Silver Snow ESPECIAL DE NATAL DO TAP escrita por Matheus Henrique Martins


Capítulo 10
Promessas de Natal Não Valem De Nada




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Mais uma vez, estou me arrumando em frente ao meu espelho e me preparando para um encontro com um cara. Mas dessa vez é a pessoa certa: Meu namorado.

Rael se despediu de mim a duas horas atrás, disse que tinha coisas pra fazer e depois iria se arrumar para me encontrar mais tarde. Fico feliz que tenha tudo dado certo entre nós, assim não preciso me sentir culpado por tudo o que vem acontecendo com Henrique.

Não que tenha acontecido algo de fato entre eu e o Henrique.

Desço para o segundo andar correndo e estou quase chegando na porta quando o telefone da sala toca. Paro um pouco, pensando em deixar minha mãe ou meu pai ou Roger atender, porém isso significaria que estou com muita pressa.

E não quero parecer apressado, quero?

O telefone toca de novo, acabando com minha indecisão e o tiro do gancho.

– Alô?

Rafa? – uma voz rouca familiar chama.

Minha voz quase não sai quando reconheço.

– Henrique – meu tom sai como uma pergunta. – Sim, sou eu. O que você quer?

Cara, que bom que você atendeu – seu tom é extasiado. – Eu preciso muito da sua ajuda, tipo, agora mesmo!

– O que? – guincho e meu pai aparece da porta da cozinha. – Agora?

Isso mesmo – ele responde. – Por quê? Você esta ocupado?

– Muito – tento não ser rude. – Para falar a verdade, marquei de sair com meu namorado hoje à noite. Será que...

Ah, cara – seu tom é de decepção. – Será que não tem como você cancelar?

Como é que é? Ele quer que eu cancele meu encontro com meu namorado pra sair com ele?

– Henrique – digo enquanto olho meu pai. – Não vai dar mesmo, é meu namorado. Ele não vai me perdoar se eu cancelar dessa vez.

Desculpa mesmo, Rafa – não sei dizer se seu tom é sincero. – Eu não te pediria para cancelar se não fosse urgente.

Isso me deixa preocupado. Eu o ouvi fungar ou foi apenas algum som de fundo?

– Henrique, como assim? – me recosto nas costas do sofá. – É urgente mesmo?

Muito – ele solta. – Taffara brigou comigo mais cedo quando saí do shopping mais cedo com ela, eu não sei bem por que, mas parecia puta por algum motivo.

Meu estomago revira e me lembro da ameaça dela no corredor. Será que ela vai terminar com ele? Só por que deram a ela uma foto minha com ele no Dropcoff? Ela não terminaria com ele só por isso, terminaria?

Outra possibilidade me assusta. Será que ela pensa que ele é...?

– Henrique, onde você esta?

No Dropcoff – ele diz simplesmente. – Olha, sei que você não pode fazer muito a respeito, mas você é o único que eu tenho vontade de falar sobre isso. E mais do que nunca, eu preciso daquele seu plano pra surpreender ela no Natal.

Minha mente entra em conflito constante. Penso em Henrique, confuso e um pouco magoado por Taffara ter brigado com ele por minha causa. Quando na verdade, tudo o que eu e ele estamos fazendo pelas costas dela é uma coisa boa apenas para ela.

Ele definitivamente precisa da minha ajuda.

Porém penso em Rael. Sentando-se à mesa do restaurante, olhando o relógio, batendo a sola do sapato todo impaciente e sinto uma dor no estomago ao imaginar o garçom perguntando se ele quer aceitar o cardápio agora.

Droga de mente criativa a minha. Rael vai ficar puto se eu escolher dar o bolo nele. Não vai ser apenas o Rael ciumento que eu vou ter que lidar. Vai ser o Rael puto.

Rafa? – Henrique chama. – Tá aí ainda?

– Estou – seguro o telefone com força. – Escuta, Henrique, se eu for mesmo fazer isso. Dar o bolo no meu namorado só pra sair com você quero entenda uma coisa.

– Sou todo ouvidos – seu tom é sério.

– Nós vamos nos ver só mais essa vez, entendido?

Tem um silencio hesitante do outro lado da linha.

– Henrique?

Claro – ele responde. – Eu prometo, você não vai se arrepender.

Respiro fundo e cravo minhas próprias unhas no joelho. Não acredito que realmente vou fazer isso.

– Tudo bem, então – respondo. – Estou a caminho.

Ok – ele responde. – Muito obrigado mesmo, Capoci.

E desliga.

Coloco o telefone no guincho e olho para cima. Meu pai não está mais parado ali. Suspiro e coço minha cabeça, envergonhado.

Talvez ele também não acredite em promessas de Natal.


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