Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 10
Capítulo 10: Alea Jacta Est




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O dia amanheceu a pouco, Deba, Dite e Regulus dormiam numa sala que serviu de quarto. Aioria, Mu e MM dormiam num sono pesado assim como Kanon que tinha recusado a sair do lado do irmão. Ele dormia sentado numa cadeira com o corpo tombado para frente.

Devido ao cansaço nem percebeu que Saga tinha despertado. O cavaleiro olhou ao redor não reconhecendo o local onde estava.

- "O que houve?"

Forçou a memória lembrando-se que havia perdido o controle de seu cosmo. Olhou para o lado vendo os outros três.

- "Meu golpe deve tê-los acertados." Kanon? – assustou ao ver o irmão. – o que aconteceu? – não quis acordá-lo, a julgar pela respiração pesada ele deveria estar cansado.

Levantou saindo do recinto. Sentia-se fraco e com o cosmo ainda oscilando. Foi em direção onde sentia o cheiro de café

Parou na porta de um cômodo amplo, havia uma grande mesa de madeira, ao fundo um fogão a lenha.

- "Lara."

A sacerdotisa usando roupas mais simples, preparava algo.

- Bom dia. – disse num tom de voz que ela pudesse escutar sem se assustar.

- Saga? – enxugou as mãos. – como se sente? Deveria está deitado.

- Não sinto nada. Desculpe o trabalho.

- Não foi nada. Sente-se.

Sentou a mesa sem tirar os olhos dela. Realmente Lara era uma mulher muito bonita. Ela sabia que estava sendo observada e tentou transparecer despreocupação. Arrumou uma cesta com paes e biscoitos e dois bules, um com chá e outro com leite.

- Coma a vontade, precisa se alimentar.

- Estou te dando trabalho.

- Já disse para não se preocupar.

Saga sorriu sem jeito, mas estava com muita fome pegando um pouco de tudo.

- Está delicioso.

- Obrigada.

- O que houve depois do choque?

- Mu não conseguiu conter seu cosmo e acabou sendo atingido assim como Aioria e MM.

- Está ficando perigo usarmos nossos cosmos.

- Mestre Sage ficou de investigar.

- O que acha?

- Pode ser Chronos, mas precisamos ter certeza, fora isso...

- Diga.

- Lithos e Áurea foram feridas.

- Como? Por quem?

- Selinsa as encontrou caídas em Leão, estavam machucadas mas já estão bem. Não sentimos presença de inimigo algum. Por horas preocupe-se em se recuperar.

No outro cômodo, Kanon remexeu-se acordando.

- Saga??

Preocupou-se por não vê-lo, saindo às pressas. Respirou aliviado ao escutar sua voz.

- Saga.

- Kanon. – o fitou.

- Como você está? – aproximou. – não sente nada?

- Estou bem.

- Kanon ficou muito preocupado com você. – sorriu para o cavaleiro. – ficou ao seu lado o tempo todo.

- Ele faria o mesmo. – ficou sem jeito. – bom dia Lara.

- Bom dia. Sente-se.

Sentou ao lado do irmão, os dois trocaram olhares. Lara que observava, achou interessante o entrosamento dos dois e daquela distancia pareciam um espelho.

- Vocês são tão parecidos fisicamente, mas tem personalidades distintas.

- Ainda bem. – disse Kanon. – pensou se fosse como esse "mala"? Seria um chato.

- Obrigado pelo elogio. – Saga lhe deu um pedala.

- Ai.

Enquanto isso no quarto, Mu tinha despertado a pouco, assim com Mask que sentara na cama sem saber onde estava. O ariano contou rapidamente o que houve.

- Saga está um perigo. – Giovanni tirou a camisa para ver o ferimento.

- O pior que pode acontecer a qualquer um de nós.

- Verdade. – Aioria espreguiçou. – bom dia.

- Bom dia Aioria. Como estão seus ferimentos?

- Eles estão...- Aioria olhou para seus braços espantado, não havia nada. – não tem nada... – murmurou.

- Como assim? – o ariano foi ate ele. – cicatrizaram depressa. Deixe eu ver as costas.

Aioria se virou e como nos braços não havia nada.

- Não era para recuperar tão depressa. Eu vi as marcas, eram profundas.

- Nem parece que me machuquei.

- Ah.... senhores.... – MM os olhou. – onde eu machuquei?

- Você tinha um pequeno orifício na barriga. – Mu virou. – era pequeno.... – silenciou-se.

- Não tem nada. – o local do suposto ferimento de MM estava intacto. – tem certeza?

- Os remédios da Lara são ótimos, nem deixam marcas. – disse Aioria.

- Devem ser mesmo estão todos de pé. – Aldebaran apareceu na porta, seguido por Afrodite e Regulus. – bom dia.

- Como está Aioria? – o leonino aproximou.

- Bem Regulus, não sinto nada.

- Lara é boa enfermeira. – Dite aproximou de Mask. – como está?

- Eu não tenho nada. – disse ríspido. – nem sei porque estou aqui.

- Deveria ter morrido. – o ignorou. – Lara já preparou o café. Saga e Kanon estão lá.

- E como ele está?

- Novinho em folha Mu.

Na sala destinada as meninas o despertar foi semelhante.

- Bom dia Lithos.

- Selinsa? – a grega sentou na cama olhando ao redor. – o que estou fazendo aqui?

- Está na enfermaria. – disse Marin. – como está?

- Bem... mas.... – olhou para o lado. – Áurea?

A outra grega ainda dormia, mas foi acordada.

- Que lugar é esse?

- Está na enfermaria Áurea. Como está?

- Estou bem, mas o que houve?

- Gostaríamos que nos contasse. – disse a amazona de Águia sentando ao lado dela.

Quando ia abrir a boca escutou seu nome.

- Lithos! – Aioria que passava no corredor escutou a voz da irmã.

- Aioria?

- Como você está? – a abraçou. – não sente nada?

- Estou bem.

- E seus ferimentos? – indagou Marin a ele.

- Bem.

- Ferimentos?! – exclamou a grega. – que ferimentos?

- Todas as perguntas serão respondidas. – Lara acabava de entrar no recinto. – bom dia a todos e como todos estão bem, os convido para o café. Mestre Sage e Hakurei já estão a caminho.

Lara tinha os avisado assim que notou o despertar de todos.

 

X.x.X.x.X.x.X


Athina corria em direção ao santuário, ficara sabendo que suas amigas tinham se ferido e queria vê-las. Estava tão afobada que nem prestava atenção no caminho. Virou a ultima esquina que dava acesso a uma das entradas do santuário.

- Ai. – o choque foi forte que foi ao chão.

- Deveria prestar mais atenção.

A grega ergueu o rosto ao escutar a voz fria, ficando rubra ao ter aqueles olhos sobre si. Trajando roupas normais, era Albafica.

- Onde está indo com tanta pressa?

- Eu... eu.... – não conseguia formular uma resposta tamanha surpresa. – enfermaria....

- Já sabe o que aconteceu.

Balançou a cabeça afirmando.

- Levante-se.

Saindo do estado de surpresa levantou, limpando sua roupa.

- Também estou indo para lá, mestre Sage nos convocou, mas antes preciso resolver algumas coisas.

Ainda em silencio Athina o fitou, por que ele estava dizendo aquilo?

- Eu preciso ir. – deu um passo.

- Espere. – sua voz saiu imperativa.

- O...

- Venha comigo, depois iremos à enfermaria.

- Mas eu não....

- Venha logo. – disse começando a andar.

A garota ainda tentou argumentar, mas se sentiu atraída em acompanhá-lo.

