– Então, quer dizer que a Terceira Tarefa vai ser em um labirinto ? - perguntou Jack.

Soluço estava na biblioteca com os amigos partilhando tudo o que a professora Gothel disse e mostrou a ele ontem.

– Sim - afirmou Soluço - Eu tenho que aprender alguns feitiços e azarações para poder atravessá-lo.

De repente Merida se lembrou do que a Profa. de Adivinhação disse e ficou pálida.

– Tá tudo bem, Merida ? - perguntou Punzie preocupada.

– Eu... eu não sabia que ela estava falando a verdade - disse a ruiva atordoada. - Eu pensei que ela estava delirando, porque ela é doida e eu não...

– Se acalma aí princesa, quem está delirando agora é você - disse Jack.

Rapunzel a segurou pelos braços e olhou nos olhos dela.

– Do que você está falando ? De quem você está falando ?

– Boo. - respondeu Merida.

– Boo ?

– É, a professora de adivinhação.- retrucou a garota - Quando eu voltei para pegar minha mochila ela segurou no meu ombro e começou a falar um monte de bobeira. Eu nem liguei na hora porque ninguém a leva a sério. Mas o que ela falou tem sentido agora.

– O que ela falou ? - Perguntou Jack.

– Três jovens irão enfrentar o labirinto... o morto e o traidor irão ser reerguidos...

– O que ? - perguntou Rapunzel espantada.

– Calma que ainda tem mais. Um...ascenderás ou cairás pelas mão do mal...e uma troca de lados será posta em prova afinal...- continuou Merida.

– Como você lembra disso tudo ? - perguntou Soluço surpreso.

– Eu não sei... essas palavras tem me perseguido. É como se a voz dela tivesse mesmo em minha cabeça, eu até sonho com isso - disse Merida estremecendo.

– Só eu que não entendi nada ? - perguntou Jack. - Quem é esse morto, esse traidor ? Quem ascenderás ou cairás pela mão do mal ?

– É uma profecia... - começou Rapunzel. - Só pode ser. O que mais teria rimas e enigmas ?

– Espera, você quer dizer que a professora prevê o futuro ? - perguntou Soluço.

– Eu não sei... mas isso explicaria os ataques que ela tem e as falas sem sentido. Além do mais ela é professora de adivinhação... - disse a loira.

– Um ascenderás ou cairá pelas mão do mal.... - Soluço engoliu em seco. - Então isso significa que alguém vai morrer nesse labirinto ?

Todos ficaram em silêncio e começaram a olhar um para o outro preocupados.

– I-isso não significa nada. - disse Rapunzel quebrando o gelo. - O futuro pode ser incerto e talvez essa profecia nem esteja completa.

Todos concordaram com a cabeça mas continuaram preocupados. Rapunzel foi até uma estante e pegou vários livros.

– De qualquer forma Soluço, você precisa se preparar. - disse a loira jogando a pilha de livros em cima da mesa.

***

Kristoff estava no pátio de Hogwarts conversando com sua colega da Lufa-Lufa, Honey Lemon, até que avistou Anna. A garota ficou parada encarando ele e a amiga e depois virou as costas e mudou de direção.

Honey olhou para ele e viu que ele estava encarando Anna saindo do pátio.

– Tá esperando o que ? Vai atrás dela. - disse ela sorrindo para ele.

– Hã ? Do que você está falando Honey ? - perguntou ele se fazendo de desentendido.

– Não finja que eu não sei que você é caidinho por ela. - disse a loira.

– Eu... eu não... - E então olhou para cara de desconfiança dela. - Tá, eu gosto...

– EU SABIA ! - exclamou Honey animada, fazendo todos que estavam passando pelo pátio os encararem.

– Que tal anunciar na rádio Honey ? - resmungou Kristoff envergonhado.

– É... foi mal. Agora vai logo atrás dela, antes que você a perca de vista. - disse a garota empurrando ele.

Kristoff protestou no começo, mas decidiu que tinha que fazer isso. O ano letivo estava acabando e logo Anna iria embora. Suspirou criando coragem e correu atrás da garota.

