmente não tinha mudado e aquilo o deixou entristecido.

— Não gostei dos métodos. – aceitou a ajuda.

— Imaginei. – riu.

Deuteros ouvia e via tudo. A forma como eles se tratavam lembrava muito a época que ele e Aspros eram crianças. Não havia discórdias, desconfianças, apenas o desejo de proteger um ao outro.

— “Isso não voltará mais....”

— Me avise quando tiver essas idéias.

— Foi mal. – o marina deu um tapa nas costas do irmão.

— Ai.

— Desculpe. Mas o importante que acabamos com ele e Deuteros esta livre.

— Esses seus sentimentos me enjoam.

Saga e Kanon olharam imediatamente para onde vinha a voz. Um poderoso cosmo espalhava pela sala. Deuteros que não conseguia se mover, apenas mexeu com os olhos.

— Não existe amizade entre irmãos, apenas a competição, o ódio.

Aspros levantava, retirou a adaga jogando-a longe.

— Mas se com vocês é diferente, - o cosmo aumentava ainda mais. – vou tratar de corrigir essa imperfeição. – o olhar dele era maligno. – vou fazê-los arrependerem por terem nascido irmãos. – a energia chegava a proporções elevadíssimas.

— Da onde ele tira tanto poder.... – murmurou Kanon.

— Pontos deve ter lhe dado um pouco. – respondeu Saga.

— Fique atrás de mim. – Kanon passou a frente do irmão.

— Não vai adiantar defende-lo. – Aspros sorriu. – não vou matá-los juntos, primeiro vou fazer Saga sofrer na sua frente e depois eu extermino você.  - apontou o dedo para Kanon. – suma.

Uma bola de energia surgiu e no instante seguinte atingiu em cheio o marina.

— Kanon!

Ele foi arrastado batendo violentamente numa parede.

— Kanon!

— Sua vez.

Aspros apenas movimentou as mãos. Saga sentiu uma dor terrível nas costas indo de joelhos ao chão.

— Essa adaga dada por Pontos foi um presente. O cosmo impregnado nela o fará contorcer de dor.

Saga sentia como se seu corpo estivesse sendo rasgado por dentro. Kanon ainda caído o fitava.

— Saga....

— Vai ter uma morte lenta e dolorosa com direito a platéia.

Com um movimento de mãos Aspros ergueu Kanon trazendo-o para perto de Saga. Os dois ficaram frente a frente.

— Saga....

O geminiano mais velho não conseguia dizer nada, para o desespero do marina um filete de sangue escorreu pela boca do irmão.

— Para Aspros! – Kanon estava desesperado, por mais forte que Saga fosse não iria agüentar.

— Por que, se está tão divertido. – riu. – que tal mais sofrimento.

Foi a conta de Aspros mover as mãos, Saga vomitou uma grande quantidade de sangue. O corpo tombou para o lado, mas não a ponto de cair. Kanon tentou segura-lo, mas estava paralisado.

— Saga!

De longe Deuteros acompanhava tudo.

— “Pare Aspros... desse jeito.... – fitou Saga. – Saga...”

Alguns metros dali, no subsolo...

Mesmo sendo dia dormia profundamente, o corpo estava banhado de suor e murmurava coisas desconexas...

—  Dói... dói muito... irmão... onde....me ajude... irmão!

Acordou assustado. Só se acalmou quando percebeu que continuava na prisão.

Sala das dimensões...

Saga sentia sua mente dopar...  não agüentaria muito tempo.

— Agora o grande final. – com violência Aspros jogou Kanon longe. – extinção universal.

O cosmo dele explodiu, uma grande bola de energia partiu na direção de Saga.

— Saga! – gritou Kanon.

O geminiano fitava a energia se aproximar, mas não conseguia se mexer.

— Saga!

O ataque o atingiu, com o impacto o chão tremeu alem do forte clarão que se espalhou pela sala.

— Saga!

Nas outras salas...

... Do relâmpago negro.

Asmita e Shaka trocaram olharem ao sentirem a terra tremer.

— Aquele humano idiota. – disse Céos olhando para o lado.

... Do dilúvio.

— O que foi isso? – indagou Miro olhando a terra que caia do telhado

— Nada. – Kamus fitava Kárdia.

... Da memória.

Mu sentiu o chão tremer, sabia que um combate estava acontecendo, mas tinha que focar-se em salvar seu mestre, que naquele momento parecia ter voltado ao normal.

... No corredor.

Os cavaleiros pararam ao sentirem o tremor.

— O que foi isso? – indagou Regulus.

— Nada. – respondeu Cid continuando a andar. – vamos continuar.

Alguns cavaleiros apenas trocaram olhares.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ratres Gemini: Irmãos Gêmeos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Temporits Actis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.