O pisciano seguia na frente num profundo silencio. Athina mantinha certa distancia, observando-o.

- "Não sei por que estou seguindo-o." – pensava enquanto admirava as melanes azuis que desciam lisas pelas costas. – senhor Albafica eu preciso....

- Continue andando.

Engoliu a seco. Jamais conhecera alguém tão autoritário como ele, mas no fundo respeitava-o. O cavaleiro sabia que ela o fitava e isso o incomodava um pouco.

- Senhor Dégel lhe devolveu as toalhas? – indagou a fim de quebrar aquele silencio incomodo.

- Sim.

- Todas?

- Sim.

- Senhor Albafica....

- Nem sempre aquele cavaleiro irá ajudá-la, não fique dependendo da defesa dele.

Athina parou.

- Como?

- Afrodite foi inconveniente em interferir nos nossos assuntos.

- Ele apenas me ajudou. Só isso.

- O preza tanto assim? – parou olhando para trás.

- Não estou entendendo senhor Albafica.

- Esqueça.

Ela calou sem entender nada. Durante o trajeto os dois permaneceram em silencio. Albafica resolveu o que tinha que resolver tomando a direção da enfermaria. A garota o seguia, contudo parou ao passar por um dos muitos jardins existentes no santuário. Gostava daquele em particular, pois era enfeitado com rosas.

- Elas são tão lindas. – deu um tímido sorriso.

O pisciano que também parara, fitava-a. As rosas podiam ser bonitas, mas para ele a maior beleza era da pessoa que as admirava.

- Vamos.

Ela pareceu não escutá-lo permanecendo com os olhos nas flores. Fitava-as tão distraída que só voltou a si quando sentiu um toque aveludado no rosto.

- Tome essa. - Havia feito aparecer uma rosa branca.

- Obrigada.

- Vamos.

 

------Flashback-------


Andava apressada. Tinha a certeza que seu pai ficaria bravo com sua demora. Fechou os olhos imaginando a cena, andou alguns passos desse modo, abrindo-os em seguida constatando que não teria escapatória. Estava tão preocupada com o castigo que nem reparou que uma pessoa caminhava em sua direção, só se deu conta da presença, quando viu em suas mãos uma rosa aparecer de repente. Surpresa ergueu o rosto, ainda vendo uma capa alva passar por ela. Olhou para trás vendo uma armadura dourada, mas o que mais chamou sua atenção foi o desenho de uma rosa vermelha na capa levemente encoberta por fios azuis claros que desciam lisos pelas costas.

- Obrigada.

Disse ainda tendo tempo de fitar o rosto do cavaleiro.

- "É ele...."

 

------Fim do Flashback-------


- "Como naquele dia..." – o via se afastar. – senhor Albafica me espere.

Correu ate ele e sorrindo andava ao seu lado.

Ele sentiu-se incomodado com o sorriso, com aquele sorriso que tanto o fascinava.

- Por que está sorrindo? – a fitou.

- Por nada.

Mesmo não satisfeito com a resposta voltou o olhar para o caminho. Athina um pouco mais séria começou a observar a mão do cavaleiro, elas pareciam macias e acolhedoras. Sentiu vontade de tocá-la, mas sabia que aquilo era perigoso, não por que tinha medo do veneno, ao contrario, e sim porque o deixaria zangado e talvez depois do ato insensato se afastasse dela. Apesar de tudo, seguiu sua vontade.

A grega segurou a mão dele, sentindo todo o calor que vinha dele. Albafica assustou-se ao ter a mão envolvida, ficando por alguns minutos com os olhos cravados nela.

- "É tão quente... – pensou. – tão..." – caiu em si, soltando-se imediatamente. – ficou louca? Já disse para não me tocar!

- Desculpe, eu só queria....

- Pois não queira! Não se esqueça que é uma serva!

- Desculpe... desculpe...– saiu correndo.

Pensou em ir atrás, mas era melhor que ela o odiasse, isso salvaria sua vida. Ainda parado fitava a própria mão. Queria que aquele momento não tivesse fim, contudo não existia essa opção na vida dele. Resignado continuou a andar.

 

X.x.X.x.X.x.X


Logo que soubera que as meninas e os outros tinham acordado, Shion correu para a enfermaria. Achou todos no quarto feminino.

- Bom dia.

- Bom dia Shion. – Lara aproximou.

- O mestre me avisou. Como estão?

- Bem. – disse Saga. – graças a Lara estamos bem.

- Que bom. – seu olhar parou em Áurea que o fitava. – e vocês?

- Estamos bem. – respondeu.

- Ótimo. Vou esperar pelos outros. – saiu.

Em pouco, a maioria estava na enfermaria, Regulus ao ver Lithos deu um forte abraço nela.

- Que bom que está bem!

- Obrigada Regulus.

- Fiquei preocupado.

- Está tudo bem agora.

Sísifo a observava, estava aliviado.

- Áurea, Lithos!

- Athina.

A grega do passado abraçou as duas.

- Fiquei sabendo o que aconteceu.

- Tudo está bem agora.

Afrodite olhou para a porta, Albafica estava encostado nela.

- Bom dia senhores e senhoritas. – Hakurei se fez presente.

- Bom dia. – Sage surgiu logo atrás.

Fizeram uma leve reverencia.

- Como estão todos?

- Estamos bem mestre Sage. – Mu respondeu por todos.

- Está tudo bem Áurea? – Hakurei aproximou da cama da grega.

- Sim senhor. Não foi nada grave.

- Poderia nos contar o que houve?

- Estávamos em Leão, sentadas na sala. – iniciou. – conversamos normalmente quando senti um gosto esquisito na boca. Nessa hora Lithos soltou um grito.

- Ela tinha uma grande marca de sangue no vestido. – disse a outra. – e sua boca sangrava.

- Eu não tinha visto ate que coloquei a mão na barriga e vi. Nessa hora senti uma forte dor.

- Eu tentei ajudá-la. – Lithos tomou a palavra. – mas também sentir dor, quando vi meus braços tinham sangue e em seguida desmaiei.

- Não havia ninguém? – indagou Dégel.

- Não.

- As encontrei caídas. – disse Selinsa.

- Sem cosmo inimigo, sem pistas. – o cavaleiro de altar se afastou.

- Estranho... – Sage fitou Aioria, notou que estava sem ferimentos. – seus ferimentos?

- Estão todos sarados. – o leonino os mostrou. – ate os das costas sumiram. O remédio que Lara usou é poderoso.

Sage e Hakurei se olharam.

- E quanto a vocês?

- Não tenho nada. – disse Mask.

- Nós também. – disseram as gregas.

Lara fitou os mestres.

- Compreendo. – Sage tomou uma cadeira sentando-se. – precisaremos investigar o ocorrido por enquanto vamos nos concentrar no que aconteceu ontem na arena. Acho que faço idéia do que está ocorrendo com o cosmo de vocês.

Ficaram em silencio. Vendo que tinha toda a atenção o grande mestre continuou.

- Há duas hipóteses que não podem ser descartadas e que podem está agindo juntas. A primeira é o cosmo de Chronos que pode estar interferindo nos seus, já que estão aqui por intermédio dele, a segunda, se for confirmada é a mais preocupante.

Ninguém respirava no recinto.

- Nós somos regidos pelas nossas estrelas guardiãs. E nosso cosmo está extremamente ligado a elas. A cada nova Era nasce guerreiros predestinados e que contam com suas proteções. O correto seria a cada vinda de Athena, surgir doze cavaleiros de ouro, entretanto houve um desequilíbrio. – fez uma pausa. - Na mesma Era existem 22 cavaleiros de ouro. Com exceção de Libra e Sagitário, a dois arianos, dois taurinos, dois geminianos e assim por diante. A proteção da constelação de carneiro só pode ser direcionada a um cavaleiro e nesta época é o Shion, para a constelação Mu não passa de um "usurpador" e não o reconhece como tal. Isso pode está desequilibrado seu cosmo.