– Anna ! - chamou ele.

Anna se virou para ele, parecia chateada.

– Kristoff ? oi - disse ela surpresa e então pigarreou. - Hã... quer dizer... o que você quer ? - disse mudando de surpresa para séria de repente.

Kristoff esqueceu totalmente o que ia falar quando a olhou.

– Eu... eu...

Anna olhou para seus sapatos.

– Olha, eu não tenho muito tempo então se quiser falar, fale logo.

– Eu só queria saber se você queria dar uma volta... - disse ele rapidamente ficando vermelho.

Isso pegou totalmente Anna de surpresa. Ela abriu a boca para falar mais nada saiu.

– Se você não quiser tudo bem... - disse Kristoff constrangido.

– Não, eu quero! - exclamou ela rapidamente e então pigarreou novamente - Quer dizer... por que você não leva aquela garota que estava com você ?

– Quem a Honey ? - perguntou Kristoff confuso e então olhou para Anna que estava vermelha e sorriu. - Ah... ela é minha amiga. A gente está fazendo um trabalho em dupla e estávamos conversando sobre ele.

– Ah... - Anna desejou que abrisse um buraco bem grande no chão para que ela pudesse esconder a cara. - Eu... é claro que é, quer dizer eu não estava pensando em outra coisa. Não é como se ela fosse ser alguma outra coisa como... uma namorada. - A garota começou a rir e então olhou para ele que olhava para ela com a sombrancelha arqueada. - Não que você não tenha capacidade de ter namorada, quer dizer olhe só para você e... Ai meu Deus, por que eu ainda estou falando ?

Kristoff começou a rir da atrapalhação de Anna, que estava mais vermelha do que nunca.

– Ótimo, pode rir da palhaça aqui. - resmungou Anna cruzando os braços.

– Desculpa - disse Kristoff se recuperando. - Você fica fofa quando está com raiva sabia baixinha ?

– Se você não quiser levar um soco igual o Hans é melhor ficar queto - disse Anna e então sorriu. - Nós vamos ou não dar essa volta ?

– Vamos.

E eles andaram pelos pelos jardins de Hogwarts. Como estava na época da primavera, havia flores em todo lado que se olhava. Anna não gostava muito da primavera - a época preferida dela desde criança fora o inverno onde brincava e fazia de bonecos de neve com a irmã - mas ela tinha que admitir que nunca vira Hogwarts tão bonita.

Quando estavam passando pelos campos de Quadribol, onde agora estava construindo o labirinto, Anna parou sentindo uma sensação ruim.

– O que foi ? - perguntou Kristoff preocupado.

– O que é aqui ? - perguntou a garota.

– Aqui era o campo de quadribol, mas parece que estão fazendo alguma reforma para a Terceira Tarefa. Eu jogava quadribol, era o goleiro do time... - disse ele tentando impressioná-la mas ela se mantinha paralisada com os olhos no labirinto.

– Hã... podemos sair daqui ? - perguntou ela.

– Claro... algum problema ?

– Não... eu só não me sinto bem aqui.

Kristoff vendo a preocupação nos olhos da ruiva, se encaminhou para outra direção com ela.

– Então, me conte alguma coisa sobre você. - disse Anna. - Não querendo ser intrometida mas, eu tenho esse histórico de caras que não prestam entrando na minha vida e... não que você seja, mas eu só queria saber...

Krsitoff sorriu.

– O que você quer saber ? Eu não tenho muito para contar, minha vida não é muito interessante.

– Duvido disso. - disse ela arqueando a sobrancelha. - Me conte sobre sua família.

– Hum... eles me abandonaram quando eu era moleque. Nunca cheguei a conhecê-los. - disse o loiro.

– Ah... que droga, sinto muito.

– Não importa, se eles não tivessem feito isso eu não teria sido criado pela minha família de agora. Uma família bem grande, te faz passar vergonha, mas são bem legais. Você devia conhecê-los. - disse ele se arrependendo quando se deu conta do que havia falado.

