I Need You escrita por Katniss Mellark


Capítulo 1
Parte I - The decision


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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You think you got the best of me
You think you had the last laugh
Bet you think that everything good is gone
Think you left me broken down
Think that I'd come running back
Baby, you don't know me
'Cause you're dead wrong

-Kelly Clarkson, "Stronger"

***

Não é fácil criar dois filhos sozinho, fazendo papel de mãe e pai. Não que me falte dinheiro, muito pelo contrário, financeiramente estamos bem e estáveis. Há 2 anos perdi a minha Madge, o maior susto da minha vida. Tenho um meninão, Benjamin ou “Ben” de 15 anos que está passando por aquela fase rebelde e uma garotinha, Rosie de 5 anos que apesar de novinha parece compreender a vida melhor que eu e Ben. Ele me lembra muito a Madge, olhos azuis como os meus, mas o cabelo loiro claro e a personalidade forte denúncia que ele é mais parecido com ela do que comigo. Rosie se parece comigo, olhos azuis e cabelos loiros escuros levemente enrolados.

-Papai, você poderia pentear meu cabelo? -Rosie perguntou-me com uma chucha na mão me tirando da distração enquanto preparava nosso café da manhã e tentando prepará-los para ir a escola.

-Claro… -Eu digo colocando a tigela de cereal no balcão e tentando fazer um rabo de cavalo no cabelo dela, não era dos melhores mas era melhor do que nada.

-Pai, nós estamos atrasados! -Ben disse fuzilando-me com aquele olhar de Madge.

-Eu sei… -Eu digo um pouco impaciente enquanto começo a pegar as coisas de Rosie e levar pro carro. Sento-a na cadeirinha, Ben parece bravo e finalmente consigo fechar a casa e sentar-me de frente pro volante.

-Esquecemos os lanches… -Ben disse quando estávamos no caminho, eu respirei fundo. Essa rotina sem Madge estava me matando, eu pareço uma bomba atômica prestes a explodir.

-Tudo bem, eu dou dinheiro pra você comprar algo na escola e quanto a Rosie eu posso passar comprar um sanduíche de manteiga de amendoim que ela ama e suco de laranja, está bem?! -Eu digo me tranquilizando.

-A mamãe não faria isso! -Ele disse encarando-me pelo espelho de carro.

-Eu sei Ben, mas eu estou aprendendo a lidar com essa rotina… -Eu digo calmamente.

-Que droga! -Ele murmura em alto e bom som.

-Ben, nós já conversamos sobre isso, pode pensar em uma palavra nova! -Eu digo. Cada palavra ruim que ele diz na frente de Rosie, tem que compensar com uma palavra diferente.

-Pretensioso… -Ele diz.

-Papai, o que é pretensioso? -Rosie pergunta.

-Vaidoso, orgulhoso. -Eu digo enquanto estou estacionando o meu carro no estacionamento da escola, onde podemos ver o sinal já tocando.

-Eu não podia chegar atrasado hoje, 2ª vez só esse mês! -Ele diz irritado.

-Ben, eu estou tentando! Me entende, por favor! -Eu digo.

-Não liga papai, Ben está passando pela fase rebelde… -Rosie fala como gente grande.

-Eu sei Ro… -Eu digo tirando ela da cadeirinha.

-Argh… -Ben murmura em tom de reclamação.

-Como vai meu escritor favorito? -Uma das mães do pré chega com uma tigela de lasanha, áhh, de novo não!

-Estou bem…-Eu digo um pouco envergonhado com o comportamento dela.

-Tome! -Ela diz entregando-me a tigela.

-Obrigada! -Eu digo colocando a tigela no banco de trás e travo o carro. -Preciso ir.

Corremos até a sala do diretor já que Ben estava atrasado pela segunda vez só nesse mês e ainda era dia 5, uma segunda-feira que começou bem agitada como todas as outras.

-O senhor Benjamin Mellark não podia chegar atrasado hoje! -O diretor Snow dizia.

-Eu sei, mas eu ainda estou me adaptando com a rotina! -Eu digo calmamente, no fim eu acabo tendo que assinar um papel e finalmente sou liberado, deixo Rosie na sala dela e eu para o meu trabalho no jornal em Cleveland, capital de Panem. Eu estava trabalhando em uma coluna nova, a chamada “Faça você mesmo”. Antes eu fazia parte de uma coluna radical que procurava desafios, Eu sobrevoei um dos maiores furacões da história, entrevistei traficantes perigosos, mas agora eu estava apenas tentando mudar.

-Ficou doido? -Finnick, meu irmão mais velho me perguntava ao eu dizer-lhe que planejava vender a casa e me mudar. -A casa é tudo que eles tem que lembram Madge, Peeta! -Ele fala referindo-se aos meus filhos. Eu e Finnick trabalhamos no mesmo jornal.

-Eu sei, acha que é fácil pra mim? Mas está na hora de desapegar, eles precisam seguir em frente, assim como eu… -Eu digo sentando-me na minha mesa calmamente.

-Tem razão, ela mesma diria que vocês precisam seguir em frente! -Ele disse referindo-se agora a Madge.

-Você acha? -Eu perguntei um pouco inseguro.

-Não, eu não acho, eu tenho certeza... Já faz dois anos que você não sai com eles Peeta, faz dois anos que você mal olha pra Ben e pergunta se ele precisa de você, porque você tem medo de se lembrar de Madge, faz dois anos que você não quer encarar o closet dela porque tem medo das lembranças, dois anos que você não vive, apenas sobrevive e respira! -Ele fala analisando-me e eu percebo quantas coisas eu tenho medo.

-Eu sei, mas eu tenho medo de encarar tudo isso! -Eu digo suspirando profundamente.

-Você é um cara forte, essa mudança vai lhe fazer bem, porque você vai precisar encarar aquele closet e decidir o que fazer com as roupas dela! -Ele disse assumindo o papel de irmão mais velho.

-Não se eu não quiser… -Eu digo encarando o chão.

-Áhh, qual é Peeta, a Madge ia querer que você seguisse em frente, ela sempre dizia que o seu coração era grande suficiente pra você amar outra. -Finnick disse fazendo me lembrar que essa foi uma das últimas frases de Madge, quando ela morrias aos poucos na UTI.

-Seguir em frente não significa amar outra vez Finnick! -Eu digo.

-Cara, você tem 33 anos, não 93! Mas você quem sabe, eu me sinto jovem… -Ele diz gargalhando. Finnick é 3 anos mais velho que eu e divorciado há 3 anos.

O dia de trabalho foi longo, terminei um artigo e fui buscar as crianças na escola:

-Senhor Mellark, o comportamento do seu filho está sendo muito rebelde. -O diretor dizia.- E tem algo que você precisa ver. -Ele dizia levando-me a ala de desenhos onde todos eram extremamente felizes e coloridos, com exceção de um que era escuro e sombrio, o de Ben.

-Eu sei, ele está passando por uma fase difícil! -Eu digo calmamente.

-Já faz dois anos, senhor Mellark! -Ele diz, sabe do que nós passamos.

-Eu sei tá?! Mas era mãe dele, ele precisa do tempo dele! -Eu digo um pouco estressado.

-Tudo bem… -Ele diz e eu vou pegar Rosie na sala dela e em seguida encontro Ben no pátio.

-Vamos nos mudar! -Eu digo quando já estamos no carro indo pra casa.

-Oba! -Rosie diz gargalhando e vejo seus olhos dançarem expressando felicidade.

-O QUÊ?! -Ben pergunta gritando.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Beijos!!!



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