- Está dizendo que nossas estrelas não nos reconhece?

- Creio que sim Giovanni. Para piorar a duplicidade de armaduras. Não existem vinte duas armaduras de ouro. As suas foram herdadas, não feitas.

- Mas quanto a mim? – indagou Kanon.

- A mesma coisa. Deve haver algum Dragão Marinho. (nota: quem leu LC, já sabe quem é o dragão marinho, ele aparece depois do capitulo 85). Para todos os efeitos não passam de copia.

- E o que podemos fazer?

- Pode acontecer desse problema ser sanado, como não. Terão que aprender a controlar seus cosmos, adequando-o a nova situação.

Os dez trocaram olhares.

- Se um inimigo aparecer, terão que tomar cuidado. Sugiro que voltem aos treinos, será melhor forma de acostumarem com a nova situação. Marin sentiu alguma alteração?

- Não senhor.

- Então só pode ser isso. Como não temos amazona de Águia...

- Descansem ate o principio da tarde e voltem aos treinos. – disse Hakurei. – Lara, pode me dá um copo com água? – sorriu.

- Claro. Vou trazer.

- Vou com você.

Consentiu indo os dois para a cozinha.

- O que usou nos ferimentos?

- As plantas normais. É estranho senhor Hakurei... – o entregou o copo. – não era para cicatrizar tão rápido.

- Eu sei. Alem do mais o tipo de ferimento, nenhum dos quatro é de batalha, principalmente o de Aioria.

- O que pode ser?

- É uma pergunta que por enquanto continuará sem resposta, mas vamos descobrir.

Logo dispersaram com cada guardião dirigindo-se para sua casa. Lara permaneceu na enfermaria e Athina voltou para a vila.

 

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Mu sentou no sofá apoiando as costas no encosto. Shion sentou ao seu lado permanecendo em silencio. O ariano do futuro fechou os olhos, respirando lentamente.

- Está tudo bem com você? – indagou Shion sem olhá-lo.

- Sim. – respondeu sem abrir os olhos. - Me sinto melhor.

- Precisa redobrar a vigilância.

- Eu sei. – deu um meio sorriso, era uma frase tipicamente do grande mestre.

- Seria ruim se algo lhe acontecesse. – o fitou.

Mu ficou surpreso ao ouvir. Desde que chegara, Shion o tratava com certo receio, mas agora parecia preocupado com ele.

- Vou me cuidar. – sorriu, não deixando de achar graça nas feições jovem dele.

- Tenho que resolver alguns assuntos, volto para fazer o almoço.

- Quer ajuda para o almoço?

- Sim.

Intimamente o dourado de Áries sentia-se feliz, sempre vira Shion como mestre e pai e agora a atenção quer recebia dele o fazia se lembrar dos velhos tempos.

 

X.x.X.x.X.x.X


Selinsa ao chegar em Touro sentou. Estava cansada, mas tinha que se manter de pé. Aldebaran sentou ao seu lado e Hasgard a sua frente num outro sofá.

- Selinsa.

- Sim senhor Aldebaran.

- Parece um pouco cansada.

- Estou bem, não se preocupe.

- Deite um pouco, te chamo para o treino.

- Não precisa se incomodar.

- Se não descansar não terá um bom rendimento.

A futura amazona ponderou, ele tinha razão.

- Deite na minha cama, te chamo, não se preocupe.

- Se não for incomodar....

- De maneira nenhuma, vai lá.

- Obrigada.

Saiu rapidamente, não via a hora de deitar. Hasgard que observava a cena em silencio sorriu.

- Fez bem. – disse o dono da casa.

- Ela passou a noite toda ao lado das meninas, mesmo dormindo numa cama, seu sono não deve ter sido tranqüilo. Selinsa se preocupa muito com os outros.

- Ela é gentil.

- Ela só tem a Athina de parentes?

- Sim. Seus pais morreram quando ela era pequena. Foi acolhida pelo pai de Athina ate eu escolhe-la para ser aprendiz. Desde pequena o cosmo dela é desenvolvido. Tem um grande talento.

- Será uma grande amazona.

- Tenho certeza que sim.

 

X.x.X.x.X.x.X


Saga e Kanon subiam a frente, Deuteros atrás, trazia um ar descontraído. Estava com as mãos para trás olhando a paisagem. Os gêmeos entraram em casa.

- Duplicidade de armadura.... – disse evasivamente. – se um inimigo estiver por perto isso pode ser nossa perdição, mas... – seu rosto ficou sério. – aqueles ferimentos saram muito depressa... só aqueles remedinhos não iriam adiantar....,- ficou em silencio meditando. – por que estou pensando nisso? – deu nos ombros. - Para isso temos o Shion! – entrou em casa.

Alguns degraus abaixo um par de olhos azuis o fitava pasmo.

- Ele é assim mesmo. – Manigold passou por MM que estava um pouco a frente. – fala sozinho, ou como ele diz "penso alto".

- Ele sempre foi assim? – ainda não acreditava no monologo do geminiano.

- Desde pequeno.

- E eu pensei que Saga era o louco.

- O bom que ele responde as próprias perguntas. – gargalhou. – tem um parafuso a menos. Eu acho que ele bateu muito com a cabeça nos treinos.

- Será? – MM o fitou impressionado.

- Ele costuma passar muito tempo numa ilha vulcânica, aposto que uma daquelas pedras bateu na cabeça dele.

- Possivelmente.

- Ainda vai vê-lo conversando consigo mesmo muitas vezes, todo mundo já acostumou.

- É mal de signo. – riu.

- A mulher que chamava nos seus delírios era sua mãe?

- Delírios?

- Teve febre.

- Foi. – seu rosto tornou-se sério. – está morta. Só tenho meu pai.

- Perdi minha família num terremoto. – recomeçou a subir. – foram soterrados. Por algum milagre eu sobrevivi, então mestre Sage me encontrou e me trouxe para cá.

- Deve ter ficado com dó de um mala como você. – sorriu, mas sem ironia.

- Deve ser. A historia se repetiu, duzentos anos depois outro mala na casa de câncer.

- Duas bagagens italianas. – o alcançou.

- Lotadas de macarronada.

Os dois gargalharam.

Para Regulus ver Lithos bem era um alivio. Sentiria-se culpado se algo lhe acontecesse.

- Tem certeza que esta tudo bem?

- Tenho Regulus, não se preocupe.

- Hoje eu faço o almoço. Sente e descanse.

Aioria, Marin e Áurea olhavam para os dois surpresos, só faltava o leonino mais jovem colocar a grega no colo.

- Não tem nada para fazer não? – Aioria já estava incomodado.

- Não. – respondeu sem entender.

- Pois temos. Me mostre o resto do santuário.

- Mas Aioria... – Marin o fitou. – agora?

- É. Agora. Venha. – puxou o cavaleiro. – e vocês três fiquem aqui.

- Ai-oria...

Regulus saia arrastado.

- O que deu nele?

- Não sei Áurea. Ele ultimamente anda esquisito. – disse Lithos ainda sem entender.

- Anda e muito. Bom... vou dormir um pouco. – Marin retirou-se.

- E eu vou andar por aí. – Áurea espreguiçou. – quer vir?

- Ah não. Vou ficar por aqui mesmo.

- Não demoro.

Lithos resolveu tomar um longo banho e descansar um pouco, mas antes...