– Eu adoraria. - disse ela sorrindo. - Meus pais não me abandonaram, mas morreram em uma viagem de barco, há pouco tempo. Desde então somos só eu e Elsa.

– É por isso que ela é tão super protetora com você ? - perguntou ele.

– Não sei, eu amo a Elsa. Mas desde sempre ela foi mandona. Ela sempre fala que sabe o que é certo para mim, e eu acabo deixando de fazer muitas coisas legais por ter que fazer o que ela manda.

– Ah...

– Desculpa te incomodar com isso, você não entende né ? Não tem irmãos. Mas deve ser assim que todo irmão mais novo se sente e eu...

De repente Anna tropeçou em um galho que não tinha visto no chão e quase meteu a cara na grama se Kristoff não tivesse a segurado.

– Peguei você - disse ele ainda a segurando. - Tudo bem ?

– Sim... - disse Anna encarando os lindos olhos castanhos de Kristoff. - Eu... eu tenho que ir. - disse constrangida.

– Tudo bem - disse Kristoff um pouco decepcionado a soltando. - Depois a gente se fala.

– Sim, depois a gente se fala. - disse Anna e saiu correndo em direção ao castelo.

***

Amanhã era o dia da Terceira Tarefa e Elsa andava de um lado para o outro repensando nos feitiços e azarações que poderia precisar na prova. Até que, viu uma coruja parada na janela com uma carta no bico. Foi até ela e leu o verso da carta.

– Anna! Tem uma carta aqui para você.

Anna saiu correndo até ela e pegou a carta. Depois que a abriu e leu deu um sorriso enorme.

– Olha só, parece que uma carta fez alguém feliz. - disse Elsa sorrindo. - Quem foi que te mandou, posso saber ?

– Kristoff - disse Anna sorrindo ainda mais. - Ele quer que eu encontre com ele hoje.

O sorriso de Elsa se desfez.

– Hoje ? Mas já está tarde, você não pode, é proibido esqueceu ?

– Ah como se você não fizesse isso né Elsa ? - perguntou a ruiva arqueando a sombrancelha. - Eu vejo você esperando eu dormir para sair, para Deus sabe onde.

Elsa corou envergonhada.

– Isso... isso não importa. Eu sou mais velha, é perigoso você sair por aí essa hora, ainda mais para encontrar garotos.

– Encontrar garotos ? - perguntou Anna com descrença. - Eu não estou indo encontrar garotos. Eu estou indo encontrar o Kristoff, ele não é um garoto qualquer, você sabe disso.

– Anna, não estou te proibindo de ver o Kristoff. Só não quero que você saia agora. Tente compreender...

– Isso não é justo! - exclamou Anna interrompendo a irmã. - Você sempre, sempre tem que fazer o que quiser e me proibir de fazer qualquer coisa !

– Anna, eu só quero o seu bem...

– VOCÊ NÃO É A MAMÃE ! - gritou Anna para a irmã que ficou parada surpresa a encarando. - ELA E O PAPAI MORRERAM E VOCÊ NÃO PODE SUBSTITUIR ELES, SABE DISSO !

Anna saiu com raiva fechando a porta com força, deixando uma Elsa magoada para trás. A garota correu pelos corredores em direção ao lugar em que Kristoff combinou com ela, o lugar que eles passearam.

Chegando no local, o esperou limpando as lágrimas pensando que não devia ter falado com a irmã daquele jeito. Mas não aguentava mais, precisava viver a vida e não podia fazer isso com Elsa mandando o tempo inteiro nela.

Um barulho de passos chama a atenção da garota que se vira na direção.

– Achei que você tinha desistido. - disse ela vendo a sombra de uma pessoa se aproximando. - Kristoff ?

A garota olhou melhor através da sombra e percebeu que não era Kristoff. Quando percebeu o perigo e estava prestes a tomar alguma ação viu a pessoa apontar a varinha para ela e dizer:

– Petrificus Totalus !

Anna caiu dura na grama, sem poder se mexer e se falar. Estava indefesa. Naquele momento nunca se arrependeu tanto de não ter ouvido a irmã e não ter ficado no quarto com ela.