- Colocar água para esquentar.... – disse desanimada. – eu quero ir embora!

 

X.x.X.x.X.x.X


Shaka sentou a porta de seu templo, não queria meditar, muito menos ficar preso entre quatro paredes, ultimamente andava apreciando o ar livre. Asmita pensava o contrario e entraria se o virginiano do futuro não o convidasse a se sentar com ele.

- É propício?

- Alguns minutos não fazer diferença.

Meio a contragosto sentou.

- Acha que o mestre Sage está correto?

- Tudo aponta que sim. – Shaka abriu os olhos desfrutando do céu azul que fazia naquele dia. – seja como for teremos que tomar cuidado.

- Seu cosmo não esta sendo sofrendo interferência.

- Está um pouco. – silenciou, sabia que aquilo poderia ser perigoso.

- Atena da sua época permite?

- Como? – o fitou sem entender.

- O comportamento do leonino com a amazona.

- Os dois cresceram juntos e ficaram muito próximos quando o irmão de Aioria morreu. Não a nada entre eles, alem do mais são protetores de Atena.

- Não é o que parece. – o rosto se tornou grave. – mas isso não é da minha conta. – levantou. – vou meditar.

Shaka não retrucou, voltando a fitar a paisagem. Seus pensamentos foram para uma figura feminina. Era errado pensar nela e da forma que estava. Ambos eram defensores e aquilo era inadmissível.

- "Tenho que recuperar a razão."

As coisas não eram diferentes dentro do sexto templo. Asmita estava recluso em seu quarto, mas não conseguia se concentrar. Sua mente estava perdida na recente moradora do santuário. Achava intoleráveis as atitudes dela para com o leonino.

- "Mas ela vai aprender o seu lugar."

Kárdia e Miro subiram discutindo como duas crianças. Dégel tentava apaziguá-los, mas era impossível, Kamus mais atrás nem ligava, conhecia o gênio dos dois.

Tendo outros afazeres Dohko seguiu para a vila.

Sísifo mal havia chegado saiu novamente, tomando direção a quinta casa.

Em Leão Lithos estava na cozinha travando uma batalha contra o fogão a lenha.

- Quando eu ver aquele deus, juro que dou uma lenhada nele! – soprava para ver se o fogo pegava. – porcaria de fogão!

Na porta o sagitariano chamou por Regulus, como não obteve resposta entrou. Ouviu uma voz vindo da cozinha e pensando em ser o garoto resolveu pregar-lhe uma peça.

Contudo parou a ver a grega.

- Acende!!!!!!!

Abafou o riso.

- Acende logo! – tentou mais uma vez, mas nada.

- Está fazendo errado. – se fez presente.

- Sísifo??! – levou um susto. – está aí há muito tempo?

- O suficiente para ouvi-la xingar. – riu. – coitado do fogão.

- É que... – ficou vermelha. – eu não levo muito jeito...

- Eu te ajudo.

O cavaleiro aproximou do tão "odiado" objeto e rapidamente acendeu o fogo. Lithos o fitava admirada.

- Você é genial.... acendeu rapidinho....

- É prática. Ao que parece no santuário do futuro não existe esse tipo de fogão.

- Não, é a gás.

- Gás? – indagou curioso.

- Muito mais pratico. – começou a contar como era uma cozinha no futuro, Sísifo ouvia tudo admirado.

- É uma verdadeira revolução.

- Não imagina o quanto. – sorriu. – obrigada por ter me ajudado.

- Não foi nada.

- Senta um pouco. – mostrou uma cadeira.

Sentaram numa pequena mesa de madeira.

- Está tudo bem mesmo? Os ferimentos....

- Curados. Apesar de estarmos no século 18, os remédios são muito eficazes. Nem cicatriz ficou.

- Fico feliz em ouvir isso. – segurou a mão dela.

Lithos corou ao contato e ficou ainda mais desconcertada ao ter aqueles olhos azuis a fitando com tanta intensidade.

- É melhor eu olhar as panelas. – levantou apressada.

- Cadê os outros? – indagou percebendo que tinha feito o que não devia.

- Aioria e Regulus saíram. Áurea foi passear e Marin dormindo. – só então se deu conta. – ela deve ter acordado com os meus gritos.

- De certo que não. Passou a noite toda cuidando de vocês, deve está cansada.

- Tomara que esteja certo. – o fitou, para se arrepender, ele a encarava. – não queria acordá-la. – voltou o olhar para o fogão.

Sísifo abaixou o rosto, não estava agindo da maneira correta. Ele era um cavaleiro e a ultima coisa que podia lhe acontecer era se apaixonar.

- Eu preciso ir. – levantou tinha que evitar ao maximo o contato com ela.

- Já? Quero dizer.... fique mais um pouco. Eu vou fazer um chá.

- Não posso, só vim vê- la. – aproximou. – se cuide. – tocou o ombro dela.

- Sim. – sentiu aquele toque arrepiando. – tomarei.

Cedendo o cavaleiro tocou sua face. Lithos sentiu um novo arrepio, mas se deixou levar. Esquecendo-se de onde estava, Sísifo aproximou e timidamente tocou os lábios da grega, ela ainda tentou se afastar, entretanto o toque dele era quente. Durou pouco tempo, pois ambos se afastaram completamente vermelhos e atordoados.

- Me desculpe.

Sísifo saiu rapidamente sem olhar para trás.

Shura enquanto subia ainda tentou buscar um dialogo com seu companheiro de signo, El Cid por sua vez permaneceu calado, absorvido em seus pensamentos.

Albafica entrou em casa sob o olhar atento de Afrodite. O cavaleiro pareceu não se importar indo para a cozinha, o outro pisciano foi atrás.

- Posso saber por que me segue? – pegou um copo se servindo de água.

- Estava com Athina não estava? – indagou a queima roupa.

- E se estivesse? – o fitou. – o que tem com isso?

- Fez algo a ela?

- E se tivesse feito? O que tem com isso? – sorriu.

- Já lhe disse uma vez. – Afrodite estreitou o olhar. – se fizer algum mal a ela...

- Tomou as dores da empregadinha? – abriu ainda mais o sorriso.

- Não brinque. – disse sério.

- Ela pouco me importa. – depois de beber o liquido colocou o copo sobre a pia. – mas parece que você se importa.

- Muito.

Albafica tremeu ao escutar aquilo, mas não transpareceu.

- Faça o que quiser com ela. Não me importo.

Saiu esbarrando nele, contudo Afrodite reteve seu braço.

- Estou avisando, não faça nada a ela.

Ele não respondeu puxando seu braço.

 

X.x.X.x.X.x.X


Áurea aproveitou para dar uma volta pelo santuário, apesar de conhecê-lo por completo, ele era um pouco diferente naquela época. Descobriu um caminho que levava ate o templo seguindo por ele. Achou-o muito bonito apesar das densas arvores que o circundavam, ficou surpresa ao chegar a fonte de Atena.

- Não sabia que chegava aqui. – disse admirada.

- Descobriu o caminho secreto. Que nem é mais secreto.

- Senhor Hakurei! – levou um susto. O cavaleiro estava sentando embaixo de uma arvore.

- Desculpe se a assustei.

- Eu que peço desculpas, aqui deve ser um lugar reservado.

- De maneira alguma. É um lugar para todos.

- Atrapalho?

- Não. Só estava pensando no que ocorreu com vocês hoje. Sente-se. – indicou um lugar ao seu lado.

- Obrigada. – um pouco acanhada sentou. – o senhor sabe o que pode ter acontecido?

- Não. Tudo é um mistério.

- É... – ela o fitou diretamente. O irmão do mestre possuía feições suaves, os cabelos lilases quase brancos desciam em torno do rosto. – "que tio" – pensou.

- Seus ferimentos sararam? – indagou sem olhar para ela.

- Sim. Não sinto nada. Senhor Hakurei...

- Me chame de Haku. Era assim que eu era chamado na minha adolescência. – sorriu.

- Como quiser. Desculpe perguntar, mas quantos anos você tem?

Ao escutar a pergunta o cavaleiro soltou uma risada.

- Desculpe...

- Tudo bem. Já estou acostumado com a pergunta. Tenta acertar.

- Ah... se Shion na nossa época tem mais de 270, deve ter a mesma idade.

- Acertou. Dois séculos e meio nas costas... – suspirou. – tempo demais.

- Mas nem parece. Tem o rosto tão jovem.

- Acha mesmo?

- Sim. – sorriu.

Hakurei a olhou.

- Vou encarar como um elogio. – riu. - Obrigado Áurea.

 

X.x.X.x.X.x.X


Sage havia remarcado o treino para as duas horas e desta vez seriam todos juntos com Shion e Saga presidindo. Os dois preferiam dividir as duplas para evitar problemas e assim ficou: taurinos, arianos, cancerianos, capricornianos, leoninos, Deuteros e Sísifo, Kárdia e Dégel, Miro e Kamus, Dite e Kanon, Dohko e Albafica, Asmita preferiu treinar só e Shaka e Saga. Um pouco mais afastado, Marin e Selinsa treinavam juntas.

O ocorrido do dia anterior ainda estava em pauta, já que a maioria deles ainda apresentavam essa variação. Tudo seguia tranqüilo, sem grandes acontecimentos ate que num aumento repentino de cosmo Aldebaran perdeu o controle, quase ferindo o companheiro.

- Desculpe Hasgard.

- Tudo bem.

- Precisamos resolver esse problema de vocês. – disse Shion. – mas se for por causa da duplicidade da armadura....

- Não tem uma saída? – Aioria sentou no chão.

- E se eles fizessem como os aspirantes fazem. – Dégel parou a luta. – quando eles começam a controlar seus cosmos.

- Pode ser um bom exercício. – Afrodite já estava ficando preocupado com isso.

- Pois muito bem. – a voz de Shion ficou imperativa. – comecem a fazer isso.

Os dez obedeceram sem pestanejar, causando estranheza nos outros principalmente no próprio Shion.

- Por que eles obedecem Shion tão mansamente? – Kárdia cochichou.

- Também percebi. – disse Mani. – é mais fácil eles obedecerem a ele do que ao mestre Sage.

- Estranho.... – murmurou El Cid que escutava a conversa.

Os dourados afastaram se um pouco para realizarem o treinamento. Shaka afastou ainda mais sobre o olhar atento de Selinsa. A garota estava tão distraída que não viu o ataque de Marin, indo ao chão.

- Você está bem Sel? – a amazona ajoelhou a frente dela.

- Estou, desculpe a minha distração.

- Tudo bem.

- O que eles vão fazer?

Marin olhou na direção que Selinsa apontava.

- Hum... talvez seja uma boa solução. – imaginava o que seria feito. – já fez treinos para adquirir o controle do cosmo não fez?

- Sim, na verdade ainda os faço.

- Eles vão fazer o mesmo.

- Compreendo.

Asmita ao longe observava a movimentação sem se importar.

Shaka procurou por uma sombra sentando na sua tradicional posição, fechando os olhos, contudo não conseguia serenar sua mente.

Seus pensamentos estavam no dia anterior quando confrontou Selinsa no jardim. Lembrava de cada detalhe, cada palavra e gesto daquela ocasião.

- "Shaka!"

Chamou sua própria atenção, com esses pensamentos não conseguiria se concentrar, muito menos solucionar o problema de seu cosmo. Resolveu transportar seu espírito para outro lugar. Aos poucos foi liberando seu cosmo, ate sua respiração ficar bastante lenta. Os dourados começaram a sentir o cosmo dele, mas não deram tanta importância. O treino seguia normalmente ate que...

- O cosmo de Shaka aumentou rapidamente. – Shura o fitou.

- Ele deve está testando-o. – respondeu Afrodite que estava ao seu lado.

- Mesmo assim está muito forte. – disse Kamus. – desse jeito ele pode perder o controle.

- Shaka não perde o controle. – disse Miro.

- Vou chamá-lo. – Shion achou melhor pará-lo.

O ariano caminhou ate ele, entretanto não conseguiu se aproximar. O virginiano tinha criado uma barreira em torno de si.

- O que é isso?

- É uma barreira. – Saga aproximou.

- Por que ele fez isso?

- Shaka consegue um nível de concentração ao ponto de transportar sua alma para outro lugar e para proteger seu corpo ele usa essa barreira.

- Saga, mas ela... – Kamus parou ao lado dele.

- Está muito forte.

- Simples. – MM estralava os dedos. – vamos acordá-lo. – ergueu o dedo. – onda...

- Ficou doido? – Mu o impediu.

- O que foi carneiro?

- Se o atacar vai ser repelido pela barreira.

- Como assim? – indagou Sísifo.

- Observem a barreira ela esta instável o que significa que Shaka está inconsciente ou sua mente está muito longe. Num instinto de proteção a barreira vai repelir quem o atacar.

- E como se "acorda" ele? – Kárdia sentou no chão entediado.

- Ele tem que "acordar."

- Só podia ser ele mesmo. – bufou Hasgard. – vamos voltar a treinar.

Deram meia volta e os dourados não tiveram alternativa a não ser voltarem ao treino.

Realmente para parar de pensar em Selinsa, Shaka tinha se "desligado" do corpo. Acontece que inconscientemente havia criado uma barreira e com o cosmo instável era perigoso. Ela aumentava e diminuía a cada minuto. Saga interrompeu seu treino.

- Também está preocupado. – disse Kanon.

- Se ele perder o controle....

- Temos que pará-lo. – disse Afrodite.

- Como? – Aldebaran o fitava. – não podemos atacar se não ele reage, alem do mais nossos cosmos...

A conversa foi interrompida pelo aumento repentino do cosmo do cavaleiro. Shion e Mu fizeram uma parede as pressas.

- Ele está descontrolado. – Kárdia o olhava surpreso. – pode nos matar.

- Definitivamente ele é um perigo. – disse Manigold.

- Por isso não confiava nele e não confio. – Hasgard cruzou os braços.

- Saga tem alguma idéia? – Sísifo aproximou.

- E se nós atacarmos? – indagou El Cid. – nossos cosmos estão na totalidade.

- Ele vai reagir. - o geminiano o fitou. – nem se eu e Deuteros o mandássemos para outra dimensão iria adiantar.

- Albafica pode usar suas rosas. – disse Dohko. – e fazê-lo dormir.

- Não vai adiantar. – o pisciano aproximou. – o veneno não vai chegar ate ele. Aquela barreira vai impedir.

- Temos um problema. – Aioria coçou a cabeça.

- Poderiam pensar rápido. – Mu desfez o golpe dele. – estou sem cosmo e Shion sozinho não poderá nos proteger.

De longe Asmita acompanhava, não iria intervir, eles que resolvessem o problema. Marin e Selinsa percebendo o que acontecia aproximaram do grupo.

- Aioria.

- Shaka está sem controle Marin.

Ate então julgavam que a situação não poderia piorar, mas piorou. O volume do cosmo de Shaka dobrou e assim como o de Saga no dia anterior ameaçava todos.

- Ele vai nos matar.

- Temos que pará-lo antes disso.

Selinsa atrás de Hasgard fitava-o. Sabia que ele era forte, mas não imaginava que fosse tanto e que fizera a loucura de desafiá-lo.

- Vamos ter que usar a força. – Shion tomou a frente. – Sísifo, Deuteros e El Cid.

- O que vão fazer? – indagou Marin.

- Ele só vai reagir se for atacado então... Mu quero que fique de prontidão.

- Mas Shion...

- Vamos.

Os quatro cavaleiros posicionaram lado a lado.

- Saga. – Aldebaran o fitou, aquilo não era uma boa idéia.

- Temos que tentar.

Elevaram seus cosmos, Mu ficou de prontidão e os demais afastaram-se. Disparam o ataque que foi de forma feroz para cima do virginiano. Selinsa temeu por ele. Shura, Kamus e Saga acompanhavam sérios e apreensivos, pois sabiam que aquilo não iria adiantar. Já tinham experiência em lutar contra ele.

O golpe bateu de forma violenta, a barreira cedeu um pouco, contudo.... o cosmo do guardião da sétima casa explodiu de uma vez, Mu ainda tentou detê-lo, mas a energia era forte demais o que fez que todos fossem atingidos. Parte da arena cedeu.

- Estão todos bem? – Regulus levantou.

- Sim.

- Marin? – Aioria o ajudou.

- Estou bem.

Aos poucos foram levantando.

- Selinsa. – Hasgard a tinha protegido.

- Estou bem.

Shion olhou na direção do virginiano.

- Impossível... – balbuciou.

Shaka continuava intacto.

- O que ele é...? – Albafica estava surpreso.

- O mais forte de nós. – Aldebaran limpava o rosto da poeira.

A aspirante que fitava o taurino voltou à atenção para Shaka. Olhou bem para ele ao reparar em algo.

- "Está sangrando...?"

Ele trazia alguns ferimentos.

- Ele está sangrando...

Voltaram à atenção para Selinsa.

- O que foi Sel?

- Shaka está ferido. – não tirou os olhos dele.

Olharam-no, realmente seu corpo trazia vários ferimentos.

- Nosso golpe o atingiu?

- Não. – disse uma voz.

- Asmita?

- Resolveu colaborar. – disse Hasgard com ar de deboche. – de um jeito no seu "deus".

- Hasgard, por favor. – pediu Dégel.

- Eles são semelhantes, eles que resolvam.

- Se minha presença incomoda. – deu meia volta.

- Não está preocupado com ele? – indagou Marin.

Asmita fitou a amazona pronto para lhe dar uma resposta.

- É o cosmo dele que está fazendo isso não é? – Saga o cortou.

- Sim. – voltou o olhar para o cavaleiro. – como o cavaleiro Aldebaran disse ele é o mais forte de vocês. – deu um leve sorriso. – mas seu corpo é humano e suporta certa quantidade de energia. Shaka consegue controlar seu cosmo ao ponto de não machucar, porem está descontrolado. Como se fosse numa batalha em que o cosmo chega ao maximo. Não aconteceu isso com você Saga?

- Quer dizer que ele...- murmurou Dite.

- Por enquanto seu cosmo está equilibrado, mas poderá aumentar.

- E tudo por culpa daquele titã. – Aioria cerrou o pulso. - precisamos do mestre.

- Ele já deve está a caminho.

- Vocês possuem a mesma técnica, não consegue pará-lo? – indagou Regulus.

- Qualquer cosmo que aproximar dele será repelido, se não fosse por isso poderia chegar ate onde ele está.

- Como assim?

- Posso entrar na mente dele e acordá-lo.

- Pode mandar outra pessoa? – indagou Marin.

- Obvio.

- Meu cosmo é o mais fraco de todos, talvez passe despercebido.

Asmita a fitou.

- Se isso for possível como vai fazê-lo? – Kamus pensava na idéia.

- Através do Circulo das Seis Existências. Só a um lugar para onde ele pode ter ido.

- Mundo de Deva. – disse Dohko. – é o paraíso dos hindus.

- Tanto lugar para ir... – Kárdia bufou. – que cara problemático!

- Concordo. – Miro suspirou. – ele é cheio de detalhes e frescuradas. Vai logo Marin antes que ele nos transforme em churrasquinho.

- Como consegue fazer piada numa hora como essa! – Dite lhe deu um pedala.

- Ai.

- Estou pronta.

- Tenha cuidado Marin. – disse Mu.

- Não manifeste completamente seu cosmo e tente achá-lo o mais rápido possível, qualquer alteração, pode cair em um dos mundos.

- Está bem.

- Creio que não vai funcionar. – Deuteros cruzou os braços. – por mais "fraca" que seja, ainda sim será notada por ele.

- Mas não tem outra solução, ainda não temos cavaleiros de bronze.

- Não precisa ser um cavaleiro, mas que pelo menos tenha despertado o cosmo. – o geminiano voltou o olhar para Selinsa. – ela que teria que ir.

- Eu?? – levou um susto. – por que eu?

- De jeito nenhum. – Hasgard passou a frente dela. – não mão desses dois jamais.

- Consegue executar a missão Selinsa? – Shion ignorou Hasgard.

- Acho que sim... – a voz saiu num fiapo.

- Ela não vai! Não vou colocá-la em risco por causa de um herege.

- O que você tem contra ele? – MM aproximou. – ele pode ser um chato às vezes, mas não vou deixar que fale assim dele.

- Falo como quiser!

- Vou te ensinar uma lição...

- Não vale à pena. – Shura o segurou, mas compartilhava da mesma opinião. - não precisamos da ajuda dele.

- Senhores, por favor. – Dégel entrou no meio.

- Se virem.

Alguns dourados não gostaram da atitude dele.

- Hasgard, por favor. – Sísifo tentou pará-lo. – não é ora para isso, precisamos pensar na segurança do santuário.

- Vamos Selinsa.

Ele nem ouviu, pegando a mão da garota. Selinsa estava indecisa, por um lado não queria contrariar seu mestre e por outro não queria deixar Shaka naquela situação.

- "O que eu faço?"

- O comportamento dos homens me assusta. – disse Asmita de modo que o taurino ouvisse. – bem que o mestre Sage poderia obrigá-lo queria ver sua cara.

- Não tenho que escutar isso.

Parou e já tinha a intenção de atacá-lo, mas ele e todos tiveram as atenções chamadas pelo sumiço repentino da energia de Shaka.

- Sumiu?

- Acordou. – Miro suspirou aliviado. – ainda bem.

- Problema resolvido. – disse Hasgard. – vamos embora.

- Não foi. Ele só começou. – a voz de Asmita saiu com um tom de preocupação.

- O que quer dizer?

Ao redor do cavaleiro seu cosmo tomou forma, envolvendo-o.

- A flor de Lótus.... – Shura recuou um passo.

- Problemas. – MM também se afastou.

- Mu e Shion fiquem em alerta. – disse Saga. – Kanon e Deuteros vamos tentar desviar a energia para uma outra dimensão, os demais protejam-se.

- Vai funcionar?

- Espero que sim irmão.

Selinsa soltou da mão de seu mestre correndo ate Asmita.

- Quanto tempo ate o cosmo dele explodir?

- Minutos ou ate segundos.

- O que eu tenho que fazer? – indagou decidida.

- Selinsa esta certa disso?

- Sim Marin. Se eu puder ajudar eu o farei.

- Ela tem mais senso que você. – Asmita sorriu olhando para Hasgard. – precisa encontrá-lo e ter cuidado com seus pensamentos, qualquer erro pode cair em um dos mundos.

- Sim. – engoliu a seco.

- Lembre-se, Shaka está inconsciente e precisa acordá-lo, mas não use seu cosmo pode ser perigoso.

- Sim. – respirou fundo. – estou pronta.

Asmita elevou seu cosmo, Hasgard ainda tentou impedir, mas El Cid o segurou. O virginiano formou algo com a junção das mãos.

- Rikudu Rinne, - uma bola de energia amarela se formou no meio dele quando ele colocou os braços em paralelo. – Circulo das seis existências.

Selinsa foi acertada em cheio, indo ao chão. Hasgard queria matar o virginiano, Albafica e Dohko tiveram que segura-lo.

Shion parou ao lado do "corpo" da garota.

- Boa sorte. – a fitou. – precisamos dar suporte a ela. Vamos seguir o plano de Saga.

 

------Dimensão paralela-------


Tudo estava negro, mas viu ao final uma luz brilhante e era para lá que seu espírito estava sendo arrastado. Fechou os olhos para proteger os olhos da claridade, quando os abriu levou um susto. O lugar era montanhoso, coberto por fogo, sangue. Via nos "rostos" das pessoas medo e desespero. Era o primeiro mundo: o inferno.

Sentiu mais uma vez sendo arrastada e quando abriu os olhos novamente estava num lugar, onde as pessoas tinham apenas pele e ossos, era o segundo mundo: o mundo dos famintos. Ficou horrorizada ao ver essas pessoas comerem carne podre.

Sendo arrastada, caiu num mundo povoado por bestas ferozes que lutavam incansavelmente pela sobrevivência. Era o terceiro mundo: das betas.

Também numa luta sem fim, passou pelo quarto mundo, o mundo dos ashuras.

Selinsa estava apavorada, a cada cena que via sentia o medo apossar-se dela ate que caiu no quinto mundo, o mundo regado pelas emoções, o mundo dos homens.

Aos poucos abriu os olhos, fitou sob si o céu azul e algumas nuvens que passavam suavemente.

- Onde estou?

Olhou ao redor vendo que estava nas proximidades de alguma vila já que pouco a frente via algumas casas.

- Já está cansada?

Selinsa voltou o olhar para onde ouvira a voz, arregalando os olhos.

- Ma-Mamãe?

Uma jovem senhora a fitava sorrindo.

- Sei que está cansada, mas falta pouco para chegarmos, seu pai a espera. – continuou a andar.

A garota ainda assustava a olhava se afastar. Sabia que algo estava errado, mas não se lembrava do que.

Não demorou a chegar em casa, tudo estava em ordem.

- Vocês demoraram. – disse um homem.

- Pai? – o fitou perplexa.

- Por que essa cara assustada. – riu.

- Eu...

Via os pais conversando, a casa, era estranho, mas não sabia em que.

- Vá lavar seu rosto filha para o almoço. Está sujo de terra.

Levou a mão imediatamente ao rosto tocando em si. Algo dizia que seu rosto não podia ser visto, mas nada o tampava.

Almoçou, passando o dia inteiro com os pais, a sensação de que algo estava errado aos poucos foi dissipando. Estava feliz na companhia dos seus que nem se lembrava de quem realmente era. Aos passar pelo mundo dos ashuras se lembrou dos pais que tinham morrido num ataque de ladrões. Instantaneamente foi transportada para outro lugar e agora estava presa naquela ilusão.

 

------Mundo atual-------


Mu já tinha erguido a parede de cristal para proteger parte deles. Hasgard trazia o "corpo" de Selinsa nos braços sobre o olhar atento de Asmita.

- Menina tola. – disse.

- Do que a chamou?

- Tola. Não usou a sensatez que tem.

- Por que diz isso? – Dégel aproximou.

- Disse para tomar cuidado com os pensamentos, agora está presa entre o mundo dos homens e o paraíso.

- Presa?

- É o local onde os espíritos que não aceitam sua morte tentam levar a vida como se estivessem vivos. Ela foi arrastada para lá por pensar nos pais.

- E agora? – Regulus não gostou muito da explicação.

- Ou ela desperta ou parte desse arena será destruída.

 

------Dimensão paralela-------


- Não demoro mãe! – gritou da porta.

- Volte a tempo do jantar.

Estava feliz, andando pelas ruas de Rodorio, as lembranças de seu tempo de aspirante não passavam de um sonho distante.

- Tudo é perfeito! – exclamou sorridente.

- Não acha isso errado?

Olhou para trás.

- Tia Isa?

- Como vai Selinsa?

- Muito bem... – estranhou vê-la. – como está a Athina?

- Viva.

Ficou intrigada com a resposta.

- Não deveria está aqui. Por mais que desejasse que Athina estivesse com você não é o correto.

- Do que está falando?

- Não pertence a esse mundo.

- Mas tia Isa... eu moro aqui...

- Você mora na Rodorio real.

Quando ia retrucar, viu um grupo de pessoas correndo.

- "Faz muito tempo que ele está caído." – disse um homem.

- "Chamaram o medico?" – foi a vez de uma senhora.

- "Ele é apenas um andarilho, não liguem."

- Que absurdo. – a grega indignou-se. – tia avise a minha mãe que não demoro.

Saiu correndo em direção onde ocorria o tumulto.

- Avisarei. – deu um leve sorriso.

Cerca de dez pessoas estavam em circulo, sem receio Selinsa afastou-os.

- Se não forem ajudar não atrapalhem. – aproximou do andarilho. – você está bem? – ajudou-o a se sentar.

- Um pouco... – ele estava coberto por uma capa marrom vedando ate seu rosto.

- Vou te levar ao medico, apóie-se em mim.

Na tentativa de levantá-lo parte da capa caiu revelando seu rosto.

- Esse rosto...

As madeixas loiras desciam lisas pelo rosto, os olhos brilhavam num azul claro.

- Me ajude Selinsa.

A garota assustou-se, conhecia aqueles olhos azuis de algum lugar.

- Sha-ka?! Por Atena, Shaka!

Começou a se lembrar de tudo inclusive do porque de esta ali. As pessoas, Shaka, o cenário desapareceu completamente restando apenas um campo descoberto. Viu centenas de pessoas que pareciam executar atos cotidianos, no entanto não havia nada ali.

- "Ilusão." – pensou.

- Isso mesmo. – Isa apareceu novamente. – tudo não passa de ilusão. A vida que você supostamente levaria seria como se seus pais não estivessem morrido. Esse lugar faz com que as memórias reais sejam apagadas.

- Se sabe o que é por que continua aqui?

- Por que mesmos sabendo que tudo é mentira não quero me afastar das pessoas que amo. Mas isso não importa, precisa achar o Shaka. Ele é o homem mais próximo de deus, mas ainda não pode entrar no paraíso, pois não esta morto. Ele deve está num mundo imaginário como esse.

- Mas onde?

- Você deve saber.

A aspirante pensou um pouco, seus pensamentos voltaram para o dia anterior e tudo que aconteceu na sala das arvores gêmeas. Em fração de segundos era ali que estava.

- Esse lugar... – fitou a frente, vendo algo entre as arvores. – aquele é...

Correu ate ele parando a certa distancia.

- Shaka.

Ele estava na posição de lótus, os olhos fechados e um leve cosmo queimando ao redor.

- Shaka. – tentou aproximar, mas foi repelida. – um campo de força?

Desta vez aproximou mais lentamente, sentiu uma força atuando no corpo, porem não poderia desistir. Aproximou ate conseguir tocá-lo no ombro.

- Shaka. Shaka.

Sem resultado. Selinsa tentou de tudo, ate acendeu um pouco o cosmo, contudo em vão.

- "Se ele não acordar tudo estará perdido, mas o que eu faço?" Shaka. - Murmurou sentando no chão.

Ela o fitou. Seu rosto continha a expressão serena, como se nada estivesse acontecendo, desviando o olhar, mirou na boca, ficando vermelha ao se lembrar do beijo.

Não era daquele jeito que sonhava com seu primeiro beijo, mas...

- No que estou pensando! – balançou a cabeça. – não é hora para isso! Vamos Selinsa pense, como vou acordá-lo? O que o mestre faria? – ficou pensativa por instantes pensando. – na certa daria um soco. – concluiu desanimada.

- Shaka. – tocou com as duas mãos nos ombros dele. – Shaka acorda.

Não houve resultado. A garota permaneceu ajoelhada na frente dele. Levemente tocou em seu rosto, talvez despertasse, mas aquele gesto não parecia surtir efeito.

- Shaka. – aproximou ainda mais.

Num gesto puramente impulsivo, tocou os lábios dele iniciando um terno beijo. Ainda demorou alguns segundos ate o virginiano despertar ficando com os olhos arregalados. Selinsa o soltou rapidamente ao perceber. Afastou-se completamente vermelha.

Shaka ainda a fitava com os olhos arregalados. Tentava assimilar o que tinha acontecido. Ela tentava dizer algo, mas a voz simplesmente não saia tamanha vergonha.

- Seu... seu... ta-rado! – completamente atordoada e sem pensar levantou a mão dando um tapa na cara dele, para depois se arrepender.

Shaka arregalou ainda mais os olhos levando a mão ao lugar que havia levado o tapa.

- Me desculpe... – pediu temendo a reação dele. – "ele vai me matar."

- Ficou louca?! – indagou perplexo. – por que me bateu?! Por que me beijou?! Por que... – olhou ao redor. – o que está fazendo aqui?

- Seu... cos-mo.... des-con-tro-lou.... – gaguejava, mas não teve tempo de dizer mais nada, sentiu seu corpo sendo arrastado.

 

------ Fim Dimensão paralela-------


Selinsa levantou de repente, levando a mão ao rosto, tendo a certeza que usava a mascara.

- Selinsa você está bem? – Hasgard respirava aliviado.

- Estou.... – olhou ao redor vendo que estava de volta.

- Bom trabalho Selinsa. – Shion a parabenizou.

A grega voltou o olhar para onde Shaka estava, seu cosmo tinha sumido e estava com os olhos abertos.

- Está tudo bem? – Mu aproximou.

- Está.... – respondeu evasivamente e com os olhos ainda arregalados, surpreso demais por tudo que tinha acontecido.

- Algum problema Shaka? – Dite notara o ar surpreso dele.

- Nenhum...

- O que houve?

- Tentei controlar meu cosmo, mas acabei perdendo ate a minha consciência, não conseguiria voltar sozinho. Desculpe os transtornos.

- O que ela fez para te acordar, hein? – MM deu um sorriso. – despertar você quando entra nesses transes só milagre.

- Nada de mais... – pela primeira vez a fitou. Ela ainda estava nos braços do taurino. – desculpe.

- Onde estava?

- Na sala das arvores gêmeas Asmita. Foi você que a enviou para lá?

- Sim. Por pouco ela não falhou.

- Que lugar é esse? – Kárdia aproximou. – conheço o santuário de alto a baixo, mas nunca ouvi falar desse lugar.

- É um local onde nunca vai pisar, não é digno. – Asmita respondeu secamente.

Os cavaleiros não gostaram da resposta do virginiano.

- Esse cara.... – murmurou Hasgard.

- Pode me colocar no chão mestre.

- Claro.

Selinsa sentou, seu corpo ainda sofria com o golpe.

- Você foi incrível. – Marin ajoelhou a frente dela. – será uma grande amazona.

- Obrigada.

- Foi fácil achá-lo? – Regulus sentou ao lado dela.

- Não... – abaixou o rosto. – primeiro eu encontrei meus pais.

Ficaram surpresos.

- Vi meus pais, minha casa, a vila... estavam tão felizes e ali parecia que eu levava uma vida normal, que tinha minha família de volta. – sorriu. – ate a mãe da Athina eu vi.

Hasgard abaixou o rosto, sabia o quanto aquilo significava para ela. Shaka escutava comovido.

- Pena que era ilusão. – algumas lagrimas escaparam por debaixo da mascara.

- Sel... – Marin a fitou penalizada.

- Isso que dá ser levado pelas emoções. – disse Asmita. – quase colocou tudo a perder.

Hasgard queria pular no pescoço dele, Marin cerrou o punho.

- Poderia ficar presa naquele local e esse lugar estaria em pedaços.

Foi preciso Aldebaran segurar o outro taurino, Dohko não demoraria em confrontá-lo, mas duas pessoas ali estavam com mais raiva, uma era Marin que sem hesitar daria um bom soco nele a outra...

- Está errado Asmita. – Shaka levantou. – ao contrario do que pensa as emoções nos tornam mais fortes. – havia ficado irritado com as palavras dele, ainda mais dirigidas a Selinsa. – graças a elas conseguimos forças para seguir em frente. – caminhava em direção a aspirante.

MM e Mani trocaram olhares maldosos, Dohko e mais alguns achavam que Asmita poderia dormir sem essa, seu "deus" dando lição nele era ótimo. Marin deu um ligeiro sorriso, Hasgard ficou surpreso com a atitude dele e Selinsa estava corada.

- As emoções são importantes. – ajoelhou diante da futura amazona. – obrigado por me ajudar.

 

X.x.X.x.X.x.X


Não muito distante do santuário de Atena, erguia-se um templo, há muito abandonado. A vegetação praticamente o tragara e se não fosse pelas vozes que vinham de dentro o silencio seria mórbido.

- Estão todos aqui? – disse uma pessoa coberta por um manto negro.

- Só falta ele. – respondeu outra também encoberta por um manto.

- Estou aqui. – uma voz grave se fez presente.

- Comece logo. – o dono da voz fria sentou num trono improvisado.

- Paciência é uma grande virtude. – disse outro que não estava com o grupo, estava mais afastado.

- Temos que aturá-lo? É um simples humano.

- Sua presença é importante. – o que havia chegado sentou em outro trono. – vamos começar.

Ao centro do salão principal havia cinco tronos e mais distante, um homem sentado numa pedra solta.

- Como esperado estão todos reunidos no santuário de Atena.

- O poder de Chronos então funcionou.

- Perfeitamente.

- Não iríamos apenas comandar um ataque no futuro? Já que Atena está desprotegida? – uma voz feminina se fez presente.

- Inicialmente seria minha cara. Mas a situação se tornou muito mais favorável para nós. Nesta Era Atena, Hades e Poseidon não estão despertos o que nos torna mais fortes. Destruindo todos os cavaleiros de ouro, poderemos começar a dominação desde agora.

- E Chronos?

- Sempre foi um artifício para mim, não será diferente. Só usei para eliminá-los. Nossa missão maior é...

- E o que eu ganho? – a pessoa que estava sentada mais distante levantou, sem pudor em interromper o "líder".

- Ponha-se no seu lugar humano! – um cosmo inflamou. – como ousas...

- Tudo bem Iápeto. – voltou à atenção para a figura. - Será o nosso representante aqui na Terra, assim como também no mar, já que Poseidon será eliminado.

- Será interessante. – sorriu cinicamente. – tem o meu apoio.

- Eles mal sabem que o santuário será atingido... ainda mais por dentro. – o líder de um sorriso maldoso.


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Notas finais do capítulo

Capitulo 10 - Alea jacta est.— A sorte está lançada



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